Entre a cruz, a espada e a caneta II

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Na página “Política & Justiça” do Diário da Manhã, edição do dia 22 de outubro, vi um fardo de notícias e comentários sobre a mordaça imposta pelo governo de Goiás ao ilustre jornalista Paulo  Beringhs. O fato teve repercussão nacional e vários sites, portais de    notícias, twitters e blogs trouxeram comentários sobre a censura imposta na TV pública de Goiás. Um escândalo!  Os jornalistas, comentaristas e apresentadores da TV Brasil Central que tinham certa preferência pelo candidato Marconi Perillo estavam sendo tratados como  “estranhos no ninho” e já se sentiam constrangidos e incomodados com a situação política atual. Observa-se nas entrelinhas que o palco para retirar de circulação esses renomados apresentadores  já estava sendo armado pelo Jorcelino Braga, o primeiro ministro do governo Alcides e pelos catataus que circulam pelos   corredores palacianos, os quais, com suas chalaças e momices, continuam alimentando a discórdia e a desagregação partidária. Contrariado, fui até a gaveta da escrivaninha e encontrei amareladas pelo  tempo e carcomidas por traças e pontas de papel destroçadas por insetos  grande volumes de documentos, cartilhas eleitorais e diversas defesas e ações que impetrei a favor da Coligação PSDB/PP;  peças elaboradas por mim, inclusive, uma defendendo o próprio PP, cujo instrumento de Procuração me foi outorgado  à época por Sérgio Lucas, Secretário Geral do PP. Todos esses documentos arquivados ordenadamente na gaveta e esquecidos pelo tempo, alguns deles  escandidos em pequenos pedaços de papel, mas, todos escritos em cor rubra de um coração ferido pela dor e decepção, mas com a certeza, que jamais serão esquecidos e outros perpetuadas para o deleite de meus filhos e netos
A vida parece às vezes não se adequar aos moldes e fórmulas estipuladas pelo sistema político e a sociedade vive em confronto de definições. Há guerras de posições, disputa de poder, por títulos e destruição de amizades. Em meio a essa realidade o ser humano se torna um animal irracional, mercadejando sentimentos e ferindo pessoas. Parece que os valores estão invertidos. Para conformar isso basta ver a arrogância do discurso de Lula, Dilma, Iris e Alcides. Eles parecem ter perdido a compostura, principalmente eles que eram entre si, inimigos mortais.
Enquanto manuseava aqueles calhamaços de papel, uma sinfonia de pássaros embalava os meus pensamentos e lá fora, uma suave brisa balançava os galhos das árvores, num bailado harmonioso que só a natureza é capaz de     proporcionar e nos fazer pensar sobre o retrato da política atual e que a pior frustração e decepção nossa é saber que aqueles que empunharam com garra a bandeira de uma coligação partidária vitoriosa hoje estão sendo repudiados como se fossem entes nocivos, como o caso de Paulo Beringhs, Túlio Isac e tantos outros companheiros valorosos, que ficaram entre a cruz, a espada e à mercê de uma caneta, e esta, infelizmente, usada pelo próprio punho de   Alcides Rodrigues , deixou também para mim e tantos outros  servidores, no final do ano passado, um presente de Natal: a exoneração. Contudo, em meio a tanta falsidade, hipocrisias e perseguições, ainda assim, se vislumbra nas hostes palacianas alguns amigos que carregam em silêncio, sem poder se manifestar, o n,º 45,  pois acreditam na vitória de Marconi Perillo e sabem que ele é o melhor para Goiás e  para os servidores públicos.

VANDERLAN DOMINGOS DE SOUZA Advogado e Escritor. É membro da União Brasileira de Escritores. E-mail: vdelon@hotmail.com

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