No topo do meu diminuto mundo.

domingo, 16 de outubro de 2016

A crônica é um texto curto que trata de fatos do cotidiano com lirismo, muitas vezes, acompanhado de frases de efeito, de reflexões e críticas. A crônica que ora escrevo eu a caracterizo como argumentativa, pois ela não se limita a retratar um fato, um local de pequenas dimensões, mas sim poder formular uma tese e me defender com argumentos precisos. Demonstrar que quando falo em “diminuto” não quer dizer que o meu mundo seja tão pequeno assim, apenas não quero apossar de outros que orbitam à minha volta. Nesta crônica que intitulei: "No topo do meu diminuto mundo", quero abordar o tema “como escrever para alcançar corações sofridos e sentimentos vários” e quiçá, talvez, usá-la como recurso para obtenção da fama e de como chegar ao topo. A tese apresentada por mim é de que: "ser famoso ou reconhecido na sociedade por qualquer pessoa é mais que um sonho: é uma exigência de nossa época. Cada um faz o que pode para se sobressair e deixar seu nome nos anais da história e isso ninguém pode negar. Quais seriam os argumentos que devo utilizar para sustentar minha tese? Você é contra ou a favor dessa prática?

De certa maneira, quer queiram ou não, todos nós queremos ver nossos nomes escritos por aí, nem que seja ter uma simples foto ou nome estampado em jornais ou revistas. Quanta gente não daria tudo para aparecer na televisão, participar de programas de auditórios que são assistidos por milhares de pessoas. Como já disse e repito: Ser famoso é mais que um sonho: é uma exigência da nossa época. Cada ser humano faz o que pode para se sobressair: uns praticam no futebol, atletismo, judô e tantos outros esportes, outros se destacam na matemática e física. Em política nem se fala. Ganhar as eleições é de menos, pois o negócio é aparecer uns segundinhos na propaganda eleitoral gratuita ou ver seus santinhos distribuídos nas ruas. Mas se a vida, por um lado, nos apresenta uma infinidade de caminhos a seguir, em muitos deles recebemos um “não” e até batem a porta em nossa cara. Mas convenhamos, existem as circunstâncias que são muito mais fortes que os nossos planos. Por exemplo: se você já estivesse com a idade avançada, filhos pequenos para criar, desempregada e surgisse uma oportunidade de emprego numa fábrica de cimento, dificilmente diria "não, obrigada. Trabalhar com produção de cimento não é a minha ambição na vida e tenho alergia a pó. Você finaliza e diz: Quero é ser veterinária e trabalhar com animais de estimação. Para o pessoal que tem o nome escrito na roupa e o símbolo da empresa no bolso nem ligam, pois o mundo não é esse, e os sonhos de liberdade e múltiplas escolhas que às vezes acreditamos ser, principalmente quando vivemos em um diminuto mundo, só a gente imagina como ele é.

O mundo que idealizamos talvez surreal, pode se tornar uma contradição em relação ao mundo real. É certo que ouvimos por todos os cantos: faça o que você quiser! Ouse, sonhe, vença e escolha seu próprio caminho! Seja original! Destaque-se no meio social em que vive! Noutros cantos, no entanto, encontramos todas as limitações da vida: quem tem estatura pequena jamais será jogador de basquete ou brilhará entre os grandes zagueiros de futebol; quem nasceu em uma favela dificilmente será diretor de uma multinacional ou se você é gordinho nunca será escolhido para praticar atletismo e terá dificuldade para se tornar modelo. Exemplos são muitos, por isso temos de fazer com que em nosso diminuto mundo nada disso aconteça, pois nele podemos tudo.

Quando era garoto já começava a perceber que meu futuro estava muito mais além do que a instalação de persianas ou da caixa de engraxar sapatos. Foi a primeira vez que usei um uniforme personificado e achava engraçado, pois todos liam o meu nome na etiqueta colada no bolso da camisa. Achava legal e até passei a gostar do meu nome, mas não da profissão, pois eu almejava coisa maior. Ao montar as persianas nas janelas de um prédio até me sentia nas alturas, no topo do mundo. Mas outros também se sentiam e a gente disputava espaços. Nos outdoors, me colocaram uma vez, no entanto fiquei de costas para as ruas. Ninguém via o meu rosto ou ficou sabendo que aquele profissional dependurado na escada era eu, mas de qualquer forma, me sentia feliz de estar naqueles outdoors, pois a mensagem dizia: Ouse como esse profissional! Faça bem feito e observe como ele faz! De certa forma, acho que foi a primeira vez que me senti no topo mesmo dependurado numa escada, pois é mais ou menos isso que um instalador de persianas ou qualquer outro profissional fazia ou ainda faz: conquistar durante alguns dias a fama aparecendo nos outdoors instalados nas ruas, avenidas e lotes baldios das grandes cidades. Pode ser que alguns terão dificuldade para chegar ao topo da sociedade, mas o seu nome sim basta você querer.


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