Ulisses
segundo o poeta Gabriel Nascente é um “cavaleiro da guerra da mais velha
utopia: a poesia”. “Na matéria, alguns poemas do seu livro de estréia: “Jardim
das Éguas” deixa-se prender aos seus afazeres para contemplar em segurança o
que está para além do homem”. Para mim o jornalista Ulisses que traz em seu
bojo o símbolo da inteligência goiana e sabe que é mediante o exercício da
criatividade que pode se formar, aperfeiçoar e intensificar nossa crença na
humanidade. Ele além de editor de reportagens do jornal “Diário da Manhã” é
músico, jornalista, poeta, artista plástico, colecionador de antiguidades, um
roqueiro apaixonado por motos e por “belas” gravatas. Formado em Jornalismo
pela Universidade Federal de Goiás (UFG), também é comentarista do programa
“Canal Aberto”, da ’PUC TV’ e participa ainda como debatedor do programa
’Jornal Sucesso’, na rádio que leva o mesmo nome. Foi fundador do programa
Rockaos, apresentado na antiga Rádio K do Brasil. É fundador da ONG
’caminhosway’ e já foi diretor da União Brasileira dos Escritores, seção Goiás,
e da Associação dos Escritores Profissionais de Goiás. É Membro da Academia
Goianiense de Letras, possui três livros publicados. Ulisses já atuou como
membro do Comitê Pablo Neruda de Solidariedade ao Povo Chileno, cujo museu
construído à beira do mar banhado pelo Oceano Pacífico, local que eu tive o
prazer de conhecer em outubro de 2015.
Experimentar
o seu “café da manhã” adoçado com sapiência é e sempre será uma forma de
saborearmos notícias atuais e interessantes e nele dizer o que somos e podemos
ser. Na sua página diária ancoramo-nos na segurança noticiosa que de tão
precisa e que a gente menos o espera, lá está ele falando sobre nós e nosso
trabalho literário. Imbuído de uma amabilidade própria ele é capaz de alçar
voos distantes, enquanto no seu papel de jornalista e quiçá, de poeta da vida,
também é capaz de nos encorajar e nos ensinar o como trilhar dentro da
sociedade em que vivemos. Hoje já não basta aos pensadores como ele e outros
que se encaixam na espontaneidade e na harmonia de uma geração de jornalistas
que há tempos vêm dando novos rumos ao mundo, às vezes fazendo a função de
investigadores, todavia, é através de suas escritas que sabemos de onde vêm
seus eloqüentes textos e de como eles são compreendidos pelos seus leitores.
Inaugura-se assim com sua maneira de ser a valorização do ser humano e a busca
da verdade por si mesma, assim como, o início de uma perigosa ruptura entre
conhecimento e ação. Em suma, trata-se da constatação de que, tomando-se certos
cuidados, pessoas como Ulisses Aesse podem conduzir nossa vida pelo mundo da
leitura a realizar grandes feitos de tal forma que isso não incorra no ciúme de
amigos, dos deuses gregos e ou mesmo do seu xará Ulisses um dos mais ardilosos
guerreiros de toda a epopéia grega.
Responsável pela coluna “Café da Manhã, do Diário da Manhã, Ulisses pra
mim, além de amigo é um mito, pois ele destaca e valora a nossa gente de um
modo geral com muita sobriedade impondo a necessidade de contenção do impulso
humano que às vezes ultrapassam certos limites, mas nunca deixando de lado a
integridade do ser humano e sua lídima participação na sociedade, o qual,
muitas vezes se arrisca à ruína, numa narrativa onde se ressalta o seu desejo
de voar mesmo sem usar as asas de sua imaginação, entregando à fruição do seu
trabalho diário, o qual, na realidade, descreve com esmero sobre certa falta de
um autocontrole social. Diferente do personagem de Ilíada e da Odisséia, de Homero, nosso Ulisses, também é um guerreiro, um herói das letras,
e sabiamente, toma as devidas precauções para que seu impulso em relação ao ser
humano seja experimentado de forma correta, não comprometendo a sua segurança e
deixando intacto o impulso em si mesmo ou de permanecer o impulso de voar em
busca de um improvável saber. Todavia, se os homens não podem contemplar
diretamente deuses, demônios ou forças titânicas isso não se deve a uma radical
heterogeneidade e incompatibilidade entre dois mundos, mas ao caráter limitado
do poder do homem, que não pode expor-se diretamente ao excessivo poder dos
deuses e de outros seres sem ser prontamente fulminado, exceto se o divino é
abordado indiretamente, mediante suas metamorfoses, objetos cultuais ou estátuas
antigas.
Aquilo que pode ter mais do que um sentido ou significado, a
nosso ver fundamental, nós articulistas e cronistas, temos como tendência
civilizacional de levar pendularmente o nosso pensamento a interpretar o que
ocorre no mundo, seja real ou aparente, necessária ou casual, como efeito ora
da execução de um plano cósmico idealizado ou executado por um poder
inteligente determinador ora como realização espontânea das múltiplas
possibilidades de um irracional indeterminado. A vida em comento é do
jornalista Ulisses, o qual já bisbilhotou obras antigas e contemporâneas,
conhecendo a verdade, e qualquer pessoa que já tenha se deixado arrebatar pela
beleza ou pelo medo sabe que a experiência de amarrar-se a qualquer estilo
literário muda bastante a natureza da própria contemplação. E ainda que não
tivesse conhecido essa realidade ele poderia nos falar sobre tudo e que, no
fundo, talvez, ninguém queira realmente conhecer. O que Ulisses Aesse parece
nos querer ensinar no dia a dia é tão somente que devemos inventar o nosso
próprio jeito de escrever, de forma precisa, compreensível e que possamos
encantar e atrair os leitores do Diário da Manhã. A sua coluna tornou porta voz de pessoas, algumas não
muito conhecidas, assim como eu, mas notícias minhas estampadas naquela página
me levaram aos confins do mundo, fazendo-me pressentir que lá na distante
quimera reside uma esperança, um sonho, talvez possível de alcançar, uma fonte
inesgotável de todo ser, pensamento, beleza e poder.
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