Há alguns dias, fazendo uma peregrinação pela cidade encontrei com muitos amigos e como todos tinham lido alguns artigos meus publicados no Diário da Manhã onde comentava sobre o Padre Luis Augusto. Questionaram-me sobre o motivo da igreja em proibi-lo de celebrar missas, batizados e casamentos. Procurando não polemizar muito sobre o assunto, mas, certo de que o meu pensamento era os mesmos dos outros membros da igreja, não relutei em afirmar que estava havendo muito ciúme e inveja por parte de alguns padres, além de muitos comentários maldosos. A Arquidiocese nunca entendeu que nem todos os padres são iguais. Alguns são diferenciados dado o seu empenho e dedicação à comunidade onde ele faz parte e nesse aspecto o Padre Luiz é e sempre será diferenciado, porque além do carisma de aglutinar multidões pela facilidade de comunicação e estilo de pregação, ainda se empenha em ajudar os menos favorecidos, os enfermos, os usuários de drogas, os presidiários, os meninos e meninas de rua, os idosos, sem enaltecer, é claro, obras sociais construídas com dificuldades, hoje vistas a olho nu pela sociedade goiana.
Na edição de “O Popular” do dia 15 de janeiro, a Cúria disse através de uma nota assinada pelo Colégio de Consultores da Arquidiocese de Goiânia que “transferências periódicas de religiosos e ministros ordenados fazem parte da vida da igreja e que “tais medidas” visam sempre ao bem da comunidade e daquele que assume uma nova missão. Ficou definido pela autoridade eclesiástica competente que o Padre Luiz Augusto se dedicaria ao acompanhamento espiritual dos membros efetivos da Comunidade Luz da Vida e Atos”.
Pois bem, é perfeitamente entendível a transferência de um padre para outra paróquia, mas não é compreensível para os fiéis católicos quando dizem que “tais medidas” visam sempre ao bem da comunidade. Se os católicos aceitar essa versão é assinar um atestado de burrice, pois ninguém de sã consciência vai entender o porquê de enclausurar um padre que arrebanhava para a igreja católica milhares de pessoas entre adultos e crianças e mantinha na Sagrada Família mais de vinte mil dizimistas, sendo, conforme notícias divulgadas pela da Revisto ISTO É, a paróquia que mais arrecadava no Estado de Goiás. Então, pergunto: Por que não o enviou para outra Paróquia onde pudesse exercer com magnitude, o sacerdócio? E as obras sociais construídas mantidas por ele com a ajuda da comunidade, como ficam? Será que o Padre foi punido apenas por celebrar missas noutro local? Hoje, ao sair de seu silencio, o padre Luiz Augusto mostrou-nos que estávamos com a razão: a falta de abertura da igreja, a inveja, o ciúme, afirmações caluniosas de que gente rica o sustentava, esquecendo que o fiel, pobre ou rico tem o mesmo valor, e todos lhe ajudavam indistintamente, porque sabia de sua força de vontade e fé em Deus. Dá para compreender a atitude da Arquidiocese?
Dom Waldemar, como pessoa de nível superior, culto, que teve a graça de ser ordenado Bispo ainda jovem, chegou o momento de entender que todos devem descer pedestal, caminhar pelas ruas usando as sandálias da humildade, e nesta selva de pedra, ouvir o clamor do povo, principalmente das comunidades que sequer têm padres, para no final, sem se sentir derrotado, liberar o Padre Luiz para o exercício de seu sacerdócio, e por outro lado, não tirar o direito constitucional do povo de ir e vir. O povo deve assistir missas onde se sentir mais acolhido e ungido pelo espírito santo.
O Tribunal da vida está julgando esta injustiça e publicamente, quanto mais o enclausurar, este ato só fará aumentar o número de simpatizantes e defensores desta causa, portanto, urge a Arquidiocese solucionar definitivamente tal impasse para que a paz volte a reinar no meio católico. A decisão não depreciará ninguém muito menos à Arquidiocese, pois estará simplesmente fazendo justiça a um Padre de grande valor espiritual e que sabe agregar pessoas das mais diversas classes sociais para um bem comum que é servir a Deus.
Quando olhamos a vida do Padre Luiz Augusto, temos a nítida consciência que ainda não lutou todos os combates, porém temos a segurança de que priorizou aqueles que de fato valiam à pena. Seus esforços durante todo este lapso de tempo estiveram concentrados na evangelização e de seus esforços muitas foram às famílias beneficiadas com o seu amor e dedicação. Hoje, Dom Waldemar, este humilde escriba, decifra a figura do Padre Luiz a um maratonista quando no final da estrada declara que completou o trajeto, não desistiu. Ao olhar o seu trabalho de grande evangelizador visualizo os obstáculos pelos quais transpôs e das ajudas espirituais que tiraram muita gente do fundo do poço e nesse parâmetro me incluo. Os membros da Comunidade Atos sabem que não está sendo fácil convencer a Cúria, porém eles hão de entender a insensatez que estão cometendo e que a comunidade como perseverante que é completará também este trajeto percorrido pelo Padre Luiz na certeza de que foi Deus quem propôs essa caminhada.
Ao olharmos para a vida do Padre Luiz Augusto inevitavelmente questionamos a nós mesmos, perguntando como temos vivido, e se de fato temos marcado a nossa geração priorizando o bom combate, completando a carreira e guardando a fé. Hoje, o povo católico clama nas ruas e avenidas sobre tudo isso que está acontecendo. Vozes que clamavam no deserto agora clamam na selva de pedra, pois todos se evoluíram e vivem num mundo globalizado. Qual é a escolha? O que preferem poder ou não poder dizer? Será que devemos insistir no crescimento dos evangélicos no Brasil e a evidência de um avivamento espiritual? Ou será o prelúdio de uma decadência, assim como uma lâmpada que está para se queimar brilha fortemente antes de, finalmente, apagar?
É um momento de reflexão. O que ele fez disseram que não teve aprovação, o que ele queria de melhor para a comunidade não fizeram e nem ajudaram, celebrações e obras de grande vulto trouxeram ciúmes e inveja, fato que lhe acarretou a proibição de celebrar missas e tantas outras mazelas. Caros Irmãos em Cristo!Tem dia que nenhum bem habita em nosso coração, muitas vezes o querer está em nós, mas não conseguimos realizar o bem. Quando queremos fazer o bem, o mal nos intercepta. No entanto, sei que todos têm o prazer na lei de Deus, mas, no meio da nossa própria igreja há outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e é neste momento que notamos o quanto somos pó, carecemos e necessitamos mais do que tudo da ajuda de Deus, da graça de Cristo, da intercessão do Espírito Santo para amenizar os duros corações do clero de Goiânia.
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