Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Realmente cansei.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Quando comecei a escrever este artigo senti-me sem otimismo e não conseguia ver as coisas do modo que elas são por mais que tentasse. Senti-me cansado demais, exausto. Cansado de tudo, do mundo real, do palpável, do prático, do imaginário, do surreal. Cansei da visão fantasiosa sempre contrária ao mundo real. Cansei de escrever; cansei do trabalho maçante e de tudo aquilo que estressa; cansei de reclamar do errado e das coisas erradas; cansei daqueles que fazem denúncias vazias, caluniosas, difamatórias e não enxergam o seu próprio umbigo. Cansei até do elevador, onde às vezes cruzo com gente rancorosa, que me olham de soslaio, mas felizmente, a maioria delas é especial. Cansei de passar pelo mesmo trajeto onde passam os imprudentes, irresponsáveis, que fazem ziguezague com seus veículos nas ruas e avenidas da cidade. Cansei do bonito que a natureza mostra, mas sempre é desrespeitada; cansei das destruições mostradas pela TV; cansei da ilusão de beleza que se vê em cada rosto. Cansei, cansei mesmo, até de mim! Ah, se cansei! Cansei das notícias veiculadas repetidamente pelos jornais e televisão; cansei das novelas que levam exemplos ruins aos lares brasileiros. Cansei da leitura de páginas de jornal, das vozes de alguns radialistas e apresentadores que judiam de nossa língua pátria, as quais surfam nas ondas do rádio maltratando nossos ouvidos. Cansei das desgraças que são repetidas nessas parafernálias eletrônicas, onde uns copiam cenas de outros, e outros, querendo ser mais engenhosos, encenam o mesmo ato criminoso usando apenas outras posições, fazendo montagens inversas, destacando o choro em outros tons e destoa a comoção no verso e anverso de fitas gravadas. Cansei do julgamento onde se destaca um surpreendente julgamento que ao final sabe que poderá tornar-se uma pizza, recheada de votos “pensados”, extraídos do ódio ou inveja contra alguém que se sobressai, abusando de códigos defasados que são descritos na plácida sentença que se o povo tiver juízo não aceitará. Cansei da forma em que retratam a comoção de um povo, do falso novo, do falso velho e principalmente, do anverso dos dois porque quando colocados inversamente são definidos pelo Aurélio como falsos. Cansei do que os olhos são capazes de enxergar perto ou à longa distância. De perto, tenho que usar óculos de grau, e isto me cansa; de longe, enxergo coisas que não deveria enxergar; coisas que não presta e aí me constranjo, canso.

Dias atrás após assistir a um julgamento pelo STF, senti que queria algo verdadeiro, diferente, que vai além daquilo que penso. Quero o poder da premonição, de ver o futuro, sem desfazer do presente. No teatro da vida quero a inversão de papéis entre atores e atrizes, sem que haja a inversão de valores e o texto na tela interpretado não vire realidade e a realidade mostrada, não vire sonhos amorais ou imorais, e se virarem, que sejam distante de minha realidade. Entendo que devemos respirar novos ares, ter novos hábitos, ideias, emoções, desejos, pensamentos, isto é tudo que quero, e se puder, esconder dentro de mim. Quem sabe se isso vir a acontecer tudo possa ser diferente em relação ao que tenho hoje, se não puder ter, então serei obrigado a desejar que o hoje renasça novamente.

Mas, quão difícil é ser diferente e não cansar de tudo. Quando chego ao meu lar à primeira coisa que não quero ouvir é o zunido do elevador, o tic-tac do relógio, a torneira que mesmo fechada, insiste em soltar gotas fazendo barulho sobre um vasilhame, um som rouco: tum... tum..., nem paro para contabilizar os ruídos. É justo. Estou cansado. Nunca importei muito com o que acontecia ao meu redor, mas hoje paro, penso, observo e fico decepcionado com os políticos e a justiça, não dou atenção aos mínimos detalhes televisivos. É o cansaço. Quando sento à mesa e sirvo-me com um pouco de café adoçado com algumas gotas dietéticas e pão francês, então me acalmo. Ainda bem que a gota dietética é silenciosa.  Tomo o café e com um sorriso inacabado ligo a TV. Novamente aparecem as desgraças de ontem, hoje reprisadas. Mudo de canal e lá vêm outras notícias e digo: espera ai! Eram as mesmas cenas do outro canal, e então percebo que a minha mente poderia estar atabalhoada. Aquela reprise não era real. Desligo a maldita TV. Vou ao quarto e olho no espelho para ver se continuava apresentável, pois o trabalho desgastou-me. Mirei fundo nos meus próprios olhos que se arregalavam diante do espelho e me vi vítima da rotina que eu mesmo criei. Eles também estavam cansados. Tirei a gravata e aquiete-me. Pode ter sido só mais um dia ou poderá ser o último se eu pudesse prever o meu futuro, mas o que importa é que eu nada planejei.

Quando disse no preâmbulo que cansei do imaginário, não posso afirmar isso em relação aos amigos e amigas, sejam virtuais ou não, pois eles são como os sonhos: estão com a gente aonde quer que estejamos; aonde a gente quer estar, e ninguém pode podá-los ou impedi-los de existir, pois só nós o vemos e acreditamos neles. Os amigos que me acompanham pelas ruas solitárias da vida nunca me deixam no meio do caminho e me impedem de ficar sozinho, porque somos pessoas que correm atrás de um propósito, de um desiderato para continuar andando em busca de um caminho cheio de luz, não só os iluminados pelos raios do sol ou da lua, mas também, em busca daquela luz que brota dos lindos olhos de alguém que a gente preza muito, alguém que nos espera diariamente e nunca nos cansará. À bem da verdade, acreditar no improvável, no impossível e no imaginário sempre foi meu norte. É bom viver no mundo dos sonhos, mas hoje eu cansei.

Realmente cansei, até de mim mesmo. Parece que estou com uma grade em meus olhos. Uma grade embaçada que me impede de enxergar e de ver o óbvio. E assim sou obrigado a me manter parado, sem dar um passo à frente ou para trás, talvez por medo de cair num precipício que a própria vida constrói. Essa grade está repleta de memórias insolúveis, indecifráveis, uma grade que me isola do mundo, que impede meu coração de bater como antes batia. Tudo isso me fere, me cansa, me isola, e noto que o meu tanto faz também se cansou daquilo que tanto fiz. E neste lapso de tempo posso ter conhecido gente que implica por qualquer coisa, hipócritas, invejosas, sem caráter. Posso ter caminhado por estradas tortas e deitado sobre relvas sombreadas por galhos secos de árvores milenares, sem esperança de obter certezas e ouvir melodias tocadas e cantadas por alguém que não existia e que eu mesmo inventava. E olha que me preocupo com o vozerio de vozes e sons que vem das ruas, do zunido do elevador, de cada gota que cai da torneira, do chuveiro, do tic-tac do relógio ou dos noticiários dos jornais, rádios e TV, mas, tudo isto, não faz de mim um ser insensível, incapaz de enxergar o sorriso angelical de alguém ou as lágrimas que saem dos olhos da minha amada que dada a sua firmeza de espírito jamais as deixa cair ao chão. Leitor, não se deixe sangrar por essas palavras. Não se deixe sangrar mesmo, pois no fim a verdade sempre aparecerá, e as que tento expressar, pode ser apenas uma situação momentânea a mim postergada por alguma coisa surreal ou um ente estranho, que me cansou e fez com que eu criasse situações fantasiosas extraídas de um mundo que não se sabe se é ou não real. 



Insista, persista, não desista.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Jamais vou entender vontade de alguém quando fala em desistir, de não insistir, medo de voltar atrás, para algo que acha que acabou. Não se deixe desistir, insista, persista no seu intento e procure não esquecer o passado, se alegrar com o hoje e o dia seguinte. Só você pode lhe dar a oportunidade de experimentar no dia seguinte um café com leite, acompanhando de pão francês amanteigado, e num lugar qualquer...

Devemos insistir em coisas  certas e buscar respostas concretas, deixando as incertas vagar no mundo das incertezas, mas infelizmente podem não existir, entretanto, insista. Permita-se ao longo dos anos vividos ou aos que você falta cumprir aqui na terra, ser você mesmo e evitar magoar quem já se cansou de fazer isso com você.

As lacunas impostas pela vida podem ser preenchidas de várias formas, possibilidades, entre abraços e mãos estendidas… Mas o que define sua intensidade é a dosagem aliada à sua maneira de ver a vida. A gente pode até se enganar, achar que tudo foi esquecido, que a borracha do tempo apagou, mas nunca deixe de lembrar que jamais esquecerá. E se fazendo esse jogo de forma inversa às vezes chega-se a colocar a culpa nos outros das brincadeiras que nós mesmos aceitamos brincar… Se você não insistir, ou persistir naquilo que almeja, lembre-se que a sua desistência pode não ser passageira e quem pilota sua vida é você.

De fato são tantas as palavras talvez que a gente se pergunta: Será que talvez valha à pena insistir. Será que talvez dê certo ou talvez não. Tudo isso pode estar vindo de amor platônico que é normalmente utilizado para se referir às utopias ou algo praticamente impossível de se realizar e tornar-se o pior elemento da face da terra. Ele nos permite ter dúvidas cruéis sobre tudo que está relacionado ao nosso meio. Insistir num amor platônico talvez não seja somente um amor com ausência de relacionamento físico, mas também com a ausência de certeza que talvez você nunca venha obter, se desistir.

A gente começa a idealizar algo que não seja nosso, algo talvez irrelevante e que a outra parte não saiba ou nem a conheça. E discordar da idéia do filósofo Platão seria um equívoco. É só passar algumas pessoas na rua, mal vestidas ou com trejeitos estranhos, muita gente já as coloca num falso pedestal. De repente começa a caçoar delas, os pensamentos vão e voltam tão obsessivos que tudo que faz se tornam mesquinhos.

Talvez não seja nada disso! Novamente a palavra talvez volte a fazer parte desta crônica. Talvez possa ser que esse grande amor que você tem como ideal, ser uma pessoa que você deseja ser, possuidor de uma amizade pura, de um amor inconteste, tão forte o que sente por alguém que nunca verá e não insistirá em colocar os pensamentos e sentimentos com a mesma vibração. O grande problema é que ao invés de pensar em não desistir, a grande maioria só pensa negativo. A minha orientação é a gente é tirar e afastar qualquer pensamento negativo! Mandar embora todos os 'talvez' ou até o “se”, muito usado. É salutar trazer a certeza e a positividade pra dentro de si. Relaxe, pois acima de tudo possuímos diferentes fantasias na cabeça, e andamos com o pensamento alhures, perguntando a nós mesmos o porquê vem ocorrendo e ainda o lamentam por algo que ainda nem se sabe ao certo.

Será que a palavra talvez seja a minha ou a sua palavra? “Será um incentivo para a gente dizer “Eu vou lutar, insistir”; “Eu vou persistir naquilo que acho certo” "Eu não vou desistir de alcançar o meu objetivo" Mas, convenhamos, talvez, tudo dependa somente da gente! Talvez a culpa nem seja do talvez, mas sim, nossa.



A morte não vem a galope

quarta-feira, 13 de setembro de 2017


Certo dia um homem montado em sua égua Pestana passava por uma estrada deserta clareada apenas pela luminosidade da lua minguante que mais parecia um pedaço de queijo. Ao redor dela, estrelas que se perdiam de vista... A estrada era de chão batido, mas mesmo assim seguia apreensivo porque naquela região corriam boatos, não raros, de assaltos e crimes... Com o ouvido aguçado logo ouviu a poucos metros atrás o trotão de outro animal. Sentia que alguém o seguia. Olhou para trás e viu um vulto. Apressou-se, no que foi imitado pelo perseguidor. Chicoteou a égua e saiu a galope. Correu... Enveredou-se por outro caminho. O vulto, também.

Apavorado e em desabalado galope enveredou-se por um caminho estreito. Sequer pensava olhar para trás e nem sentia os galhos de árvores ferirem o seu corpo, o coração disparar, a respiração ficar ofegante, mas logo se viu diante de um casebre pouco iluminado num local ermo daquele longínquo rincão goiano. Pensou em gritar, pedir ajuda, mas, antes, olhou mais uma vez para trás e a claridade do descampado lhe trouxe uma surpresa: O perseguidor era apenas um cavalo baio e a égua, na qual montava, estava no cio e devia estar exalando alguma substância que atraía ao acasalamento. Deu uma risada e mais calmo, desabafou: Meu Deus! O que o medo faz com a gente!

A história deste cavaleiro quer queira ou não, assemelha-se ao que ocorre em relação ao medo que a pessoa humana tem da morte.

A imortalidade é algo intuitivo na criatura humana. No entanto, muitos têm medo, porque desconhecem inteiramente o processo e o que nos espera no mundo espiritual. O casebre à beira da estrada, iluminado por lamparinas, que fiz questão de citar nesta crônica foi apenas para afugentar os temores sem fundamentos e inibir os constrangimentos que nos perturbam dia a dia. De forma racional e sem querer interferir na sensibilidade de cada um, quis, com aquelas aparições, esclarecer acerca da sobrevivência da alma e a forma do descerramento da cortina que separa os dois mundos: vida e morte

Entendo ser extremamente importante, fundamental mesmo que percebam isso, já que tratamos de certezas e incertezas, colocando como parâmetro a existência humana num casebre iluminado que poderá ser a nossa salvação, e quiçá, a nossa luz. A estrada que procuramos seguir é e será uma oficina de trabalho para que desenvolvessem atividades edificantes e é através dela que buscamos a renovação espiritual que pretendemos aplicar em nossa existência. Nesse caminho poderá existir até uma prisão, ocorrer uma expiação dolorosa para os que resgatam débitos relacionados com crimes cometidos em existências anteriores. Esse caminho é uma escola para aqueles já compreendem que a vida não é simples um acidente biológico e nem a existência humana para uma simples jornada recreativa. E de certo modo não é o nosso lar. Este está no plano espiritual, onde poderemos viver em plenitude, sem limitações impostas pelo corpo carnal. E de fato é compreensível, pois, que nos preparemos, superando temores e dúvidas, inquietações e enganos, a fim de que, quando chegar a nossa hora, estejamos habilitados a um retorno equilibrado e feliz.

Então, não se apoquente monte no seu cavalo espiritual, não importa o trotão e qual cor dele, apenas siga em paz, sem medo de ser feliz, deixando sempre à frente o nosso Pai Celestial, pois ELE é que mostrará a estrada segura. O primeiro passo é o de tirar da morte o aspecto fúnebre, mórbido, temível, sobrenatural que nela possa existir... Existem pessoas que simplesmente se recusam a conceber o falecimento de uma pessoa da família ou o seu próprio. Têm receio de discutir e transfere o assunto para o futuro incerto. Por isso se desajustam quando chega o tempo da separação morte nada mais é do que o passaporte para a verdadeira vida eterna.

Caro leitor, é importante que reflitamos sobre tudo isso, não nos deixando dominar pelos bens aqui na terra dos quais somos apenas usufrutuários. Um dos motivos de sofrimento dos que ficam, é o fato de não terem se dedicado o quanto deviam àqueles dos quais se despediram. Por isso, convém que, enquanto estamos a caminho, façamos de modo cadenciado como aquela égua, o melhor que possamos em prol de nossos entes queridos, para que o remorso depois não dilacere a nossa alma.


Nina e as gotas de orvalho

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Sentado no mourão da porteira respirava ar puro e o meu corpo recepcionava uma chuva fina, mas intermitente. O sol timidamente voltava a aquecer as gotículas de orvalho que dançavam sobre as folhas e pétalas das flores que circundavam o moirão. Apenas uma lembrança, não, uma sensação percorria minhas entranhas e chegava ao coração. Talvez algo que não me incomodasse tanto, mas latejava o tempo todo que não me deixava esquecer aquela bela menina da cidade de Pontal.

Desci do mourão, mas o que fazer? Mobilizei-me rumo às flores e dirige-me ao campo tentando segurar a mim mesmo, pois um movimento interno aos poucos foi tomando forma, se firmando, até explodir como a um pensamento, como a uma verdade subconsciente impregnada na região recôndita do meu cérebro, interiorizada, que ia brotando aos poucos. E depois de tantas caminhadas por este mundão de meu Deus, de ver tantas portas se abrir e fechar, numa delas eu a encontrei, ela estava lá, de braços abertos como aquela gota de orvalho que tinha se impregnado naquela folha ao lado do mourão da porteira e que eu tanto apreciava. E, que prazer eu senti, que delicia ter ouvido sua voz. Fiquei estático como aquela pequena gota do orvalho junto ao mourão da porteira. As folhas que caíram com a brisa, tão frias, do primeiro sopro do dia foram levadas pelo vento. Pensativo e com o pensamento alhures, abri os olhos e os agucei rumo ao horizonte. O sol ainda não havia nascido, e tão belo era o horizonte avermelhado e as nuvens, pequenas e esparsas que coloriam a atmosfera com os primeiros raios de sol. Abri os braços e me perdi na imensidão do céu, senti o calor do sol tocando minha pele e o regozijo das arvores que dançavam ao sentir o vento delicado que vinha do sul, derrubando as únicas folhas secas que pareciam gritar em meu ouvido, “acorde, estamos já num novo dia!”.

Desci do mourão e adentrei-me ao casarão feito de assoalho de tábuas e paredes de puro adobe. Na sala me abracei no espelho. Voltei meus olhos rumo à janela e ainda vi sutis gotas de orvalho escorrer levemente sobre o portal. Fui até o quarto e dormi profundamente. Horas depois uma translúcida luz que vinha do céu passou pela vão da janela despertando-me de vez e o amanhecer ao longe surgia. Levantei e soltei um sorriso repleto de mim mesmo, daqueles autênticos vindos da alma, depois saí e massageie minha mente. Viajei no mundo da imaginação. Fui à busca daquilo que sempre sonhei e à busca de mim mesmo. Meus olhos brilhavam, o tempo passava lentamente, o dia tornou-se gigantesco e a noite sem pressa apareceu detrás dos montes. Pássaros em final de tarde cantavam sons tão suaves que tornava aquele rincão mais aprazível, trazendo a brisa mais refrescante e a noite mais amena. A natureza é assim mesmo, pois quando amamos a vida ela nos ama de volta, quando a gente faz bem, ela nos traz o bem, quando preenchemos o vazio, ela afasta a solidão. Por isso, em qualquer lugar que estiver ame-se. Seja dia frio ou chuvoso, ame-se. Sendo quente ou abafado, ame-se. Pois um dia de tanto se amar as pessoas também aprenderão a se amar, assim é a vida, viva o bem, pois como diz o ditado: que mal tem?

Quando se fala em amor pode passar dias, meses, anos e séculos e sua janela jamais estará vazia de gotas de orvalho que escorrerão sobre sua madeira e no fim verás um mar azul; sua mente voará sem asas prevendo o seu futuro e o trará entrelaçado entre seus dedos. Tudo isso é a sintonia do universo que pairará sobre sua essência e algo lhe dirá que um raio de sol se abrir timidamente trazendo-lhe do resplendor azul toda sua vida que talvez nem a viu passar, mas passou, assim como, todos seus suspiros que se ecoaram pelo universo afora, mas certo de que ele trará alguma “coisa” em forma de mulher, que timidamente, se aproximará de seu jeito acanhado, de seus medos e suas dores e aflições que se misturarão com a sensação tão bem captada pelo coração. Naquele rincão algo me dizia que Nina, aquela menina-moça passaria o resto dos seus dias comigo, mas não sabia se para sempre, mas mesmo que ela não esteja presente aqui na terra o meu mantra continuará viajando sobre constelações sempre a observá-la.

O tempo passou e pouco vou a aquele moirão da porteira. Hoje sou como aquelas gotas de orvalho que precisam da leveza do vento, da amena tempestade, da delicadeza do orvalho, da firmeza do sol, da pureza da chuva, da imensidão do rio, da calmaria humana e da sensibilidade da lágrima, enfim, sendo eu simples poeta, que dizem imortal, preciso muitas vezes ter a grandeza de um oceano que é capaz de alcançar horizontes onde todos produzem substâncias simples, mas potentes o bastante para transformar e se adequar as situações mais inusitadas.


 
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