Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Viver, apenas viver, o hoje, sem pensar no amanhã

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Eu quero e muito, mas quem não quer lembrar tempos idos, daquilo que é gostoso de lembrar e pode vir tudo à mente, tudo ao mesmo tempo, tudo que já aconteceu em nossa vida. As coisas que consideramos o jeito é “passar a régua” ou esfregar a borracha do tempo. Todavia, não irei fechar os olhos para certos acontecimentos, pois quando surgir às mesmas dificuldades, situações, erros ou constrangimentos, nem vou sentir, nem baixar a cabeça ou ficar corado, afinal é a minha vida que está em jogo e sou eu que devo dar o primeiro passo para corrigir meus erros e minhas burradas. Quando olho para o passado e vejo quem fui, quero ter o orgulho de poder dizer que aquele indivíduo era eu e hoje continua o mesmo ser humano. A vida não parou quando cai, porque tive capacidade de levantar, nem quando pensei que ela estivesse parada porque consegui me erguer e prosseguir.

Hoje ao escrever este texto eu peço um tempo para descobrir quem ainda eu sou, ou pelo menos saber quem fui realmente, pois posso estar preso a um passado não tão distante, então o jeito é ficar diante do espelho, olhar fixamente e perceber o que mudou em mim, pois, de fato, com o passar dos tempos a gente sente necessidade de se reconhecer, de ver se existe aquele olhar de sempre, de tentar ler os pensamentos que parecem refletir naquele espelho oval, de saber de tudo, de reconhecer a mim mesmo, perfeitamente, e quiçá, admitir os meus próprios erros e defeitos.

Não escrevo aqui para dizer que sou totalmente certinho e nem para ser uma pessoa cheia de erros. Eu vim para dizer sobre a emoção viver uma vida completa, às vezes com eiras e beiras, às vezes não. À noite quando eu me deitar, quero chorar as lágrimas que eu já chorei; quero sentir saudade da minha infância; quero sentir a vibração de um sorriso vindo de uma linda cena, vivida num lugar qualquer; quero captar todas as minhas lembranças e ter orgulho de todas elas; quero me encontrar nos olhos das pessoas amigas e me impregnar na retina de cada uma delas, assim como, trazer para dentro de meu peito muitas das que encontrei nos caminhos de minha existência. Então, hoje, eu escrevo para não gritar, desabafar se for necessário, colocar no monitor um amontoado de letras com o fito de jamais deixar de ser eu, de não nunca ter deixado de desistir, de sonhar...

Expresso dessa forma porque sei que amanhã posso descobrir que estava enganado em não continuar amando a vida e sonhando, pois o melhor quando se erra é descobrir que o certo era o que a gente sempre quis. Eu posso até errar, mas também tenho a vontade férrea de poder acertar, mas quando eu erro, mas sabendo que todas as pessoas também erram, tal situação vem para que eu não me deprima e nem as pessoas me julguem pelos meus erros, pois todos nós erramos e muito, mas também acertamos muito e isso é fato. Hoje, com tantas pessoas desenganadas pelos médicos, à espera da “passagem” para outra dimensão, sabemos que só Deus pode enviá-la, e eu só preciso olhar para o céu e ter certeza da boníssima pessoa que era para poder receber a brisa que passa pelo vão quadriculado da janela, certo de que serei capaz de sentir daqui as dores de cada um, mas também de viver, porque como diz um autor desconhecido: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.


Sob o sopro e uivos do vento...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Deitado à sombra de um pequizeiro, dormi. Sob o sopro do vento que acariciava meu rosto de repente me senti mergulhando num sono profundo certo de que ele queria me mostrar alguma coisa, e assim, preguiçosamente, meu corpo reagia às intempéries impostas por um sol escaldante e vento forte que fazia levitar as folhas secas caídas sobre o úmido capim, levando-as para outras plagas e sombras de uma árvore qualquer. No sonho vi caracterizado em espelhos d’água um mundo desigual e eles me mostravam vívidos detalhes de pessoas paupérrimas, injustiçadas, oprimidas, mulheres agredidas, gente discriminada, trabalhadores explorados, gente faminta e sem terra pra morar e plantar; o espelho mostrava guerras, catástrofes, criminalidades, ditaduras espalhadas pelo mundo, repressões e tantas outras imbecilidades que me fez acordar em sobressalto, sonho ou quiçá, pesadelo, que me deixou pensativo e sem forças para ajudar a combater tanto mal.

O vento continuava roçando as folhas das árvores e uivava forte, enquanto a sombra já circulava por outros recantos. Veio-me uma angústia que me oprimiu. Lembrei-me de um texto do Evangelho que falava de Simão e André. Eram pescadores e Jesus os chamou para serem pescadores de homens. Tudo o que eles precisavam fazer era segui-Lo e foi aí perguntei a mim mesmo: Quantos anzóis ou redes serão precisos para pescar toda essa gente sofrida? Naquele instante me senti incapaz de acudir alguns, mesmo sabendo que detinha naquele inesperado sonho a força divina que impulsionava todas as minhas ações. Aqueles imensos espelhos d’água pareciam querer me mostrar que eu vivia num mundo irreal. Parecia absurdo, mas era verdade. No mundo tão belo e rico que se estampava diante de meus olhos existiam crianças passando fome, pessoas sem condições mínimas de plantar para a sua própria subsistência; meninos e meninas perambulando pelas ruas, cheirando cola para enganar a fome. Esperava que aquelas cenas fossem apenas “coisas” obscuras represadas na região recôndita de meu cérebro, mas não eram. Cenas mostravam crianças e mulheres que se prostituíam para sobreviverem; noutras passagens, o espelho realçava a Terra sendo destruída pelo próprio homem; chacinas, roubos seqüestros, corrupção, abuso do poder econômico, isto não é irreal ou utopia, é pura realidade, uma realidade que se alastra como se fosse uma coisa natural característica da própria espécie humana.

Diante daquele sol escaldante e sem a gostosa sombra, apenas recebendo no rosto o sopro do vento, senti que era necessário resgatar da memória do tempo os bons fluídos, as riquezas e criatividades produzidas por muitas pessoas cristãs, criteriosas, que pode fecundar esses momentos de reflexão e ajudar a delinear e modelar novos conceitos de vida em face do processo atual, uma vez que, às vezes, encontramos preceitos e normas de comportamento que estão fora de época. O mundo se globalizou então é importante que se recupere a moral dos homens e lhes dêem condições de acompanhar as rupturas que a história maleficamente lhes impôs durante milênios. De outra parte, entendemos que cada pessoa deve se tornar sujeito de sua própria história, de sua própria libertação, transformando a sua realidade com a finalidade de efetivar a justa liberdade coletiva, ainda que de maneira deficitária.

Naquele momento de reflexão, já sem as benesses de uma sombra, mas ainda sob o sopro e uivos do vento, comecei a entender realmente que não só a sociedade brasileira está na UTI, mas todo o planeta Terra. A doença do egoísmo e da maldade domina todo o sistema, onde, de forma excludente, não se consegue realçar a solidariedade como valor extremamente capaz de forjar um mundo mais humano e fraterno. È necessário que a perda progressiva do seu senso ético e o próprio individualismo, um mal que se predomina entre os homens e que todo sofrimento do povo mais fraco, indefeso, deve ser retirado com a inserção do bisturi do amor, alicerçado na raiz da justiça mesmo sabendo que ela está sendo corroída dia a dia por decisões que contrariam os dispositivos constantes na legislação de uma forma geral e na própria Constituição Brasileira. Penso como o internauta Marcos Marques: “A decisão mais justa proferida por um magistrado não é aquela extraída nos grilhões dos textos legais, mas aquela que não retalha sua toga, não fere sua alma e trás paz em sua consciência.”


Carnaval, eu não fui, nem vi, e na TV, fingi que vi.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Dias atrás um amigo missionário me pediu que elaborasse um texto sobre o que eu achava do carnaval. Olhei fixo nos olhos dele e pela sua fisionomia logo observei que o danado não gostava desse tipo de festa. Ele a acha profana, que transgride regras e não está de acordo com os preceitos religiosos. Na realidade, ele tem certa razão considerando algumas definições oriundas desde a antiguidade. O Carnaval é uma festa marcada pelo "adeus à carne" e que a partir dela se fazia um grande período de abstinência e jejum, como o seu próprio nome em latim "carnis levale" explicita. Desde aqueles tempos para a sua preparação havia uma grande concentração de festejos populares. Cada lugar e região brincavam a seu modo, geralmente de uma forma propositadamente extravagante, de acordo com seus costumes. Se formos analisar o carnaval praticado hoje, nada mudou, até certo ponto piorou, basta ver as alegorias que extrapolam limites da tolerância e a nudez que se escancara nos clubes e avenidas da cidade.

Pois bem. Respondendo ao amigo disse: Vi na TV, mas fingi ver. O carnaval que assisti no meu AP trazia nada mais que um momento de alegria, mas me contentava, ou simplesmente, nem esquentava a “moringa” de ver apenas na TV o povo dançando, ou pulando, sei lá, de forma desengonçado, fora do ritmo, frenéticos. Meus olhos se fixavam na multidão, meus ouvidos ouviam sons que não se combinavam e vozes que estavam fora de ritmo ou tom, os quais tentavam mostrar encaixes musicais perfeitos entre os batuques, mas para aquele povo pouco importava, pois na emoção, sequer notavam pessoas desconhecidas beijando entre si, outras drogas, bebuns carregando latas de cerveja nas mãos e outras esparramadas pelo chão, mas havia outras cenas, impróprias, obscenas, que me deixava horrorizado; nas calçadas lixos aos montões, e ainda, o descompasso musical, a pronúncia errônea das letras e a falta de entonação.


O que faz um cara como eu notar tudo isso e ainda enxergar no meio da multidão uma garota serelepe com roupa de anjo dançando abraçada com um cara fantasiado de capeta? Será que existem explicações para esse tipo de comportamento e qual o meu interesse em observar a menina fantasiada de anjo, pulando feita doida com o “capeta”, cantando sabe-se lá o que, ao lado do trio elétrico? Mas era tanta beleza que fiquei pasmo diante da TV. Fiquei reparando, talvez ela nem se preocupasse com a sua estética, apenas eu. Quanto a ela eu também fingia que não a via, todavia, bem que tentei, mas ela requebrava demais, era tanto molejo que me esqueci em certos momentos de fingir e ainda era possível escutar sua voz que ecoava no meio da multidão, no entanto só não entendia o que ela cantava e nem a letra, qual música ou canção, mas nem me importava com aquilo ou fingia que me importava. O tom de voz do seu amigo, o capeta, esse sim, nem se fala, parecia coisa vinda de outro planeta ou do além. Quem assistiu aquela cena pela TV não venha dizer que não viu, sentiu ou fingiu não ter visto. Ora, um homem do sertão como eu que gosta de um som de viola, de ouvir uma música romântica, de bolero, e até de um forró bem tocado, jamais iria querer ouvir axé, arrocha ou outras batucadas amalucadas de carnaval, que na verdade, há muito vem detonando o verdadeiro samba canção. No entanto, quero que os foliões me desculpem pela minha franqueza, pela falta de apreço que tenho por essa festa popular e da minha frieza por não saber me apegar a esse tipo de dança, pois é verdade que, ao final da festa, sobrarão apenas camisinhas, adereços, serpentinas e máscaras no chão.


Na quarta-feira de Cinzas quer queira ou não termina o Carnaval, mas para a maioria dos amantes dessa festa, é nela que o ano começa o ano oficialmente. Para outros como eu e você que temos opiniões contrárias, já estamos vivendo o novo ano desde 1.º de janeiro. Entre os dias 25 a 28 de fevereiro os carnavalescos já começam a viver com intensidade o carnaval. Então insisto com minha opinião: Quem festejará o carnaval com verdadeira alegria neste momento difícil em que passa o Brasil? Quem manterá a alegria, o bom humor e a irreverência pós-carnaval? Queiram ou não, o folião passará por emoções perigosas, por arrastões, por momentos que talvez nem esperem, como por exemplo: assaltos, balas perdidas. Ademais, com o carnaval virão desilusões, incertezas e até mortes poderão ocorrer se não se cuidarem. Pois bem. O Carnaval se aproxima e para quem ainda pensa que o ano ainda não começou e quer repensar, dar uma reviravolta em sua vida, comece agora e tente recuperar o lapso de tempo que perdeu e poderá perder pós-carnaval. O Brasil precisa de você lúcido, sem máscaras! Chegou à hora de muitos tirarem suas máscaras, é hora de usarmos a nossa própria fantasia – a real, e não a fantasia que outra pessoa usa – a surreal. Quanto ao que pretendo fazer neste feriadão, o meu desejo é conhecer o VALE DO ÉDEN do meu amigo Edgar Barbosa e como fantasias a de sempre: calça jeans, camisa xadrez, chapéu de palha, botina, violão, um radinho de pilha, tralha de pesca, repelente, iscas e anzol, portanto, desta vez, também não irei, não vou assistir TV e nem fingir que assisti.


Uma viaje para além dos horizontes...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Às vezes torna-se necessário fazermos escolhas por mais que haja lamentos. Às vezes devemos nos aquietar e deixar que o nosso coração bata lerdo. Às vezes devemos aceitar que a nossa imaginação continue pra lá de maluca, que ela nos leve para além de mais além dos horizontes, onde nossos olhos dificilmente possam enxergar. Então caro leitor, peço sua licença e se possível, procure entender o título ou o texto em si, se ele está fora do contexto, não fornecendo a informação necessária para que você consiga descodificar a mensagem. Caso descodifique e não vê relação nenhuma peço aqui minhas desculpas. Mas no que tange a você só te peço uma coisa além do pedido de desculpas: Pare de culpar a vida e veja até onde vai o teu horizonte. Pare de ter pena de você. Se aceite como és. Não se culpe. Não se estrepe. Não se mate. E pelo amor de Deus, olhe no espelho, se perdoe, e se tiver vontade, peça desculpas e perdoe o seu semelhante. Somos todos culpados, se quisermos. Somos todos felizes, se deixarem.

Pensando esquecer-se de muitas escolhas lamentáveis e apropriando de minha imaginação maluca, certo dia nem entendi o porquê, mas fui tomado por uma sensação estranha quando descansava à beira de um rio numa região inóspita, como a um passe de mágica me senti um aventureiro naquelas brenhas selvagens, que embora perigosas, aconcheguei-me com minha tralha de pesca para escutar o som das águas do Rio Babilônia e o que tentavam me dizer. Joguei o anzol e voltei os olhos para a densa mata e nem conseguia discernir quais tipos de pássaros pousavam e cantavam nos galhos. Só sei que pesquei lambaris naquelas águas piscosas, e num momento de nostalgia me vi envolvido pela emoção e sem pestanejar, entreguei-me a um amasso imaginário de uma linda mulher cujas bolhas de águas que envolviam o seu corpo eram levadas com leveza pelo vento que nem pedia licença. O belo vulto de mulher iluminado pela luz tênue do sol estava adornado por folhas secas que caiam sobre o rio. Ela emergia e imergia naquelas águas profundas, num vai e vem sensual inesquecível. O rio, e eu, já em minha canoa, assim como o esbelto corpo, parecíamos querer seguir céleres à procura de um lugar distante, ir para além de mais além, atravessar horizontes, seja enfrentando leitos com declives e curvas perigosas, seja recepcionando as brisas vindas de outros rincões, seja sob o gorjear dos livres pássaros, pois tudo parecia querer mostrar-me que outros aventureiros que por lá passaram viveram o amor e jamais ouviram falar de violência, poluição ou da existência da brusquidão do quente asfalto de uma cidade e dos ruídos infernais produzidos por suas máquinas insones.

O caudaloso rio seguia sem rumo, onde os olhos jamais poderiam enxergar, onde a natureza não mostraria sua face, onde não se ouviria suspiros nem gemidos, onde não se veriam cidades incharem, onde não se respirariam o mesmo ar do ser humano. O rio tem o seu leito e nele seguirá navegando sobre ele, mesmo que sinuoso, suscitando sons inebriantes entre levezas ribeirinhas e pequenas quedas d’água, tudo sob o silêncio sombreado das árvores que debruçam sobre suas águas límpidas e deleitam em suas rústicas margens. Aquele dia me fez recordar de coisas obscuras impregnadas em meu cérebro há tempos, e com emoção à flor da pele, restou-me quedar diante daquele ambiente místico, esquecer-se dos sustos da cidade, das enfermidades, da violência, da criminalidade e dos cotejos de morte.

Naquele recanto aprazível procurava fugir do meu mundo real, encaixotar de vez minhas ansiedades, aflições e sensações oriundas do mundo profano e de certa forma, procurar entender a própria existência do homem no universo e acreditar firmemente na existência de Deus. As atitudes de cada um por mais crentes que fossem, considero que a demonstração de fé, caso não seja rejuvenescida ante ao Criador, continuará sendo apenas uma gota de orvalho que não tem mãos para levantar aos céus e pedir ajuda, pois rapidamente se evaporará sob os raios de sol. Não importa se vamos mais além daquilo que podemos enxergar, seja para ouvir ou assistir o nascer de um novo amanhã. Por extrema necessidade há momentos que temos de fazer uso das asas da imaginação para voar na tentativa de visualizar nesse amanhã uma vida nova, e possivelmente, numa curva qualquer, encontrarmos a fé em Cristo que tantos procuramos.

Naquele dia o sol se pôs no horizonte e por entre as folhagens das árvores ele me entregou a lua que já nascia soberba detrás da densa mata. Não obstante o palco mostrado pela natureza se diversificasse a cada momento, o rio seguia seu rumo em silêncio e eu o acompanhava com olhar complacente de um admirador. Era óbvio que ele passaria por serrados ingentes, matas e mais além, encontraria queimadas praticadas pelo próprio homem. Sabia que o fogo atiçado sobre o capim e galhos secos tornaria suas chamas ardentes, implacáveis, os quais, silenciosos, quedariam esbatidos sobre a terra que já chorava de dor. Por mais que procurasse me aquietar naquele final de tarde não conseguia ficar indiferente e como ambientalista precisava agir não obstante saber que a vida humana é cheia de contrastes em relação ao ambiente em que vive. A sua ação devastadora fez-me voltar ao meu mundo real, esquecer aquela imagem surreal, dos mistérios e mitos contados por moradores ribeirinhos para poder soltar os pequenos flashes guardados em minha memória, onde se encontra níveis insuportáveis de violência, de corrupção sem controle, de descrédito absoluto da classe política, de apagão ético e moral e de toda a sorte de agruras que o cidadão vem enfrentando, impotente, sem ter a quem recorrer. A sociedade está órfã e este fato me fez “cair na real” e procurar ir para além de mais além dos horizontes, talvez inerme, em busca de um mundo desconhecido.




 
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