Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

O sonho e a bicicleta

terça-feira, 26 de junho de 2018


Há dias vinha sonhando com caminhos estranhos, incertos, estradas e trieiros cheios de poeiras e pedras pontiagudas que feriam meus pés descalços. Sempre quando acordava ficava preocupado com essa repetição de sonhos: apareciam os mesmos caminhos e eu andando á pé meio perdido e com certo cansaço. Numa manhã ao levantar fiquei pensativo por instantes e depois questionei ao meu próprio sonho porque não me deixava sonhar pelos menos pedalando uma bicicleta. Este questionamento eu fiz por vários dias, mas numa certa noite, como por encanto, quando me aproximava da primeira estrada de chão deparei-me com uma bicicleta que estava encostada no tronco de uma árvore. Parecia que o sonho estava de brincadeira comigo, mas mesmo assim agradeci. Peguei a bicicleta e comecei a pedalar. Não posso dizer a marca dela porque senão a indústria teria que me pagar pela divulgação, mas era novinha em folha. Pensei comigo mesmo: Como a gente pode sonhar dentro do próprio sonho e ainda tudo possa parecer impossível. A gente deve lutar ainda que o inimigo seja invencível nas estradas poentas. A gente deve andar ou pedalar por onde o corajoso não ousa ir. A gente a cada passo ou quilômetro percorrido deve transformar o mal em bem, ainda que seja necessário caminhar mil milhas por estradas incertas e sinuosas. A gente deve amar o puro e o inocente que encontramos pela frente, ainda que seja inexistente. A gente deve resistir aos obstáculos encontrados, ainda que o corpo pareça não resistir mais.

Ao final da caminhada possamos alcançar outras estradas não sinuosas, ainda que pareçam inalcançáveis. E a vivência de tudo isso é como andar de bicicleta, mesmo que no sonho a gente almeje ter uma moto ou um possante. Viver nada mais é do que aquele desejo de mudar o mundo ao seu gosto, e aquele sonho real que eu tive que parecia impossível e hoje não cabe na minha realidade, pois passo por aquelas estradas na minha camioneta, mas jamais deixei de agradecer ao meu sonho por ter me oferecido uma bicicleta.

Ao recordar daquele sonho procurei em minha mente manobrar com maestria aquela bicicleta, pedalar bem, equilibrar, não parar para não cair. E durante o silêncio que pairou naquele sonho, assim como nos sonhos que se seguiram, procurei ficar acordado durante enquanto sonhava se é que é possível isso. Pedalava ligeiro, cortava estradas e trilhas em regiões inóspitas, sem qualquer moradia para que eu pudesse acenar e mostrar prá eles minha alegria. Respirava poeira, escutava sons emitidos pelo vento, procurava esconder do escaldante sol, me esquivava dos barrancos e das travessias impetuosas que nem contabilizava, pedalava, freava quando me sentia diante de um precipício, de um ocaso, mas sempre em busca de novos ares. Quantas vezes eu andei e pedalei em silêncio, como a um morto, mas era mais vivo que os demais, pois entendi que não há sonho impossível para quem nunca desiste e acredita que intransponível é um lugar que não existe.

Eu tenho sonhos, tenho arrependimentos. Penso coisas impossíveis e não suporto quando alguém diz que estou errado, pois sempre trilhei no rumo certo. Sempre tive vontade de crescer, mas ao mesmo tempo, não deixar de ser criança. Sempre tive plena convicção de que as pessoas que falam dos outros pra mim, vão falar de mim para os outros. Acredito que o mundo pode mudar se todos fizerem a sua parte e quando escrevo às vezes me perco nos meus pensamentos e acabo contando meus segredos que são levados pelo vento, mas felizmente, ninguém o vê passar. Sou viciado em textos e legendas poéticas extraídas de coisas do cotidiano que podem estar acontecendo comigo.

Eu sou imprevisível. Tenho o péssimo hábito de olhar para as coisas com certa desconfiança. Tenho mania de escrever e quando estou escrevendo é para dizer o que penso, mas não obrigo ninguém a escutar. A pessoa lê se tiver vontade, pois a gente não escreve para agradar todo mundo. Eu não escrevo para agradar ninguém, é sério o que falo, mas é serio também que muitas pessoas gostam e elogiam o meu trabalho e a forma com que escrevo. Eu sigo o meu coração não importa para onde ele vá. Cultivo os amigos e não as mágoas. E tento ser uma boa pessoa. Para os outros e para mim. E quem nunca sofreu, chorou e achou que o mundo ia desabar não se deu conta que algumas dores só cicatrizam quando outras aparecem, principalmente quando a gente se transforma num Condor: Uma dor aqui, outra ali, outra lá, outra acolá. Por essas outras razões é que procurei decifrar meus sonhos e entender o porquê ele me deu uma bicicleta, ao invés de uma moto ou carro. Acredito que não foi por bondade e nem em razão de meus feridos pés, mas para me dizer que sonhar não é pecado e ele jamais respinga coisas surreais. Respinga segurança, intensidade, perfeição para que tenhamos modos perfeitos para agir. Para alguns eu sou mais uma pessoa querendo ser diferente, para outros eu sou a própria diferença.



Holocausto ético e moral no Brasil

quinta-feira, 14 de junho de 2018


Durante um estudo acadêmico sobre ética, à luz da experiência do Holocausto nazista, vi que estas palavras se desenvolveram rápido na última década. Na minha própria perspectiva sobre ética à sombra do Holocausto vi que ela se moveu muito e na mesma direção de outros autores. Mas eu enfatizaria quatro áreas cruciais para a discussão, que são bem tocadas em alguns escritos. São a questão de como entendemos o papel de Deus na história humana depois do Holocausto e as implicações para senso de responsabilidade humana, a centralidade dos direitos humanos na auto-definição religiosa, a influência de estruturas no comportamento moral e no papel do ritual no formar da moralidade pública. Entretanto, no que concerne ao tema proposto, dentre todas as violências que enfrentamos a ética e a moral talvez sejam as frases mais perturbadoras no momento político brasileiro, porque não são silenciosas, estão a olhos vistos, causam espantos na sociedade e permitem durarem para sempre caso não haja uma interferência urgente da justiça brasileiro, porque se dependermos do Congresso Nacional o holocausto será ainda maior.

A falta de ética e moral, que neste texto denomino-as de corrupção ativa e passiva, são capazes de permitir que milhares brasileiros morram em hospitais e a cada dia vimos o direito do ser humano ser jogado no lixo. Trata-se de um holocausto praticado pelo próprio governo infestado de corruptos, com a conivência de parte do judiciário que nada faz para acabar com a famigerada imunidade parlamentar, que a invés de incriminá-los judicialmente e prendê-los, traz à tona o que está à margem da imagem de um holocausto, não dá voz a quem precisa e cala que tem o dever de informar, talvez eles os considerem inconvenientes à justiça que define quem pode ser ouvido ou não, quem pode ser punido ou não, quem pode ser solto ou não, mesmo eles trazendo na “bagagem” um mar de corrupção.

Neste sentido, as cenas que assistimos durante um julgamento de alguém, principalmente os do Poder, transmite uma poderosa insatisfação e a não necessária mensagem por meio dos debates jurídicos onde falam dos algozes da nação, com intensidade, como se o povo não merecesse o respeito devido e a não definição de quem merece ser ouvido, de quem merece ser calado, de quem merece ser respeitado. São coisas que vêm sendo discutido há décadas mostrando a sociedade o seu espaço, encurtado, e à difícil tarefa de se lidar com os gritos do povo brasileiro. É uma realidade tão real que traumatiza, é tão indigno o “modus vivendi” do povo brasileiro. A nossa justiça maior está se direcionando para aquilo que não quer reconhecer entre o errado e o verdadeiro e ainda transferir a carga processual para outro órgão da justiça para amenizar o ato corrupto praticado. Conclui-se então que são loucos aqueles que se arrastam pelo chão da honestidade, com olhar vago, corpo carcomido pelas intempéries e sons irreconhecíveis de uma voz rouca que tenta gritar por liberdade.

Destacamos no título deste artigo a ética e a moral que estão sendo distorcidas e destruídas em uma sociedade corrupta, neoliberal e capitalista. No Brasil, o que é lúgubre, efêmero, inescrupuloso e imoral está substituindo os valores morais por valores de má fama. Que País é este onde o que o ter vale mais do que o ser? Que administração é esta onde a perversidade e a mau caráter se propaga mais rápido que a velocidade da luz? Que País é esse onde se vêem corruptos e corruptores por todos os cantos?

Sobre o holocausto ético e moral que vem ocorrendo no Brasil sou obrigado a concordar com o texto de Agatha Faria: “Se um dia tiveres de optar pela ética e a moral escolha a ética. Pois a moral, ao contrário da ética nada mais é do que um conjunto de regras que faz de você um submisso da sociedade, a ética por sua vez, faz de você uma pessoa audaz, que age e fala de acordo com seu interior, suas ideias, com aquilo que parece ser realmente certo e não com o que os demais dizem ser o correto”




Existir, eis a questão.

quarta-feira, 6 de junho de 2018



Há tantos anos um amor inócuo e profundo vem persistindo tão constante quanto à existência do mundo. Eu nasci, lutei, vivi, sobrevivi e até chequei perto da morte. Não entendia o porquê de ter sido tão abençoado durante o meu existir. Foram incontáveis os anos vividos cheio de nuances que nem deu para contabilizá-las. Sonhei, deixe amontoar em minha mente versos e mais versos que fazia sem me inspirar no clarão da lua ou de um belo amanhecer. Quando escrevia me sentia voando, alcançar o imaginário e vibrar com aquele imenso espaço que eu mesmo criava em meu subconsciente, tudo com intuito de superar dores, buscar alegrias e coragem suficiente para um viver melhor. Mas tem dia que chega o momento da gente não mais poder voar, desaparecer, ir à busca de um mundo inóspito ou subir ao cosmo e brilhar como a lua e as estrelas, e tentar aportar perto de cada um deles e ver suas sombras cobrirem a imensidão do universo.

Não sei dizer se o meu existir me cansa ou se eu é que me sinto fadigado diante da minha existência. Repito sempre, ou quase, sobre os lamentos do dia-a-dia, desde o momento em que me levanto e vou ao trabalho, do regresso de um lugar aprazível ou quando descanso no dia seguinte para começar tudo de novo. Essa é a mudança que muitos não aceitam de forma alguma, principalmente se uma oportunidade lhes é ofertada. Ter que recomeçar alguma coisa ou tudo de novo, abala-me e sei que acontece com muita gente, pois assim é a vida, corriqueira e imutável, que pode trazer segurança, mostrar os caminhos, os atalhos, os desvios e as curvas que muitos devem evitar.

Avançar, recomeçar é preciso, principalmente quando o que temos já não nos satisfaz. Recomeçar é sempre possível quando colocamos de lado as dúvidas, pois perdedor na vida não é quem tentou e não conseguiu, mas sim aquele que abandonou a coragem e perdeu a fé. Sei que o mundo me prefere com dois braços e duas pernas, mas poderia ser muito mais. Sorrir às vezes cansa. Chorar também. Mas o que mais cansa é procurar desesperadamente um intermediário e esquecer que o mundo é mais que aparências. Eu procuro ser correto. Mas ser correto demais diante de um mundo profano em que hoje vivemos também cansa. Porque ninguém leva a sério alguém que passa a semana reclamando pra ficar bem na semana seguinte. É como se a gente fosse ser feliz pra sempre ou triste pra sempre.

Eu gosto do diferente, às vezes canso do igual, de sonhos iguais, de vestimentas iguais e de conversas iguais. Cansei de virar as páginas da minha vida. Estou na hora de mudar de livro e folhear outros e roçar meus pensamentos com novas idéias. É gostoso sentir essa vontade mesmo sabendo que sempre me senti muito bem vivendo cheio de certezas e dos momentos que inventei para ser o que hoje sou. Sei que faz muito tempo, mas viver repaginando os meus e outros livros, tem-me deixado tão leve que parece fácil continuar, totalmente diferente na minha existência que, além do azedo que talvez possa estar carregando nas minhas entranhas, ainda assim queria que as lembranças azedas fossem excluídas de minha mente e nelas incluídas, mais além daquilo que gosto. Talvez eu esteja sendo pretensioso demais ao projetar neste texto um modo de viver e de existir, pois é sabido que a vida é muito mais que só existir.



 
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