O valor de
um povo está nas causas que abraçam, nos projetos que constroem em prol de sua
comunidade. Na história de sua luta que sabemos insana em prol da democracia
plena, carregam o suor, lágrimas e alegrias proporcionadas quando consegue ter
um espaço num jornal para poder se manifestar, alcançar objetivos, defender e
conseguir benefícios em prol de um povo sofrido. Quanto mais restrições
impõem à liberdade de expressão, no mesmo montante desejamos vê-la
restabelecida, assim como, da mesma forma ansiamos por vivê-la. É bem verdade
que cada um sente e entende a liberdade à sua maneira, mas o importante é que
todos concordam num ponto: a liberdade é uma das mais preciosas e belas dádivas
em nossa vida. Em última análise, para não sermos desumanizados, precisamos de
liberdade, de justiça, de paz. Tudo isso está relacionado, na vida de cada
homem e na existência de toda a humanidade.
O jornal
Diário da Manhã criou um caderno especial, intitulado 56 nos de liberdade,
estampando obras riquíssimas, quadros e esculturas de renomados artistas
goianos que teve o condão de abrir novo horizonte de liberdade de imprensa. A
cada edição ficava surpreso quando via estampada fotos de muitas pessoas
amigas, artistas consagrados, já com os rostos carcomidos pelas intempéries do
tempo, olhos perdidos na escuridão de seu próprio ser, mãos calejadas e cabeças
tomadas pela calvície, mas estavam ali firmes, manuseando os pincéis da
liberdade. É o passar dos anos que os tornaram assim, mas, o importante é
que eles continuam com suas mãos mágicas, ora massageando o barro, ora os
pincéis, enfrentando as adversidades e as intempéries do tempo em
busca daquilo que lhes dão prazer: a pintura, a escultura.
Conheço a
maioria deles, pois faço parte deste glorioso movimento da arte e, mesmo não
usando os pincéis, procuro ser parceiro através da escrita, elogiando ou não,
mas levando o meu apreço a estes baluartes que com suas obras contagiam a
todos. Nutro por toda a classe uma profunda admiração, porque durante
este lapso de tempo os vejo carregando suas telas, ora pra ali, ora prá acolá,
expondo, às vezes com dificuldades, em vários locais de Goiânia e até fora do
Estado de Goiás. Não quero aqui destacar obras ou nomes daqueles cujas fotos
foram estampadas no jornal porque pode me falhar a memória, mas como disse numa
crônica anterior: “... devo pedir desculpas por não citar os nomes dos artistas
goianos que passaram pela coluna do Diário da
Manhã que são muitos, pois a página que ele me cede é pequena e não
caberiam todos os nomes. Se entenderem que a arte é uma coisa imprevisível, uma
descoberta, uma invenção da vida, abstrata ou não, que nos move, nos eleva, nos
transporta a um mundo surreal, é lógico, nos deixam encantados e fascinados
pela vida, então, apenas peço que usem o mundo da imaginação e façam de conta
que os seus nomes aqui citados estão”
Hoje, a
corrida do Diário da Manhã não é contra o tempo. É com o tempo. Sabe que o
futuro é agora, o presente já é quase ontem e o passado é a história construída
por cada uma deles ou de nós articulistas. O jornal abriu espaço com título
“Opinião Pública”, e para os artistas goianos, um caderno especial, então, é
momento de todos usarem de sua sabedoria, pois quando se lutam com sabedoria,
tem sempre o tempo a favor. Mesmo nas horas mais difíceis, em momentos de
turbulências e vendavais; diante das mais terríveis tormentas e tiranias
sociais, e agindo com coerência, respeito mútuo e sensatez, todos
sairão fortalecidos, porque o saber está para o ser humano como está para o
vinho. E que a luta do Diário da Manhã, seus ideais e projetos sejam
vitoriosos, rumo a um tempo de união e paz que hoje se frutifica e que cada
semente possa fortalecê-lo, como seus abnegados editores, que sem picuinhas e
notícias truncadas, e com seu grito de liberdade, continue proporcionando a
sociedade o direito de defesa, o legítimo trabalho, dignidade e solidariedade
entre os homens, como já se vislumbra há tempos em todas as suas edições.
O Diário
da Manhã, como seu projeto inovador, tornou-se o porta-voz daqueles que se
sentem injustiçados, abrindo as comportas para que todos se manifestem, sempre
lembrando o momento do reencontro do passado, presente e futuro com uma
história de luta e sofrimento, defendendo a liberdade de imprensa, deixando de
ser massa de manobra, de rastejar como cobra e impedida de usar o saber
em prol de seu ideal democrático.
Magnifica a forma que o autor coloca sua ideia e ideais. Parabéns DM. As comportas se abrirão deixando um rastro de humanidade, cultura e arte!
ResponderExcluirObrigado, suas palavras são um incentivo para mim.
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