Luto tanto
em busca de um ideal, de um direito de viver, de um direito de pensar, de um
direito de falar, e quando tiver vontade, até de um direito de sorrir, então
por que não me alimentar do direito de sonhar e buscar os sonhos que perdi?...
Afinal, sonhar sonhos que me acalentavam vai muito além do meu viver, do meu
pensar, do meu falar, do meu sorrir e não há lei que mensurem esses sonhos, ou
sonhos meus. Tem gente que diz que não sonha – dormindo. O meu sonho, que é
sonho real, me mantém acordado, deixa-me desperto à vida que passa por mim.
Pelo menos sonho muito mais acordado que dormindo, assim penso eu.
Não vou
apelar aos livros de autoajuda e nem de postagens que procuram definir sobre
sonhos, por que acho que não preciso deles e nem neles terão definição, mesmo
os que se foram ou se esconderam na região recôndita de meu cérebro. Quem
procura livros que tentam definir sonhos é por que, ao que parece, não entende
a mensagem subliminar deles que é o ápice de sinceridade ou da tentativa do
autor querer defini-los, mas os meus não estão lá paginados. Eles são somente
meus. Acho que para compreender o conteúdo de um sonho é preciso, antes de
qualquer coisa, perceber o esforço de quem elabora uma autoajuda para pessoas
que nem sonham, e quando acham as que sonham, não elencam os pormenores e nem
catalogam de forma decifráveis os sonhos delas. Se o leitor aprender isso,
entendo que é o básico, pode conseguir, talvez uma graninha, faturando com o
lançamento de um livrinho da mesma espécie – aí, sim, a autoajuda ao leitor
pode ser concretizada. Não acredito em outra forma, pois ninguém sonha igual.
Também
penso que não preciso de permissão para sonhar meus sonhos, sejam sonhos reais
ou imaginários, seja dormindo, ou acordado. Nasci com o direito de sonhar e
pronto. A escolha é minha. Claro que, às vezes, não consigo controlar meus
sonhos sonhados, enquanto durmo. Por isso tenho pesadelos, talvez sejam os
mesmos que tiram o sono de tanta gente por aí, por aqui, em todo ou qualquer
lugar. Mas, acordado, tenho o direito de sonhar todos os sonhos que almejo
alcançar e recuperar os que já se perderam durante minha existência. O direito
de reprisar sonhos é porque tenho a certeza que eles sempre estarão no mesmo
lugar, fato que me dá direito de sonhá-los e reprisar aqueles que me fizeram
bem.
Penso
mais. Penso que sonhar é exercitar o máximo a minha liberdade. Ninguém tem nada
a ver com isso, direta ou diretamente, para querer me “guiar”, ou proibir-me.
Sonho o que bem entendo e o que almejo sim. Fim de papo. Há quem busque
concretizar os sonhos sonhados. Isso já resulta em trabalho, obviamente, mas
não é impossível, seja que sonho for. Outros preferem continuar refugiando-se
nos sonhos sonhados, como se houvesse jeito de mantê-los distanciados da
realidade vivida. Estão apenas fugindo do real.
Se o brilho do olhar denuncia os sonhadores e não há como esconder este
fato e de exercer o direito de sonhar, então os meus olhos brilham. Quem sonha,
sonha adiante do que vive e quando o sonho é bom, reprisa ou tenta reprisar.
Isso é realidade. Certo dia, isto há bastante tempo, estava eu diante de alguém
que verbalizava uma lista infindável do que me era proibido. Escutei tudo, em
silêncio, enquanto eu pensava: Você pode me proibir de tudo ou quase tudo, mas
eu vou continuar sonhando os meus sonhos, dormindo ou acordado. Sonhar para mim
passou a ser vital. Mas o pior é que tem gente que não se acha no direito de
sonhar e isto é lamentável. Já ouvi muita gente, envergonhada, contar que teve
um sonho lindo com alguém, até meio íntimo, num lugar aprazível. Que bobagem se
era apenas um sonho! Os sonhos, em geral, são uma experiência individual,
abrindo um caminho para o interior de cada um. Quando você tem alguma pendência que precisa ser solucionada
ele se repete, não importa qual noite, mas repete. O sonho se repetirá sempre
que o problema estiver em evidência na sua vida. É um mecanismo da própria
mente, que processa e assimila experiências da própria vida e cada um tem a
sua, por isso os sonhos não são iguais.
Mas é claro que cada pessoa sonha de um modo diferente, próprio. Não
existe um modo "normal" de sonhar. Tem gente que sonha um sonho bom com pessoas que sequer
conheceu. Eu mesmo tenho sonhos repetidos, ora alçando um voo, ora passando por
um mesmo caminho, ora subindo um muro, parede ou montanha cheia de obstáculos
que não consigo vencê-los, mas quando realizo aqueles sonhos na vida real, eles
não mais se repetem. É incrível isso! Às vezes sonho um sonho tão gostoso que
não gostaria de acordar, mas se acordado, jamais desistiria de concretizar esse
sonho. Há os sonhos reais, com pessoas reais..., mas acho que o sonho dormido
ainda é pouco para alimentar a vida acordada. Vou mais longe. Se há
interpretações quanto a sonhos, às vezes até inimagináveis, enquanto dormimos
somente nós mesmos sabemos, “na íntegra”, o significado deles e da forma que os
escolhemos sonhar. Nem sonhando, outras pessoas conseguem imaginar o que
sonhamos. Isto é salutar, pois tudo isso é vida, mas é importante frisar que a
vida também se acaba, assim como o sonho não alimentado ou vivido. Os sonhos
que não forem buscados, assim como, se seus sonhadores ficarem ineptos pode
envelhecer, principalmente, quando os abandonarem. Bons sonhos a todos, mas,
por favor, não interfiram porque estou em busca dos meus!
Eu vivo à acalentar um único sonho que por vezes o vejo tão distante... E quando esse cantinho venho visitar eu volto a me inspirar e a sonhar.... Parabéns amigo!!!!
ResponderExcluirEu vivo à acalentar um único sonho que por vezes o vejo tão distante... E quando esse cantinho venho visitar eu volto a me inspirar e a sonhar.... Parabéns amigo!!!!
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