Certo dia
em homenagem a uma amiga professora, escrevi que ela ou quaisquer outros
professores deviam procurar ir além do quadro negro, pois ninguém realiza mais
transformações que eles, os professores, e por isso, esquecer o giz e apagador
e criar outros moldes ou aplicação de outros métodos de ensino à sua sagrada
missão de ensinar são imprescindíveis. Posso até estar sendo ousado em dizer
isso, mas hão de se convir que ninguém seja mais revolucionário que um
Professor ou Professora, bastam querer. Afinal, mesmo com os baixos
salários, muitos, independentemente disso, cultivam os valores universais que
elevam templos ao “amor, honestidade, humildade, respeito, responsabilidade,
simplicidade, tolerância”, entre outros itens não menos importantes.
A
professora que me inspirou a escrever aquela crônica é uma goiana da “gema”,
que eu homenageio como “A Deusa do Pequi”, pois é um dos maiores exemplos de
que a candura - e não o exercício da dureza, inflexibilidade e
irracionalidade – é que provoca, com efeito, as transformações de que o ser
humano se vale para vencer as suas limitações. E quando a candura vem de um
anjo, nascido em plagas goianas para fazer apenas o bem, essas mudanças
agenciam as revoluções que fazem o indivíduo alvo daqueles ensinamentos darem o
salto, que o elevará aos píncaros da glória, ou quiçá, dos quadros negros, onde
o giz e apagador se tornam meros objetos diante da competência, do amor, do
respeito e do bem querer para ensinar.
Foi e será
sempre assim. Sua meiguice e sua ternura percorreram a sua existência semeando
as virtudes celebradas por sua grandeza espiritual que explodiam no seu
magnânimo coração de mulher, mãe e educadora. E quantas pessoas ilustres que
receberam seus ensinamentos, muitos delas ocuparam e ocupam cargos de
relevância, uns são doutores da lei, outros são administradores por excelência.
Porém alguns pupilos acabaram brilhando nos céus da política e todos eles lhe
rendem o preito de gratidão e afeto, em face do muito que recolheram como
aprendizado intelectual e de vivência, apreendendo mais, ter respeito com
erário publico e ser probo.
Num
reconhecimento unânime ela exerceu durante anos e anos seguidos as elevadas
funções de professora. Quantas vezes com seu mísero salário ela adquiria
uniformes e sapatos para alunos seus, que sabia serem eles absolutamente
carentes e alguns, talvez por influência, exerceram com sabedoria e eficiências
as funções no campo educacional, devotando-se a pedagogia, distribuindo
conhecimentos e preparando melhor o cidadão, sedimentando em cada um, através
de seus ensinamentos e exemplos edificantes onde só vence na sociedade aquele
que persevera no estudo e busca do conhecimento. “Educar é semear com sabedoria
e colher com paciência”, nos diz Augusto Cury, no ensaio “Educação e
Sabedoria”.
Conheci
alguns dos seus ex-alunos e observei a intensidade da gratidão, da saudade e do
respeito gravados nos seus cérebros e no coração de cada um, por conta das
recordações advindas do período em que recolheram a suprema glória, que a
condição de alunos da Grande Mestra lhes propiciou como chance de subir na
vida. Afinal, Deus, na imensidão da sua sensibilidade divina, não colocaria na
terra, um anjo comum. Não! Não colocaria mesmo! Para construir o oceano de
chances para alguns predestinados, só um Anjo superior, poderia e deveria ser
escolhido, com a candura e a firmeza da amiga professora que ora me abstenho de
dizer o nome, mas quando ler saberá que é para ela que escrevo, pois nas
entrelinhas, poderá separar usando de sua percuciência, proficiência,
descortino, devotamento e rara capacidade que tem de discernir o que está
escrito e ainda separar o joio do trigo.
Em razão
do que escrevi, peço permissão para, nesses dias políticos tumultuosos,
homenagear todos os educadores, os quais estão decepcionados com a educação
atual e de ver tantos políticos, talvez alguns fossem até alunos seus, falando
asneiras diante da TV no Congresso Nacional e em Câmara Legislativas, cometendo
atrocidades e outros atos nefastos que denigrem a sensibilidade humana como se
nunca tivessem ido a uma sala de aula e nem entendem que estão no pedestal-mor
ou nos píncaros da glória graças aos ensinamentos recebidos pelos abnegados
professores.
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