Ensinamentos além do quadro negro...

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Certo dia em homenagem a uma amiga professora, escrevi que ela ou quaisquer outros professores deviam procurar ir além do quadro negro, pois ninguém realiza mais transformações que eles, os professores, e por isso, esquecer o giz e apagador e criar outros moldes ou aplicação de outros métodos de ensino à sua sagrada missão de ensinar são imprescindíveis. Posso até estar sendo ousado em dizer isso, mas hão de se convir que ninguém seja mais revolucionário que um Professor ou Professora, bastam querer.  Afinal, mesmo com os baixos salários, muitos, independentemente disso, cultivam os valores universais que elevam templos ao “amor, honestidade, humildade, respeito, responsabilidade, simplicidade, tolerância”, entre outros itens não menos importantes.

A professora que me inspirou a escrever aquela crônica é uma goiana da “gema”, que eu homenageio como “A Deusa do Pequi”, pois é um dos maiores exemplos de que a candura  -  e não o exercício da dureza, inflexibilidade e irracionalidade – é que provoca, com efeito, as transformações de que o ser humano se vale para vencer as suas limitações. E quando a candura vem de um anjo, nascido em plagas goianas para fazer apenas o bem, essas mudanças agenciam as revoluções que fazem o indivíduo alvo daqueles ensinamentos darem o salto, que o elevará aos píncaros da glória, ou quiçá, dos quadros negros, onde o giz e apagador se tornam meros objetos diante da competência, do amor, do respeito e do bem querer para ensinar.

Foi e será sempre assim. Sua meiguice e sua ternura percorreram a sua existência semeando as virtudes celebradas por sua grandeza espiritual que explodiam no seu magnânimo coração de mulher, mãe e educadora. E quantas pessoas ilustres que receberam seus ensinamentos, muitos delas ocuparam e ocupam cargos de relevância, uns são doutores da lei, outros são administradores por excelência. Porém alguns pupilos acabaram brilhando nos céus da política e todos eles lhe rendem o preito de gratidão e afeto, em face do muito que recolheram como aprendizado intelectual e de vivência, apreendendo mais, ter respeito com erário publico e ser probo.

Num reconhecimento unânime ela exerceu durante anos e anos seguidos as elevadas funções de professora. Quantas vezes com seu mísero salário ela adquiria uniformes e sapatos para alunos seus, que sabia serem eles absolutamente carentes e alguns, talvez por influência, exerceram com sabedoria e eficiências as funções no campo educacional, devotando-se a pedagogia, distribuindo conhecimentos e preparando melhor o cidadão, sedimentando em cada um, através de seus ensinamentos e exemplos edificantes onde só vence na sociedade aquele que persevera no estudo e busca do conhecimento. “Educar é semear com sabedoria e colher com paciência”, nos diz Augusto Cury, no ensaio “Educação e Sabedoria”.

Conheci alguns dos seus ex-alunos e observei a intensidade da gratidão, da saudade e do respeito gravados nos seus cérebros e no coração de cada um, por conta das recordações advindas do período em que recolheram a suprema glória, que a condição de alunos da Grande Mestra lhes propiciou como chance de subir na vida. Afinal, Deus, na imensidão da sua sensibilidade divina, não colocaria na terra, um anjo comum. Não! Não colocaria mesmo! Para construir o oceano de chances para alguns predestinados, só um Anjo superior, poderia e deveria ser escolhido, com a candura e a firmeza da amiga professora que ora me abstenho de dizer o nome, mas quando ler saberá que é para ela que escrevo, pois nas entrelinhas, poderá separar usando de sua percuciência, proficiência, descortino, devotamento e rara capacidade que tem de discernir o que está escrito e ainda separar o joio do trigo.

Em razão do que escrevi, peço permissão para, nesses dias políticos tumultuosos, homenagear todos os educadores, os quais estão decepcionados com a educação atual e de ver tantos políticos, talvez alguns fossem até alunos seus, falando asneiras diante da TV no Congresso Nacional e em Câmara Legislativas, cometendo atrocidades e outros atos nefastos que denigrem a sensibilidade humana como se nunca tivessem ido a uma sala de aula e nem entendem que estão no pedestal-mor ou nos píncaros da glória graças aos ensinamentos recebidos pelos abnegados professores.


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