O mosquito terrorista pegou dengue.

sábado, 3 de setembro de 2011

Terminada a crônica intitulada “ESTRELAS QUE NÃO SE APAGAM” que seria enviada ao Diário da Manhã, fui surpreendido por um curto circuito no CPU seguido por um cheiro de borracha queimada e depois, um apagão completo no monitor. Chamei um    técnico em computação e qual foi minha surpresa: a placa HD fora totalmente destruída, perdi todos os programas e trabalhos criados há anos no Microsoft Word que foram “foi para o espaço”.  Instalada outra fonte, colocado outro HD e reinstalado os programas, perguntei ao técnico sobre a causa e ele disse que a culpa pode ter sido de um mosquito magricela que adentrou no CPU, provocando um curto na fonte, o qual causou estragos irreparáveis no HD, fato que me impediu de enviar a citada crônica. Pensando na aflição daquele mosquito que penetrara num ambiente vazio demais, que sequer fazia parte de seu front de guerra, lembrei-me de algumas fofocas ouvidas nos pontos de ônibus, onde usuários do transporte coletivo comentavam que as empresas desviam linhas de alguns bairros sob a alegação da existência de focos de dengue, cuja situação está deixando os motoristas estressados, receosos de serem picados pelo mosquito terrorista. Parece que os proprietários das empresas de transportes ao desviar a atenção dos usuários, descobriram uma fórmula perfeita e até certo ponto inteligente, mas, que pode levar qualquer alma ao cúmulo do ridículo. No mundo da fantasia ou ficção tudo é possível, mas, se é verdade ou não, achei por bem ouvir a outra parte: os mosquitos.

Em seu palácio construído dentro de um pneu de trator de esteira, doente, acometido de dengue, o mosquitoterrorista Osama Aedes Aegypt Bin Laden, contrariado com as fofocas, se reuniu com os mosquitos e disse-lhes:

- Companheiros estão dizendo por aí que somos responsáveis pelo péssimo transporte coletivo, pelo desvio e retirada de linhas de ônibus de alguns bairros, pela fraude na licitação das linhas que até “beneficiou” um “figurão” em um milhão de reais sem contar outras mazelas. Alegam os responsáveis pelo transporte coletivo que os motoristas se sentem ameaçados por nós, alguns alegam que estão ficam febris mesmo sem serem picados. Basta uma picadinha, uma manchinha na pele, uma dor de cabeça, uma indisposição... O medo humano parece algo estranho e chegamos a pensar que as coisas estão realmente acontecendo.
- Pai, eu não acredito nessas fofocas, pois, as nossas fêmeas só picam os moradores porcalhões – Disse Osaminha Junior.

- É verdade! Ademais em razão da nossa ação (picada) todo o mundo nesta cidade começou a trabalhar e o governo criou até uma campanha de combate contra nós. E por falar nisso, doravante temos que tomar mais cuidado, pois, o tal de Geraldo da Vigilância Sanitária e seus comparsas vão passar por aqui com o carro “fumacê“ aquele que solta uma fumaça fedida, com cheiro de gambá. – Completou Osama
- Aquele cheiro pode nos viciar, fortalecendo-nos ou fazendo com que percamos a força de nossa picada. Temos que proteger melhor os nossos criadouros – Disse a chefe Dina Russefe.
- Pai, você está meio abatido por causa da doença, porque não se interna no Hospital Geral de Aparecida. Lá você pode dar uma bebidinha de soro e picadinha nos pacientes.
- Você ficou maluco filho! Posso pegar infecção hospitalar.
A reunião foi bastante proveitosa e no finalzinho da tarde caiu uma chuva fina que foi enchendo outros pneus, copos, latas e outros materiais descartáveis esparramados no quintal do velho Chico Sujismundo. Osama Aedes, com um sorriso sarcástico, finalizando, disse-lhes:
- Pessoal, enquanto o governo não criar um projeto de prevenção para eliminar os nossos criadouros; enquanto o morador não colaborar com a limpeza dos vasos, pneus, garrafas, copos, calhas, caixas de água, de nada valerá o trabalho do Geraldo, pois, todos sabem que nós alojamos e procriamos até em tampinhas. Por fim, é bom informar a todos porque peguei dengue: briguei com a fêmea do falecido mosquito Bicudo. Ela me picou.   
VANDERLAN DOMINGOS DE SOUZA Advogado e escritor. É membro da UBE – União Brasileira de Escritores. E-mail: vdelon@hotmail.com

0 comentários:

Postar um comentário

 
Vanderlan Domingos © 2012 | Designed by Bubble Shooter, in collaboration with Reseller Hosting , Forum Jual Beli and Business Solutions