
O vaga-lume desfaz toda essa teoria de cegueira humana, pois quer enxergar, não obstante tenha apenas a noite para testemunhar a sua luminosidade. A luz que sai do seu corpo na verdade, são “lanternas” que usa para iluminar o habitat onde circula. A luz que emite é contínua. Na lanterna torácica, a luz tem uma tonalidade esverdeada. Na lanterna abdominal, é amarelo-alaranjada. Então sob este prisma, a experiência vivida pelo cego e o vagalume precisa ser concluída com eficácia antes que possa haver um ensaio de luz e enseje uma progressão gradual da escuridão para que ela aconteça dentro de cada um de nós, de acordo com o nosso desejo e do nosso poder-viver na escuridão.
Certa noite, ao descer do ônibus, o cego perdeu o seu trajeto costumeiro e andou a esmo. Passou pelo mesmo caminho várias vezes. O vaga-lume observava aquele transeunte que manuseava uma vara com uma ponta de alumínio para se locomover e condoeu-se. Convocou outros vaga-lumes formando um verdadeiro exército e centenas de lanterninhas iluminaram a estrada. Sensitivo, que é peculiar aos cegos, contornou a estrada, voltou ao seu trajeto normal e em poucos minutos já estava abrindo o pequeno portão. Foi uma demonstração clara de que não queria ser “o pior cego” tão decantado pelos preconceituosos, que muitas vezes cegam-se diante do seu próprio mundo, tornam incapacitados, limitados ao ponto de não conseguirem repensar suas vidas ou falar sobre si mesmos. A ação dos vaga-lumes e o cego mostram quão poderosos podem ser a escuridão, uns temem a luz porque acreditam que se trocarem a escuridão pela luz, precisam também trocar o poder pela fraqueza. Outros nunca fazem essa escolha não obstante saber que esse é o seu papel na Terra, porque há os que precisam manter a escuridão, visto ser uma escolha que cada um pode fazer, e a escuridão precisa estar presente para equilibrar a luz. Cada um tem o seu contrato firmado com o destino, e o compromisso para o bem servir, e isto é pura verdade.
Há pessoas que só escolhem a luz porque temem a escuridão. Há pessoas que adotam a paz e a quietude da luz, mas ignoram o seu poder, porque acreditam que o poder faz parte da escuridão. Entretanto, ambas as energias têm poder, mas, ditam normas e modos diferentes. O poder da escuridão é controlador e maléfico ao ser humano; o da luz é solidário e bondoso. A escuridão governa por meio do medo, endivida-nos com o mal e nos leva ao divã; a luz reina através da natureza divina que não exige dispêndio. Então, pode-se afirmar que, se a pessoa humana souber receber a verdadeira luz, se tornará poderosa e lhe permitirá brilhar como o vaga-lume faz no seu habitat.
Sabemos que a escuridão cumpre a sua finalidade, como o de fazer brilhar os vaga-lumes, as estrelas, a lua, as lâmpadas, os faróis e cada coisa no Universo. O seu propósito é alinhá-los internamente com o seu ego e assim a luz se expande para o seu espírito. A escuridão faz com que se lembrem das limitações e controle pessoal como aconteceu com aquele cego; a luz é ilimitada e os convida a render-se. Eu já me rendi. Então pergunto: Qual é a sua escolha mais poderosa? É essa que é a realização de cura e do desejo de totalidade da sua alma a cada momento, que pode ser escuro ou claro, ou ambos. Não julguem as suas escolhas e não seja como aquele que mesmo sabendo existir alguma coisa não quer ver, ou então, tente pelos menos permanecer com a consciência naquilo que deseja criar e deixe que as energias fluam, luz e escuridão, à medida de sua própria realidade, do jeito que sempre sonhou em viver na Terra, mas sabendo que o nosso Pai Celestial pede, a livre arbítrio, que você acolha essa luz em toda sua plenitude.
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