Ainda bem
que fiz parte do grupo de curadores do III ECHTEC realizado no CRECI. Ainda
bem, porque tive a oportunidade de conhecer pessoas importantes, artistas e
escritores renomados e intelectuais que vieram de várias partes do Brasil e da
América Latina. Ainda bem... Eu estava com um artigo já engatilhado para ser
enviado ao Diário da Manhã, cujo conteúdo era falar da política atual, mas
resolvi guardá-lo para a próxima edição, deixar de lado a imundice da
corrupção, que, infelizmente, é a tônica das conversas em nosso país, e voltar
para algo mais importante e construtivo para Goiás: escrever sobre o Encontro
de Ciências Humanas e Tecnológicas para a Integração da América Latina, trazido
para Goiânia com muito esforço pelo professor Jean Jardim, idealizador, cujo
evento foi realizado no aconchegante auditório e hall do Conselho Regional de
Corretores de imóveis – CRECI.
Esse
encontro teve o objetivo de colocar Goiânia e o Estado de Goiás no cenário dos
grandes pensadores, assim como, incentivarem os participantes a atravessar
fronteiras e divulgar cultura local em outros rincões brasileiros e quiçá, em
todo mundo, para, num futuro próximo, como primeiro passo, gerar uma eficaz e
profícua integração intelectual latino-americana. O trabalho apresentado pelos
expositores presentes ao Encontro, como o conceituado prof. Levy Emanuel Magno,
promotor de justiça de São Paulo; professora Dra. Mercedes Alejandrina Alarcon,
da Universidade Cesar Vallejo – Chiclayo, Peru; que tiveram como tema principal
falar sobre: Redes Acadêmicas Latino-Americanas – Pontos de Interação, e as
pessoas que participaram, seja através de palestras ou simpósios realizados na
Faculdade Padrão, onde estiveram renomados debatedores como os professores
Carlos Túlio da Silva Medeiros; Eduardo Devés do Chile; Dr. Carlos Roberto da
Silveira, da Faculdade Católica de Porto Alegre; Francisco Giraldo, da Colômbia
e tantos outros, que, de alguma forma, tornaram-se agentes construtores no
processo de integração entre o conhecimento e a sociedade de um modo geral. Um
dito muito comum dá conta que o brasileiro não gosta de ler. Tenho cá minhas
dúvidas a respeito da veracidade de tal informação. Afinal, generalizar é algo
perigoso e prefiro crer que o preço dos livros algumas vezes extrapola os
limites financeiros do leitor e a forma de sua divulgação também ainda é
precária e ineficaz. Mas o que dizer do escrever? Uma rápida passagem por
instituições de nível superior basta para verificarmos que são muitos os alunos
(mesmo daqueles cursos nos quais a boa redação é essencial) que deixam clara
sua incapacidade para colocar no papel cinco linhas com coerência e correção,
não é verdade?
É evidente
que existe um abismo temporal que pode estar se refletindo na interpretação de
cada um deles. Será que é a falta de leitura ou preguiça mesmo? De outra parte,
a incapacidade de colocar no papel um texto bem escrito pode momentaneamente
estar retratando o inconformismo desses alunos frente ao mundo caótico e sem
perspectiva em que vivemos. Às vezes, ao ler uma pequena mensagem de alguém na
internet observo que nem sempre são metricamente perfeitas, mas que trazem a
marca de alguém que já encara o mundo com olhos de quem viveu o bastante para
poder criticar, com certo humor e fina ironia, os tempos e os costumes, as
voltas e reviravoltas que a vida dá, e isso é bom.
Eu sei
que, pelo menos neste momento, é fundamental que todo meio acadêmico, de
cultura e conhecimentos participe de todos esses Encontros, pois quem os traz
para Goiás vêm com a tentativa de deixar Goiás com referência em pensar a
América Latina e Caribe, assim como desejar o melhor desempenho da área de
artes plásticas, da escultura, tecnológica, educacional e literária. Destarte,
a sociedade da qual fazem partes esses intelectuais necessita de um evento como
o que foi realizado nos dia 7, 8 e 9 de maio findo que os permitiram dialogar
em todas as áreas do conhecimento, mormente com o tema que foi apresentado com
muito sucesso pela conferencista cubana prof. Dra. Maria Tereza Ferrer Madrazo,
bastante elogiada pelo público presente, assim como, os trabalhos expostos
pelos artistas plásticos e pela Intellectus
– através da Feira do Livro.
Muitos
escritores goianos deixaram de participar, mas o importante é que os que
compareceram se sentiram beneficiados com tantas informações trazidas por
intelectuais de outros países, seja mostrando uma nova face da cultura em
geral, da escrita que, por vezes, parecia quase incomum. E, permitam-me a
aparente falta de modéstia, posso falar de cátedra. Há muito tempo dedico-me
não apenas ao escrever, mas também, a despertar, nos meus leitores, a
consciência da importância e da necessidade ter além do gosto pela leitura,
redigir bem. E não tem sido uma tarefa fácil. Os exemplos são muitos e o espaço
que uso é pequeno para o que eu gostaria de escrever. E não me interessam as
opiniões dos críticos que podem apontar, do alto de seu conhecimento baseado
nas técnicas e métricas do texto poético, as eventuais falhas nos meus artigos
ou crônicas. Interessa-me saber que ainda há aqueles que, independentemente da
idade, ainda se dedicam à difícil arte de transformar sentimentos em palavras e
registrá-los no papel como procuro fazer, e no III Encontro, vi muitos
intelectuais fazerem. Valor ou resultado não se sabe ainda. O tempo dirá, e se
nada disser, não faz mal. Quem participou do evento fez sua parte, mérito,
pois, para ele.
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