Todo dia
vemos nos meios de comunicação políticos mentir e não aceitarem verdades. Todo
dia vemos burgueses, gente graúda e miúda do PT e de outros partidos a ele
coligados dizendo que somos elitistas e usam sistematicamente esse termo como
meio de defesa de seus próprios atos nefastos. E por falar em gente “miúda”, ou
manipulada, sei lá, no dia 13 de março, quando retornava de um funeral na
cidade de Mineiros, ao passar pela BR-364, entre os barracos de lona e cabanas
de papelão construídas à beira da rodovia, vimos muitos veículos estacionados e
entre eles, até camionetas de luxo, todos em excelente estado de conservação.
Um sobrinho que estava no banco traseiro me perguntou: Tio, como pode invasores
ter tantos veículos, mas morar à beira da estrada? Quem tem camioneta como
aquela pode comprar, pelo menos, uma pequena casa? De onde vêm tantos veículos
ou dinheiro? Dei um sorriso maroto e disse-lhe: Zé, o pior é que essa gente é
instruída e monitorada por seus mantenedores (governo) para invadir terras e
chamar-nos de elite. E olha que o PT já está há treze anos no poder e eles
continuam lá. Quanto à palavra elite é uma forma que eles acharam para
ocultarem ou falsear a realidade deles próprios ou de quem os comanda, através
de uma máscara de aparência. Todavia é bom entrar no mérito da coisa. Vou te
responder incluindo na história a minha própria vida, ou quiçá, a sua também e
de tantas outras pessoas de bem que batalham arduamente e com honestidade para
sobreviver. Pois bem. Que atire a primeira pedra quem não deseja um dia ser
elite? Eu, com o maior prazer caro sobrinho, digo que sou elite e repito: Sim,
eu sou. Sabe por que digo isso? A minha saudosa mãe que você conheceu bem me
fez alcançar isso. Sim, minha mãe Carolina Maria, mais uma de tantas mulheres
que, sozinhas, criaram seus filhos sem Cheque Moradia ou Bolsa Qualquer Coisa;
lavando roupa pra fora com água tirada de poço artesiano, depois as passava com
ferro a brasa sob a luz de uma lamparina porque o barracão não possuía energia
elétrica. Sim, minha querida mãe, que sequer teve tempo para estudar ou fazer
qualquer curso, tornando-se analfabeta, mas de uma pureza de alma e
sensibilidade incrível.
Eu sei o
que é passar fome; fome, fome, fome... Naquela época você nem tinha nascido. Na
nossa casa não havia sacos de arroz e feijão e nem existia Cartão Bolsa
Família. No entanto, minha mãe me ensinou, assim como aos meus oito irmãos que,
o que traz felicidade não é a fartura de dinheiro e nem uma despensa farta.
Dizia com maior clareza que, o que dignifica o homem não é o que ele tem, mas
as escolhas que ele faz e a forma honesta com que as realiza. Minha mãe, na sua
simplicidade, dizia que não há investimento melhor na vida, senão a educação
dos filhos, o trabalho digno e que se um dia achássemos que a educação é cara,
então que investíssemos na ignorância... Ela não deu conta de custear os nossos
estudos (à época nem tinha Bolsa Escola), mas ensinou-nos a trabalhar e ir
atrás do dinheiro suado.
Mãe de
nove filhos, uns diplomados, como eu, e outros não, mas todos bem posicionados
na vida, labutando dia e noite para que um dia a gente fizesse parte da elite.
Minha mãe nem teve casa e sempre morou de favores com a ajuda de uma tia, (à
época nem tinha Cheque Moradia). Conseguiu com muito sacrifício comprar um lote
e nele construiu um barracão. (à época nem existia Minha Casa Minha Vida).
Hoje eu
sou parte dessa elite de trabalhadores com diplomas de faculdade particular
porque eu que realizei, e não o governo que me ajudou realizar; faço parte
dessa elite de trabalhadores que mora em bairro nobre; que pode dar ao luxo de
mandar os filhos para Universidades particulares, e ainda, que sempre paguei e
pago em dia as minhas obrigações e tenho nome limpo na praça. E, se quiser, se
a consciência moral permitir, até usar uma bolsa dinheiro do próprio bolso.
Sou elite
e você sobrinho é um testemunho de tudo isso porque sabe que começo o meu
expediente às sete horas da manhã e só termino onze horas depois; sou elite
sim, porque a minha mãe me ensinou o valor de se ter um nome respeitado, limpo
e não mentir, como muitos que se dizem líderes mentem por aí.
Chegando à
minha casa resolvi passar a limpo a nossa conversa ou resposta sobre o termo
elite usada pelos integrantes do PT, mas antes, por coincidência assisti ao
programa “Conexão Repórter” de Roberto Cabrini e qual foi minha surpresa: o
apresentador falava justamente sobre invasão ilegal de áreas e prédios em São
Paulo e Brasília. Ao ver aquelas cenas, lembrei-me novamente de minha saudosa
mãe e a cada pessoa entrevistada pelo repórter, me fez acrescentar neste texto
o reconhecimento da labuta e esforço diário dela, e dizer a todos que me sinto
feliz em saber que o meu nome é elite, como também afirmar que hoje tenho o
imenso prazer de conviver com ilustres personagens que fazem história em Goiás,
tanto no meio político, empresarial, sindical, como no mundo da literatura e
artes; sou um homem honrado e íntegro que nunca tirou férias regulares só para
não ver meus entes em dificuldades, e por trabalhar arduamente, concretizei o
meu sonho de possuir entre outros bens, um “apartamentinho” num bairro nobre,
com uma varanda que me facilita ver a lua e o sol nascer e se pôr no
horizonte...
Hoje eu
sou elite não por ter nascido rico, mas por ter experimentado a infância, pobre
de verdade, mas rica em valores integrais. Alcancei essa elite hoje pela
designação moral de minha escolha pelo caminho mais estreito. Sou elite porque
procurei o caminho da retidão e honestidade, procurei ser um trabalhador
cumpridor de seus deveres, mas sempre ciente de que isso não é virtude, é
obrigação. E que ser leal e cumpridor de regras não pode ser oferenda de
sacrifícios e sim, compromisso espiritual para com o meio... Sou elite sim,
porque a minha base é o caráter; o meu alicerce é o sonho de construir um mundo
melhor para ajudar as pessoas, criar meus filhos e netos; a minha pedra
fundamental foi construída a partir da fusão do trabalho, da honestidade, da
honradez, da verdade, e consciência limpa... E é por isso e muito mais, que o
meu telhado não é de vidro, mas se por um acaso um dia vir a quebrar podem ter
a certeza de que foi Deus que o quebrou e com as mãos estendidas me ofereceu às
estrelas.
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