No dia 28
de abril de 2017, um pequeno grupo de pessoas, dizendo-se que se tratava
greve geral, foram às ruas manifestarem contra as reformas na Previdência
Social e alterações de alguns pontos polêmicos da lei trabalhista em curso no
Congresso Nacional. Há de se ressaltar uma diferença entre as manifestações do
dia 28 de abril e as ocorridas em 1992. Em 1992 grandes protagonistas das lutas
sociais do País e milhões de jovens brasileiros tomaram das ruas das Capitais
com a cara pintada nas cores verde-amarelo e vestiam roupas negras, como luto
contra a corrupção do governo do ex- presidente Fernando Collor, hoje Senador
da República, incluído nas denúncias do MP. Naquele domingo o ato ficou
conhecido como o “domingo negro” e aqueles grupos de jovens que, apesar de
distantes, clamavam por justiça e pelo impeachment de Collor, mas de forma
ordeira, saíram vitoriosos. Naquele período ficaram conhecidos como “Caras
Pintadas”. O movimento estudantil dos Caras Pintadas teve sua primeira reunião
em 29 de maio de 1992 e as manifestações públicas aconteceram entre agosto e
setembro daquele ano.
Pois bem,
recordemos mais um pouco e o que motivou o movimento naquele período nefasto.
Um dos motivos considerados como estopim foi o famigerado confisco da poupança,
que obrigaram todos os cidadãos brasileiros a emprestarem todas suas economias
aplicadas em poupança que excedesse a Cr$50.000,00. O governo prometia que
devolveria o dinheiro emprestado em um prazo mínimo, entretanto, isso não
ocorreu. A situação ficou fora de controle quando Pedro Collor de Mello, irmão
de Fernando Collor, apresentou diversos documentos que indicavam roubo de
dinheiro público, enriquecimento ilícito, tráfico de influência e
corrupção. Lembro-me bem que numa entrevista concedida à revista Veja, Pedro
Collor citou seu irmão e Paulo César Farias (PC Farias) como cabeças-chave do
esquema. O circo estava armado e as entidades civis do país se
reuniram para iniciar o “Movimento pela Ética na Política”.
Ao
participar de um protesto contra a corrupção, cujo ato foi realizado no dia 21
de abril de 2012, assisti emocionado, jovens de forma pacífica voltar às ruas
com caras pintadas, expressando suas revoltas contra a impunidade, a
sonegação, a lavagem do dinheiro, a contravenção, a corrupção, a violência,
os crimes de colarinho branco, os esquemas de poder paralelo e outros
males endêmicos que acabaram por substituir o Estado e até confrontá-lo, como
foi o caso do jogo do bicho e caça-níqueis que se tornaram uma
escandalosa cumplicidade que precisava acabar mesmo sabendo que no
Brasil nada se apurava de verdade e tudo acabava em pizza. A corrupção maior
como se podia ver em jornais e na TV, tinha origem nas licitações e isso
deixava o povo estupefato, indignado. Eram obras superfaturadas e bilhões de
reais despejados nas contas de empresas que estavam atreladas aos governos. Era
e continua sendo a famosa troca de favores entre governo e as
empreiteiras. Ganham a licitação e depois devolvem em forma de “bônus”
alguns milhões àqueles que as beneficiaram quando da “apresentação de
propostas” para realização de obras ou serviços. Hoje posso dizer com certa
satisfação: Cuidem-se senhores responsáveis pelas licitações que se
beneficiam com a construção de obras de vulto como ocorreu com a construção de
estádios, reformas de aeroportos e construção de rodovias!
Mas,
voltemos ao manifesto contra a corrupção, ocorrido no dia 21 de abril de 2012.
Quando participei daquele movimento de certa forma fiquei bastante
decepcionado. Muitas entidades públicas, privadas e organizações não
governamentais, participaram da caminhada apenas para fazer propaganda de suas
próprias siglas, esquecendo do objetivo principal que era mostrar a corrupção
que imperava em todos os Estados brasileiros. Faixas, cartazes e nomes das
entidades e siglas sindicais eram divulgados durante a passeata e seus
trabalhos alardeados através de um potente carro de som. O manifesto
realizado Goiânia, foi para mim mais uma decepção. Durante a passeata pude
observar pessoas pichando paredes, ateando fogo em carros, ônibus e bancas
de revistas, agredindo policiais com pedradas que davam cobertura ao próprio
evento; quebravam vidros de lojas, depredavam e viravam viaturas policiais em total
desrespeito ao patrimônio público e tudo que viam pela frente; outras pessoas
com microfones nas mãos, diziam palavras de baixo calão para caluniar e difamar
o governo e aí pensei com meus botões: Este ato público por si só já está
corrompido. Uma forma de protesto criado a nível nacional para combater a
corrupção não poderia ocorrer dessa forma, mas em Goiânia ou em outras
capitais, para muitas pessoas, não parecia ser o objetivo primordial,
pois, no uso do microfone, algumas até tentavam disfarçar dizendo que a
passeata era democrática, de nível nacional, todavia, ao retornar o microfone a
outro participante, incentivava e demonstrava sua euforia detonando de forma
injuriosa e grosseira a tudo e a todos.
Faixas e
cartazes carregados pelos manifestantes, como da primeira manifestação naquele
ano, apareceram novamente, algumas de partidos que fazem oposição ao governo
federal, o que me pareceu naquele momento tratar-se de um fato isolado, mas,
era visível que muitos se infiltravam e aproveitavam
do movimento com o objetivo somente de tumultuar, queimar
pneus, depredar tudo que via pela frente, esquecendo do seu próprio umbigo, ou
seja, do direito de ir e vir do cidadão de bem e dos próprios trabalhadores, se
é que aqueles manifestantes eram trabalhadores. Praticavam atos de vandalismo
que prejudicava as ações democráticas dos autênticos manifestantes, mas os
“cara-pintadas” não participaram do evento porque sabiam dos objetivos escuso
dos sindicatos que o organizou. Não houve por parte dos Sindicatos a
preocupação quanto ao direito de reivindicar, de respeitar os direitos do
cidadão, do trabalhador, de respeitar a lei e o bom senso, de evitar a
depredação do patrimônio público e do justo respeito que deviam ter
ao aparato policial que estavam lá para proteger, ajudar na organização e
manutenção da ordem e da segurança dos manifestantes. Entendo mais que o ato
grevista, bloqueio de ruas e avenidas, devia ser feito ao redor e frente ao
Congresso Nacional, pois lá é que estão sendo votadas as matérias em discussão.
Ademais, a Previdência Social se encontra nessa situação graças ao governo do
PT e PMDB que há anos vem saqueando os cofres da nação brasileira e assim,
diante disso e de tantas outras mazelas como acreditar que não existem esses
manipulados baderneiros de plantão.
Por fim,
torna-se também necessário usar deste espaço para falar um pouco das agressões
sofridas por policiais. A imprensa brasileira deu destaque especial para o
jovem que foi agredido por um policial em Goiânia. Então, permita-me caros
leitores deixar aqui minha solidariedade a ele e à família, mas também sair em
defesa dos policiais que vão às ruas para nos defender ou a qualquer cidadão de
bem. A segurança de cada um ou da população em geral é feita por policiais,
seja qual farda estiver usando. Eles são enviados às ruas para coibir a
violência e evitar que o bem público e ou mesmo particular seja depredado, mas,
não obstante isso, tais ações ocorreram em várias cidades brasileiras, e como o
contingente militar era pequeno diante de tantos manifestantes esparramados por
vários pontos da cidade, eles, claramente, não dariam conta de evitar que
bancas de revistas fossem destruídas, agências bancárias
depredadas, carros, caminhões e ônibus incendiados, tudo orquestrado por
um grande grupo baderneiro, tirando a licitude da própria manifestação. Vi
muitas faixas e cartazes sendo carregados pelos manifestantes, como aconteceu
em outras manifestações, à maioria usava bandeiras vermelhas, nenhuma
verde-amarela, parecendo que aquele grupo de pessoas não fosse brasileiro, tudo
capitaneado por Sindicatos que há tempos vinham “mamando nas tetas” do Governo
Lula e Dilma. Era visível a infiltração de pessoas encapuzadas que participavam
do movimento nas capitais somente com o fito perturbar a ordem e prejudicar a
ação daqueles que realmente protestavam dentro da legalidade e respeito à lei,
à coisa pública, privada, aos direitos do cidadão, e de não prejudicar o
direito de ir e vir do cidadão que precisava comparecer ao trabalho, todavia,
os baderneiros desrespeitando a lei queimavam pneus, depredavam Agências
Bancárias, Bancas de revistas, telefones públicos; atiçava fogo em ônibus,
carros, caminhões, sacos de lixo, sem o mínimo bom senso e respeito à coisa
pública e a você cidadão de bem. Será que esses baderneiros não tinham noção de
que estavam prejudicando os próprios trabalhadores? Sejam usando bicicletas,
motos, carros, caminhões, ônibus, cada um tinha seu destino: o trabalho.
Como
frisei acima os policiais foram convocados por seus superiores para estarem nas
ruas para evitar que o patrimônio público fosse depredado e desrespeitosamente
esse “grupo” de encapuzados os afrontavam. Foram pra ruas com essa intenção.
Será que fizeram aquilo “de graça”? Então, depois disso e de tantas outras
mazelas como acreditar nesses movimentos? Assisti e acho que a maioria da
população assistiu vários policiais sendo feridos com pedradas e outros objetos
por defender os bens públicos e o próprio cidadão de bem. Por outro lado, há de
se condoer com a situação do jovem agredido por um policial em Goiânia, pois
nenhum ato voluntário ou involuntário está acima da lei, todavia, temos de
convir que o cassetete naquele instante fosse o único meio de defesa, pois
policial também sente medo, principalmente quando se está em menor número e
diante de centenas manifestantes sem noção. Foi um fato isolado que repercutiu
nacionalmente e que deve ser analisado pelas autoridades competentes. Não me
arrependo de defender os policiais e dói quando imprensa destaca a agressão
sofrida por um cidadão goiano e sequer mencionam o quantitativo de policiais
militares que foram agredidos e feridos em todo o País por manifestantes
encapuzados que usavam de pedras e até bombas incendiárias caseiras. Pode ter a
certeza de que esse tipo de manifestante não foi à rua pra rezar. Por outro
lado, quem se preza e tem bom senso não participa de manifestações usando
capuz, pois quem o usa capuz, esconde o rosto, e logicamente, não carrega boa
intenção numa manifestação. E não adianta dizer que é para proteger o nariz do
gás lacrimogêneo. Numa manifestação pacífica policia jamais atira esse tipo de
projétil. Como tudo na vida é incerto e tudo aquilo que se faz no Brasil é feito
em terreno não sedimentado, podem ter a certeza caro leitor que mais
coisas virão à tona, portanto, além de ficarmos preparados para
novas surpresas devemos construir nos quintais de nossa vida um poleiro cheio
com varas resistentes para que elas possam sustentar os grossos excrementos que
possivelmente virão do resultado da aprovação da reforma da Previdência Social
e Trabalhista. Fugindo um pouco do texto, resta-me encerrar dizendo: Avante
equipe da operação LAVA-JATO! Somente vocês serão capazes de eliminar de vez os
corruptos e corruptores no Brasil!
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