O
tempo vai passando sem pedir licença e quando a gente menos espera visualizamos
no espelho da vida algumas escolhas que deixamos de fazer, tudo isso em razão
do medo de recomeçar, do medo da mudança, do medo da desconfiança, do medo da
recessão, do medo da ingratidão, do medo da fome, do medo da doença, do medo da
dor, do medo da morte, do medo de trocar o certo pelo duvidoso,
do medo de largar aquilo que nos parece “melhor” ou mais correto; do medo de
buscar algo que nos instiga por dentro, esse algo que ainda não é concreto, mas
que vive e respira em nossa mente. Mas diante do medo, se ficar acomodados, é
como ver a vida passar como a uma folha seca que, ao se desprender do galho, é
levada pelo vento, sai planando no ar, sem rumo, sem escolha alguma,
simplesmente deixando-se levar. Igual a ela, às vezes, fazemos de nossas vidas
assim e como não podemos ser carregadas pelo vento, deixamos nossas escolhas
nas mãos do próximo, e nessas mãos, uma carga bastante pesada e aí, passamos a
viver na inércia, acomodados, voltados mais para nossos desejos e sonhos,
talvez seja por medo de ter medo.
Hoje o que
nos estaciona no tempo é o medo, medo de realmente encarar a realidade, medo de
enfrentar desafios, medo de encarar o próprio tempo que ainda nos resta, medo
de nossos próprios semelhantes. Sabemos que ele não nos leva nem pra frente,
nem pra trás, aliás, ninguém regride na escada da vida, tanto pessoal,
profissional, espiritual e que estão sempre em evolução, mas acomodam-se, e
muitas vezes, estacionam-se num mundinho que criaram, ficando anos e anos
assim, tudo graças ao medo que toma conta de nossa alma. Não podemos aceitar
isso, não podemos deixar que nossas escolhas fiquem presas nas grades do
aleatório. O que nos garante que muitas vezes aquilo que tememos vai acontecer? Nada nos garante, mas o nosso pensamento faz-nos crer que o
que tememos vai mesmo acontecer. Então pergunto: Quer desafiar a sua cabeça e
experimentar? Sabemos que ninguém veio a este planeta terra por acaso e além do mais,
Deus nos deu o livre arbítrio para agir, viver a vida, mas temos que saber que
ela vai querer mais da gente. Então, resta-me dizer: saiamos da inércia que não
nos leva a nada, levantemos nossa cabeça, enchamos nossa alma de valores
éticos, morais, espirituais e creiamos num mundo melhor, sigamos em frente com
caminho escolhido, pois o medo servirá apenas como um alerta e fará com que a
gente repense tudo, que não devemos parar quando a estrada for incerta. Devemos
abrir os olhos do nosso coração, sentir a magia que é a vida, vivê-la
intensamente e aproveitar cada momento. Quando sairmos da inércia e dermos o
primeiro passo, o outro já estará dado.
Sentimentos
eu tenho, você tem, todos têm, mas dentro de mim ele quer crescer, mas quando
começa a crescer basta ver uma foto pendurada na parede, de um ente querido
especial que já se foi para outra dimensão; basta ver sobre a escrivaninha uma
frase de amor, fé e esperança escrita numa pequena folha de papel, frase que
faz com que eu me escondo dentro de mim mesmo, frase que fortalece e que me faz
ir mais além, frase que indica onde encontrar pessoas de bem, ainda mais
sabendo que elas são seres inocentes, frase que se um dia ler em qualquer lugar
e conseguir interpretar entenderá o porquê dos meus sentimentos. Frase que me
libertou e que dá o poder de libertar, de crescer, ou simplesmente sair da
inércia e ir para a luta, pois, caso contrário, não conseguiria ir mais além
por conta dessa barreira imposta pelo medo. Eu sei e você sabe muito bem o que representa essa pequena palavra medo.
Nela reconhecemos o estado de alerta que sentimos num momento de risco (real ou
imaginário): O coração, sem aviso prévio, começa a pulsar descompassado,
as mãos tremulam frias e suam, as pernas bambeiam, perdem o chão, a voz começa
a travar, vem uma zonzeira e um sufoco no peito que toma conta da gente. Esses
descompassos em nosso corpo são simplesmente momentos de reativação, acionados,
ora por associações emocionais negativas, ora por registros primários,
instalados no nosso centro instintivo. Esses últimos como soldados de nosso
instinto de sobrevivência, se prontificam a nos dar respaldo em situações reais
de alerta.
O medo de
encarar a vida faz-nos estagnar no tempo, faz-nos voltar á estaca zero,
confiança zero e tudo o que falarmos será em vão... Não sabemos mais como agir,
falta-nos argumentos, fogem-nos as palavras, o medo vem e nos domina, mas não
quero descrever aqui nesta pequena folha de papel o meu medo, apenas, junto com
você, aprender a dominá-lo.
Deveríamos agradecer
aos problemas que surgem diariamente, porque são eles que nos movem nas áreas
em que estamos paralisados. Às vezes estamos tão acostumados a essa inércia que
nem percebemos como poderíamos melhorar. Mas daí vem um problema que nos obriga
a mover toda nossa energia para um deslocamento na situação, uma melhoria em
nossa vida. Isso pode ser uma mudança de hábitos, uma nova postura em relação
às pessoas, um novo curso ou o final de um ciclo de coisas já esgotadas, que se
dependesse da gente não moveríamos por encontramos em situação confortável. Só
perceberemos bem essa mudança depois de sabermos o quanto aquele problema foi
útil e a transformação interior que veio mansa nos envolveu. Se tivéssemos uma
visão crítica, de reconhecermos a nossa inércia perante a sociedade em que
vivemos, de conseguirmos observar as áreas paralisadas da nossa vida, de
deixarmos de ter medo de tudo e do próprio medo, podem ter a certeza que
problemas não existiriam. Por outro lado, a vida é
como uma continuidade em movimento e não como uma série de rupturas. Cada
medo que você reconhece ter e o enfrenta nada mais é que uma oportunidade que
tens de se superar e crescer. Mais que um adversário, ele pode ser um mensageiro
de novos tempos, indicando que melhores horizontes estão à sua espera. Então o
que posso lhe dizer para vencer o medo: Contate-o, enfrente-o e siga adiante.
(Leia Salmo 146). Paz e bem.
Gostei, sobremodo ao apontar o medo como um fator que contribui para o crescimento e a superação. Parabéns ao cronista!
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