A
palavra surto, sem generalizar muito, é uma crise, um excesso de fúria. É a
falta de lucidez de uma pessoa diante da sociedade em que vive. É um transtorno
mental. A palavra surto é também usada na epidemiologia para identificar
quantidades acima do normal de doenças contagiosas ou ordem sanitária. Existem
as epidemias de proporções reduzidas que atinge uma pequena comunidade humana
que é o caso de instituições fechadas, outros o usam como sinônimo de epidemia,
mas quando atinge uma pequena população é considerado um surto -
epidêmico.
Mas hoje o
que está acontecendo no mundo? Vocês estão acompanhando as últimas notícias
veiculadas nos meios de comunicação? Todas, indistintamente, nos confirmam que
a população mundial está surtando ou em sentido mais amplo, vivendo diante de
um terrorismo e violência extrema, cujas cenas de horrores, a maioria,
reivindicadas pelo Estado Islâmico. Imagens de horrores que a TV e jornais não
mostram, a internet divulga, mostrando homens mascarados cortando pescoço de
outros seres humanos, chacinas de pessoas em ambientes abertos ou fechados,
principalmente onde existam um aglomerado de pessoas, como escolas, templos,
igrejas, clubes, restaurantes, aeroportos, cujos atos são praticados por
homens-bomba fortemente armados; assistimos estupefatos, assassinatos de
policiais negros e brancos, assassinato de padre por esfaqueamento (degolado)
dentro de um templo e até em clínicas de pessoas internadas com deficiência
mental; assistimos brigas entre torcidas organizadas, sem falar dos maus
exemplos dados pelos políticos ou pessoas comuns, como a corrupção
generalizada, as cusparadas, as defecações em área pública por militantes
partidários, xingamentos, ódios... Tudo que assistimos nas telas da TV, em
páginas de jornal e internet, são atitudes que, além de incompreensíveis,
destitui qualquer pessoa de suas condições de ser humano.
Voltemos ao passado para entender tudo isso que está acontecendo. Os terroristas suicidas – homens-bomba que explodiam o seu próprio corpo
apareceram entre os séculos 14 e 16. "Naquela época, o Império
Turco-Otomano vivia um período de expansão. Uma das armas de seu Exército eram
os guerreiros suicidas conhecidos como bashi-bazouks, que se precipitavam
contra fortificações ou linhas de batalha do inimigo", diz o historiador
Márcio Scalércio, da Universidade Cândido Mendes (RJ). Depois vieram os
anarquistas da Rússia czarista, os camicases japoneses durante a Segunda Guerra
e os guerrilheiros vietnamitas a partir da década de 50. Mas é bom esclarecer
que a expressão "homem-bomba" e a popularização da prática são bem
mais recentes - mais precisamente, nos conflitos do Oriente Médio dos últimos
20 anos. Tudo leva a crer que a guerra entre Irã e Iraque (1980-1988) foi o
marco de fundação para essa cultura de terroristas explosivos. Inspirados pelas
ações de xiitas iranianos, grupos radicais palestinos como Hamas, Jihad
Islâmica e a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa fizeram do homem-bomba sua arma
favorita na luta contra Israel. Hoje, jovens são doutrinados em escolas
muçulmanas ou mesquitas e recebem prêmios pelo "ato de fé" - o
ex-ditador iraquiano Saddam Hussein chegava a pagar 25 mil dólares para a
família de um suicida. E a moda macabra já lança tendências: no Sri Lanka e na
Chechênia já existem mulheres-bomba e, na Palestina, os terroristas não são
mais mortos de fome sem perspectivas. Uma pesquisa recente mostrou que a
maioria dos homens-bomba palestinos vem da classe média e têm boa educação.
Com tudo
isso, pode-se ver ocorreu uma proliferação da classe terrorista e hoje, se
esparrama por todo o mundo. Ao assistir a TV procuro não me surtar, pois a
pessoa que surta some, perde o equilíbrio, sai do seu canto e depois aparece do
nada E se o indivíduo já meio perturbado ficar diante daquelas cenas horríveis
é porque quer, se sente bem vendo aquelas atrocidades cometidas por assassinos
bárbaros, que encurta uma conversa besta, que gosta de um bom drama, que diz o
que ninguém espera e estraga uma noite e até uma semana só pelo prazer de
sentir que é mau e tirar as correntes que entrelaça até o peito. O surtado acha
todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio
de plástico, meia bomba. Mas o homem-bomba não é meio bomba, é um surtado,
maluco mesmo, obediente às convicções religiosas aplicadas à sua mente. Este
nem espera ser salvo e quando não consegue seu intento sai maldizendo de tudo e
de todos. Eu só queria que não existisse esse tipo de gente, queria que todos
fossem bons, leves e soltos e voltados para o bem. Mas será que um dia
realmente voltará a ser assim? Acho difícil, pois o mundo parece que surtou de
vez.
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