O Silêncio dos Catataus

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Na manhã do dia 22 de janeiro liguei a televisão e fiquei sabendo que o humorista Shaolin tinha sofrido um grave acidente de carro e se encontrava num coma profundo. Aquela notícia estragou o meu dia, como já tinha acontecido quando da internação do Chico Anísio. O Bussunda e Ronaldo Golias já se foram para outra dimensão deixando saudades, não obstante achar que pessoas como eles não deviam deixar este mundo e continuar fazendo-nos rir até enjoar de suas caras, trejeitos e piadas engraçadas. Triste, desliguei a televisão e com o pensamento alhures ainda consegui ler alguns textos publicados no Diário da Manhã e nem bem virei a primeira página me deparei com o título “Onde Está Sinomil?”, frase escrita em letras garrafais e que me  chamou à atenção: Contrariado em lembrar desses nefastos  homens públicos, olhei pela fresta da janela e vi pousar na ponta de um galho seco, no fundo do quintal, um pássaro esquisito. Ele cantou e seu assobio era triste a assombroso. Na luz fosca encoberta pela neblina, não deu para ver muita coisa. Mas ele, sem se importar com a minha bisbilhotice, continuou cantando noutro galho, e quando o sol se esquentou, a neblina desapareceu e aí eu pude notar que era um urutau, escuro com uma mancha branca na asa. Ele perdeu aquele galho seco de formato palaciano, motivo de seu canto melancólico.
 
Contrastando com o malfadado título e com o obscuro urutau, continuei folheando o jornal e fiquei feliz ao ver o Ministro da Saúde Alexandre Padilha, junto com o Governador Marconi Perillo, o Prefeito Paulo   Garcia e o  secretariado reunidos em palácio. Ali se via uma demonstração de maturidade política. Mas,  minha mente continuou voltada para a pergunta da página anterior e o que simbolizava aquele urutau sentado na ponta daquele galho seco, com o bico voltado para cima, de forma camuflada, que mais parecia ser a  extensão do galho. Tinha o jeito de mandatário maior, mas, pela sua fisionomia, mais parecia um ser abandonado pelos seus amigos “urutaus” e “catataus”. Mas mais revelações me aguardavam à medida que ia lendo aquelas notícias. Fazia novas descobertas, talvez nada que me surpreendesse, se aquele pássaro estava ali representando a figura de um ex-governador que alardeava ter deixado um equilíbrio financeiro para o seu sucessor, entretanto, este ao  assumir, viu tratar-se apenas de uma balela de marketing para prejudicá-lo, sendo surpreendido com várias estradas destruídas, irregularidades de toda monta, um déficit astronômico, gastos excessivos com bebidas alcoólicas, empréstimo obscuro para a CELG no apagar das luzes, e como último ato de irresponsabilidade administrativa pagou empreiteiras em detrimento dos salários dos servidores, além de  não preencher  e deixar engavetado o caderno de encargos da FIFA e CBF que possibilitaria a cidade de Goiânia de se tornar uma das subsedes da copa de 2014.  Agora eu é que pergunto: Porque os   “catataus” Sinomil, Jorcelino Braga, Célio Campos, Adilson, (este, compadre do Governador, já tinha o  apelido de catatau), porque não saem de suas tocas e não se defendem das acusações estampadas diariamente nos jornais? Qual o motivo de tanto silêncio agora?

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