Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

O idoso e o prazo de validade.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Quando ultrapassamos a casa dos sessenta anos de idade a primeira ideia que nos vem à mente é a aposentadoria. Mas, ontem, depois de retornar de um abrigo de idosos não gostaria de tocar neste pormenor, porque ao conversar com eles senti que não se consideravam idosos comuns, não aceitavam este rótulo e muito menos dizer que tinham prazo de validade. E sabem por quê? Alguns deles nasceram e cresceram na labuta da roça, algumas idosas diziam que lavavam roupas anos a fio e as penduravam no varal da vida, sem contabilizar os anos perdidos; outros diziam que massageavam barro para montar tijolos e adobes para construir moradias, e os mais afortunados, plantavam arroz e milho, possuíam cavalos, campeavam o gado, cuidavam de galinhas, hortaliças e pomares nos plantados nos fundos dos quintais e ainda, se deixassem, eles até faziam ordenha de vacas. Esses senhores e senhoras pagadores de impostos que trabalharam duramente a vida inteira, sabem que o desamor e o abandono destruíram seus dias e os que ainda lhes restam. Raramente, recebem visitas, e eles, inofensivos, acham normais. Hoje, se considerarmos o aspecto de convivência familiar de cada um, pode ser que alguns deles talvez tenha sido um desastre como pai, ou talvez, não compreendido que estamos vivendo num mundo moderno, que os tempos mudaram, o mundo evoluiu e que não se usa mais a varinha de marmelo para roçar as pernas e bundas dos jovens desobedientes e nem a palmatória para esquentar a palma de suas mãos. Hão de entender também que o tempo dos impacientes, implicantes, teimosos, mandões não existe mais, todavia, em razão do que vem acontecendo em relação à desobediência da juventude esses dois instrumentos “educacionais” citados, hoje fazem muita falta.

Sentado numa cadeira de descanso, com cachimbo e olhar perdido dentro de si mesmo, cabelos grisalhos, mãos calejadas e rosto carcomido pelas intempéries do tempo, o velho Manoel deu um longo suspiro, olhou-me meio desconfiado, mas querendo desabafar pediu-me que gravasse esta mensagem e a enviasse aos seus filhos, e sem pestanejar, foi logo dizendo:
- Caro amigo, por causa da idade, não quero que meus filhos se preocupem em me visitar todos os dias, ou qualquer dia, somente para cumprir uma obrigação. Quero que eles façam isso quando sentirem realmente saudade, vontade de me ver; quero que façam isso quando sentirem saudades daquele cheirinho de perfume misturado com suor que sempre carreguei e eles sabem que só eu tenho; quero que façam isso quando sentirem falta de um apoio moral, de uma orientação de pai, porque ajuda financeira não mais posso dar, pois já doei a eles tudo que tinha. Quero que sintam falta da forma que meus olhos olhavam pra eles, com aquela expressão de orgulho, amor e carinho.

Hoje, impossibilitado de andar com desenvoltura, por causa da idade e questões de saúde, não quero, se for visitar alguém, que eles venham aqui e me levem com má vontade, de uma casa para outra ou de uma cidade pra outra como se eu fosse um embrulho rotulado com um prazo de validade. Na realidade, o meu querer é ficar aqui, sossegado, neste recanto, curtir os amigos da mesma idade e lembrar-me do cântico dos pássaros, do latido do cão, do cantar do galo no poleiro, do gado pastando a relva molhada ou apreciar a ordenha do gado leiteiro, e se pudesse, usaria as asas da imaginação para voar, ir para bem longe, além de mais além, no entanto, é importante conscientizá-los o quanto eu valorizo as amizades aqui neste abrigo e a liberdade, não só a minha, mas, sobretudo, a de meus filhos e das pessoas que nos cercam e continuou...

- Caro amigo, por causa da idade, quero que meus filhos me olhem e sintam orgulho de mim, de tudo que tentei realizar profissionalmente em prol deles e de toda a minha luta pela sobrevivência e levar a vida com dignidade, conforme os princípios éticos e morais, conforme meus próprios princípios e a minha vontade. Não quero que pensem que fui egoísta a ponto de prejudicar alguém, que alguma vez falhei, ou que eu os amei de menos ou amei de mais, ou que amei um mais que o outro. Eu simplesmente optei: eu quero ser bom pai, bom avô e bisavô; eu quero amá-los muito e se pudesse cuidar de meus netos, bisnetos quando precisassem de mim, é claro que cuidaria com o maior prazer, cuidaria porque sei que em procedendo assim, estaria ajudando-os a se tornarem pessoas de bem, especiais e que este meu ato pudesse fazer a diferença em suas vidas e na vida dos que os cercam, mas hoje, infelizmente, não posso, porque alegaram que não podiam cuidar de mim e aqui me abrigaram.

- Caro amigo, por causa da idade, permita-me dizer-lhe que sinto uma vontade danada de curtir meus netos, bisnetos e mimá-los do meu jeito. Que eles me critiquem se eu exagerar nos carinhos ou que possa discordar de algum castigo dado por eles, talvez pesado demais. Exagero que um dia posso ter feito, então, queria que considerasse este meu ato de mimo apenas como um pedido de perdão e uma prova de amor, amor inconteste de um pai e avô.

- Caro amigo, por causa da idade e dos anos que ainda nem sei se vou emplacar, quero que não sintam pena de mim quando porventura ficar debilitado, estirado num leito e impossibilitado de andar por algum motivo qualquer; quero apenas que olhem para mim e digam: meu pai sempre foi um guerreiro, sempre foi, é forte, possuidor de muita fé em Cristo e cuidou da gente com amor, tornando-nos homens de bem, usando ou não a vara de marmelo.

E por fim, amigo, eu quero que meus queridos filhos, hoje ou amanhã, não se sintam responsáveis por mim, eu lhes tiro dessa obrigação. Eu os solto, eu os libero. Que vivam suas vidas, trilhe seus caminhos, procurem alcançar um status melhor na sociedade, mas jamais se esqueçam de amar as pessoas com as quais convivem. Quero que formem seus filhos, trabalhem, tenham êxito; quero os crie como eu os criei, mas, logicamente, se eles acharem que eu o fiz da melhor maneira. Quero que sejam corajosos, que sonhem muito, sonhem alto. Quero que sejam gentis, retribuam sorrisos, compartilhem bons momentos, cuidem de seus corpos, mas especialmente de suas almas. Jamais duvidem da existência de Jesus e de nosso Criador. Que não se prendam a dogmas, não julgue nada, não condenem ninguém, não acredite em tudo o que lhes disserem, procurem eles mesmos às respostas. Quero que usem o poder de discernimento que há dentro de deles. Mas, finalmente, quero que lembrem sempre disso: Eles podem tudo! O improvável pode até existir, mas o impossível não, então, é necessário que eles creiam piamente nisso. Eu apenas quero que sejam felizes, pois neste Natal, mesmo sem a presença deles neste abrigo, eu serei!




Entrevista com o mosquito.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

No mundo da imaginação ou do universo fantástico das fábulas, tudo aquilo que é contrário à razão, ao paradoxal e ao absurdo é possível e permitido. Quando alguém escreve usando esse estágio de pensamento ele desfigura o homem por completo para compor o enredo, onde o bicho se torna coadjuvante. Ele transforma a pessoa humana em bichos, os bichos em pessoas, fazem peixes voar, pássaros nadarem, cachorros relincharem, cavalo fazer cocoricó, pintinhos latirem, pedras falarem, bichos e homens conversarem entre si... E através da imaginação vão além de seus limites no tempo e no espaço, conhecendo assim um mundo inacreditavelmente real.

Através da sensibilidade da escrita, o escritor tem acesso à linguagem primordial, não somente do homem, mas também dos animais e das árvores. Quando homem solta os pensamentos eles voam sem rumo, carregando uma imaginação conturbada, distorcida, talvez por pertencer a uma sociedade hipócrita, onde não se sabe, quando termina ou começa a vida real, se é que ela existe. Distorcida ou não, a arte literária é uma manifestação de criatividade, de sensibilidade, de discernimento, de solidariedade, de simplicidade, mas não é, de maneira alguma, manifestação de conhecimento e nisso eu acredito e passo a régua.

Se colocar em discussão cientificamente a situação em comento, posso afirmar que a pedra não é um ser vivo e pronto! A água desliza sobre o leito, mas não é um ser vivo e ponto final! O cachorro é um animal irracional e se o homem deixar ela faz cocô na calçada, ponto e sem mais delongas. O homem não limpa a calçada, mas é um animal racional e ponto final! Mas a questão é que estamos falando do mundo imaginário, surreal. Veja o título desta crônica: “Entrevista com o mosquito” E não é um mosquito qualquer como aquele que pousa por cima de nossa comida, infesta os locais onde tem mau cheiro. Vou entrevistar é o chefe-mor dos mosquitos, o Aedes Aegypti, e mostrar que podemos conversar com ele, com os insetos, com as plantas, com as pedras, com as águas, com os ventos... Mas primeiro tive que me fantasiar de mosquito para me sentir mais a vontade. Antes de iniciar a conversa questionei: Por que tantas pessoas se afastam da natureza? Por que tantos tentam destruí-la para poder dominá-la? Não somos seres da natureza tanto quanto uma palmeira onde cantam canários e sabiás? Por que o povo não se une nos bairros para dialogar com esse mosquito transmissor da dengue? Tire-o do local sujo onde habita e lhe dê casa, água limpa e o alimente através de um banco de sangue. Vamos mostrar pra eles que somos ou não somos maiores pelo fato de sermos seres que pensam.

Mas o fato é que, de alguma maneira, esse famigerado inseto de pernas longas e magras já ansiava em ser entrevistado e eu era o cara que ele procurava. Nem repórter era, mas quando vi aquele menino febril na porta do CAIS com suspeita de dengue e não ser atendido pelo médico aceitei o desafio. Eu ou qualquer pessoa jamais podíamos imaginar que ele estava ali, balançado folgadamente no pneu, junto com suas amadas se reproduzindo.

Pois bem, todos sabem que o macho não transmite a famigerada dengue, febre chikungunya e agora tal de Zica vírus que causa microcefalia. Esse insetinho magricela dá suas picadinhas, respira como qualquer animal; ele morre, nasce e é um ser vivo que voa com o vento e brinca de esconde-esconde tendo ou não sol, tendo ou não chuva; reproduz em proporções gigantescas, ou seja, é um inseto de amor eterno, terno até demais com as fêmeas. Estas sim precisam de nosso sangue e transmitem a doença. Mas quem vai dizer isso não sou eu, é o próprio Aedes. Ta tudo combinado! Eu sou apenas um homem que se preocupou com a situação daquele menino, que naquele instante de agonia olhou e pensou, mas o que pensou o mosquito enquanto eu pensava sobre ele? O que estaria pensando naquele pneu enquanto eu descansava à sombra de uma árvore ali perto? O que estaria dizendo enquanto eu fazia um resumo do que ia perguntar. Será que perguntaria sobre sua magreza e impotência de transmissor? Por que deixa para a fêmea o trabalho de picar as pessoas que, infelizmente, não se preocupam em se desfazer do lixo que acumula no lote ao lado ou dentro de seu próprio habitat? Pensei: deixa a vida sexual e pregressa dele pra lá e vamos aos fatos, ou entrevista.

Aproximei-me devagarzinho, com umas anotações e olho no olho eu fiz várias perguntas:

- Há quanto tempo habita neste pneu?
- Tem vários anos, nunca fomos perturbados por qualquer ser humano. De vez em quando passa um carro soltando uma “fumacinha” fedida, mas de tão fraca não alcança nosso habitat.
- Por que o governo não consegue exterminá-los?
- Por mais que tente acho que ele não tem um projeto preventivo para eliminar os criadouros e combater nossas fêmeas transmissoras. A saúde pública brasileira está um caos e o povo não colaboram com a limpeza dos lotes baldios, dos vasos, pneus, garrafas, copos, tampinhas de garrafas, calhas, caixas d’água, piscinas, então, de nada valerá o trabalho da vigilância sanitária e nem apoio do exército. Procriamos até em tampinhas e todos sabem disso! A incompetência do governo e a falta de colaboração do povo, jamais vão conseguir quebrar o ciclo de vidas nossos e eliminar ovos e larvas. O governo está até criando em laboratório mosquitos geneticamente modificado, ou seja, mosquito infértil, mas tudo é forma de abrir um canal para mais corrupção no Brasil. Finalizou dando um sorriso sarcástico e bem bicudo. Fechado o sorriso, perguntei-lhe:

- Quem é aquela fêmea toda desengonçada sobrevoando perto daqueles meninos? 
- É a Dina Russefe. Ela ruim e mente demais! É uma verdadeira sanguessuga. Fala muita baboseira e virou piada na boco do povo. No criadouro dela têm os mosquitos Zenoinos de Castro, “os três em um” e o controlador, apelidado de Vaccari que tentou “picar” alguém importante e se deu mal. Dizem por aí que ele “meteu a mão” na rica mosquitinha Pietrabras, junto com tantos outros e se enrascaram de vez, ficando sem o pré-sal que “salgava” as mãos do pessoal daquele criadouro, que, por sinal, é cheio de melecas e larvas... Essas melecas estão esparramadas também no criadouro chamado de Congresso Nacional e lá quase não sobre ninguém. Tudo contaminado. É sujo falando do mal lavado. Aedes deu mais um sorriso, agora cheio de deboche, e antes de concluir, me perguntou: - Você realmente acha que está conversando comigo, um simples mosquito?

A pergunta me deixou encabulado, mas logo pensei: se sou escritor e viajo no mundo imaginação, então pode tudo. Usei uma resposta vaga como subterfúgio, mas pertinente, para que ele não chamasse sua amada para me aplicar os ferrões. Respondi-lhe que sim, que era sensitivo, que podia ficar tranqüilo e que não ia denunciá-lo para as autoridades sanitárias e nem indicar o local de seu criadouro. Deixei o local pensativo e o fato acontecido, para os leigos, creio que só restarão descobrirem nesta crônica onde estão as metáforas, mas para mim, a imaginação de minha conversa com o mosquito era uma coisa real que ia além da imaginação. Tropos para uma fábula ou um acalanto, desses que invento para orientar, levar minhas congratulações e elogios a todos àqueles que se cuidam, fazem a sua parte no combate a dengue, cuidando de seu lote, de sua saúde e de seus vizinhos.




Regras para pedaladas e impedimento

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Em razão do alvoroço ocorrido nas últimas sessões da Câmara dos Deputados, o jogador Tição, do Esporte Clube Mandruvá, anda dizendo por lá que está com receio de jogar bola, dar suas pedaladas e marcar gol em impedimento. Opto por escrever impedimento porque sou patriota, tenho ojeriza dessa palavra e não sou obrigado a escrever em inglês. Dizem naquela região que em face desse debate nacional a Câmara Municipal da cidade está propensa a criar uma nova regra para o jogador que se encontrar impedido, no caso, ele será apenado com um cartão vermelho, e mais ainda, os edis, que não podem legislar sobre tal assunto, queriam que fosse impresso no bojo do cartão faixas verde e amarela. Coitado do Tição! E não é que danado era membro do PT local! Todo esse alarde não só assustaram o Tição, como também, outros jogadores da região. Como a notícia sempre chega truncada no interior e a maioria não entende que o tal pedido de impedimento tão falado e debatido nas redes sociais, nada mais é que uma punição máxima que um Presidente pode levar no exercício do seu mandato. No entanto, o jogador, seja qual time ou partido for, deveria saber, assim como a Presidente, que essa palavra é o estado de pessoa impedida, por qualquer causa, de cumprir os deveres de seu cargo e no caso do jogador, impedido, marcar um gol de forma irregular, circunstâncias que tornam as ações ilícitas, tanto o seu intento, como ato de improbidade da Presidente de não cumprir as leis, como os de qualquer jogador de futebol, pois o gol fica anulado por irregularidade, ou seja, estava impedido de fazer o gol e pronto! Na lei esportiva, a posição do jogador por trás da linha da zaga do time adversário não lhe permite receber a bola arremessada pelos seus companheiros de equipe.

Com o jogador de futebol pode ocorrer durante o jogo vários impedimentos, e em alguns casos nada acontece e nem é punido pelo árbitro porque não cometeu nenhum ato de indisciplina, mas se reclamar acintosamente pode até levar um cartão amarelo. Ainda bem que para essa situação, na regra atual, o cartão não é vermelho e nem possui estrela. Quanto ao impedimento de um Presidente da República a coisa é mais séria, porque torna-se necessário que ele tenha cometido vários crimes, como os de responsabilidade, que são atos definidos pela Constituição e pela Lei dos Crimes de Responsabilidade, que representam um atentado às principais regras constitucionais e da democracia, como improbidade administrativa, corrupção, malversação do dinheiro público, impedir o direito de voto, receber apoio ou auxiliar País inimigo em guerra contra o Brasil, assim como, deixar de enviar dentro do prazo o Orçamento da União ao Congresso Nacional como fez a Presidente Dilma.

Argumentos são vários em favor do pedido de impedimento de um Presidente. O primeiro argumento para o impedimento são as pedaladas fiscais que caracteriza crime de responsabilidade contra a lei orçamentária. E como se constata a isso? O TCU – Tribunal de Contas da União, órgão fiscalizador, apontou no caso da Presidente Dilma, que o governo atrasou o repasse de dinheiro a bancos federais para o pagamento de subsídios e benefícios de programas sociais feitos por meio da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDES. Como os bancos efetivamente realizaram os pagamentos dos programas, o atraso nos repasses proporcionou uma folga no caixa do governo. A prática ficou conhecida como pedaladas fiscais e, segundo o TCU, representa um tipo de "empréstimo" dos bancos ao governo, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O tribunal apontou que foram represados R$ 40 bilhões em 2014 referentes ao seguro-desemprego, programa Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e crédito agrícola. O governo diz que a prática não é ilegal, e que os bancos foram remunerados com juros pelo atraso nos pagamentos. Mas os defensores do pedido de impedimento argumentam que as pedaladas, além de irem contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, configuram crime de responsabilidade contra a Lei Orçamentária, de acordo com o previsto no artigo 10 da lei que define esse tipo de conduta vedada (Lei 1.079/1950).

O segundo argumento ocorreu com a manobra fiscal em 2015, ou seja, no pedido de impedimento recentemente apresentado à Câmara, os juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior sustentaram que as pedaladas fiscais continuaram neste ano. O argumento tem por base representação do Ministério Público de Contas que apontou o uso da prática também em 2015, situação que levou à abertura de uma investigação pelo TCU. O Ministro Raimundo Carreiro, que será o relator do processo, determinou que a área técnica da Corte fizesse inspeção no Tesouro Nacional, no Banco Central e no Ministério das Cidades, além de três instituições financeiras controladas pela União (Caixa, BNDES e Banco do Brasil), para confirmar a repetição das irregularidades neste ano.

No terceiro argumento apresentado relataram que a Presidente Dilma foi omissa em relação a irregularidades na Petrobras e o que significa essa situação? Como advogado eu respondo: A Lei de Crimes de Responsabilidade lista entre os delitos contra a probidade na administração a conduta de "não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição". Esse ponto da lei é usado pelos defensores do impedimento para sustentar que a presidente Dilma Rousseff teria sido omissa em relação às irregularidades envolvendo a Petrobras - revelada pela Operação Lava-Jato por não ter afastado do cargo pessoas investigadas pela operação. O ministro Edinho Silva da Secretaria de Comunicação também foi alvo de inquérito no STF e o ministro Aloizio Mercadante, do Ministério da Educação, foi citado em delação pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa. Os partidários do pedido de impedimento também argumentam que a presidente Dilma era também presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando ocorreu parte dos fatos sob investigação, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. De outra parte, a maioria dos juristas entende que a reeleição promove a continuidade da gestão presidencial e que argumentar o contrário seria abrir uma espécie de impunidade relativa às ações do primeiro mandato, situação que caracteriza, de certo modo, a intencionalidade da Presidente de não atender aos reclamos da legislação específica no que tange a não prestação de contas. São mandatos independentes, mas os crimes são continuados, principalmente em se falando de uma eleição fraudulenta e cuja vitória aconteceu sustentada pelas mentiras da Presidente durante a campanha eleitoral, onde, nos debates eleitorais e mensagens televisivas, ela escondia a real situação de sua administração e a do próprio País.


Parcerias fantasiosas num mundo sem escolhas.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Quando se trata de parceria em prol de uma sociedade mais justa, humana, fraterna ou para ajudar as pessoas com as quais convivo, eu não meço esforços, vou além das montanhas porque lá posso receber o sopro do vento, um local aprazível, onde os pássaros não se assustam, a noite é uma mansidão, o sol não queima o rosto e se acanha diante da gente. Se precisar, fantasiosa ou não, vou até a lua, e para iluminar o caminho do povo sofrido faço parceria com ela, como também, com as estrelas que cintilam na redoma celeste, e lá, posso ficar noites inteiras apreciando sem me preocupar em contabilizar as horas. Talvez seja inspiração, amizade, realidade, imaginação, parcialidade, atração, maturidade, penação e serenidade, junções que me levam a ser parceiro até do universo. A união dessas junções de acontecimentos eu relaciono em catálogos, cuja lista final sempre se desponta uma sociedade hipócrita, enquanto minha vida, cheia de sentimentos compostos, causa reações inesperadas, como se fosse uma mistura do que é real e surreal. Nesse mundo paralelo em que vivemos onde nada é tudo e tudo é nada, e do pouco que temos é perto do nada, para mim pode ser muito, mas o muito, diante do meu pouco se torna nada. Então, procuro sair dessa parceria fantasiosa, ir para além de mais além, flutuar, sentir, pensar, refletir. Volto a ser parceiro da monotonia e rotinas de vida que ora vivo, as quais se tornam para mim uma verdadeira festa, é como estar acordado, com os olhos vidrados na luz do firmamento e ouvidos aguçados nos sons que nem sei de onde vêm. Mas, após o fechar de olhos e não mais retornar ao meu mundo, talvez sem escolhas, o meu corpo poderá seguir por caminhos desconhecidos, cujo mistério, ao final, só eu poderei desvendar.

Há tempos, sem ser fantasioso, aprendi a ser parceiro, mas também que ninguém precisava saber por que estava triste ou o que fazia de minha vida. Aprendi, há décadas, seja lá qual era o problema, era minha responsabilidade, pertencia a mim e eu é que tinha que solucionar. Com o passar dos tempos aprendi guardar minhas dores e momentos difíceis só pra mim. E quantas dores e momentos difíceis eu tive. Aprendi também que os melhores textos que escrevia, seja lá qual padrão, saíam sempre dos momentos em que me trancava por dentro e como companhia, apenas o silêncio, a solidão e o barulho dos dedos batendo em cada tecla procurando escrever algo novo que pudesse alcançar o coração do meu povo. Às vezes, abatia tristeza, oriunda de um trabalho mal sucedido. Mas aprendi também à época que ninguém se importava como a gente se encontrava, e como era nosso dia. Aprendi que poucos valorizam o que nós fazemos por elas, e poucos valorizam a nossa companhia. Aprendi a não me importar com pessoas da mesma forma que agem comigo e a não guardar magoas no coração. Aprendi, ah, se aprendi... Aprendi tanto que hoje procuro trazer felicidade em meu sorriso.

Na sociedade consumista em que vivemos é claro que a beleza, em primeiro momento, chama a atenção, mas quando provida da realidade, sem fantasia e possuir qualidades como: a parceria, a amizade, a cumplicidade, o caráter, o companheirismo e a inteligência, são fundamentais para o amadurecimento de qualquer cidadão. Como disse Charles Chaplin: “Uma pessoa pode ter uma infância triste e mesmo assim chegar a ser muito feliz na maturidade... Da mesma forma pode nascer num berço de ouro e sentir-se enjaulada pelo resto da vida.”



 
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