Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

O Pinóquio brasileiro.

domingo, 24 de abril de 2016

Diz à lenda que um velho chamado Geppetto fabricava lindos bonecos de madeira, pois tinha como sonho ter um filho para compartilhar seus inventos e partilhar, além do amor a carinho, tudo o que era seu. Dizem também que certo dia, ele fez um pequeno garoto de madeira e quando terminou, suspirou com satisfação e disse: “Quem me dera que este rapazinho de madeira fosse real e pudesse viver aqui comigo…”. Nem bem terminou a frase, de repente tudo aconteceu como a um passe de mágica, pois simplesmente o pequeno rapaz de madeira ganhou vida. O velho, surpreso, gritou de alegria e, entre gargalhadas de felicidade, disse: “Sejas bem vindo! Vou chamar-te Pinóquio”

Dizem também que no interior do Brasil, lá pelas bandas do município de Mandruvá, região central do Brasil, de tanto ler sobre essa história o carpinteiro Torquato Neto resolveu também fazer um boneco, mas abrasileirado, diferente do perfil estrangeiro. E não é que deu certo também! Torquato ficou atônito, porque não tinha colocado nada no boneco, nem chip, nem controle remoto, nada, e o Pinóquio brasileiro saiu andando, fazendo peraltices, dançando até samba, para a alegria de seu criador. Passado alguns dias a notícia correu pela redondeza e os curiosos se amontoavam diante da casa de Torquato. E não era o Luciano Hulk com seu programa “Lata Velha” e nem o Geraldo do “Domingo Show” que levavam aquela multidão, mas sim, o boneco-gente também chamado de Pinóquio. Ele nem reagia e nem sabia como reagir, mas gostava do que via. Passado alguns anos Torquato o levou pra conhecer Brasília e emocionado, começou a chorar. Nunca tinha visto tanta gente e prédios iguaiszinhos esparramados ao lado da avenida e ao centro, dois grandões com duas bacias ao lado, uma côncava e a outra convexa. Pinóquio de tanta emoção se perdeu no meio de uma multidão que carregava faixas e cartazes. Começou a caminhar, até que encontrou uma senhora vestida de verde-amarelo que participava de uma concentração popular e também carregava um cartaz com a seguinte frase: “Impeachment já”, a quem ele pediu ajuda. A senhora ficou sem entender, mas educadamente disse que o ajudaria e perguntou-lhe quem eram os seus pais e de onde vinha. Ao que Pinóquio respondeu: “Não tenho casa e nem ninguém com quem morar”. A senhora logo percebeu que Pinóquio estava mentindo, pois o seu nariz começou a crescer. Mesmo assim, sem questionar, a boa senhora respondeu-lhe: “Volta pra casa, para junto ao teu pai. Seja um bom menino, comportado e não mintas mais”. Pinóquio prometeu procurar seu criador no meio da multidão e o seu nariz voltou ao tamanho normal.

Pinóquio sabia que era brasileiro e que tinha existido outro igual a ele em outro País. Despediu-se da senhora e andou vagarosamente, olhando para todos os lados e parou num parque de diversões. Notou que o seu nariz começou a crescer novamente. Pensou: Será que estava desobedecendo ao pedido daquela mulher? No parque lhe ofereceram pão com mortadela, entretanto somente não lhe disseram que aquele comestível iria transformá-lo em mais um burro manipulado e com rédeas. Pinóquio comeu até não poder mais e, assim que se transformou num “burro” começou a participar dos movimentos de rua, usando uma camiseta vermelhinha inscrita CUT. Passou a ser um pau-mandado, controlado por um sujeito sem escrúpulos líder de uma organização onde ele sempre ouvia aquele indivíduo ameaçar o povo brasileiro e invadir terras. Foi obrigado a trabalhar duramente em todos os movimentos e foi tão maltratado que, poucos dias depois, nem conseguia andar. Como já não servia mais pra ajudar, pois sequer era eleitor, o líder daquele movimento não pagou a ele e mais ninguém, e ainda, o deixou na sarjeta, sem pão, sem mortadela e sem os minguados “trocados” que de alguma forma o “animava” a gritar durante as manifestações a palavra: Impeachment é golpe! No dia seguinte ficou sabendo que a maioria esmagadora dos deputados que ficava dentro daqueles pratos que chamava Congresso Nacional votaram a favor do Impeachment da Presidente, daí veio, a saber, também, que Impeachment não é golpe. O frio trazido pela noite o congelou, e sem o pão e mortadela e os vermelhinhos derrotados na Câmara dos Deputados, Pinóquio ficou desiludido, não encontrou mais o seu criador, voltando a ser novamente um rapaz de madeira.

Moral da história: Pinóquio mentia por ser, puro, inocente e jamais para prejudicar qualquer que seja a pessoa. Veja bem, mulheres, homens, adultos e crianças todos mentem. Por exemplo: Lembro-me bem de um dia quando o meu netinho não queria comer sua papinha eu peguei uma colher e a transformei num aviãozinho e, olhando para seu rostinho disse: Olha o aviãozinho!... Era uma mentira, não? Saudável, mas era. No entanto, eu estava apenas querendo convencer o meu neto de que o que tinha na mão não era uma colher com papinha, mas um avião. Um avião! Eu só esqueci-me de perguntar pra ele se sabia o que era avião.

Mesmo as pequenas mentiras diárias podem trazer desafios inesperados. Revivendo aquelas cenas com meu neto e a história de Pinóquio, comecei a me preocupar e perguntava a mim mesmo: Eles, os petistas, ao assumirem o poder não acabaram com a corrupção e continuaram mentindo à população? E fui percebendo, com o passar dos anos, que se tratava de um ledo engano e aí comecei a notar o aparecimento de homens de “duas caras” e “caras de pau”, que mentiam e continuam mentindo descaradamente, e mesmo penalizados ou denunciados pela justiça, assumem ou tentam assumir cargos públicos para ficar com foro privilegiado e nem corados ficam – talvez, no caso do mandatário maior – o Lula da Silva, que parece ter mais de duas caras –, também, jamais fica corado de vergonha diante das câmeras e ainda se acha o mais honesto dos homens, e nós sabemos que ele mente, comanda uma “tropa” e sabe de tudo o que acontece nos bastidores e por trás das cortinas palacianas, de modo que, em razão disso, passou a transmitir desconfiança e virar chacota nacional e mundial. E aí pergunto: Onde foram parar os princípios éticos tão propalados pelo PT antes de assumir o poder?

Disse Bernardo Shaw, “O castigo do mentiroso, além de ninguém acreditar nele, é ele não poder mais acreditar nos outros”. Claro que todos conhecem o mau hábito crônico da Dilma, Lula e seus asseclas de estar sempre inventando novas mentiras, frases de efeito, portanto, para ela ou ele, a dificuldade em se fazer acreditar torna o jogo mais interessante. Teve um dia que Dilma contou a história da mandioca, noutros, comparou a criança com o cachorro, criticou o sol e enalteceu a lua; é triste assistir ou ouvir isso de uma mandatária maior. Já passou da hora da Presidente Dilma entender o exagero e seu abestalhado discurso, mas para comunistas, quanto mais controvérsias a mentira causar, melhor. Há três espécies de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas, como a da Data Folha. Dilma e Lula têm doutorado nas duas primeiras, a terceira é especialidade de governo e marqueteiros, sem falar na grana que corre por trás das funestas cortinas.

Mas antes de começar a detectar todos os mentirosos existentes por este mundo afora, é preciso saber mais sobre a arte de mentir do ex-presidente Lula que ora recordamos neste pequeno texto como seus principais mitos sobre a mentira.

Quando falamos de duas caras é importante delinear em itens separados algumas famosas frases do Lula: 1.ª - Em 18 de agosto de 2005, no auge do Mensalão disse: “Quero dizer a vocês, com toda a franqueza, eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia, e que chocam o país.”; 2.ª - No dia 1º de setembro de 2007, durante o 3º Congresso do PT disse: “É verdade que podemos ter cometido erros [...]. Mas ninguém nesse país tem mais moral e ética do que nós.”; 3.ª - Em 18 de agosto de 2005: “O PT deve pedir desculpas [ao país] por seus erros.”; 4.ª - Em 1º de setembro de 2007: “Não temos de quê nos envergonhar. Não tenham medo de ser petistas, de andar com a estrela no peito. O PT é um dos grandes responsáveis pelos passos largos do Brasil rumo à dignidade”.

 À beira do deboche, o ex-presidente que se alardeia tão arguto e inteligente, pois se faz de surdo, cega-se e emudece; diz não ter ouvido ou visto tantas traficâncias ilícitas e ilegais ocorridas dentro ou fora dos corredores palacianos. Os escândalos do caso Rosemary, sua “amiga”, cuja situação perniciosa sobrepõe os casos dos anões do orçamento, do dinheiro na cueca de um deputado Federal, hoje líder do PT na Câmara, do Mensalão, etc., que a fez ir a Europa, África e escapar da mídia brasileira. Como se vê, o Lula de hoje é bem diferente do Lula torneiro mecânico e líder sindicalista. Tornou-se burguês, anda de jatinho, mas em seu discurso diz que não é elite e até chora. Em tese, teria até mais razões para cobrar dos “traidores” um “pedido de desculpas”. Afinal, o STF, à época, converteu em ação penal a denúncia contra os 40 integrantes da “quadrilha” do Mensalão.  Onde Lula alegou que via “erros”, mas o STF enxergou indícios de crimes. “Onde o presidente observou “moral” e ética”, o Tribunal enxergou corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, peculato, gestão temerária e evasão de divisas. Certo dia, em um discurso do presidente voltado à militância petista que durou 57 minutos e 25 segundos, não pronunciou uma mísera palavra de reprimenda aos malucos petistas. Foi segundo a interpretação do SITE do PT um “discurso para lavar a alma petista e elevar auto-estima.” Só não lavou a imundície concentrada no processo que tramita no STF. Mas quem se importa? “José Dirceu, o técnico do time Mensalão e Petrolão, que blindou e mesmo preso, ainda blinda Lula, assim como, com petistas a sua não prisão em 2012, em razão do pronunciamento do Ministro Sebastião Barbosa, mas, felizmente, dificilmente escapará, porque já tinha sido “blindado” com várias imputações e condenado a 10 anos e 10 meses de prisão —, ele acha que Lula expressou o sentimento dos delegados” presentes naquele 3º Congresso petista. Para o ex-chefe da Casa Civil -, “o partido já fez a autocrítica”. Voltar ao tema do Mensalão é, na opinião dele, “um desvio de foco” que só interessa à direita. O PT, disse ele: “se renova, assume novas bandeiras.” Frases irônicas de quem possuem duas caras que sequer coram.

O tempo passou e veio à tona a corrupção da Petrobras e com elas mais mentiras e mentiras deslavadas e todo mundo sabe o que aconteceu, então, torna-se desnecessário reprisar aqui, cujos atos não continuarão acontecendo graças à competente ação do Ministério Público Federal e do Juiz Federal Sérgio Moro de Curitiba. Todavia, voltando ao Pinóquio brasileiro fiquei sabendo que, em razão das continuadas mentiras da Dilma, do Lula e dos políticos em geral, ele desabafou e como não encontrou o seu criador, desistiu de competir e assim resolveu deixar o Brasil, porque entendeu que a concorrência aqui é muito forte. Chegou à conclusão de que todos conseguem mentir mais do que ele.


Viver o hoje, sem pensar no amanhã.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Eu quero e muito, mas quem não quer. Lembrar de tempos idos, daquilo que é gostoso de lembrar, pode vir tudo à nossa mente, tudo de uma vez só, ao mesmo tempo, tudo que já aconteceu durante toda a nossa existência. Algumas coisas que aconteceram que consideramos nefastas, “passamos a régua” ou esfregamos a borracha do tempo. Todavia, ao escrever esta crônica não irei fechar os olhos para certos acontecimentos, pois quando surgir às mesmas dificuldades, situações, erros ou constrangimentos, nem vou sentir, nem baixar a cabeça ou corar-me, afinal é a minha vida que está em jogo e sou eu que devo dar o primeiro passo para corrigir meus erros e minhas burradas. Quando olho para o passado e vejo quem fui, quero ter o orgulho de poder dizer que aquele indivíduo era eu e hoje continua o mesmo ser humano. A vida não parou quando cai, porque tive capacidade de me erguer, nem quando pensei que ela estivesse parada porque consegui prosseguir.

Hoje ao escrever este texto eu peço um tempo para descobrir quem ainda eu sou ou pelo menos saber quem fui realmente, pois posso estar preso a um passado não tão distante, então o jeito é ficar diante do espelho, olhar para mim mesmo e ver o que ele pode me transmitir, pois, de fato, com o passar dos tempos sinto necessidade de me reconhecer, de ver aquele olhar de sempre, de ler meus pensamentos refletidos, saber de tudo, de conhecer a mim mesmo, perfeitamente, e admitir os meus erros e defeitos.

Não escrevo aqui para dizer que sou totalmente certinho e nem para ser uma pessoa cheia de erros. Eu vim para dizer sobre a emoção viver uma vida completa, com eiras e beiras. À noite quando eu me deitar, quero chorar as lágrimas que eu já chorei; quero sentir saudade da minha infância; quero sentir a vibração de um sorriso vindo de uma linda cena, vivida num lugar
qualquer; quero captar todas as minhas lembranças e ter orgulho de todas elas; quero me encontrar nos olhos das pessoas amigas e me impregnar na retina de cada uma, assim como trazer para dentro de meu peito muitas das que encontrei. Então, hoje, eu escrevo para não gritar, coloco no monitor um amontoado de letras com o fito de jamais deixar de ser eu, de não nunca desistir sonhar...

Falei isso porque sei que amanhã posso descobrir que estava enganado em não continuar amando a vida e sonhando, pois o melhor quando se erra é descobrir que o certo era o que a gente sempre quis. Eu posso até errar, mas também tenho a vontade férrea de poder acertar, mas quando eu erro, mas sabendo que todas as pessoas também erram, tal situação vem para que eu não me deprima e nem as pessoas me julguem pelos meus erros, pois todos nós erramos e muito, mas também acertamos muito e isso é fato. O meu amigo e compadre Emival deixou-nos no mês findo e foi pra outra dimensão. Deus lhe enviou a “passagem” e tenho a certeza de que está ao lado DELE em razão da boníssima pessoa que era. Hoje, antes de começar a escrever, paro para receber a brisa que passa pelo vão quadriculado da janela, certo de que todos os entes queridos estão sentindo de sua ausência à alegria que contagiava, porque como diz um autor desconhecido: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”


Detrás da sombra de nossos sonhos

sábado, 9 de abril de 2016


Tempos idos os pais não se preocupavam se o seu filho poderia sair sossegado, à noite, assistir filmes e shows musicais; andar sem medo pelas calçadas, pois naquele tempo não existiam pivetes, assaltantes, usuários de drogas e traficantes. Não se importavam com a filha que ia a pé ou de ônibus até a escola ou outro destino qualquer?! Nem celular tinham! Naquele tempo, ao lado de uma agitação que era considerada como normal tudo acontecia sem grandes sobressaltos. A televisão que era em preto e branco, não mostrava cenas horripilantes como hoje e são repetidas sem a anuência do telespectador, tudo em nome da mídia. Adultos e adolescentes caminhavam pelas ruas de madrugada, sem medo de serem felizes, cantavam para as estrelas e nem ouviam os roncos de motores, buzinas ou latidos de cães. A cidade era pacata. Hoje tudo é diferente. E pra pior, é claro! Podemos enumerar uma série de vantagens, mas na certeza de que o sol hoje não brilhará como antes. As fumaças que saem das queimadas, chaminés, veículos, sobem aos céus e tapam-lhe os seus olhos flamejantes. O céu, que outrora se apresentava estupidamente azul, claro e limpo, hoje se encontra coberto de poeira e gases carbônicos, produzindo o efeito estufa que a deixa ruborizado. As nuvens, nem se fala, quando caem, trazem borrascas inesperadas e incontidas.

Ainda me lembro dos dias em que passeava nos parques, provando deliciosas maçãs do amor, pipocas e o famoso refrigerante Grapette, à sombra das árvores que o tempo permitiu crescerem e hoje, pela insensatez humana, muitas foram derrubadas e em seu lugar, construíram famigerados parques de diversão, prédios e condomínios de luxo. Quanto bem fazia aquela sombra fresca durante o solstício de verão que parecia querer esconder detrás dela os meus sonhos de menino.

Fora daquele parque dos sonhos vivia o autoritarismo e a ditadura. Talvez fosse verdade e até ocorria poucos casos de homicídios e crimes hediondos, mas já passaram alguns anos e hoje o que mais há são esses acontecimentos. Vivemos num país onde o crime acontece todos os dias e em toda a parte. Assaltam-se bancos explodindo caixas eletrônicos, assaltam postos de gasolina, e roubam dos seguranças mal treinados e levam suas armas; estupram crianças e ainda constatamos a existência de rixas entre gangues e de crime organizado; filhos matam pais e vice versa; mulheres são espancadas pelos maridos e pessoas são assassinadas sem pena ou dó e o criminoso, insensível, parece sentir prazer de ouvir o gemido do desafeto; assaltam-se carros de valores e ninguém é culpado de nada. O que se nos dá a conhecer é o outro lado da questão. Empolga-se o caso deste ou daquele criminoso estar doente, ter sido atingido por uma bala ou saber a razão pela qual aconteceu ter-se atingido mortalmente um rapaz que estava associado a um assalto. Só falta começarmos a defender os criminosos e condenar os que sofrem na pele às arbitrariedades dos assassinos e assaltantes.

Ninguém se sente seguro em lado algum. Já não falo de políticos e afins, pois esses andam sempre com guarda-costas. Tem grana para pagar e o pior, é que sai de nosso bolso. Por outro lado, é justo pararmos no sinaleiro e ter receio de um assalto e ainda dar dinheiro ao elemento para alimentar o seu vício. Temos consciência de que muitos caixas de banco são explodidos no Brasil e com a maior das facilidades. Eles nem se preocupam. O banco está com apólice de seguro e ainda quem paga o prejuízo somos nós. Podem notar que tudo o que é mal acontece ao Brasil, e rapidamente. O pior é que ninguém faz nada. O combate deveria ser eficaz, rápido, duro e desmotivador para quem estivesse a pensar fazer alguma malandragem. A segurança é urgente e necessária. Não podemos andar numa insegurança total pelas ruas das cidades, esperando ser atacado por alguém que sabe nada vai lhe acontecer, mesmo que seja apanhado. Pagam uma mísera fiança e fica solto. A impunidade não pode ser prêmio de criminosos, não importa qual seja o crime.

Afinal onde está a segurança? Que País é este que de um dia para o outro se transformou de tal forma que mais parece uma penitenciária, onde existe um amontoado de gente e tudo acontece. Mata-se, estupra-se, droga-se, corrompe-se, invadem terras, prédios abandonados, matam, destroem propriedades ninguém se importa ou interfere. E o Poder Público onde está? É com muita pena que tenho de admitir que detrás da sombra de meus sonhos parecesse existir um amontoado de sentimentos frustrantes, depressões, desamor, confrontando-se com sentimentos de amor, amizade, paz, todos eles comuns à humanidade como a um todo, e o fio êmulo, resistente, que talvez ainda os unam no espaço sem luz ocupado por um corpo opaco, todos deveriam se agarrar e ao serem amparados pelo bastão da benevolência, procurar encenar no palco da vida um novo modelo para sociedade para que ela se torne mais justa, humana e fraterna... Aliás, se isso não acontecer, nem o sol e a lua voltarão a brilhar como antes e as árvores milenares morriam mesmo com as chuvas de verão.



Entre gotas de suor...

segunda-feira, 4 de abril de 2016

A noite encurtou o caminho e uma tristeza infinda tomou conta de mim vorazmente. O calor não me deixava dormir, continuava inerte diante das marcas passadas. Transpirava e em todo o meu corpo desciam gotas de suor. Lembranças vinham aos montões, mas não eram apenas lembranças, eram também dores doídas que avassalavam meu peito em um crime lento, de uma forma torturante. Logo, apalpei-me a mim mesmo e indaguei: Porque tanto suor? Sem resposta de como responder ao caro leitor, quero que preste bastante atenção: A vida não se define em um “mar de rosas”, e muitas pessoas querem ou precisam vencer na raça, entre gotas de suor, mesmo que o vencer signifique que elas tenham que conseguir apenas um mísero pedaço de pão.

Muitas já visitaram cidades neste e em outros estados, conheceram pessoas, gente de trato diferente. Sei que não foi nada fácil pra ninguém, mas sei que quando tiveram a primeira queda Deus veio e estendeu-lhes sua mão… E para ser sensato, acredito que não passaram nem perto de serem pessoas comuns como fui ou ainda sou. Nunca conseguirão o que planejavam, ou conseguirão? Já moraram de favor? Se for afirmativo então lhes garanto que uma mudança é incontestável, e aceitá-la, da forma que veio ou ainda virá, é imprescindível. Desde menino aprendi o que significa mágoa. Sentia quando os meninos mais abastados riam da minha casa construída de adobe, talvez nem soubessem que eu estava lá por falta de condições financeiras e minha mãe sequer tinha condições de pagar aluguel de uma casa melhor. Riam das minhas calças curtas, mesmo sem saberem que eu as tinha porque alguém de bom coração havia doado. Riam do meu chinelo que não encaixava bem no pé, mas não sabia o quanto me doía por não ter condições financeiras para comprar um novo e ou mesmo possuir um sapato condizente. Eles riam do meu cabelo, o qual, eu lavava com sabão caseiro em bola, feito em tachos, e era fato que também não tinha condições de comprar um xampu. E foi assim eles construíram um império de gozações…

O tempo foi passando e a cada dia fui vencendo. Com muito custo, suor e intermináveis dias de trabalho e eu já possuía uma moradia mais digna. Senti uma necessidade imensa de ser feliz, mas confesso meu caro leitor, sem saber o que significava felicidade. Só sei que lutei e muito, trabalhei dias e dias incansavelmente, conquistando um pouquinho de dinheiro, mas não para viver em um mundo de aparências, porque diante do mundo a minha alma gritava por algo concreto, algo que vinha de dentro do peito, de um lugar emocionalmente profundo: o coração.
Noite silenciosa e gotas de suor não paravam como não paravam de vir os pensamentos rumorosos que apossavam de minha mente. Nem odeio esses momentos em que relembro toda a minha história, porque ela foi escrita com tintas rubras de um coração ferido pelo tempo. Hoje me sinto feliz e orgulhoso por ser quem realmente sou, pois o passado passou de boa e me tornou uma pessoa mais sábia. Nunca entenderei aqueles bichos-homens donos daqueles impérios de gozações impróprias e nem do homem que continua sedento por dinheiro e se corrompe facilmente.

Noite à dentro, peguei uma toalha estirada sobre a cabeceira da cama, enxuguei o rosto para não mais ficar entre as gotas de suor e nem mais me lembrar de tempos idos. E assim, olhando pra um ponto qualquer de meu quarto encerrei minha sessão de tortura, para tentar dormir e torcer para que o sono curasse meus olhos irritados e o suor secasse de vez. Mas antes de encerrar esta crônica, fiz uma prece para todos que agora passaram ou passam pela mesma situação que eu passei, e ao final, desejei que todos superassem com garra, vigor e jamais se atormentassem por estar apenas entre gotas de suor.

 
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