Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Laços de família

sábado, 31 de agosto de 2013



Embora os filhos não tenham motivos para se tornarem delinquentes é necessário entender que a violência pouco a pouco pode entrar em nossos lares. Ouvimos diariamente noticiários mostrando as barbaridades praticadas por jovens contra pessoas humildes que transitam pelas ruas e ou mesmo contra os seus próprios pais e entes queridos. Situação que nos fazem refletir e perguntar: Como podem eles praticar tanta barbaridade? Como podem ser tão frios e capazes de praticar tamanha violência? Como pode uma criança exterminar toda a sua família? Diante daquela notícia, inerte calei-me e sabia que a sociedade também ficara incrédula, estupefata.  Entretanto, não obstante a gente não aceitar como um fato real, que pode alcançar o nosso lar e que esta é uma realidade vivenciada todos os dias, em todos os lugares e que nos afeta, não podemos deixar de considerar que a violência sempre existiu, entretanto, o mais perigoso, agora, é que começam a ser tolerada e aceita como inevitável, pois sem ir muito longe, em nossos lares a televisão entra sem pedir licença, mostra em seus filmes e novelas cenas horripilantes, armamento de pequeno e grosso calibre que vomitam suas balas como se estivessem comemorando uma festa junina, e vemos estupefatos, vários corpos estirados no chão. Mostra o sexo de forma deliberada, a crua violência, os políticos que são condenados pela justiça,  presos e sequer são cassados pelo Congresso Nacional, que nada mais é um corporativismo formado pelo PT, PMDB e partidos aliados para defender seus asseclas. Uma vergonha que virou chacota em todo o mundo! Meu Deus! Que país e este? País onde políticos  não dão exemplo de cidadania e nem respeitam o seu próprio eleitor, fatos que estão se tornando corriqueiros, noticiados pela imprensa escrita e televisiva, que já extrapolam os limites da sensibilidade humana, mas, no fundo, sabemos ser difícil dar um basta ao não ser, se voltarmos às ruas e tomarmos conta daquela malfadada Casa Legislativa lotada de corruptos, sem escrúpulos. A todas essas mazelas que vêm contaminando o Brasil temos de convir, entretanto, da existência da perda de controle do governo federal e da sociedade especializada.

No que tange ao meio familiar, desde os tempos remotos, Deus tem incluído a família em suas promessas de bênçãos, salvação e livramento, tanto que em Gênese 7:1 disse a Noé: “Entra na barca, tu e toda sua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração”. Daí manter a paz e ser justo dentro de uma família, partindo deste princípio, podemos afirmar que é uma obrigação primária, mas, em especial, dos pais, pois é no lar onde se aprende essa justiça, onde se inicia o aprendizado das palavras de Deus, bem como a viver e construir a tão almejada paz. É no lar que os pais têm enorme responsabilidade de ensinar aos seus filhos a maneira de se comportar, de tratar aos demais e de resolver os problemas. Mas é importante salientar que nessa pequena sociedade familiar, deva existir  amor e carinho entre seus membros para que não se perca a almejada paz, pela qual, todos devem trabalhar pacientemente todos os dias para conquistá-la e ou mesmo mantê-la.

A paz para reinar num lar deverá ser o resultado de muitas atitudes, mas todas elas deverão estar fundamentadas precisamente no amor, no respeito e ajuda mútua, na partilha, no compartilhamento do trabalho do lar, na caridade, sem perder a visão familiar tão sonhada por Josué (24:15): “...eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Quando colocamos algumas famílias no palco da vida para encenaram o que estão fazendo, assistimos cenas que nos deixam estarrecidos, entretanto, é importante atentar para o fato de que estão vivendo uma realidade dinâmica, em evolução permanente, com nascimento de novas raízes e aí nunca será a mesma, pois estão formando um mundo à parte, como propostas e jeitos próprios que não se repetem. E é neste contexto que os planos de Deus tomam forma e são dados ao casal em forma de semente para que a cultive e se multiplique na Terra, onde o mal, muitas vezes, parece prevalecer sobre o bem, mas, fortalecidos por ELE e obedecidos os seus mandamentos, essas famílias possam prevalecer sobre o mal, crescer e levar essa semente à plenitude do amor, da paz e da bondade. 

É difícil corrigir anos e ou mesmo erros de gerações passadas, todavia está claro que há muita coisa que precisa ser esclarecida escrita no versículo, Atos 16:31: “Crê no Senhor Jesus e será salvo, tu e tua casa”. Interpretando a frese acreditamos que essa provisão Divina para a salvação e bênção de toda a família nada mais é que devemos meditar que Deus pensa nela e tudo que faz, tanto que proveu para o seu filho Jesus uma família abençoada nesta terra. Tenho visto atitudes erradas na vida de muitos cristãos, entretanto, o único modo pelo qual podemos ter boas famílias é vê-las construído sobre um alicerce firme para que todos louvem a Deus de forma consciente e tudo comece a frutificar dentro da casa, de modo que possam entender o que Deus tem desejado e os princípios que norteiam o seguimento familiar

Pedaços de chão no Reino da Utopia

segunda-feira, 19 de agosto de 2013



Todos sonham possuir um pedaço de chão, mas nem todos conseguem. Desde o descobrimento do Brasil o índio tinha mais do que possui hoje. Na verdade, quase não tem mais, pois a civilização avançou demais e foi tomando seus quinhões de terra selva adentro. Diferentemente desses habitantes de florestas, as pessoas chamadas por esses selvagens de “caras pálidas” e que vivem noutra selva, a “de pedras”, construídas pelos seres humanos, muitas se encontram abandonadas nas ruas, ocupam clandestinamente os espaços públicos e privados, não tem um pedaço de chão para nele instalar um barraco, por mais simples que for. Uns cem números de habitantes são desabrigados pelas chuvas, pelos desmoronamentos, pelos incêndios, por outros eventos e até pela própria ação do homem, os quais, certamente, desejariam para reconstrução de suas vidas, apenas um pequeno pedaço de chão, porque para eles, um pedaço de chão é muito mais que ter onde morar. É ter direito a uma vida mais digna e melhor protegida. É poder plantar sementes e colher sonhos. Colher sonhos, semear projetos e gerar filhos num solo fértil, torna-se claro e notório, que tudo se frutificará em coisas prósperas e lhes darão alegrias no amanhã. Ter um pedaço de chão vai além de abrigar corpos. Aconchega. Conforta. Até na hora sinistra da morte precisa-se de um pedaço de chão. E nem nessas horas todos têm o privilégio de adquirir um espaço digno para sua última morada. Todos querem. Muitos sonham, mas nem todos conseguem um pedaço de chão... 

Quantos parentes, amigos e amigas se foram para outra dimensão. Sábado findo, na cidade de Goianira, durante o funeral de dona Judite Alexandrina Carneiro, mãe de Eva, minha secretária do lar, observei que sol queimava a terra enquanto pequenas nuvens negras iam se formando e retalhava-o naquele universo místico, onde, algumas vezes, se eclipsou com coisas surreais, mesmo assim, resquícios dele teimavam em atravessar entre as impertinentes nuvens a conta gotas quando estas se descuidavam. Todos naquele campo santo, cercados lápides e jazigos antigos, nem vislumbravam a magnífica vermelhidão que pendia no céu como um pingente multicolorido, e sequer entendiam que aquele sol estava iluminando as pessoas que ali oravam em prol de dona Judite e que, de alguma forma, aquelas orações eram reabastecidas pelo Espírito Santo, um poder impessoal que Deus disponibilizou aos seguidores de Cristo. 

Disse acima que até na hora sinistra da morte precisa-se de um pedaço de chão e nem nessas horas todos têm o privilégio de adquirir um espaço digno para sua última morada. Dai lembrei-me de tantas pessoas que são desalojadas de suas casas, dos casebres, dos barracos, sem a menor sensibilidade e amor ao próximo. Com essas nuances, surgiram as primeiras tentativas de mudança naquela terra que chamo de Reino da Utopia. É como se ela vibrasse sobre os pés de pessoas insensíveis e entrasse em um novo eixo. Mas, o tempo não pôde esperar, o sol se foi e veio à escuridão, que desceu sobre Utopia escurecendo-a sem dó. Era como se lá tudo estivesse protegida por uma grande placa de aço, escura, pesada, sem fim. As pessoas pareciam acordar de um sono profundo e algumas sentiram seus corpos convulsionarem-se, retorcerem-se, curvarem-se em choro, expondo o que nem elas mesmas tinham conhecimento, um lado oculto, mas, felizmente, a escuridão esvaiu-se como num passe de mágica e o sol tomou o seu lugar para iluminar o caminho daqueles que partiram e partem para se despertarem em outra dimensão ao lado do Pai Celestial. 

Mas, a minha querida Utopia estava mergulhada em uma maldição indecifrável, o sol vermelho que beijava a terra, poderoso, magnífico, absoluto e que fazia recair sobre a cidade fachos de luz únicos, curvou-se diante da noite. Fechada a cortina do tempo e diante aquela cena de construções devastadas, natureza arruinada e um vazio supremo, todos pareciam perdidos, cada qual procurando respostas, saídas daquele pesadelo, mas o que não entendiam é que o Reino da Utopia adormecia sobre um pedaço de chão, que vagava no espaço celeste, mostrando coisas mirabolantes, uma cidade efervescente que iluminava todos os covis, que deveríamos aprender a destrui-los, um a um, e depois, procurar extrair todos os nossos medos e receios, lutando por uma vida digna e a chance de um dia voltar ao convívio com os nossos entes queridos. E, quando tocar o sinistro relógio por doze vezes, anunciando meia-noite e vermos algo se apoderar de Utopia  como as estranhas criaturas que saíam de seus covis e atacar aqueles que ali se acomodavam, havemos de entender que nada mais é do que um jogo de sobrevivência, por tempo determinado ou talvez, até que aquele relógio utópico silencie-se diante das intempéries do tempo e ceda um pouco, de modo que os monstros sumam e cada um de nós possamos despertar do transe, voltarmos a viver um dia normal e entender que aquele pedaço de chão tão sonhado é apenas utopia.

Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 21 de agosto de 2013.

Eram apenas sonhos cotidianos represados.

terça-feira, 13 de agosto de 2013


 
Se eu não fosse uma pessoa estressada por natureza enfrentaria aquele trânsito infernal sem lamúrias. E o pior é que moro apenas três quilômetros do centro da cidade e faço sempre o mesmo percurso todos os dias para chegar ao trabalho, mas, naquele dia, em virtude de uma obra, tive que mudar o trajeto e passar por outro local onde tive o desprazer de deparar com enormes outdoors que mostravam mulheres seminuas e outros, anunciavam aniversário de quinze anos da uma casa de prostituição. Pensei com meus botões: Nestes cartazes deveriam anunciar shows para arrecadação de alimentos para as pessoas que estão passando fome, ou de combate a violência, a drogas e à própria prostituição, e não anúncios oferecendo “serviços” de mulheres, cuja propaganda nada mais é do que uma agressão à família. Estupefato, continuei o meu trajeto e ao chegar ao centro, com o pensamento amalucado, tive dificuldade também de achar um lugar para estacionar o carro. Olhei para o céu e vi que o sol estava bastante declinado com o beiço cheio de fogo que parecia beijar a terra. Para azucrinar mais a minha tolerância, logo atrás do meu veículo, um apressadinho começou a buzinar e abrir a boca cheia de dentes cariados, e com um sorriso sarcástico, gritava palavras grosseiras que tropeçavam em consoantes indecifráveis. Com os nervos à flor da pele, mas tentando manter o pensamento firme, enchi o peito de ar e respirei fundo. Respirei mais uma vez, puxei o ar novamente para dentro dos pulmões e o soltei, depois, fui surpreendido e envolto por um temporal de perdigotos vindos da boca daquele indivíduo que minutos antes fazia de tudo para tirar-me a quietude percutindo sobre meus ouvidos aquela voz estridente e sons que mais pareciam cascos de mulas trotando sobre paralelepípedos. Naquele instante procurava evitar que alguém reparasse a minha ansiedade e também não me tornasse ridículo como a uma carranca de chafariz a cuspir água, num mugido aquático confuso. Olhei para os lados, entrei num pequeno espaço sombreado de uma árvore centenária, manobrei o veículo, balancei a cabeça meio atordoada, emitindo um sinal de sim e não, como se eu estivesse fazendo um resumo daquelas cenas grotescas como forma de reportar nas páginas da vida aqueles gestos vagos. Como a um prisioneiro de palavras complexas desatei o cinto de segurança, peguei a caneta, um pedaço de papel e procurei resumi-la elaborando um texto provável, e sem erguer as sobrancelhas consegui reduzir aquela situação em poucas palavras, e desdenhosamente, encolhi os ombros para não enredar-me numa teia de frases sem nexo.
 
Lembrando daquela língua abarrotada de saliva e de palavras inapropriadas, desci do veículo, ergui os braços desapertei a gravata que sufocava o meu pescoço, peguei o lenço no bolso do paletó e abafei aquelas estranhas gotas de suor, espelhadas, que desciam mansas e penetravam no canto da boca misturando-se ao suco de limão servido por aquele boteco da praça, cujo ato foi presenciado por um par de olhos famintos de um menino de rua, que lacrimejavam dor, lágrimas que desciam devagarzinho pela sua bochecha franzina e que sabia não ter chão para ampará-las, ou talvez, de seus olhos, não saíssem apenas lágrimas.

O sol queimava a lataria do veículo sem dó e o suor, brotava entre as células molhando minha camisa, deixando-me exausto naquele dia em que o povo se movimentava nas ruas comemorando alguma coisa ou manifestando não sei o quê. E as gotas, que hora tornavam-se cintilantes e hora não, mais pareciam obras de ficção e sabiam como escorrer sobre a face e às vezes, eram levadas pelo vento esvaindo-se no espaço sem espatifar-se no chão. O meu corpo em chamas sentia mergulhar em águas profundas enquanto aquela pessoa que esbravejara, coincidentemente, parou o seu carro ao meu lado e nele trazia plotado sobre o capô uma enorme caveira intimidadora,  e aí, sem mais delongas e despistando o acontecimento anterior, perguntou-me o que achava do calor. Notei que se tratava de uma pessoa questionadora e que gostava de esbravejar contra tudo e contra todos, até mesmo contra o tempo que estava realmente abafado e quente. Com a língua em forma de gravata, parecia querer abrir a torneira do tempo para se esconder debaixo de uma água imaginária. Eu, sem medo de procrastinar em lume porque o calor era realmente insuportável que fazia latejar meu cérebro, não dei ouvidos e aquietei-me à sombra daquela árvore, pois quando a gente está feliz nem repara se o calor é proveniente de solstício de inverno ou de verão.

Os meus pensamentos iam e voltavam na velocidade da luz e diante de tantas informações captadas guardadas na região recôndita do meu cérebro não vi alternativa senão ver aquele trânsito caótico modificado e tentar moldá-lo assertivamente orientando que as ações governamentais fossem formadas por um conjunto de procedimentos capazes de assegurar, e desde o início, que se faça um exame sistemático das vias públicas, retiradas de outdoors perniciosos, sincronização de semáforos, não importa em que locais, com propostas e alternativas capazes de provocar resultados satisfatórios e seja apresentada adequadamente aos usuários de veículos, assim como aos não usuários de forma plausível, vez que eu e eles somos e continuaremos sendo o público alvo que motiva e continuarão motivando mudanças, sejam ou não através de manifestações nas ruas. 

Descansado, prossegui, pois o trabalho me esperava. De repente, me vi diante de outros motoristas na mesma situação, um alvoroço total, e aí, não foi possível desviar o olhar e nem escapar dos olhares deles, por mais que tentava. Adentrei ao prédio e apertei o botão do elevador e nada. E o tempo foi passando e nada... Suava bastante e preocupado com as horas mortas apertei novamente o botão. Era como tivesse apertado um acionador de míssil, pois em seguida, não sei como, ocorreu um estrondo ensurdecedor. Assustado, acordei. Atônito, olhei para o lençol amarrotado e travesseiro molhado de suor, e aí, passei a entender claramente que eram apenas sonhos cotidianos que há dias vinham sendo represados em minha mente. 


Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 14 de agosto de 2013

Governo itinerante sob a ótica de um cidadão paciente.

terça-feira, 6 de agosto de 2013


Cidadão “paciente” é aquele indivíduo que anda muito e luta incansavelmente à busca da sobrevivência e tem serenidade de esperar qualquer resultado, seja desfavorável ou não. Persevera na busca de uma tarefa que sabe ser lenta e de difícil solução. Este é o meu cidadão, personagem que insiro neste artigo para você refletir, comumente chamado nos hospitais de paciente, mas o meu não é um paciente, nem impaciente ou doente, é apenas mais Jó que tenta sobreviver aos percalços que a vida lhe impõe e em um mundo nosso deveria ser de todos. Mesmo sofrendo as agruras imposta pela vida não reclama.  Quando vem uma doença, às vezes inesperada, que lhe debilita, retira a capacidade de trabalho e de subsistência, temporária ou definitivamente, vê-se sem alternativa, mas, como cidadão paciente, busca encontrar no Poder Público, a solução imediata para seus problemas. Ele estranha o jeito da nova Administração Pública Brasileira de resolver situações que prejudicam a sociedade, o modelo de escolas, a saúde precária, a segurança ineficaz e a nova geração de jovens que surgem e a forma em que buscam seus ideais. Observa todos os acontecimentos, dias e noites, vidrado em noticiários de jornais e TV, mas, como cidadão leigo, evita entrar no mérito e nem se mete a curioso. Registra a sua memória uma afirmação estúpida de um seu colega de trabalho que dizia desconhecer o projeto “Governo Junto de Você” e que não perderia nada por se encontrar viciado apenas em vídeo game e internet. O que acontecia fora do mundo virtual daquele indivíduo era sem importância.
 
Apesar de este assunto “prestar serviço junto ao povo” ser mais velho do que a página de um caderno de infância guardado no fundo de um baú, deixa-me curioso, pois esta ação governamental ora colocada novamente em prática pelo Governo de Goiás nada mais é do que uma aliança entre Estado e Município visando levar saúde, educação, segurança, cultura, lazer, assim como, a cidadania para todos os munícipes. (Pronto! Tornei este artigo em assunto antigo e chato, mas, releve caro leitor, que é somente para uma leve reflexão, mas, certamente, trata-se de coisa séria). De outra parte, serei sucinto, rápido, simples e indolor. As cidades se expandem, a população aumenta e nos órgãos públicos superlotam as salas de recepções, como nos centros de saúdes e hospitais. As pessoas se tornam andarilhos e vagam em basca de um atendimento eficaz e muitas vezes não encontram.

À bem verdade se analisarmos sob a ótica do bem servir, há locais onde impera o tratamento humano e justo, aquele que toda pessoa gostaria de receber ao adentrar num órgão público e ser atendido por um educado servidor. É raro, mas ainda encontramos servidores dedicados, criativos, atentos e sensíveis aos reclamos daqueles que os procuram e isso se torna um bálsamo para a vida. Alguns parecem ter sido talhados para o serviço de atendimento ao público, principalmente daqueles que os procuram sedentos de uma informação que lhes venham resolver seus problemas, proporcionar a tranqüilidade e a garantia de que receberão do setor público, além do respeito aos seus direitos de cidadão, respostas prontas e apropriadas de forma que se evite a impaciência, o estresse e a emoção. No íntimo, gostaria que fosse implantado na massa cefálica de cada servidor um chip vapt-vupt para dar fim a morosidade que impera no serviço público. 

Todavia, nem sempre o brasileiro que procura aos postos de atendimento não só na área da saúde como de outros órgãos públicos é tratado como merece. Os maus tratos, o desrespeito à condição de angústia e ansiedade por uma resposta clara, a demora no atendimento, a morosidade para dar um parecer num processo e até mesmo a recusa de protocolização de requerimento que é um direito constitucional, são práticas que infelizmente ainda são comuns. E talvez por conta disso, não nos cause mais tanto espanto quando olhamos para o lado e notamos que, em meio a uma fila de pessoas aguardando atendimento, e em pleno horário de expediente, um "servidor", de forma displicente, desatenciosamente, manuseia o computador clicando outros links e sequer levanta os olhos cheios de preguiça. 

Chega a ser irônico, se não fosse trágico, mas, felizmente, há muitas exceções. Em muitos casos, principalmente quanto a aqueles que buscam atendimento hospitalar, estes precisam ter realmente muita paciência para serem atendidos. Paciência deve ter também os atendentes quando o paciente ao buscar informações a respeito de seus direitos, recebe a informação talvez equivocadamente, ou por falha do sistema, de que não há médicos ou vagas de internação. Não obstante isso se entende que cumpre aos setores competentes da saúde pública assegurar o direito constitucional do cidadão em relação à saúde ser tratado com dignidade. A saúde no Brasil precisar ter uma solução rápida, eficaz e não adianta enviar médicos para o interior se lá não existem a condições mínimas de trabalho, estrutura, medicamentos, equipamentos e materiais cirúrgicos  utilizados para salvar vidas.

Sei que há muito a se fazer para se chegar a um patamar digno de proteção social, entretanto, em relação ao projeto “Governo junto de você” que presenciamos em vários bairros desta Capital e cidades do interior, restou-me, como não poderia deixar de ser e até por questão de reconhecimento, testemunhar neste pequeno artigo dizendo que, juntos com outras pessoas amigas, fomos bem atendidos, destacando, a priori, a atenção dada pelo DETRAN onde o amigo Alfredo conseguiu tirar o licenciamento de seu veículo, e também ao setor da saúde, no qual, o Sr. José Carlos conseguiu uma cirurgia de catarata, enquanto em outro balcão, a jovem Regina corrigia o seu registro civil, com expedição de carteira identidade, e outro desconhecido, recebia uma segunda via. Ainda no balcão do Tribunal de Justiça, uma amiga saiu feliz com a certidão de divórcio consensual. E o meu personagem, o Torquato, mais afoito, conseguiu levar para sua entidade, dentre outros pedidos, uma cadeira de roda e fraldas descartáveis. 

       Conhecedor de perto deste projeto, não poderia, de outra parte, deixar de parabenizar governador Marconi Perillo e o doutor Joaquim de Castro, Secretário de Articulação Institucional ora responsável pelo governo Itinerante, cidadão competente, exigente, sério, de ilibada conduta e zeloso pela coisa pública, que, mesmo diante das adversidades, ainda consegue carregar consigo um sorriso nos lábios e faz questão de distribuí-los a aqueles que se enfileiram diante dos balcões em busca de atendimento. De outra parte, não poderia deixar de enaltecer também as pessoas que fazem parte da equipe do governo itinerante, principalmente das áreas citadas, onde eu e meus amigos fomos atendidos, e os louvo nestas páginas, augurando-lhes votos de meu profundo respeito, agradecimento e admiração. E, ainda sob a ótica imposta pelo meu personagem e de tantos outros que foram atendidos por este projeto intitulado de “Governo junto de você”, todos foram unânimes em afirmar que os servidores distribuídos naqueles variados setores de atendimento, estavam compenetrados e dotados de muita paciência, os quais, muitas vezes, talvez nem recebessem a mesma reciprocidade do cidadão que lá fora atendido, não obstante entender que deveria sempre existir essa reciprocidade, pois sabemos que não é fácil trabalhar atrás de um balcão, cadastrando nomes, direcionando ações, cuidando de vidas e solucionando problemas através de um sistema instalado emergencialmente, talvez em local inapropriado, para atender um público sedento de uma informação eficaz a ás vezes, com saúde precária e nervos à flor da pele.

Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 07 de agosto de 2013.

 
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