Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Desistir do Brasil, jamais!

segunda-feira, 27 de outubro de 2014


Nesta segunda-feira, não foi um dia de luto, foi um dia de reflexão e quiçá, buscar motivos para este questionamento: Até que ponto vale a pena ser honesto? Até que ponto vale à pena lutar, ser brasileiro, ter esperanças? Hoje, sei que a metade dos brasileiros está frustrada e a outra metade festejando. Será que é assim que funciona a democracia? Mas festejando o que? A vitória da Dilma ou de não perderem a Bolsa Família com a vitória dela? As pessoas de baixo poder aquisitivo beneficiadas por essa bolsa dificilmente terão condições de mudar de vida, ter um trabalho digno ou demarcar um norte para suas vidas, pois o governo não tem interesse por questões óbvias e essa ajuda é e sempre será um cabresto eleitoral. A Bolsa deveria ser emergencial, jamais permanente. Ele mata a fome e escraviza! O governo usa a ignorância do povo e o prende numa armadilha desonesta. Mas, enfim, passadas as eleições, não vamos deixar que haja uma polarização e que ela se transforme numa violência descabida; vamos ficar na esperança de que não haja continuidade das zombarias de ambos os lados e ou mesmo boicotes. Ao lado perdedor cabe continuar fiscalizando, cobrando o que mais de funesto vem ocorrendo no Brasil: a corrupção generalizada e perda de valores éticos e religiosos, tão visíveis durante a campanha eleitoral, como ocorreu com a apresentação do projeto pelo deputado Jean Wyllys, apoiado pela Presidente com intuito de profissionalização da prostituição, da liberação das drogas, cirurgia de mudança de sexo para pré-adolescentes pelo SUS e descriminalização do aborto. Ele, além desse absurdo, é árduo defensor da distribuição do "Kit Gay" nas escolas. Esse indivíduo é o mesmo que disse: “A bíblia é uma piada, quem crê nela é uma palhaço, e as igrejas são uns circos. Pronto falei!” Pasmem! E é esse crápula que o Lula disse numa reunião ser líder da juventude brasileira.

Amigos leitores, o Brasil continuará seguindo seu rumo seja leste, oeste, sul ou norte, mas sempre em frente, nunca dividido como quer a Presidente. O importante mesmo é que façamos a nossa parte e como disse uma amiga, trabalhadora incansável, de ilibada conduta moral e profissional: “Agora é continuar levantando cedo e ir para o trabalho no afã de ajudar a melhorar este País, acabar com os corruptos e corruptores, sabendo que metade dos brasileiros já faz isso, enquanto outra metade espera a bolsa família... A outra parte, 30 milhões de pessoas (votos brancos e nulos) estarão à espreita contra os atos de improbidade da Presidente, isto tenho absoluta certeza. Ainda bem que, depois da eleição, ficamos equilibrados não? Desistir do Brasil jamais! Eles não esperavam esta reação do povo brasileiro e vão ter que repensar tudo, e se não fizerem, continuará cobrando de cada eleitor petista a malversação do dinheiro público praticados por eles.”

Não importa qual rumo ou lado estamos. O importante é seguir em frente e fazer a nossa parte, trabalhando com foco. Imbuídos de desiderato de bem servir a Pátria, sermos honestos, defender nossas famílias, amar a Cristo e procurar extrair desta terra varonil a alegria de viver. Qualquer governo, por mais que votemos usando a razão, pode ajudar ou atrapalhar, todavia, é importante sabermos que quem constrói o nosso futuro somos nós mesmos. E, para finalizar, restou-me então lembrar-lhes de finais de novelas globais dizendo-lhes: Emoções mais fortes ainda estão por vir no capítulo seguinte e uma delas será quando o povo, que é o personagem principal, descobrir que viveu e vive a jornada de um imbecil.


No último limiar da dor

segunda-feira, 20 de outubro de 2014


A dor é um sintoma frequente nas neoplasias malígnas. É talvez o sintoma mais temido da doença neoplásica. Existe o conceito popular de que a dor no câncer é terrível e incontrolável. Um conceito verdadeiro, porque já acompanhei e acompanho vários casos de pessoas amigas, cujos relatos são surpreendentes, algumas já se foram para outra dimensão, assim como, o meu amigo Ildeu Dornelas que mesmo desenganado pelos médicos, brincava com a dor e nos recebia sempre com um sorriso nos lábios, fato comovia a todos e que me fez debruçar sobre letras, escrever e publicar no DM em 6 de junho de 2014 um artigo intitulado: “Carta ao Grupo Superação...”, e hoje, neste pequeno texto, não somente falar que ele vivia no último limiar da dor, que a morfina às vezes não conseguia diminuir, mas também de gratidão. Embora este temor tenha fundamento, é possível sim reduzir a dor de modo significativo dizem os especialistas, com avaliação e tratamentos adequados. Os sintomas álgicos somam-se às incapacidades primariamente relacionadas à neoplasia e seu tratamento pode ser causa de insônia, anorexia, confinamento ao leito, perda do convívio social, redução das atividades profissionais e de lazer. A dor do câncer é vista como desumana e acarreta grande estresse e sofrimento aos doentes e aos que os rodeiam. Este quadro, freqüentemente, resulta em perspectivas emocionais, sociais e econômicas desfavoráveis ao doente e seus familiares.

Às vezes não importa falar o que sentimos ou quando escrevemos aleatoriamente dezenas de textos; às vezes não nos basta apenas um abraço, um beijo no rosto, um afago, um aceno ou um olhar complacente. Às vezes o que importa é procuramos enxergar o lado de lá, o lado de alguém que precisa da gente, nem que seja para receber de nós apenas uma palavra de carinho. Ninguém sente o vazio do vento quando ele passa soprando amor e solidariedade, não é verdade? Os gestos que impomos, tornam-se inúteis e as palavras ditas, apenas diminutos sons, que se misturam no silencio do turbilhão de sentimentos. Nenhuma expressão feita com os olhos ou bocas poderiam mostrar o quão importante é estar sempre junto de pessoas que estão precisando da gente, mesmo sabendo que também precisamos de tempo. Infelizmente, o tempo tem seu próprio tempo, como nós temos à hora plantar e colher nos galhos da vida, bons frutos, para, no final, partirmos para outra dimensão com espírito leve, solto, dever cumprido, sem culpa, cuja “viajem” sabemos que não dependerá muito da vontade da gente.

Em certos momentos acho que não preciso chorar para mostrar que estou triste e fico angustiado quando me sinto impotente para ajudar alguém a carregar sua dor, principalmente quando se trata de pessoas com câncer. Solto um grito silencioso para que não saibam o que sinto. Solto um sorriso de felicidade à aqueles que me cercam apenas para disfarçar o que sinto, pois preciso realmente aparentar ser e demonstrar estar. Meu mundo acontece aqui dentro de mim mesmo. E ele não é menor ou maior que o seu: é simplesmente o meu. Ele é meu com todas as letras, porque eu o controlo e procuro administrá-lo da melhor maneira possível; ele é meu em cada palavra, em cada gesto, em cada olhar, em cada silêncio. Às vezes ouço choros e escuto gritos silenciosos e nem sei de onde eles vêm, e quando sinto dor, diminuo-a soltando gargalhos embebidos de paz espiritual tão preciso que evito invadir o mundo dos outros; evito emitir coisas vãs, mas tão minhas que as excluo, são coisas minhas e algumas tão sem nexo que nem merecem serem citadas, são coisas minhas, tão findas, que mesmo sem querer, sinto-as repetirem infinitamente dentro de mim

Se uma pessoa lhe disser que está sentindo uma dor proveniente do mal do século, apascente o coração dela, estenda sua mão, dê apoio moral e espiritual, fique em silencio e procure sentir a dor dela, e se chorar que seja em agradecimento á DEUS por ainda estarem vivos. Se sofrer em razão da situação dela, é justo saber que DEUS te ama e a ela também. Talvez você não consiga ver, não consiga entender, mas DEUS sabe o que está fazendo, então, se hoje você chora e uma dor te sufoca, dê Glória a DEUS por isto, porque amanhã o SENHOR te dará um sorriso abundante, o qual ninguém poderá roubar de você, ninguém poderá roubar o que Deus tem para você, então, não questione, apenas louve ao Senhor, adore-O e agradeça-O por mais um dia que ELE te concedeu, assim como, concedeu a ela também. Deus sente a sua dor, quando ninguém pode te entender, quando ninguém sabe o que está acontecendo com você, mas DEUS tudo vê e sabe o que passa em seu coração. Ele chora por você e sabe também o quanto dói a sua dor.


Delação premiada e a indignação do povo brasileiro.

terça-feira, 14 de outubro de 2014


Estamos vivendo numa total secura, não só em relação ao tempo seco ou da falta de chuvas e de águas em reservatórios, estamos vivendo uma secura de ética, de ideias; secura de desculpas não convincentes; securas relativas a falhas que cometemos; securas do não comprometimento com a situação política momentânea, corrompida em que passa nosso País. Confesso que, ultimamente, em face da campanha eleitoral, não ando tão ocupado assim que não possa manifestar meu descontentamento com tudo isso e assim, vou liberando os feixes de pensamentos que se acumulam na região recôndita de meu cérebro, cronometrada pelo parco tempo que juro ainda ter. Todas as parafernálias eletrônicas diante de mim estão empenhadas a me ajudarem a matar esse tempo, mais precisamente no Facebook, que é para nós internautas, uma espécie de redutor de espaço que nos aproximam diariamente principalmente com aqueles que compartilhamos nossos ideais, pensamentos e ideias.

As ideias, às vezes, se não forem bem expressadas podem nos levar ao silêncio e às desconfianças, e talvez por faltarem conteúdos, evitamos ser ditas, não merecem a menor a atenção, nem uma nota ou uma pontuação qualquer. Pode ser tarde demais quando pensamos em dizer algo e sem sentir, já dissemos. Em conjunto, essa produção industrial de bobagens e reduções explícitas da realidade replicadas na rede nos dá a sensação de preenchimento de um tempo. De tempo encurtado. De tempo útil. De vida bem vivida.

Se quiser saber a dimensão do tempo e só ficar um minuto em silêncio, diziam os sábios, que talvez, não suportavam passar alguns minutos sem a tal comunicação. Isto acontece com a gente também, principalmente quando conferimos as últimas mensagens no celular que vibram nos bolsos ou na carteirinha que carregamos fixa no cinto. O meu só vibra quando está vazio ou quando um chato de nome Max Gehringer me tira do sério de hora em hora para fazer suas propagandas. Não consegui excluí-lo até hoje e o homem só pode ser sócio da Vivo. Fica tudo travado. Só tenho sossego quando o celular descarrega. São horas de abstinência que se manifesta toda vez que o coloco para carregar e aí me lembro de que nossas vidas pedem barulho e transbordamento o tempo todo. Elas estão secas demais para suportar algumas horas de silêncio, mesmo que este seja premiado.

E por falar silêncio, um que nos deixa estarrecido é a tal de delação premiada. Recentemente, em um noticiário televisivo, assisti um ex-diretor de abastecimento e refino da Petrobras Paulo Roberto Costa durante a sessão da CPI mista do Congresso Nacional ficar calado, situação que aumentava a pressão dos parlamentares pelo teor dos depoimentos de sua delação junto a Policia Federal do Estado do Paraná. Observei que aquele depoimento estava a dezessete dias das eleições e a oposição, insistentemente, tentava tomar conhecimento das informações repassadas pelo ex-diretor à Justiça Federal. Paulo Roberto Costa prestou e vem prestando depoimentos para esclarecer o esquema de lavagem de dinheiro que desviou cerca de R$ 10 bilhões dos cofres públicos, principalmente da Petrobras. Parte do dinheiro teria confessado o delator, iria para políticos e partidos aliados do governo. (PMDB, PP e PT). A CPI, que formalizou pedido, dificilmente terá acesso à delação premiada e ao inquérito da Operação Lava Jato. Esse indivíduo, além de tudo isso, se comprometeu a pagar uma indenização de R$ 5 milhões, garantia de outros bens e ainda, devolver a União cerca de US$ 23 milhões de dólares mantidos na Suíça e US$ 2,8 milhões mantidos em nome de “parentes” no Royal Bank OF Canadá das Ilhas Cayman, paraíso fiscal no Caribe.

Ao usar o direito constitucional de permanecer calado, o ex-diretor agradou ao Palácio do Planalto, que teme que novas informações sangrem ainda mais o escândalo da Petrobras e venha prejudicar a reeleição de Dilma, o que de fato, já prejudicou. Mas não é só por causa disso, a corrupção é tanta que não dá para nominar todas em apenas numa folha de papel. E o resultado disso são as últimas pesquisas de segundo turno. Há uma demonstração cabal de que o povo quer mudança. Infelizmente, no que se refere às informações de delação premiada sabemos serem sigilosas e a legislação pertinente é bastante clara quando dispõe: “A lei que disciplina a questão da delação premiada impõe sigilo a todos os envolvidos. A lei impede que qualquer pessoa se refira à eventual delação e ao seu conteúdo. É imposição de sigilo legal”. Objeto de enormes discussões, a Delação Premiada é daqueles institutos permeados de controvérsias, que instituída pelo ordenamento jurídico pátrio através da lei 8.072 de 1990, prevê em seu artigo 8º, parágrafo único, que: "o participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando o seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços". A delação premiada tem sido alvo de inúmeras críticas, principalmente devido a sua inegável carga moral, ética e religiosa.

Pode ser uma delação premiada e silenciosa, mas o que já vazou através da mídia é o suficiente para mostrar o rombo astronômico na Estatal e que a Petrobras pode ir à falência nos próximos dois anos e esta chance, diz a consultora Norte Americana Macroaxis, é de 32,4%. Segundo os critérios adotados, só uma empresa com mais de 90% de riscos de falência têm grande chance de quebrar nos próximos dois anos. Por outro lado, empresas com menos de 15% de probabilidade de falência têm tendência a apresentar crescimento nos próximos dois anos. Hão de se convir que os pilares da justiça social, os princípios éticos e morais norteiam a construção de uma sociedade mais humana e fundada no valor máximo por excelência, o ser humano, não se enquadram dentro do teor eticamente reprovável da delação premiada, assim como, a necessidade de se legitimar a consecução dos fins individuais e preservar o restante de dignidade do potencial delator – o que consistiria na proibição de um ser humano agir contrariamente ao fim de sua natureza, assegurando consequentemente a sua auto- preservação moral e daí insistirmos que a aplicação deste instituto deve ser relativizada e restringida sempre que possível, e se não isso não ocorrer, restará realmente ao povo brasileiro soltar o seu grito de indignação através das urnas.

Família Bandico, resgatando a arte e a cultura em Mineiros.

domingo, 5 de outubro de 2014


Colocar no papel coisas que observo principalmente no que tange ao convívio entre pessoas, sempre fez parte da minha vida. Curioso, anotava tudo sobre uma pequena agenda, impressões, raivas, dores, angústias e até alegrias; não sabia desabafar, o papel e a caneta eram meus cúmplices, nunca parei e foi daí que resolvi me tornar escritor. Tenho a certeza que ainda tenho muito a aprender e digo sempre que sou um eterno aprendiz. Quantos contratempos e tormentas vividas, mas tudo fez nascer em mim uma enxurrada de momentos poéticos, crônicas iluminadas e aí passei a sentir mais a dor e alegria dos outros, registrava tudo, escrevia como se esse “tudo” que colocava no papel fosse extirpado da minha alma. Não entendia e não entendo porque sempre as coisas emotivas faziam e me faz escrever mais, talvez o choro, o grito e a dor fossem embora na poesia, numa obra ou crônica escrita, e quando as publicava, sentia que não me pertenciam mais, alguém já se identificara com elas, ou apenas passava como uma escrita qualquer entre tantas. Escrever é complicado eu sei. É delicado também e de uma responsabilidade imensa, as palavras são armas, tanto na defesa quanto no ataque, podem amenizar dores, acalentar pessoas, apaixonar-se e quiçá, capazes de se transformarem numa guerra e é em razão disso que o escritor deve tomar certo cuidado. Não saberia viver sem a escrita, sem as minhas poesias e crônicas do cotidiano. Posso afirmar que em relação ao que escrevo hoje faço com um coração bem mais leve, solto e amadurecido.

Confesso que torço para que tudo continue assim. Seja numa festa de família, seja num boteco qualquer ou num clube favorito. Sem nenhuma pretensão de criticar ou me envolver publicamente para não atrapalhar um bate papo agradável, despretensioso, especial para o momento dou uma pausa. Não é a toa que a idealização de certo tipo de festa gera tanto fascínio. E foi o que aconteceu comigo no último dia 27 de setembro, em Mineiros, quando me vi diante de cenas incríveis, apaixonantes, criadas pela comissão organizadora do 3.ª Encontro da Família Bandico, onde ela teve a preocupação de resgatar do passado à cultura, a arte, a música e principalmente, a religiosidade e a família em si. Reviveram a história de Hildebrando Alves de Souza, mais conhecido como Bandico, que em 1902, já com 17 anos de idade saiu da cidade de Sacramento em Minas Gerais na companhia de seus pais Manoel Alves de Souza e Maria Salomé e se estabeleceram em Mineiros e aos 22 anos de idade, casou-se com Dona Maria Francisca Guimarães, com tinha apenas 17 anos de idade. Tiveram os filhos: Ibrantina, Maria Salomé, Francisca, José, Valtercides, Miguel, Antônio, Manoel, Terezinha e Joaquim. A bondosa e habilidosa matriarca Vovó Maria, mulher versátil, se destacava no manuseio do tear, na tecelagem, corte, costura, plantio de horta e exímia no forno e fogão a lenha e dali, saía o gostoso polvilho, a farinha de mandioca e milho. Vovô Bandico, homem sensato, honesto, trabalhador faleceu em virtude de um câncer aos 64 anos de idade, mas deixou um grande legado: a união da família. Enquanto as filhas ajudavam a mãe, os filhos cuidavam da olaria que produzia entre 800 a 1200 telhas por dia. Era, além do plantio de arroz, feijão, milho e pequeno gado leiteiro, o único meio de sobrevivência dessa grande prole, hoje integrada por 410 pessoas vivas.

Mas, voltando ao que me interessou e muito, notei que aquele encontro tudo fora feito de forma tão espontânea e especial que me deixou boquiaberto. Acredito que espontaneidade e premeditação não andam juntas. É espontâneo exatamente porque não se deve programar, e torna-se especial exatamente porque é espontâneo. Programado e espontâneo ao mesmo tempo, foi aquele bonito gesto de carinho de um grupo de crianças que saiu desfilando, umas carregando peças antigas, algumas feitas por artesão, outras, além da imagem de Nossa Senhora, os trabalhos manuais feitos pelas fiandeiras nos monumentais teares que ainda sobrevivem às intempéries do tempo e vão passando de geração a geração. A cada passo, as crianças iam colocando a postos, a enxada, o machado, o ferro a carvão, a matraca, o berrante, o bule, o balaio, a peneira, o pilão, a panela de barro, de ferro, as cabaças, o facão, a miniatura de um carro de boi, de um monjolo, máquina de costura, peças de olaria, tecelagem e fiação. A cada apresentação do grupo e a cada nova experiência trazida à nossa visão, especialmente as não programadas, restou-me finalizar esta crônica, dizendo: Abençoados foram os momentos em que resgataram a arte, a cultura, a música e a coragem da família que, mesmo diante de tantos percalços sofridos, não se deixou endurecer na estrada que Jesus os levou a trilhar.


Senhores Candidatos: Não sou bobo e nem meu ouvido é penico

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Faltam poucos dias para a eleição, e finalmente, vemos o fim do famigerado programa eleitoral gratuito. Hoje, dia 1.º de outubro, você e eu, que de certa forma parecíamos desinteressados pela campanha eleitoral, agora, na verdade, sentimo-nos aliviados, mas preocupados. Por que isso acontece? Ainda é cedo para pensarmos em desinteresse, pois domingo iremos à urna depositar o nosso voto. Temos que votar usando a razão e não a emoção. É isso mesmo! O Brasil é grande demais e cheio de problemas para entregar na mão de qualquer pessoa. Mas quando se fala em votar quão é difícil esquecer alguns dos candidatos que passaram pelo programa televisivo – ou, melhor, nem queria pensar a respeito, mas sou obrigado pensar e escrever. E logicamente para escrever esta porcaria de crônica tive que tirar um tempinho para assistir um programa eleitoral. E que sofrimento! Afinal a gente tem ou não a ver com isso, não é mesmo?... Não sou candidato e nem você, mas de certo modo fazemos o papel cabos eleitorais virtuais e temos opiniões diferentes, mas “aquilo” que a gente assiste deixa-nos estarrecidos. São tantas baboseiras ditas, maltratam o português, fazem propostas mirabolantes sem nenhuma consistência. Na minha modesta opinião os programas eleitorais não deviam ser gratuitos, porque se fossem pagos, ficaríamos livres de alguns candidatos, que além de não terem a mínima condição financeira, são totalmente despreparados e alguns, por incrível que pareça, mal dão conta de ler o que passa diante do vídeo.

Hoje eles nem se dão ao respeito de pedir licença para entrar em nossos lares. Pensam que somos bobos e nosso ouvido é penico. Gente, quanta falta de criatividade! E a impostação de voz, ou de vozes? Cruz credo! Mais parecem piadas, que nem vale a pena ver ou ouvir de novo, e nem tem como, porque, alguns só conseguem gravar poucas vezes. Ainda bem. Diante de tantos candidatos, fica mesmo difícil escolher o pior. Se fizermos anotações das esdrúxulas frases e separar as vozes “taquaras rachadas” que aparecem, a maioria está eliminada. Por curiosidade procuro observar se o candidato inova. E vejo que não inova nada! São os mesmo chavões e depois vem e diz na maior “cara de pau” que vai trabalhar em prol da saúde, educação, segurança, transporte e habitação (claro que nem sempre nesta mesma ordem). Tem candidato que fala que vai trabalhar pela saúde e na sua boca falta dentes; tem candidato que fala sobre educação e sequer tem o primário; tem candidato que fala sobre habitação, mas está desempregado e nem moradia tem; tem candidato que diz: se eleito vou melhorar minha vida, de minha família e de meus amigos; tem candidato que está há mais de quatro mandatos no poder e diz que vai fazer isso ou aquilo e até salvar a CELG. Uai! Porque não fez durante o tempo em que está no poder; tem um que quando o seu partido foi governo mandou vender a hidrelétrica cachoeira dourada e agora vem e diz se for eleito, vai salvar a CELG; tem candidato do Partido dos Trabalhadores que se diz na telinha ser honesto, ético, incorruptível, mas esquece que foi visto recebendo propina do tal Cachoeira, tudo gravado; tem candidata que diz na maior cara de pau que o seu governo combate duramente a corrupção, sendo que é o inverso de tudo isso; tem candidato que começa o seu texto assim: Eu como candidato... (?) Será que come tanto candidato assim? Por que não diz se eleito for...

Com relação ao programa eleitoral sou crítico mesmo! Abstenho-me de dizer nomes nesta crônica porque não quero fazer propaganda gratuita. Aqueles que acompanham a política há bastante tempo sabem que tem candidato que, antes de o ser, já criticava duramente todo mundo, dizendo que a maioria dos políticos comprava votos, mas ele, no seu primeiro programa, prometeu doar 100% do seu salário para custear tratamento de saúde de pessoas que têm o mesmo problema seu. No Programa seguinte, foi suspenso pela Justiça Eleitoral. Bem feito! Ele não tem proposta e parece que se candidatou apenas para denegrir a imagem de um candidato a governador. Uma rixa antiga, que ao eleitor não interessa. O eleitor quer ouvir é proposta e não agressões verbais. Este fato é pequeno em relação a outros candidatos. Durante horário eleitoral gratuito em que me propus ouvir, sei que foi um castigo que impus aos meus ouvidos e minha sensibilidade e com a caneta em punho, fui anotando e selecionado alguns “chavões” até chegar à escolha do “faz-me rir”. Então vai: Vocês se lembram dos candidatos que diziam assim: Eu sou aquele cantor que assovia e depois, assoviava mesmo! Os outros, um berranteiro e um cantor sertanejo que mais parecia o Sinhozinho Malta. Eram tantas jóias nos dedos, punho e pescoço que fiquei com inveja. E quantas promessas vazias foram feitas por todos eles.

Para não tomar o tempo do caro eleitor faço aqui em tópicos separados um resumo das palavras “sábias” desses candidatos, alguns sem a mínima estrutura para fazer quaisquer tipos de promessas: 1) Eu sou a cara do povo; 2) Vou lutar contra a fome, a pobreza, a burocracia e corrupção; 3) Vou lutar pela redução da maioridade penal; 4) Sou um político de “cara nova”: 5) Sou vendedor de picolé; sou aquele do lanche, sou o do sacolão, sou o da vassoura... E pasmem! Todos eram candidatos a Deputado Federal. Não tenho nada contra a profissão de cada um, porque eu mesmo já fui engraxate, vendedor de pirulitos, cobrador, etcétera e tal, mas o Congresso Nacional precisa de gente com capacidade mais intelectiva, que tenha certa noção de administração pública e não se envolva com falcatruas e peripécias políticas prati
cadas no Congresso Nacional. Tal situação acontece porque partidos pequenos, mas conhecidos como “partidos de aluguel” captam essas humildes pessoas para completar seus quadros de candidatos, e alguns sequer conseguem ter mais de um. Vi o sofrimento de uma jovem pedindo voto (texto lido) várias vezes e ao que parece, o seu partido só tinha ela.

Infelizmente temos alguns eleitores que se assemelham, à minha visão quando o uso óculos de grau, àqueles caras estressados que trabalham na bolsa de valores correndo de um lado para outro. Muitos deles estão trocando seus votos por uma cesta básica, por uma casa própria, por um vale alimentação. Isso é fato e pesa em favor dos investidores. Resultado disso: no dia da eleição, já não existe mais a lembrança do valor do “negócio”, mas o “santinho” do candidato que segue enroladinho, entre os calos da mão do eleitor, objeto da maior confiança dos candidatos que investiram nele.




 
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