Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Aconteceu numa manhã de outono

terça-feira, 25 de junho de 2013


Estacionei meu possante frente à Escola Paulo Teixeira de Mendonça, Vila Negrão de Lima, que tempos idos cheguei a morar perto dela. Naquela linda manhã de outono levava comigo alguns livros que ia devolver a um amigo vizinho da escola. Curioso, resolvi adentrar e ao passar por uma sala de aula observei que havia bastante silêncio, que não era comum naquela escola, afinal, tratava-se de jovens na faixa etária de seis a onze anos de idade. Por instantes, fiquei observando aquela calmaria até que uma voz conhecida cortou o espaço e aguçou meus ouvidos. Era o professor Zezinho, meu sobrinho, que entusiasticamente ensinava aos seus alunos, não acordes musicais, mas, como repensar as escolas, o ensino de um ser e para o ser humano e como envolver as comunidades. Parei momentaneamente perto da porta e observei atentamente as suas interessantes explanações; notei que os alunos prestavam bastante atenção.  
Durante o tempo em que fiquei ouvindo os ensinamentos do professor Zezinho, observei que um dos instrumentos para ensinar autocontrole é o mesmo que praticar a exercício de um simples “sinal de trânsito” e ou mesmo fazer que se interessassem pela aula, usando um método de aproximação professor e aluno, de maneira respeitosa e cordial. Como simples observador, vi que ele nem precisava usar método nenhum, pois de alguma forma já era tratado pelos alunos como mestre. As peripécias que fez para conquistar aqueles adolescentes foram até hilárias, até o seu nariz avantajado serviu como instrumento de conquista. Se acha que é brincadeira ele até pensou em desistir em razão da indisciplina de alguns alunos, mas o gosto de ensinar música falou mais alto e daí, sua luta em prol do ensino moderno e com novos métodos passou a ser reconhecido por aqueles adolescentes e colegas professores e com isso, veio à admiração.
       Falando com “meus botões”, mas, atento à sua apresentação quase teatral, concordei que a vida em família não mais proporcionava às crianças uma base segura na vida, restavam às escolas como único lugar para as quais a comunidade pode recorrer em busca de corretivos para as deficiências da garotada no que se refere ao emocional e ao social. Isso não quer dizer que as escolas, sozinhas, possam substituir todas as instituições sociais que demasiadas vezes já estão ou se aproximam do colapso. Mas, se concluirmos que toda a criança vai à escola, ela oferece um lugar um lugar e as lições básicas para a vivência cotidiana, as quais, talvez, não receberiam em outro lugar. A alfabetização moderna e com novos métodos, incentiva o aluno a uma participação maior e efetiva no contexto escolar. Essas escolas são substitutas de famílias falhas na socialização de crianças. Entretanto, como disse o professor Zezinho, a quem carinhosamente chamo de “Zezinho dos Teclados”, essa temerária tarefa exige duas grandes mudanças: que os professores deva ir além de sua missão tradicional, e que as pessoas da comunidade se envolvam mais com as escolas, principalmente as localizadas na periferia da cidade. Os professores muitas vezes precisam sentir-se à vontade, falar de seus sentimentos, e até certo momento, esquecer da matéria, o quadronegro, o giz, no seu caso do Zezinho, os instrumentos e acordes musicais, e voltar brincar, ser criança como elas, fazer da vida um pequeno teatro, falar de sonhos e fantasias, tentar conhecer o âmago do aluno, para, a partir daí, descobrir as deficiências e angústias que os cercam.
       Naquela manhã ele parecia diferente, compenetrado, encenava para os alunos com seu jeito brincalhão, cujos gestos refletiam no olhar de cada um como se fosse uma magia, e entusiasticamente, começou a falar das mudanças que deveriam acontecer nas escolas, com implantação de novos métodos de ensino. Um ensino que pudesse aproximar pais, alunos, professores e escolas, num mesmo objetivo, num mesmo desiderato: o desenvolvimento intelectual do aluno, de forma compreensível e que esses ensinamentos tivessem sequência no próprio lar. A maioria dos pais não acompanha o aprendizado, não atendem os apelos da escola quando convocados para discutirem assuntos de interesses de seus próprios filhos. Não obstante o esforço de cada um - pai e professores – hão de se convir que não exista sistema educacional capaz de superar as deficiências da família. O que os pais têm de procurar é estimular intelectualmente seus filhos, orientá-los a alcançar suas metas e seus anseios. Mesmo em família de baixo poder aquisitivo os filhos se saem melhor na escola quando recebem esses estímulos. A escolha de uma boa escola, uma melhor proposta pedagógica baseada nos valores familiares tem muita mais probabilidade de dar certo do que aquela que funciona apenas como “pinguela” para tentar compensar as falhas da educação familiar e é fato que deveria acontecer com a escola moderna, mas, dada a precariedade, o mísero salário e abandono da escola pelo poder público no Brasil tudo era apenas utopia. Não querendo importuná-lo retornei ao meu habitat, pois não poderia perder aquela linda manhã de outono. 

Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 26 de junho de 2013.

A DIMENSÃO DE AMIGOS, ANJOS E ARCANJOS.

terça-feira, 18 de junho de 2013


             

Quando me sobra tempo para refletir diria que já vivi momentos terríveis, alguns deles, fotografados pela máquina do tempo em preto e branco. Estas partículas ásperas retiradas da memória, onde as alegrias infindas, os desencantos e desencontros insolúveis, sorrateiramente foram repaginados, alguns em tons sépia envelhecidos, que destoam de minha vivência, feita em preto e branco, porém, em face de uma situação momentânea, retratam uma vida normal para quem não busca ou não consegue sair dessa anormalidade e soltar as rédeas do destino e sair à procura do pincel da vida para, no final, colori-la com amor, respeito, carinho e paz interior. Hoje, temporariamente, eu queria uma máscara, que me fizesse passar despercebido pelos lugares por onde passo, não conhecer novas pessoas e não contar novas histórias; eu só quero não ser lembrado por um tempo. Eu só quero me convencer de que essa sensação vai passar, porque agora está doendo tanto que parece que eu já nasci com essa dor. Mas, é indiscutível também que em nossa vida não existem tantas pedras preciosas. Existem pedras que são obstáculos que se fizeram retirar ou foram eternas imagens de alegria, onde a maioria procura receber tons alegres de lutas bem sucedidas, da realização de sonhos, símbolos difíceis de discernir, mas, que angariam valores pelo resultado alcançado. Toda pessoa sonha com um futuro melhor, ser bem sucedida na vida e isso é bom, pois todos estão se alimentando de esperança para perpetuar-se no amanhã. Imagine o que seria de nossa existência sem sonhos... Certamente ela não teria o mesmo sentido, visto que os sonhos nos levam a alcançar aquilo que parece impossível.

Tem gente que vive a preto e branco, desesperançado. Todavia, se pudesse ter um olhar mais simples sobre o seu modo de viver poderia ser mais interessante, ou de outra forma, procurar no altar do Senhor Jesus o milagre da vida e o anjo da guarda para enfrentar as labutas do dia a dia. Deus em sua infinita bondade atribuiu a cada homem um anjo que acompanha todos os passos e o protege contra os perigos do corpo e da alma. Os anjos são figuras importantes em muitas outras tradições religiosas do passado e do presente e o nome de "anjo" é dado amiúde indistintamente a todas as classes de seres celestes. Já Arcanjo é o nome dado ao anjo que ocupa a segunda classe em sua hierarquia celestial religiosa, mas, de qualquer forma, também nos protege de todo o mal. Infelizmente, a maior parte da humanidade parece que não tem interesse de se beneficiar desse ser protetor e nem sabe a sua grandiosidade. Eu meço e sinto dimensão deles em relação a minha proteção individual. Eu não tenho só um anjo, vários. Como tive e tenho muitos amigos que fazem papel de anjo. Quantas pessoas queridas se foram para outra dimensão; eu oro para elas todos os dias e sinto que me escutam e protege. Assim, posso afirmar com convicção que não tenho amigos, parentes, anjos e arcanjos somente no mundo espiritual, tenho aqui na terra também, pois em todos os momentos que precisei de ajuda e amparo, todos estiveram junto de mim. 

Neste momento, quando apago de minha memória o preto e branco para viver o colorido da vida, sinto vir a mim um desejo ardente de agradecimento até certo ponto inenarrável. Ao manusear o teclado do computador e passar para o monitor estas singelas linhas, tive que segurar o máximo para conter as lágrimas que ameaçavam sair de meus olhos, mas, como sempre faço, encurto a distância entre o meu cérebro e o coração, uso a razão, levanto a cabeça, olho pelo vão da janela e observo o céu azul e os pássaros que voam com destino incerto. Tudo fortalece minha emoção e prevalece a razão. Respiro fundo e tento me controlar, afinal, eu não posso me parecer fraco e vítima traumatizada perante essas pessoas que encheram e enchem minha vida de alegria, esperança e fé em dias melhores; e está longe o meu desejo que alguém fique decepcionado ou venha sentir pena de mim. 

Fazendo o papel de anjos, quantas pessoas amigos se foram para outra dimensão. Abstenho-me de relacioná-las por questões óbvias. Mas é bom discernir que existem dois sentidos para a palavra dimensão, um é o que se mede a extensão para avaliá-la, ou pode ser o tamanho de um trabalho  desenvolvido durante toda uma existência ou um volume  de uma coisa qualquer. Outro é no sentido espiritual: a passagem de um plano inferior a um plano mais sublime. As que continuam aqui na Terra, ao meu lado cotidianamente, e outras mais distantes, que são muitas, também não cabem nesta folha de papel. Resta-me então, cavalgar na máquina do tempo, tirar fotos, flashes em preto e branco ou colorido, não importa a cor e arquivar na minha memória, mas sem os percalços impostos pelas curvas destino para mostrar em cada dimensão, no Paraíso Celeste ou na Terra os parentes, amigos, anjos e arcanjos que conseguiram inserir através de seus atos de bondade, a perseverança, a dignidade e o amor ao próximo. 

Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 19 de junho de 2013

O ÚLTIMO SUSPIRO.

segunda-feira, 10 de junho de 2013


                                                                                                                                                            
Sou escritor, poeta, cronista, um artista solitário que vive perdido no mundo da imaginação e tento através dos meus artigos e crônicas satisfazer meus desejos mais desvairados, reativar minha memória, reviver emoções, devaneios e talvez, até sonhos não realizáveis. É através da escrita que manifesto meus descontentamentos com o mundo egoísta, com os projetos de vida impostos por um Estado opressor que não dá exemplo e destrói a nossa sociedade. A crônica me dá asas para voar no mundo da imaginação e ânimo para iniciar mais este texto e nele falar de uma pessoa qualquer ou especial, mas, certamente, antes que a luminosidade lunar passe pelo vão da janela, já tenho que ter digitado e lançado na telinha o amontoado de letras, para no final, juntando-as, alcançar os objetivos propostos, sem entrar em detalhes que possam ferir a sensibilidade do meu leitor. Hoje a minha intenção, é escrever sobre duas pessoas amigas que nos últimos dias fizeram parte do teatro da vida e tiveram que aceitar os desígnios de Deus; aceitar aquilo que o destino lhes preparou, para, talvez, até servir de exemplo e mostrar, no final da cena, que o amor prova a sua força mesmo no tempo da adversidade e reconforta como o sol depois de uma chuva torrencial. 

Através de uma janela quadriculada, no décimo terceiro andar, protegida por uma pequena persiana, esta me fez lembrar um quatro de um hospital, de uma luz tênue que iluminava as paredes brancas e de uma porta onde se via uma luz vermelha que indicava ser ali uma UTI. Com o pensamento alhures fiquei sem entender o porquê encontrar aquele amigo ali, quase desfalecido, com agulhas fincadas no pulso e braço jorrando nas veias o soro e medicamentos para manter sua vida. Por tratar-se de pessoa amiga resolvi escrever este texto e relatar o que aconteceu num final de tarde, onde o céu escondido por imensas nuvens negras, entrecortadas por raios de sol, testemunhou um acidente ocorrido a poucos metros da margem do caudaloso Rio Babilônia. 

Com o corpo inerte naquele leito de hospital, aquele jovem pescador, que era inquieto, acostumado com as tempestades e intempéries do tempo, naquele final de tarde seguia rio adentro amparados pelos últimos resquícios de sol que ainda clareava aquelas margens, e espertamente, acariciavam o rosto de sua amada. Ele manobrava feliz o seu barco, sem rumo certo, apenas com o prazer de sentir o vento beijar seu rosto e as águas calmas se debaterem na proa. Mas, por imprudência de alguém, agora estava ali naquele leito de hospital, enquanto lá fora, caía uma tempestade nunca vista. O seu rosto parecia esboçar um sorriso e diante da adversidade que o destino lhe pregara, não nos restou alternativa senão em ficar ali atentos, observando cada movimento seu e da parafernália de instrumentos e máquinas que monitoravam o seu sistema cardíaco e respiratório.
 
Sentimos que lembranças horríveis de um acidente de barco vinham à sua mente e através de seu semblante, brotar imagens que pareciam ir e voltar como uma avalanche, mostrando vívidos detalhes, manobras inconsequentes realizadas por barqueiros. O seu pequeno barco foi abalroado por uma lancha de grande porte, partindo-o ao meio ocasionando uma grande explosão. Talvez aquele esboço de sorriso perdido na escuridão recôndita de um cérebro anestesiado pela dor, poderia estar estimulando-o a sonhar com sua amada Yasmim que fora também internada em estado grave no pavimento inferior.

Em certo momento sentimos sua boca balbuciar alguma coisa, como estivesse se despedindo da gente. Sobre a escrivaninha, uma pequena lâmpada de abajur iluminava o rosto de Benjamim que se encontrava com o corpo apoiado sobre dois travesseiros. Sussurramos alguma coisa em seu ouvido e o seu rosto magro de transfigurava e um sorriso leve saíam de seus lábios finos e pálidos, como que agradecendo a nossa presença, mas, naquele instante parecia estar em outra dimensão. As suas mãos estiradas sobre o lençol branco, mal conseguia movê-las, mas, entrelaçamos nossas mãos nas dele afagando-as com carinho. Uma lágrima brotou de seus olhos cerrados e desceu em sua face sofrida e naquele momento sentimos seus dedos se afrouxarem e o coração parar de bater. Deu um último suspiro e expirou. Ficamos olhando um para o outro, mudos, atônitos, enquanto a enfermeira pagava o lençol e lhe cobria o rosto. Naquele instante entre um médico e comunica o falecimento de sua mulher Yasmim no pavimento inferior.

De repente, um arrepio tomou conta de meu corpo quando uma luz intensa clareou o quarto fazendo desaparecer a pequena escuridão que era sustida apenas por uma pequena lâmpada de abajur. Um clarão intermitente formou-se no quarto de forma inusitada e incrédulo, vi Benjamim e Yasmim aparecem em forma de luz e pelo vão da janela suas imagens saírem esvaindo-se diante daquele prenúncio de noite e recebidas por um grande barco adornado de estrelas reluzentes para depois, subirem ao céu e como a um raio, desaparecer no universo que nem sabemos ter fim.

Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 12 de junho de 2013




GASTÃO PINÓQUIO, O MENINO DE NARIZ PEQUENO

terça-feira, 4 de junho de 2013



A verdade para mim é muito importante. Dificilmente minto e se minto, é para uma boa causa, para não alvoroçar a vida de ninguém. Penso que para a grande parte da humanidade também. Hoje, depois de ouvir uma mentira escabrosa, resolvi esporá-la sem dó, principalmente quando vi que se tratava de sentimento íntimo; merecia verdade daquele a quem foi confiado o assunto sigiloso. Naquele ato a intimidade compartilhada significava transferência de algo profundo, pessoal. Ninguém deve dispor dessa essência que não é sua, usando a mentira. O pior é que quando o mentiroso diz a verdade ninguém acredita, a perna da mentira encurta, o mentiroso enrubesce mesmo sendo um exímio manipulador, bom ator, espontâneo, eloquente, improvisador e criativo. Existem grandes mentiras e outras pequenas, mas, como é possível mentira ter tamanho? Mentira é mentira e de qualquer jeito que for contada causa estrago e algumas, até danos irreparáveis. O hábito de mentir, quase sempre, tem início na infância e para que alguns privilégios não fossem cortados, mentiam. Quantas mentiras insignificantes, que sequer causavam danos. Eram pequenas inverdades que nem todos escapavam, mas, eram corrigidas a tempo. Sejam mentiras grandes ou pequenas, gordas ou magras, todas têm pernas curtas.  Às vezes, nem é preciso de pernas fortes, porque, como alguém disse não me recordo quando, que a mentira tropeça na própria mentira. 

Os mais novos mentem aos pais, principalmente à mãe, pois nunca revelam o verdadeiro ingrediente que provocou tamanha sujeira. Mentem sobre as companhias, sobre onde estiveram, sobre onde dormiram e sobre o que fizeram. Aos pais mentem sobre o que se passaram entre eles na calada da noite. Mas, como incriminá-los, infelizmente até os pais mentem. Mentem aos seus patrões, dizendo-se doentes para faltar ao trabalho, mas a sua doença é mundial: a preguiça.

Há mentiras óbvias, há mentiras bem feitas, bem pensadas; há mentiras do momento, há mentiras elaboradas até em papel rascunho, postadas na internet; há mentiras que agradam e outras que não; há mentiras que são mentira mesmo, há mentiras que pensam que são mentiras, mas, é verdade; há mentiras grandes, há mentiras pequenas, há mentiras do povo, há mentiras dos políticos, há mentiras engraçadas e há aquelas que nem piada tem; há mentiras inofensivas e há outras muito nocivas. Há mentiras para todo o lado. São tantos tipos de mentiras que qualquer uma pode ser apanhada, principalmente aquelas que têm a perna curta. Estas não se vão muito longe não… Como disse Oscar Wilde: “A finalidade do mentiroso é simplesmente fascinar, deliciar, proporcionar regozijo. Ele é o fundamento da sociedade civilizada”.  

Não é mentira, mas agora preciso finalizar minha crônica, pois o espaço que o jornal me oferece é pequeno. Não poderia dizer ao meu leitor que isto é uma mentira? Dizer que o meu personagem, que por ironia, o pai o registrou como Gastão Pinóquio tem nariz pequeno? Se o nariz dele não cresceu então não é mentiroso? E se eu lhe disser que isto é tudo verdade, mas que pode ser mentira; mas se lhe disser que tudo é mentira, mas que pode ser verdade. E agora? Até eu fiquei na dúvida! O meu Pinóquio tem nariz pequeno ou não? Será que é verdade ou mentira? Será a verdade uma mentira, ou a mentira é uma verdade? Mas, eu só sei que ela tem perna curta, então, apresse-se que ainda pode apanhá-la antes que ela dobre a esquina da mentira e adentre na rua da verdade. 

Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 05 de junho de 2013

 
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