Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Por que silenciaram os sinos?

terça-feira, 30 de maio de 2017


O melhor som é aquele que sai em silêncio de nossas mentes e aquece com ternura os corações daqueles que nos acompanham em nossa caminhada pela vida. Os badalos de um sino há tempos esquecidos, hoje diante da adversidade da vida eu acredito que só voltarão possivelmente, num entardecer, numa tarde mais vulnerável onde todas aquelas que se foram desvanecidas, jamais nos deixaram sucumbir ante as intempéries do tempo, da insensatez, da falta de honestidade, da ética e caráter do ser humano que nos faz adormecer sob escombros. É importante frisar que Deus ao criar o homem colocou em sua mente uma multiplicidade de sensações e emoções capazes de despertar sentimentos mais variados, desde o prazer proporcionado pela contemplação da beleza, da harmonia e equilíbrio naturais, até do terror e impotência gerados por pessoas com saúde precária, passando fome, outras sem a mínima condição de plantar para a sua própria sobrevivência. Por outro lado, é comum vermos meninos e meninas cheirando cola para enganar a fome, crianças e mulheres que se prostituem para sobreviverem; chacinas, roubos, corrupção, tudo isso me oprime, sem falar das catástrofes e fenômenos naturais que ocorrem no mundo, onde tudo parece irreal, mas é pura realidade e se alastra como se fosse uma coisa natural característica da própria espécie humana, que a tudo vê e assiste complacente através de jornais e imagens geradas pela TV.

Quando intitulei este artigo como “Por que silenciaram os sinos” o fiz com  o intuito de homenagear os missionários e a todos aqueles que lutam em prol de sua comunidade, que pratica o amor ao próximo, a solidariedade e a volta das riquezas e criatividades cristãs, que criteriosas, podem fecundar novas reflexões e ajudar a delinear e modelar novos conceitos de vida em face do processo atual, de forma que, cada pessoa se torne responsável pela sua própria história, pela sua própria libertação, transformando a sua realidade de forma que se efetive a justa liberdade e amor, ainda que de maneira rudimentar, todavia, mesmo diante da labuta diária desses abnegados vimos que silenciaram os sinos que antes badalavam por um simples motivo, todavia, corrupção se alastra e muitos graúdos se fazem de cegos, surdos ou mudos diante de toda essa situação, então, resto-nos ver nos bancos de hospitais pessoas morrendo à míngua sem a atenção do poder publico, e nas ruas, crianças, jovens e adultos viciados em drogas, totalmente abandonadas, sem rumo, e com a mente deturpada, perdem o raciocínio e ficam perdidas na escuridão de seu próprio ser.

Sem ouvir nenhum badalo e com o pensamento absorto, me vi rodando pelas ruas da cidade, sem passar sobre pedras ou bisbilhotar as belezas circundantes. Olhava o vaivém dos veículos e a falta de respeito às leis de trânsito e ao próprio ser humano. Cada carro que ultrapassava o meu, sentia uma dor no coração ao imaginar que a vida de cada uma daquelas criaturas sequer tinha tempo de pensar que existe vida além vida e que poderia ter que prestar contas do que faz neste mundo de expiação e provas. Sequer tinham tempo de observar os pedintes amontoados nas calçadas e uma criança esquelética sugando o seio da mulher que parecia doente. Um quadro que jamais apagarei da memória. Pouco mais à frente, um vento quente soprou manso e logo deparei com alguns jovens descontraídos que usavam colares, brincos, pircing, cabelos pintados em cores variadas, dando-se a impressão de estarmos vivendo em outro planeta. Fumavam e soltavam baforadas de fumaça que cheirava a “baseados” e nos refrigerantes, misturavam diminutas pedras de crack no afã de contemplar melhor a vida e de se “chegar às nuvens”, talvez numa nave criada pelas suas imaginações, sem destino e desvalida.

Ao quebrar os laços familiares, deixar de ajudar aos infortunados, aos doentes e àqueles que passam fome, o homem quebra também o elo da cadeia que o liga a harmonia, ao amor, a fraternidade, a fé e equilíbrio de forças assentes nas Escrituras, motivos relevantes que se não exercitados tornam implacáveis e difíceis a mantença da sobrevivência humana, e na forma em que está banalizada, indiferente e que nos leva  passividade, não pode continuar. Ao final, deverão estar fundamentadas precisamente no amor, na caridade, não ficar à deriva, sem referência, para no final, saber por quem os sinos voltaram a dobrar.

Hoje, o homem não mais cora de vergonha e muitas vezes nem vê  motivos para isso. Talvez a vergonha que não se aflora mais em seu rosto é que o fazem fazer tantas declarações de intenções, tantos compromissos político-sociais, tantas promessas de ajudar ao próximo, ajudar aos doentes, ao menos favorecidos; muitas vezes não realiza alegando falta de tempo ou faz-se de esquecido. Ao ouvir as palavras de um amigo missionário confesso que corei e sei que muitos coraram e vestiram a carapuça. Eu, às vezes, me sinto em débito com a minha comunidade, mas cheguei à conclusão também de que temos a oportunidade fazer alguma coisa boa em prol de nosso Planeta e se não o fizermos será por mero capricho. Podemos transformá-los num paraíso se agirmos com correção, termos amor ao próximo e sermos solidários um ao outro, ou num inferno, se sucumbirmos sob o peso do pecado e da falta desse amor A resposta a esse desafio está presa nos elos da imensa cadeia da vida, que se quebrados, deixarão todos em cárcere inseguro, e para saírem ilesos, difíceis serão as decisões que cada um terá de tomar. E é diante dos fatos narrados que cheguei à conclusão de que urgem as igrejas se manifestarem, não importa qual religião seja, saírem do seu silêncio, clamar, seja com o manuseio das mãos do homem ou a de Deus para servir como alerta a todos aqueles que há tempos corrompem, mente, roubam, esfacela o País e que depois de eleitos, jamais procuraram ajudar a carregar o cajado, talvez espinhoso, mas recheado de honestidade, respeito, ética e moral construído em prol de uma nação que hoje se angustia diante de tantas mazelas provocadas por gente corrupta que se alastra por todas as regiões do Brasil sob o olhar condescendente ou benevolência excessiva e morosa da justiça brasileira.



Em quem devemos confiar?

quarta-feira, 24 de maio de 2017


Quando menos se espera a imprensa escrita e televisiva noticia sobre corrupção e desvio de dinheiro público. Têm certas notícias que gente se surpreende porque alguns desses políticos estiveram em nosso convívio e alguns, até pedimos votos pra eles. Que decepção! É tanta a decepção que a gente não sabe mais em quem confiar ou acreditar, e se for “ficha limpa”, vai continuar mantendo-a intacta depois de eleito? Há casos de políticos que estavam desaparecidos e de certo modo ficamos preocupados, mas vêm as eleições e eles aparecem na maior cara de pau. Pergunto: que devemos fazer? Deixar de votar? Diante de tanta corrupção fica difícil de escolher; fica difícil de esquecer as mazelas; fica difícil de esquecer o desrespeito ao erário público e da urucubaca política que eles fazem. Não está fácil mesmo! Entendo que neste momento crucial em que passa o Brasil não é momento para discutir sobre Partidos, pois todos estão no mesmo patamar, e não se deve transformar um corrupto de “estimação” em mártir. No momento o povo é que é vítima. Mas infelizmente muitos ainda ignoram as maracutaias, são partidários e continuam votando naqueles que surrupiam a Nação. Só pode ser compra de voto, estão recebendo “benesses” ou este eleitor é besta mesmo!

Viver essa política dessa forma e não confiar em ninguém hoje está mais difícil ainda e não há como negar. Há momentos que a gente procura desligar-se do mundo, no entanto, é preciso saber se desligar. Será que é fácil? Nem tanto. Há momentos que procuramos descobrir de como agir dentro do nosso tempo que é tarefa nobre, pois exige um grande conhecimento sobre a gente mesmo. Aí, acredito, talvez, seja mais fácil, no entanto, para quem conhece a si mesmo. Já pensei até em parar o relógio ou esquecer-se de colocá-lo no pulso ou na estante. De tanto tentar descobri que meu tempo está dentro de mim e cheguei conviver com o dito cujo ao pé do ouvido e ainda temos o danado do celular na mão que segundos e segundos recebem mensagens emitindo sons perturbadores. Evito agendar muitos números de telefones para que o mesmo não ocupe do meu tempo sem eu querer. Será que o tic-tac do relógio em cima da escrivaninha quer ficar no lugar do coração? Sei que são sons diferentes, todavia os regulo para que respeitem a minha hora e meu tempo porque pretendo desacelerar tudo, entretanto, pensei: mais do que aprender a correr, é preciso saber parar.

Não adianta manusear com perfeição o mouse, viver como se eu fosse um semiautomático diante do monitor, deixar de sorrir, tirar folga ou levar uma enorme culpa dentro de mim. O mundo lá fora exige produtividade e imediatismo, pois a inflação anda a galope. Aqui no meu recanto poético, corpo e alma pedem menos, muito menos. Como fazer, então, para conciliar tempos tão diferentes? A resposta não está nos livros, jornais ou revistas, mais dentro de cada um de nós. Entendeu o que eu disse? Se você não entendeu, quer tentar? Respire fundo, então. Desencane. Liberte-se do tempo que te rodeia e, sobretudo, perca seu tempo somente com você! É uma responsabilidade enorme desconectar-se, disso eu sei, mas a vida ao vivo é pra quem tem coragem. Coragem de arriscar, mas sempre com o cuidado em saber a hora certa de parar. Difícil não é mesmo? Pode ser pra alguns, mas não para muitos malucos que brincam com a vida, fazendo dela um brinquedo. É um exercício diário que exige confiança e um amor incondicional por tudo o que somos e acreditamos. É uma aceitação suave dos próprios defeitos que temos ou um rir da gente mesmo, um desaprender contínuo ou um aprender sem fim sobre o que queremos da vida.

Caro leitor, não importa se tudo parecer errado e o mundo virar a cara pra você. Esqueça e faça de conta que não tem ninguém à sua frente. Se esqueça. Você é capaz de decidir sobre e o seu futuro, de fazer boas escolhas, seja tratando ou não de período eleitoral. Costumo ler muito, analisar as ações nefastas de políticos e o meio escusos que eles usam para enganar o povo e a justiça, mas posso afirmar que ainda nada sei da vida, pois ela é um mistério, no entanto, uma frase eu sigo à risca: é preciso respeitar o próprio tempo. E eu respeito e muito! Eu acredito no que diz o silêncio na hora em que a minha massa cefálica se cala, pois ali está toda a engrenagem controladora de meus pensamentos, bons ou ruins. De outra parte, o meu silêncio que não tão é mudo assim, em compasso com a mente, vive dizendo com voz desafiante: confie em ti mesmo. Quebre a rigidez. Ouse mais. Vença mais obstáculos. Viva com mais leveza. Desligue-se, e se puder, adormeça nos braços do tempo, pois só assim você vai transformar a vida em letra e letra em vida. Tenha coragem e fôlego pra ser você mesmo, pois saberá que sob qualquer ângulo em que esteja situado no universo para considerar esta questão, chegar-se-á ao mesmo resultado execrável: a surpresa de ver vários políticos enrolados com a corrupção, pessoas defendendo-os arduamente por pertencerem ao seu Partido esquecendo que devemos defender é a nação brasileira. Essa minoria, porém, dizem os marxistas: compõe-se de operários manipulados por sindicatos, trabalhadores sem terra e sem teto, e estes vão às ruas em troca de pão com salame e uns trocados, enquanto seus chefões chegam de jatinho e almoçam em chiques restaurantes. Por outro lado, operários que se tornam governantes de um País ou representantes do povo no Congresso Nacional, deixam de ser operários e se põem a observar o mundo proletário de cima para baixo ou acima do Estado; não mais representando o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo usando meios fraudulentos e corrupção para se perpetuarem no poder. Quem duvida do que eu falo não conhece a natureza humana, por isso, ando desconfiado e desacreditado de tudo.



À espera de um novo crepúsculo.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Fito com os olhos o mundo que construí durante toda minha existência. Fito, mas às vezes canso quando vejo um amontoado de estrelas e a lua cheia, despretensiosas, cumprirem morosamente suas rotas. Deito-me sobre a relva e olho para o céu e pergunto ao silêncio que me rodeia: Que bom passasse um meteoro e ele desviasse de sua rota e caísse perto de mim? Fiquei ali quieto sem nenhuma luz a importunar-me, apenas recebendo o manto negro da noite, mas não me preocupei, pois, talvez, poderia ser contemplado com um meteorito antes do amanhecer. A relva estava úmida e ele me fez lembrar-se da tarde chuvosa que cobrira o céu escondendo o meu sol naquele lugar aprazível. Mas tudo passa, pois entendia que a leitura que fazia do meu mundo me enriquecia assim como o meu aprendizado sobre o ser humano e das minhas idas e vindas ao mundo da leitura que me tornaram mais experiente. Entendi que, olhando para o mundo que criei que não existe nada mais rico que o ritmo da vida e não importa o lugar em que a gente esteja. O meu momento de fazer diferente é hoje, é agora; portanto, acho que faço ou procuro fazer diferente.

A claridade no céu auxiliado pela lua e estrelas era visível, deslumbrante. Entre a noite e o nascer do sol ou entre seu ocaso e a noite havia certa dispersão da luz solar na atmosfera, mas era compreensível. A claridade que eu amparava com as mãos ofuscava meus olhos, mas de repente, vi uma mulher extremamente bela, quieta, cuja imagem aparecia detrás das folhas das árvores cortadas pela luminosidade lunar, e foi aí me detive, e meio atônito, comecei a examinar seu rosto sempre com atenção e o extremado carinho de quem fixa numa flor. Sobre a haste do colo fino senti-a trêmula, talvez fosse a leve brisa que passava sobre o verdejante serrado; talvez fosse o estremecimento do crepúsculo que estava por vir. Era tão linda que nem ouvia o canto nostálgico do Curiango no alto da serra. Perguntei novamente ao meu silêncio se já estávamos preparados, nós, um homem simples e o seu silêncio, para testemunhar o aparecimento daquela imagem e a nossa fugaz presença sobre a terra. Sabia que eram precisos milênios de luta contra a animalidade, milênios e milênios de sonho para entender esse momento delicado a que me expunha. Não era possível tocar em seu corpo esbelto, mas os meus olhos brilhantes repetiam em outro ritmo a exata melodia encenada pelas minhas mãos.

Contemplei-a... Ela e o manto negro da noite me confundiam, mas, a sua bela silhueta e um leve movimento fez com que meus olhos voltassem a ter o brilho doce da adolescência. A forma que a via sabia que não se repetiria e talvez desaparecesse para sempre no crepúsculo que se aproximava. Fitava-a e sentia seu olhar triste, mas nada podia fazer, era apenas uma miragem. O desejo de tocá-la não se esvaía, mas sabia também que outras imagens apareceriam mesmo sob torvas chamas rubras, e viriam despojadas sem a eterna marcha banal. Deus fez e refez sem cessar e como quis as imagens humanas porque sabia de nossos erros e que a negligência dos homens entorpece. Mas neste momento, sobre a relva, sou menos uma pessoa que um sonho de luminosidade que passa entre as folhagens. Eu e ela, no tornamos apenas uma fantasia de luz entre lua e estrelas, e juntos, ficamos trêmulos, como se nossa existência fosse efêmera, mas que sabíamos que seríamos eternos. Mas o que dizer e porque despetalar palavras tolas que vêm sobre minha cabeça? Na verdade não sei o que dizer apenas aquietar-me sobre a relva, olhar, olhar para o céu, como quem reza, e depois, antes de montar meu cavalo Alazão e partir, restar-me esperar por um novo crepúsculo, mas com a mesma imagem e o brilho do seu olhar.


Os autênticos manifestantes e os baderneiros de plantão.

sábado, 6 de maio de 2017

No dia 28 de abril de 2017, um pequeno grupo de pessoas, dizendo-se que se tratava greve geral, foram às ruas manifestarem contra as reformas na Previdência Social e alterações de alguns pontos polêmicos da lei trabalhista em curso no Congresso Nacional. Há de se ressaltar uma diferença entre as manifestações do dia 28 de abril e as ocorridas em 1992. Em 1992 grandes protagonistas das lutas sociais do País e milhões de jovens brasileiros tomaram das ruas das Capitais com a cara pintada nas cores verde-amarelo e vestiam roupas negras, como luto contra a corrupção do governo do ex- presidente Fernando Collor, hoje Senador da República, incluído nas denúncias do MP. Naquele domingo o ato ficou conhecido como o “domingo negro” e aqueles grupos de jovens que, apesar de distantes, clamavam por justiça e pelo impeachment de Collor, mas de forma ordeira, saíram vitoriosos. Naquele período ficaram conhecidos como “Caras Pintadas”. O movimento estudantil dos Caras Pintadas teve sua primeira reunião em 29 de maio de 1992 e as manifestações públicas aconteceram entre agosto e setembro daquele ano.

Pois bem, recordemos mais um pouco e o que motivou o movimento naquele período nefasto. Um dos motivos considerados como estopim foi o famigerado confisco da poupança, que obrigaram todos os cidadãos brasileiros a emprestarem todas suas economias aplicadas em poupança que excedesse a Cr$50.000,00. O governo prometia que devolveria o dinheiro emprestado em um prazo mínimo, entretanto, isso não ocorreu. A situação ficou fora de controle quando Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, apresentou diversos documentos que indicavam roubo de dinheiro público, enriquecimento ilícito, tráfico de influência e corrupção. Lembro-me bem que numa entrevista concedida à revista Veja, Pedro Collor citou seu irmão e Paulo César Farias (PC Farias) como cabeças-chave do esquema. O circo  estava armado e as entidades civis do país se reuniram para iniciar o “Movimento pela Ética na Política”.
  
Ao participar de um protesto contra a corrupção, cujo ato foi realizado no dia 21 de abril de 2012, assisti emocionado, jovens de forma pacífica voltar às ruas com caras pintadas, expressando suas  revoltas contra a impunidade, a sonegação, a lavagem do dinheiro, a contravenção, a corrupção, a violência, os crimes de colarinho branco, os esquemas de poder paralelo e outros males endêmicos que acabaram por substituir o Estado e até confrontá-lo, como foi o caso do jogo do bicho e caça-níqueis que se tornaram  uma escandalosa  cumplicidade que precisava acabar mesmo sabendo que no Brasil nada se apurava de verdade e tudo acabava em pizza. A corrupção maior como se podia ver em jornais e na TV, tinha origem nas licitações e isso deixava o povo estupefato, indignado. Eram obras superfaturadas e bilhões de reais despejados nas contas de empresas que estavam atreladas aos governos. Era e continua sendo a famosa troca de favores entre governo e as empreiteiras. Ganham a licitação e depois devolvem em forma de “bônus” alguns milhões àqueles que as beneficiaram quando da “apresentação de propostas” para realização de obras ou serviços. Hoje posso dizer com certa satisfação: Cuidem-se senhores responsáveis pelas licitações que se beneficiam com a construção de obras de vulto como ocorreu com a construção de estádios, reformas de aeroportos e construção de rodovias!

Mas, voltemos ao manifesto contra a corrupção, ocorrido no dia 21 de abril de 2012. Quando participei daquele movimento de certa forma fiquei bastante decepcionado. Muitas entidades públicas, privadas e organizações não governamentais, participaram da caminhada apenas para fazer propaganda de suas próprias siglas, esquecendo do objetivo principal que era mostrar a corrupção que imperava em todos os Estados brasileiros. Faixas, cartazes e nomes das entidades e siglas sindicais eram divulgados durante a passeata e seus trabalhos alardeados através de um potente carro de som. O manifesto realizado Goiânia, foi para mim mais uma decepção. Durante a passeata pude observar pessoas pichando paredes, ateando fogo em carros, ônibus e bancas de revistas, agredindo policiais com pedradas que davam cobertura ao próprio evento; quebravam vidros de lojas, depredavam e viravam viaturas policiais em total desrespeito ao patrimônio público e tudo que viam pela frente; outras pessoas com microfones nas mãos, diziam palavras de baixo calão para caluniar e difamar o governo e aí pensei com meus botões: Este ato público por si só já está corrompido. Uma forma de protesto criado a nível nacional para combater a corrupção não poderia ocorrer dessa forma, mas em Goiânia ou em outras capitais, para muitas pessoas, não parecia ser o objetivo primordial, pois, no uso do microfone, algumas até tentavam disfarçar dizendo que a passeata era democrática, de nível nacional, todavia, ao retornar o microfone a outro participante, incentivava e demonstrava sua euforia detonando de forma injuriosa e grosseira a tudo e a todos.
  
Faixas e cartazes carregados pelos manifestantes, como da primeira manifestação naquele ano, apareceram novamente, algumas de partidos que fazem oposição ao governo federal, o que me pareceu naquele momento tratar-se de um fato isolado, mas, era visível que muitos se infiltravam e aproveitavam do   movimento com o objetivo somente de tumultuar, queimar pneus, depredar tudo que via pela frente, esquecendo do seu próprio umbigo, ou seja, do direito de ir e vir do cidadão de bem e dos próprios trabalhadores, se é que aqueles manifestantes eram trabalhadores. Praticavam atos de vandalismo que prejudicava as ações democráticas dos autênticos manifestantes, mas os “cara-pintadas” não participaram do evento porque sabiam dos objetivos escuso dos sindicatos que o organizou. Não houve por parte dos Sindicatos a preocupação quanto ao direito de reivindicar, de respeitar os direitos do cidadão, do trabalhador, de respeitar a lei e o bom senso, de evitar a depredação do patrimônio  público e do justo respeito que deviam ter ao aparato policial que estavam lá para proteger, ajudar na organização e manutenção da ordem e da segurança dos manifestantes. Entendo mais que o ato grevista, bloqueio de ruas e avenidas, devia ser feito ao redor e frente ao Congresso Nacional, pois lá é que estão sendo votadas as matérias em discussão. Ademais, a Previdência Social se encontra nessa situação graças ao governo do PT e PMDB que há anos vem saqueando os cofres da nação brasileira e assim, diante disso e de tantas outras mazelas como acreditar que não existem esses manipulados baderneiros de plantão.

Por fim, torna-se também necessário usar deste espaço para falar um pouco das agressões sofridas por policiais. A imprensa brasileira deu destaque especial para o jovem que foi agredido por um policial em Goiânia. Então, permita-me caros leitores deixar aqui minha solidariedade a ele e à família, mas também sair em defesa dos policiais que vão às ruas para nos defender ou a qualquer cidadão de bem. A segurança de cada um ou da população em geral é feita por policiais, seja qual farda estiver usando. Eles são enviados às ruas para coibir a violência e evitar que o bem público e ou mesmo particular seja depredado, mas, não obstante isso, tais ações ocorreram em várias cidades brasileiras, e como o contingente militar era pequeno diante de tantos manifestantes esparramados por vários pontos da cidade, eles, claramente, não dariam conta de evitar que bancas de revistas fossem destruídas, agências bancárias depredadas, carros, caminhões e ônibus incendiados, tudo orquestrado por um grande grupo baderneiro, tirando a licitude da própria manifestação. Vi muitas faixas e cartazes sendo carregados pelos manifestantes, como aconteceu em outras manifestações, à maioria usava bandeiras vermelhas, nenhuma verde-amarela, parecendo que aquele grupo de pessoas não fosse brasileiro, tudo capitaneado por Sindicatos que há tempos vinham “mamando nas tetas” do Governo Lula e Dilma. Era visível a infiltração de pessoas encapuzadas que participavam do movimento nas capitais somente com o fito perturbar a ordem e prejudicar a ação daqueles que realmente protestavam dentro da legalidade e respeito à lei, à coisa pública, privada, aos direitos do cidadão, e de não prejudicar o direito de ir e vir do cidadão que precisava comparecer ao trabalho, todavia, os baderneiros desrespeitando a lei queimavam pneus, depredavam Agências Bancárias, Bancas de revistas, telefones públicos; atiçava fogo em ônibus, carros, caminhões, sacos de lixo, sem o mínimo bom senso e respeito à coisa pública e a você cidadão de bem. Será que esses baderneiros não tinham noção de que estavam prejudicando os próprios trabalhadores? Sejam usando bicicletas, motos, carros, caminhões, ônibus, cada um tinha seu destino: o trabalho.

Como frisei acima os policiais foram convocados por seus superiores para estarem nas ruas para evitar que o patrimônio público fosse depredado e desrespeitosamente esse “grupo” de encapuzados os afrontavam. Foram pra ruas com essa intenção. Será que fizeram aquilo “de graça”? Então, depois disso e de tantas outras mazelas como acreditar nesses movimentos? Assisti e acho que a maioria da população assistiu vários policiais sendo feridos com pedradas e outros objetos por defender os bens públicos e o próprio cidadão de bem. Por outro lado, há de se condoer com a situação do jovem agredido por um policial em Goiânia, pois nenhum ato voluntário ou involuntário está acima da lei, todavia, temos de convir que o cassetete naquele instante fosse o único meio de defesa, pois policial também sente medo, principalmente quando se está em menor número e diante de centenas manifestantes sem noção. Foi um fato isolado que repercutiu nacionalmente e que deve ser analisado pelas autoridades competentes. Não me arrependo de defender os policiais e dói quando imprensa destaca a agressão sofrida por um cidadão goiano e sequer mencionam o quantitativo de policiais militares que foram agredidos e feridos em todo o País por manifestantes encapuzados que usavam de pedras e até bombas incendiárias caseiras. Pode ter a certeza de que esse tipo de manifestante não foi à rua pra rezar. Por outro lado, quem se preza e tem bom senso não participa de manifestações usando capuz, pois quem o usa capuz, esconde o rosto, e logicamente, não carrega boa intenção numa manifestação. E não adianta dizer que é para proteger o nariz do gás lacrimogêneo. Numa manifestação pacífica policia jamais atira esse tipo de projétil. Como tudo na vida é incerto e tudo aquilo que se faz no Brasil é feito em terreno não sedimentado, podem ter a certeza caro leitor que mais coisas  virão à tona, portanto, além de ficarmos preparados para novas surpresas devemos construir nos quintais de nossa vida um poleiro cheio com varas resistentes para que elas possam sustentar os grossos excrementos que possivelmente virão do resultado da aprovação da reforma da Previdência Social e Trabalhista. Fugindo um pouco do texto, resta-me encerrar dizendo: Avante equipe da operação LAVA-JATO! Somente vocês serão capazes de eliminar de vez os corruptos e corruptores no Brasil!



Traição: Como defini-la em se tratando de um caso concreto?

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Não queria entrar no mérito desta palavra que em termos mais amplo trata-se de ação de trair alguém; perda completa da lealdade que resulta de uma ação traiçoeira, como também se pode considerá-la como um crime que se configura pela ameaça à segurança da pátria ou de suas instituições, todavia, em relação à minha pessoa há anos essa palavra vem me corroendo a alma porque, infelizmente, vivemos num mundo onde existem muitas falsidades, tapetes para serem puxados para que ninguém cresça ou se sobressaia dentro da sociedade em que vive, seja qual ela for. Vamos supor que o trabalho que você faz cause inveja a um “amigo”, pois está se sobressaindo mais que ele em face do seu dinamismo peculiar, que veio do berço, que enxerga o mundo de uma forma diferente e procura sempre ciscar pra dentro e não pra fora. Ao tentar captar mais companheiros pra fazer parte da sociedade cultural da qual participa pode gerar ciúmes em relação a sua atuação e em face disso pode vir à famigerada traição. Passado alguns meses ou anos suponhamos que a pessoa que lhe causou esse dissabor esteja acometida por um arrependimento, amargando um tremendo remorso e se afogando num mar de culpa… aquele que traiu ou continua falseando ou traindo um companheiro de trabalho ainda tão comum hoje em dia, jamais terá a dimensão exata do buraco que cava no peito daquele que foi traído.

Quando nos sentimos traídos é como se a nossa confiança fosse roubada pelas costas. Nem temos nem tempo pra dizer: Até tu cara! É como se a nossa inteligência fosse também subestimada e a nossa autoestima picada em pedacinhos. Quando isso acontece cava-se um grande buraco no peito, principalmente quando a pessoa acreditava que aquela outra era realmente amiga. Vem à dor e ela dói muito. A dor da traição e da falsidade é geralmente complexa porque destroem no interior das pessoas traídas os alicerces que construíram em prol do desenvolvimento de uma entidade, dentro da qual nasceu a relação de amizade. Podemos afirmar com certeza que a intensidade da decepção é proporcional à amizade, ao afeto, ao amor e ao carinho que temos por quem nos proporcionou tal dor, assim como, dizer também, que quem engana um amigo verdadeiro trai a si próprio.

Quando se tem um projeto de crescimento, ao sermos enganados por alguém tudo altera a capacidade de interpretação dos próprios sentimentos, pois eles ficam frágeis, confusos e chegamos até a ter dificuldades em discernir o que é real e o porquê de um projeto não ser aceito, de um sonho destruído. Não raras vezes, aquele que é traído acaba buscando em seu comportamento, em suas atitudes a razão para saber a verdade, o real motivo sobre tudo o que aconteceu; sente-se até suspeito do mal feito causado pelo alheio. A traição dói principalmente em todos aqueles que têm objetivos e projetos salutares destinados ao crescimento da entidade da qual participa. Traição dói por tantas outras razões. Dói porque é desnecessário, dói porque diminui a importância da história partilhada que estava em pleno desenvolvimento, dói porque não há nada que justifique a quebra de confiança.

A traição é a mais covarde das escolhas, principalmente quando você é tomado de surpresa pela ação pretensiosa do “amigo” que simplesmente lhe comunica que seu cargo foi oferecido à outra pessoa para uma possível negociação e espertamente, prejudicar registro de outra chapa concorrente, e de certo modo, evitar também que a outra pessoa concorra ao pleito eleitoral com outra chapa. Isto está ocorrendo em todo meio social. É o poder pelo poder. É a opção do “amigo” pelo caminho mais fácil. É a forma encontrada por ele para retirar do seu caminho um possível adversário, o qual, no caso, deveria é ser honrado e mostrado o seu valor. Perdoar esse tipo de traição foge à nossa capacidade racional. E quando acaba acontecendo, muitas vezes é porque existe nessa atitude uma esperança em fazer cessar o sofrimento. Perdoar-se numa tentativa de retroagir ao acontecimento considerado traição, dificilmente será possível apagar os danos causados. Tal situação já ocorreu em relação a mim, mas sei que está acontecendo com outras pessoas de valor. No que me diz respeito ao caso em tela, a ferida não cicatrizará em razão da consideração, admiração e respeito que tinha pelo “amigo”. Mas sei também que o tempo, queira ou não, mostrará suas fissuras no relacionamento, trincas por onde emergirá ressentimentos, mágoas e culpas.

Afinal, por mais que pareça triste, o melhor que se pode fazer é cortar os laços mesmo. Manter-se em silêncio porque de alguma forma ou de outra ele falará por nós. Deixar que as feridas cicatrizassem em paz. Sigamos em frente e deixemos que o “amigo” descubra por si mesmo que havia outras escolhas, mas que ele por si só não foi capaz de discernir e fazê-las. E depois disso, de ter sido incapaz de escrever o fim de uma história, de colocar um definitivo ponto final, de projetar para si mesmo um modelo mais saudável de relação, na qual o compromisso fosse partilhado, assumido e respeitado por todos os membros da entidade cultural, ficou inerte, usou-se apenas das reticências. Por fim, pergunto: Porque eliminar do quadro diretivo parceiros de tantos anos, então, não se pode usar o linguajar popular: que foi uma decisão humana, sensata, justa. Persistir na substituição para que a pessoa não participe do novo quadro diretivo, comunicando-a tardiamente com o fito de impedi-la de montar uma chapa concorrente é errado, é falta de respeito próprio mesmo.

 
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