Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

O andarilho e os obstáculos da vida...

domingo, 30 de outubro de 2016

Andava devagar, não tinha pressa e nem onde pretendia chegar. À minha frente uma luz brilhava intensamente e como por encanto, se aproximou de mim numa velocidade incrível e nem dei conta de contabilizar quantos segundos, apenas a vi se chocar contra o vento, que mesmo frio, me fazia gostar de viver caminhando sem rumo naquela estrada que delineei, mapeei e nem me importei de colocar nela um final. O vento frio passava e acariciava o meu rosto, abri os braços e senti-me flutuar, mesmo sem o auxilio do vento.

A cada passo meu coração batia descompassado, e á medida que a luz se aproximava tudo se alegrava ao meu redor, e o clarão serviu para me alertar que tinha pedras pontiagudas no chão. A estrada, de tão fria e úmida parecia realmente não ter fim. Uma estrada de terra de chão batido, ladeada de imensos arvoredos, capins, e entre eles se viam pequeninas flores brotarem. De longe tinha a certeza de que o caminho que seguia talvez não fosse tão importante assim, pois o destino pertence a Deus - porém o mais importante era a viagem despretensiosa que fazia. Ah Sim! Não há prazer maior de que estar sempre de malas prontas, mas naquela caminhada estava sem elas, levava apenas uma mochila nas costas, como a um andarilho que põe o pé na estrada e se deixa levar por ela, seja retilínea, seja curva, seja longa, mas seguia para o seu bel prazer, sem se importar se ela tinha ou não um final.

Os meus olhos brilhavam ao ver os primeiros raios de sol iluminar a terra e a lua desaparecer soberba no horizonte poente levando a noite consigo. Eu estava tranquilo, sereno. O sol extremamente quente fazia desaparecer a névoa fria e úmida à minha frente e ainda levava o brilho cintilante como estivesse transpassando um tênue véu branco, e mais do que o suficiente para amenizar o frio que me abraçou durante a noite. Mas uma vez sentia o vento passar veloz e assobiar em meus ouvidos e emaranhar os meus cabelos como se tudo ao meu redor já fizesse parte da sofreguidão de um andarilho. Seguia sem rumo certo, cruzava com outros andarilhos, ora em estradas de chão, ora asfaltada, e sem pestanejar acenava pra eles e prosseguia, mas sempre com o olhar atento naquela estrada sem fim.

Têm momentos que alguns caminhos não nos levam a lugar nenhum; têm momentos durante a caminhada que não devemos esperar nada no seu final, mas não devemos parar de seguir e nem deixar de lutar. Levantar quantas vezes puder mesmo se o caminho estiver cheio de pedras e espinhos. Pesadelos têm e podem trazer medos que assombram a nossa vida, nosso caminho, mas desistir jamais. Estar escrevendo neste momento me fez lembrar a palavra apatia, então, o jeito foi parar e pensar se estava apático mesmo. Daí pairou um silêncio no meu olhar que me fez desinteressar em procurar o rumo que devia seguir. Entendi, porém, que não podia mais parar principalmente naquele instante quando eu me encontrei ou encontrei a mim mesmo. O impossível numa estrada deserta de encontrar alguma coisa que alimente nossa mente, alma e espírito é só uma questão de tempo, mas quanto a mim, foi importante relembrar dos momentos que andei, às vezes com pés descalços, assim como, dos locais e situações em que me encontrava e me obrigavam a parar. Chão batido e poeirento, asfalto quente, terrenos férteis e inférteis, ilusões, enganos e desenganos, viajem solitária sem se sentir na solidão, era a sina de um andarilho principiante. Cair e levantar durante a caminhada entre pedras pontiagudas e trilhas estreitas cheias de espinhos trazia medos que sempre assombravam, podia ser difícil, mas não tão impossível, pois ao caminhar por quaisquer estradas somos desafiados a vencer obstáculos e superar todos os tipos de atropelos que a vida nos impõe dia a dia. Mas para sermos vencedores, temos que ser otimistas e coragem suficiente para transpor obstáculos que encontremos pela frente para, ao final, transformar nossos sonhos em realidade.


Vida e Morte andam lado a lado.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Já lidei várias vezes e bem de perto com a morte. Todo o dia relembro-me dos momentos fatídicos, seja do primeiro acidente que sofri junto com outros amigos quando o veículo em que viajávamos capotou; seja durante as várias cirurgias que fiz com grau de risco muito grande, cujos desfechos provam que lidei de perto com ela, ou expressando melhor, ela é que esteve muito perto de mim... Sei que ela existe e isso ninguém pode negar e que, inevitavelmente, apesar de ser a maior inimiga da nossa existência, vida e morte andam lado a lado e o jeito é não vacilar, respeitando a Vida e encarando a Morte com naturalidade, mas sem subestimá-la e desrespeitá-la. A nossa vida pertence a Deus e só ELE pode tirá-la de nós e qual o momento de nos enviar a “passagem”. 

Já lidei de perto com a morte desde criança. Quantos entes queridos e amigos que se foram para outra dimensão, como a minha mãe, por exemplo, que deixou para os filhos e netos o legado de mulher guerreira e que fora levada pelo tempo, sem motivo, como se ela fosse uma simples folha seca... Era uma mulher sem realeza, que à noite, assim como nós, mesmo com os olhos embaçados, também debruçava na janela, sem nada a reclamar, sem expressar sorrisos, ou sem sentir-se dominada por um exército de gente que não procurou entender e nem saber que ela também sonhava. Quanto ao meu pai que faleceu ainda jovem e eu só tinha apenas cinco anos, então, nesse caso, não posso dizer que não cheguei a lidar com a morte. Lidei sim! Tenho uma vaga lembrança dele, inclusive, do dia em que o vi pela ultima vez com o corpo estirado no chão sendo queimado por fios elétricos de alta tensão. É vago, mas minha mente ainda relembra os  matos  verdes e capins que não resistiam e quedavam-se diante das labaredas elétricas. Devo confessar que nem chorei, porque os caríssimos leitores hão de compreender que era apenas uma criança e para mim aquilo era surreal, incompreensível. Parecia um filme de terror que a mim devia ser proibido. Diria até que o que senti era apenas uma forma heurística, uma verdade que não aceitava e que podia me inculcar ou quedar-me diante de um exercício de alquimia, mas era pequeno demais para entender aquilo, sobre o que é ser morte ou sobre a existência ou não de coisas filosofais. Era pequeno demais para entender aquela cena e compreensível os fantasmas não me perseguirem e não quererem me adotar. Achei esquisito como a morte se apresentou para mim pela primeira vez, daquele modo, ainda criança, de forma tão violenta e cruel. Eu era apenas um menino a ser lapidado que necessitava primeiro ser carbono, ter a temperatura elevada para me tornar valioso, pois a ausência nem sempre evolui para a saudade, mas em relação ao meu pai, as duas evoluíam sim. Foi uma experiência pela qual passei, mas que de uma forma mesmo vaga relembro, abraçando com minha irmã caçula como se tivesse acontecido à outro ser vivente e não em relação a mim.

É correto e entendível dizer que quando uma pessoa morre o mundo não morre com ele. A vida continua, é como se nada tivesse acontecido, é como se a Terra contabilizasse menos um ser vivo a habitá-la. Quando uma pessoa morre se de forma violenta, ou calmamente, na UTI de um hospital, em casa rodeada pelos seus familiares ou num beco frio e escuro, acredito que não seja difícil pra ela. Morreu e pronto! Mas existem pessoas que antecipam sua morte, quer por depressão, motivo vil, transtornos mentais ou psíquicos, suicida-se. Morte natural, acidental ou suicídio todos param de pensar, de respirar, de falar, de sentir... A morte não é difícil para os partem para outra dimensão, mas para os ficam sim. Para nós viventes o mundo não pára. O mundo não pára assim como a Terra também não, mas toda a vida dos que permanecem e assistem à partida de um dos seus entes queridos, pára, mas é compreensível. Para eles a vida pode parar, mas teimoso que sou e de ter vivenciado tantas mortes e sobrevivido a tantas em relação ao que passei, descobri através da escrita a fórmula mágica de entender tudo isso e de alguma forma levar mensagens de fé, otimismo, esperança e dias melhores às mais longínquas regiões do mundo. È importante salientar que enquanto milhões de seres vivos na terra deixam de respirar, outros milhões ou quiçá, bilhões nascem. Mas no meio desses milhões quando alguém próximo de nós morre tudo é diferente... Sentimos a dor da morte desse alguém que amamos é pesaroso, o coração dói e lágrimas saem. Por momentos, desejamos poder partir também ou imploramos para aquele que partiu para outra dimensão, volte.

Com o seu passamento derramamos lágrimas de pesar, mesmo que essa forma de expressão nos pareça pouca para tanta dor e sofrimento que sentimos. Vêm notícias que nos pegam de surpresa: a perda de entes queridos, mais uma pessoa amada, mais uma alma que se vai. Ouço pessoas amigas dizerem que perdeu uma avó, pais perderam mães, filhos em acidentes e vice versa. A TV ou em jornais noticiam que o mundo perdeu uma pessoa extraordinária, uma celebridade, no entanto, a vida continua. É horrível dizer isso, é doloroso, mas não temos alternativa para expressar palavras mais acalentadoras. É horrível sim perder alguém que foi tão especial para nós. É horrível não saber o que fazer para consolar a pessoa amiga que acabou de perder parte de si.

Mas acredito que todos nós temos uma alma. E que a morte não é o fim. Não verdadeiramente. Devemos acreditar que a alma dos avôs, dos pais e dos filhos que se foram está neste momento no Paraíso, felizes, talvez como nunca estiverem antes. Suas vidas foram desatadas e chegaram ao fim, mas todos irão continuar a viver no coração de cada um de nós. Não se vive para sempre, mas deve-se viver no coração das pessoas que os amavam. Uma pessoa nunca morre realmente se a mantermos viva em nossa mente e coração.



No topo do meu diminuto mundo.

domingo, 16 de outubro de 2016

A crônica é um texto curto que trata de fatos do cotidiano com lirismo, muitas vezes, acompanhado de frases de efeito, de reflexões e críticas. A crônica que ora escrevo eu a caracterizo como argumentativa, pois ela não se limita a retratar um fato, um local de pequenas dimensões, mas sim poder formular uma tese e me defender com argumentos precisos. Demonstrar que quando falo em “diminuto” não quer dizer que o meu mundo seja tão pequeno assim, apenas não quero apossar de outros que orbitam à minha volta. Nesta crônica que intitulei: "No topo do meu diminuto mundo", quero abordar o tema “como escrever para alcançar corações sofridos e sentimentos vários” e quiçá, talvez, usá-la como recurso para obtenção da fama e de como chegar ao topo. A tese apresentada por mim é de que: "ser famoso ou reconhecido na sociedade por qualquer pessoa é mais que um sonho: é uma exigência de nossa época. Cada um faz o que pode para se sobressair e deixar seu nome nos anais da história e isso ninguém pode negar. Quais seriam os argumentos que devo utilizar para sustentar minha tese? Você é contra ou a favor dessa prática?

De certa maneira, quer queiram ou não, todos nós queremos ver nossos nomes escritos por aí, nem que seja ter uma simples foto ou nome estampado em jornais ou revistas. Quanta gente não daria tudo para aparecer na televisão, participar de programas de auditórios que são assistidos por milhares de pessoas. Como já disse e repito: Ser famoso é mais que um sonho: é uma exigência da nossa época. Cada ser humano faz o que pode para se sobressair: uns praticam no futebol, atletismo, judô e tantos outros esportes, outros se destacam na matemática e física. Em política nem se fala. Ganhar as eleições é de menos, pois o negócio é aparecer uns segundinhos na propaganda eleitoral gratuita ou ver seus santinhos distribuídos nas ruas. Mas se a vida, por um lado, nos apresenta uma infinidade de caminhos a seguir, em muitos deles recebemos um “não” e até batem a porta em nossa cara. Mas convenhamos, existem as circunstâncias que são muito mais fortes que os nossos planos. Por exemplo: se você já estivesse com a idade avançada, filhos pequenos para criar, desempregada e surgisse uma oportunidade de emprego numa fábrica de cimento, dificilmente diria "não, obrigada. Trabalhar com produção de cimento não é a minha ambição na vida e tenho alergia a pó. Você finaliza e diz: Quero é ser veterinária e trabalhar com animais de estimação. Para o pessoal que tem o nome escrito na roupa e o símbolo da empresa no bolso nem ligam, pois o mundo não é esse, e os sonhos de liberdade e múltiplas escolhas que às vezes acreditamos ser, principalmente quando vivemos em um diminuto mundo, só a gente imagina como ele é.

O mundo que idealizamos talvez surreal, pode se tornar uma contradição em relação ao mundo real. É certo que ouvimos por todos os cantos: faça o que você quiser! Ouse, sonhe, vença e escolha seu próprio caminho! Seja original! Destaque-se no meio social em que vive! Noutros cantos, no entanto, encontramos todas as limitações da vida: quem tem estatura pequena jamais será jogador de basquete ou brilhará entre os grandes zagueiros de futebol; quem nasceu em uma favela dificilmente será diretor de uma multinacional ou se você é gordinho nunca será escolhido para praticar atletismo e terá dificuldade para se tornar modelo. Exemplos são muitos, por isso temos de fazer com que em nosso diminuto mundo nada disso aconteça, pois nele podemos tudo.

Quando era garoto já começava a perceber que meu futuro estava muito mais além do que a instalação de persianas ou da caixa de engraxar sapatos. Foi a primeira vez que usei um uniforme personificado e achava engraçado, pois todos liam o meu nome na etiqueta colada no bolso da camisa. Achava legal e até passei a gostar do meu nome, mas não da profissão, pois eu almejava coisa maior. Ao montar as persianas nas janelas de um prédio até me sentia nas alturas, no topo do mundo. Mas outros também se sentiam e a gente disputava espaços. Nos outdoors, me colocaram uma vez, no entanto fiquei de costas para as ruas. Ninguém via o meu rosto ou ficou sabendo que aquele profissional dependurado na escada era eu, mas de qualquer forma, me sentia feliz de estar naqueles outdoors, pois a mensagem dizia: Ouse como esse profissional! Faça bem feito e observe como ele faz! De certa forma, acho que foi a primeira vez que me senti no topo mesmo dependurado numa escada, pois é mais ou menos isso que um instalador de persianas ou qualquer outro profissional fazia ou ainda faz: conquistar durante alguns dias a fama aparecendo nos outdoors instalados nas ruas, avenidas e lotes baldios das grandes cidades. Pode ser que alguns terão dificuldade para chegar ao topo da sociedade, mas o seu nome sim basta você querer.


Por que voto em meu Xará?

segunda-feira, 10 de outubro de 2016


Hoje em dia o assunto política é discutido por pessoas de várias classes. Algumas completamente leigas discutem o assunto com a maior convicção, se acham certas e nem se preocupam em pesquisar a vida ou o modus operandi de cada candidato; pessoas que dizem não gostar de política tentam justificar porque votou nulo; pessoas brigam cada vez mais por partidos, mas sequer conhece a história deles, os seus antecedentes, qual a forma de governo, simplesmente brigam por eles, como se fosse uma torcida por um time de futebol. Pessoas brigam, perdem até amizade e os eleitos, adversários, se abraçam, depois negociam cargos com o mandatário maior, tudo para receber benesses e do outro lado, o executivo ter maioria no legislativo para aprovar o que quiser. Há também os que vendem, revendem ou trocam seus votos com a maior naturalidade e no final ainda se gabam espertos. Pobres coitados, sim, pobres! Não sabem o valor de seu voto, que ele pode mudar a história, o significado e a importância da política para sua cidade. Os vereadores oportunistas estão em galhos diferentes, mas quando eleitos o objetivo é um só, pular para o galho do vencedor, pois este lhe renderá mais. Criticam tudo: a educação, a saúde, a inflação, o desemprego, a bandidagem, a corrupção, o sistema prisional, o trânsito, e muito mais. O tempo passa, mas as frases de campanha continuam as mesmas. Poxa! É por isso que tudo continua o caos, do mesmo jeito quando foram eleitos em pleitos anteriores e voltam com as mesmas promessas. E o motivo de tantas críticas é que todo esse descaso e abandono o eleitor conhece de perto, conhece mesmo, mas também não faz nada para mudar, principalmente quando tem a ótima oportunidade, o seu voto, assim como, os políticos vigaristas que nada fazem para o desenvolvimento da cidade, ou quiçá, do Estado e ou mesmo o País. Dizem que existe o analfabeto político, esse tem a benesses do governo que lhe oferece tudo e também nada faz e além do mais, nem importa se em quem votou está roubando, pois o negócio é defender o seu quinhão e ele nem está nem aí para a sua cidade. A responsabilidade maior referente à administração de uma cidade é da sociedade, pois é a sociedade que elege seus administradores, e elegem por eleger, sem ter interesse, sem querer informar, sem conhecer. Isso gera cada vez mais desigualdades, desorientações, manifestações, insatisfações, dentre outras mil frustrações. É hora de se atentar, é hora de mudar. Escolher um candidato que seja bom gestor e administrador que mostrará resultados e não em um candidato que vive ou sobrevive somente de política ou de fazer politicagem.

Olhamos as propagandas políticas escritas e televisivas e constatamos que são os mesmos, uns com mais de quarenta anos em busca de mantença do poder e não da prestação de serviços à sociedade em que vive. É a tal falta de opção ou surgimento de novas lideranças. Mas quando surgem, os caciques que dominam os partidos há dezenas de anos simplesmente anulam essas lideranças. Há anos vivemos momentos de agonia na pura acepção da palavra. Nossa Goiânia, cidade bonita, fraterna, graciosa, mas mal administrada, é velada por cerca de mais de um milhão de eleitores que vêem na corja política dominante a falta de opção pela cidadania, pelo crescimento ordenado e pela educação, algumas das opções para as gerações futuras, entre outras necessidades de uma cidade que como se vê, está na mídia descambando para os assaltos, as chacinas, e para o crime organizado O que incomoda e me preocupa não é o grito dos inocentes, das pessoas estupradas, das que estão morrendo baleadas ou a facadas nas periferias; o que me incomoda são o silêncio dos bons, nas suas belas casas, condomínios fechados e apartamentos, na posição de observadores passivos, que nada ouve vê ou fingem. Buscar culpados para a situação em que se encontra Goiânia é a mesma coisa que olhar para os nossos bosques num domingo de sol. Têm muitos caminhantes... mas acredito nem todos são culpados. Ou talvez, uns mais, outros menos. Quanto a isso até eu me penitencio, mas procuro dentro dos meus limites não fazer parte do grupo do “silêncio dos bons”.

Certamente que me penitencio, pois quem tem um pouco mais de esclarecimento e educação pode e deve ter também, um pouco mais de culpa e muito mais vergonha. Nossa cidade chegou à mídia nacional e internacional por crimes violentos, tentativas de homicídios, atos que causam horror, inclusive entre menores, e muitos crimes que nos deixaram estarrecidos, que felizmente, permitiram que fossem descobertas suas trajetórias. Só os cegos, os irresponsáveis, insensíveis, não percebem que devem se aglutinar a um ou mais dos cidadãos bons de nossa cidade. É preciso que os bons comecem a se juntar, ainda que isso comece com poucos. Não podemos sim, e jamais nos contentar com o silêncio. Nestas últimas eleições já mudamos muita coisa, mas é preciso continuar a “limpeza”. É tempo de mudança. É tempo de reconstrução. O passado bom deve servir de exemplo e ficar nos anais da história e nas prateleiras de museus, o ruim, deve-se jogar no lixo.

Os indivíduos precisam ter no mínimo caráter, educação, experiência e vontade de fazer com que o Goiânia tenha o seu verdadeiro lugar na mídia, pois ela é uma das melhores cidades para se viver, povo receptivo, de uma beleza natural sem igual com praças e ruas arborizadas e detentora de um crescimento vertiginoso incomparável. Goiânia merece ter pelo menos a chance de ter desta vez um prefeito gestor que possa deixar a marca do seu trabalho, tirar o nome de nossa cidade das páginas policiais, que possa melhorar a saúde pública que o povo mais quer e que está um caos; implantar novos métodos educacionais e valorização da educação e do educador; dar novos rumos ao transporte coletivo, e quiçá, solucione de vez a vida do cidadão, enfim, devolvê-la para as páginas mais nobres da mídia como uma cidade desenvolvimentista. Então, quando eu intitulei este artigo “Por que voto em meu Xará”, nem me importo quem ou quais partidos o apóia, declaro meu voto porque sei que além pessoa de ilibada conduta, ficha limpa com queiram, é um bom gestor, competente, independente é mais profissional que político e aí tenho a absoluta certeza de que vai transformar Goiânia e levá-la para o lugar que merece no cenário nacional.

Às vezes a melhor resposta é o nosso silêncio.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

 “Palavras erradas costumam machucar para o resto da vida, já o silêncio certo pode ser a resposta de muitas perguntas”. (padre Fábio de Melo). Ao me lembrar desta frase preocupei-me e antes de começar a escrever procurei uma posição mais confortável para manusear o mouse. Acomodei-me na poltrona giratória, fiquei parado por alguns minutos, fechei os olhos e concentrei-me amparado pelo silêncio que orbitava à minha volta. Com a mente alimentada notei que a nossa vida também gira e nós nos tornamos um mero arrendamento provisório - pequenos parênteses entre dois insondáveis infinitos, mas antes que caluniem o meu silêncio e o meu escrito, respiro o ar que penetra pela janela e de forma arguta olho a lua soberba rodeada de estrelas num universo sem fim; ouço o meu próprio silêncio e me lembro novamente de outra frase dita por Pascal: "O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora". Novamente senti um baque na memória e tudo que orbitava ao meu redor continuava ali inerte, mas, pareciam rir de mim. Voltei à escrivaninha e olhei fixamente para o monitor e notei que ainda não havia nenhuma frase lá. Novamente, respirei fundo. Coloquei os dedos sobre o teclado e minha mão direita pousou sobre mouse e sem pestanejar manuseie-o para que o cursor me auxiliasse nas entrelinhas do silêncio que também pairava sobre o monitor. Silenciei-me e tudo que girava em minha órbita silenciou porque sabia que podia ouvir a voz de Deus e ELE me fazer enxergar o universo que eu vira através da janela onde pude atingir o ápice mais alto do pensamento que um ser humano pode alcançar. Todavia, parecia sentir que faltava algo aos seres humanos naquele momento de lucidez. Analisei a situação atual da humanidade, assim como, de que forma todos poderiam colaborar, mesmo alguns com tenra idade. Imaginei um mundo sem corrupção, sem ira, sem ódio sem inveja e sem maldade, foi difícil, mas imaginei. Só a honra de cada cidadão cumprindo seus direitos e deveres com serenidade e sempre em busca do bem comum poderia trazer paz. Pensei realmente na paz em plenitude que pode gerar e em como alcançá-la aplicando no dia a dia certas atitudes. Acreditava e ainda acredito que não seria tão difícil e de certa forma maravilhoso se fosse possível acontecer. Qualquer um pode colaborar com um comportamento honroso e só assim sentir-se-á que a vida terá sentido de verdade. Entendo que cada um tem que cumprir a sua parte e de alguma forma, proporcionar paz, pois em fazendo isso, todos verão a felicidade que isso traz.

Quando escrevo “às vezes” é como estivesse colocando nas entrelinhas um silêncio imenso e maravilhoso, carregado de um olhar complacente e sorriso enigmático, de pensamentos imperfeitos e frases sem sentido, sem nexo. Quando digo que “às vezes” a melhor resposta é o silêncio é porque vemos ocorrer no mundo um turbilhão de maldades, homens e mulheres mutilados em razão de guerras entre nações e facções; famílias inteiras soterradas, crianças retiradas de escombros... Aí não tem como ficar em silêncio e o grito de revolta vêm sem a gente perceber. Por favor, não queiras que eu compartilhe com vocês quando estiver assim. Quando me silencio ou me revolto em relação a uma resposta que não consigo dar é porque a minha mente está conturbada, cheia de piedade pelos que sofrem essas atrocidades, pelos orgulhosos, pelos vaidosos, pelos que não sabem olhar para cima e que só enxergam as miudezas da vida, pelos que se angustia por qualquer besteira, que na realidade, essas pessoas não sabem ser humildes. Mas, afinal, como podemos definir o silêncio dos que sofrem ou dos humildes? Quando a esta pergunta ninguém definiu melhor e sabiamente quanto o Sr. Emmanuel, guia de Chico Xavier: "Humildade é o reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo". Melhor definição como esta não podia ter porque ele se colocava como a um grão de areia. A humildade de que se fala não deve ser confundida com servidão ou subserviência, pois ela é filha da sabedoria e é através do silêncio do saber que obtemos a melhor resposta. Olhar a vida com humildade e aprender escutar o seu silêncio é acordar para uma realidade: quanto mais crescemos, quanto mais nos elevamos, quanto mais nos conscientizamos da nossa diminuta condição diante do Cosmo, quanto mais vivemos olhando sem rumo, ora pra frente, ora pra trás, ora para os lados ou para o chão não conseguimos perceber a misteriosa grandiosidade que se encontra sobre suas cabeças.

A melhor resposta sobre tudo isso é mantermos em silêncio e refletir, assim como, a melhor atitude que devemos tomar diante do espetáculo do mundo é manter esse silêncio e regozijar, pois tudo é um mistério para nós. A verdade é que o infinitamente grande e o infinitamente pequeno se confundem e nos assustam. Às vezes nos espantamos com o espetáculo sideral e não nos lembramos que dentro dele há também um universo imenso, formado de trilhões de células, desconhecido também de todos nós. É preciso, vez por outra, olhar as estrelas no céu, a lua e o sol cumprindo suas rotas ou o universo em si e fazer uma reflexão sobre a nossa vida e a pobre e ridícula vaidade do ser humano.


 
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