Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Mosquito não tira férias.

segunda-feira, 30 de junho de 2014



Como no mundo da fantasia ou da ficção tudo é possível, inseri num artigo anterior, para reflexão, um pedaço da história do mosquito terrorista que apelidei de Osama Aedes Aegypty Bin Laden, comparando-o ao terrorista, saudita e membro da próspera família Bin Laden, líder e fundador da Al-Qaeda. Acompanhamos a luta desse mosquito e seus seguidores, assim como, as suas estratégias de sobrevivência pós-período chuvoso, mas, ao que parece mesmo tratando-se de um assunto sério, autoridades políticas que diziam preparados combater a dengue, nunca entenderam o sentido da mensagem que os mosquitos passavam e quiçá das artimanhas armadas pelo seu líder – O Bin Laden, que há anos vem se escondendo num pneu de trator protegido pela milícia comandada pelo seu filho Osaminha Jr. Semana passada ao ler alguns noticiários, hoje escassos, porque tudo está sendo engolido pelas notícias advindas da Copa do Mundo, observei que muitos comentavam sobre o crescimento da doença, e no sentido de alertar e minimizar a dor de cada um, dizia e continuo dizendo aos leitores que o mosquito jamais tira férias, nem após o período chuvoso, e por isso, todos deveriam se cuidar, razão tinham e me deram razão também para me fazer voltar a falar sobre este assunto, cujo artigo fora publicado em novembro de 2011 no Diário da Manhã. Naquele artigo disse sobre a mobilização de pessoas da sociedade entusiasmadas em combater o famigerado mosquito, e naquele ano, até portavam faixas, camisetas e adesivos, todos alusivos ao evento. E foi aí que me lembrei de outro artigo publicado no mesmo jornal meses antes, onde comentei sobre a possível saída de cena de um famoso terrorista, que ao longo destes últimos anos arregimentaram milhares de seguidores suicidas que se espalharam por todo o mundo, no entanto, naquele dia não acreditava que o mesmo tinha morrido como não acredito até hoje, pois não mostraram o cadáver (falo do terrorista Osama Bin Laden). Mas, com relação ao nosso terrorista – o mosquito Osama, sua morte também trouxe dúvida porque a imprensa naquele ano não fotografou o corpo dele que sabemos ter forma esquelética e que poderia estar estendido dentro de sua fortaleza: o pneu, onde se refugiou e ajudou na reprodução de incontáveis larvas e no treinamento de milhares fêmeas. O noticiário se fundamentou, talvez, em razão da emissão do fedido e venenoso “fumacê” jorrado perto do local e da artilharia pesada protagonizada pela vigilância sanitária, cuja ação misturou realidade e ficção, não obstante acreditar que tudo não passara de uma mera encenação, pois, o povo em relação a esse assunto está igual a São Tomé: só acredita, vendo. Os mais incrédulos diziam que Osama apenas ficou tonto e adormeceu nos braços da amada Dina Bin Laden.

Naquele ano quando li o noticiário sobre a morte do mosquito terrorista senti-me indefeso diante da ameaça de vingança que poderia vir daqueles pequenos e invulneráveis insetos. Não obstante o preâmbulo do texto deste artigo ecoar em minha cabeça como letras mortas e os versos canoros que escrevi num pedaço de papel ser usado apenas como subterfúgio para afastá-los para longe de mim, ainda assim, refuguei várias vezes quando passava perto de mim um mosquito magricela. Tudo acontecia nos inexatos momentos em que contemplava às horas mortas e a roda-gigante que girava em torno do universo vagando sem rumo usando lentes cristalizadas e olhares infantis, mas, sempre nos alertando sobre os cuidados necessários para evitar esse inseto que transmite uma doença de difícil cura e que nunca devemos deixar de combatê-lo.  E para finalizar, naquele ano, resolvi insistir sobre aquele pensamento deixado pelo mosquito jornalista Bicudo que de alguma forma serviu e continuará servindo para o povo e governantes refletirem: “Enquanto o governo não acreditar que nunca seremos exterminados, não criar um projeto de prevenção para eliminar os nossos criadouros e combater fêmeas transmissoras suicidas; enquanto o povo não colaborar com a limpeza dos vasos, pneus, garrafas, copos, calhas, caixas de água, de nada valerá o trabalho da vigilância sanitária, pois, procriamos e nos alojamos até em tampinhas” E como reflexão final, pergunto: Será que o mosquito terrorista Osama Aedes Aegypty Bin Laden realmente morreu? Eu, pelos menos, tenho certeza que não, pois no sábado findo, durante a caminhada no Bosque Vaca Brava, observei o interesse de algumas pessoas em sensibilizar os transeuntes que passavam pelo calçadão quanto à importância do período seco para encontrar Osama e sua fêmea, a Dina, e quebrar o ciclo de vida dos mosquitos, eliminando ovos e larvas. Por isso disse e repito: nós tiramos férias, mas os mosquitos não, então, todo cuidado é pouco.

Manias e peripécias de um aprendiz de escritor

segunda-feira, 23 de junho de 2014


 
Tem dia que me entretenho ora lendo uma revista, ora um jornal, mas quando se trata de crônicas ou artigos bem escritos e interessantes, nele pauso o meu raciocínio e o conteúdo vai se acumulando na região recôndita de meu cérebro e todo o acervo, ao final, contabilizo-o enumerando os discernimentos  corretos e capazes de me levar a uma aceitação plausível. Leio devagar, frases por frases, viajo junto com as palavras e só paro onde elas também param porque obedecem a um ponto final. Os meus olhos passam rápidos pela escrita quando a noticia não me interessa. É verdade! É uma mania que tenho vinda de um hábito que me acompanha há tempos, como o de começar a leitura de uma revista ou de um jornal, do fim ou do meio para o princípio e ou mesmo já saber quem é o assassino na metade de um filme. São como se eu estivesse trocando a importância das notícias ou cenas, montadas por editores e cineastas, mas é apenas uma mania, não consigo me desvencilhar dela.  O que há de se fazer?

Algumas vezes, preocupado em modificar a ação e situação de personagens que crio, deixo de lado as revistas, jornais e na estante pego alguns livros, todos autografados, e com um entusiasmo próprio de quem quer construir um objeto de estudo e investigativo, faço anotações pertinentes, para, no final, não vir confundir minhas idéias ou essas anotações não se tornarem num amontoado de frases sem nexo e tornarem sem sentido a história de meu personagem. Condiciono-me a fazer uma análise séria e ponderada das palavras, mesmo quando aparecem escritas de forma frias e cruéis por um jornalista, articulista ou um escritor implacável, mas entendendo que todos os fazem com a melhor das intenções e retidão de pensamento. Diferentemente deles, eu consigo perceber que escrevo melhor quando não estou sendo pressionado e de fato, consigo organizar melhor meus textos quando não me é imposto qualquer exigência ou pressa. Em alguns mementos, como sempre friso em minhas crônicas, preciso do silêncio para viajar no mundo da imaginação e às vezes, até me surpreendo com o final, mas ainda com certa dúvida, e aí me questiono: Será que ficou bom? Mesmo sabendo estar bom o texto reviso-o várias vezes. Considero-me apenas um mero escriba, um iniciante das letras, na fase da descoberta, um aprendiz de escritor e poeta, que vive da contemplação, da admiração, entre o assustado e a vontade temerária de um dia me tornar um bom escritor e tentar provar, numa ou noutra crônica, artigo ou nas minhas obras literárias que serei capaz de ser reconhecido e honrar o título de imortal que hoje carrego comigo.

Nunca me ausentei deste espaço que o Diário da Manhã me dá.  Antes de ser criada a página “Opinião Pública” eu já escrevia minhas peripécias para esse operoso jornal. Especialmente por dois motivos: Mantenho-me sempre atualizado e escrevo em múltiplas opiniões e por múltiplas razões. Não regresso às escritas individuais, intimistas e isoladas. Procuro expressar sentimentos momentâneos meus e do povo brasileiro. Uso a linguagem como se fosse uma aposta na escrita reflexiva e levo a reflexão para o quotidiano, e as ações e projetos sociais que eu movo, não sejam pessoais, profissionais ou políticos. Para não colocar banalidades deixo-me estar ausente de coisas fúteis, mas não fujo de leituras dispersas com as quais me entretenho e as uso para não cair na encruzilhada do contraditório.

Particularmente, para a mantença da escrita perfeita, do conhecimento da língua portuguesa e da boa informação, mantenho ao meu lado o Dicionário para não escrever besteiras ou ser mal interpretado. Mas até onde poderei levar esta encruzilhada reflexiva? Será que as pessoas estão dispostas a encontrarem com o seu “eu” fazendo o percurso que a mente exige? Será que temos tempo para observar uma senhora passear com o seu cão na calçada? Será que temos tempo de ver um pai estacionar o seu carro na porta de um colégio e pegar seu filho? Será que notamos uma jovem com trejeitos simplórios passar usando um uniforme cinza e atravessar a rua sem um sorriso no rosto? Será que estamos atentos quando a Presidente do Brasil dá 7,71% de aumento para os trabalhadores e 10% para a Bolsa Família? Por que será que a mídia televisiva deixou de noticiar sobre a famigerada situação da Petrobrás? Será que foi à propaganda oferecida posteriormente à rede de televisão pelo Petrobrás que a fez calar? Será que a verdade das despesas com a construção dos estádios e com a realização da Copa será mostrada à população? Estou convicto que não, e é por estas e outras atitudes que muitas vezes escrevo usando as entrelinhas do silêncio, procurando fazer uma boa crônica, pensada, elucidativa, para alcançar um fim comum, um desiderato, e de certa forma, brincar sério com as palavras. Nestas ou em quaisquer situações, não escrevo por escrever e jamais me arrependo do que escrevo, porque leio antes, interpreto o que muitas pessoas expressam ao vivo ou pela internet, e mesmo assim, penso antes de escrever e quando a mente cansa como já disse anteriormente, uso as asas da imaginação para alcançar o impossível e não magoar ninguém. Quando falo por falar, sinto que pode ocorrer um equívoco, me arrependo e, uma vez que falo, não posso "desdizer", voltar atrás e pedir desculpas, porque me soa mal, muito mal. Por isto é que prefiro escrever, pois escrevendo tenho mais chances de corrigir meu pensamento, colocar no lugar certo os pontos e vírgulas e até reticências para não soarem como as pausas que preciso para que todos me entendam.

O lixo do lixo.

segunda-feira, 16 de junho de 2014



Já pensou se chovesse torrencialmente em Goiânia nesta estação. Ver o frio se misturar com a água e alagar ruas, avenidas e vê-la sair levando consigo tudo que encontrar pela frente.  A TV mostrando boiando sobre a água, entulhos, sacos de lixo, latas, garrafas, tocos de cigarro, coco, plásticos e papéis, protagonizando cenas grotescas de  descaso do poder público municipal com a saúde da população. Outra cena é claro, mais horripilante, veríamos o lixo misturado com lama deslizar sobre as ruas sem asfalto e na sua jornada final já cheia de meleca derrubar muros, invadir casas; destruir barracos, calçadas, asfaltos, praças, carros, motos sem piedade ou dó. O lixão amontoado nas calçadas e os lixos do lixo lá deixados pelo homem e não recolhidos pela Prefeitura são levados pelas águas deixando rastros e entupindo bocas de lobo. 

Hoje ao me lembrar do período chuvoso atentei para o fato o governo também foi negligente e quanta lama invadiu residências, ruas e avenidas. Contabilizei a época as famílias retiradas dos labirintos enlameados, e os políticos insistiam em dizer que a culpa era dos temporais, mas sabemos que tudo não passou de um  devaneio do serviço público em culpar os temporais, ou quando alegava fragilidades ou falta de verba pública, cujas ações e gestos desses governantes foram surpreendidos quando ao olhar para seu próprio umbigo viram aparecer in loco o sofrimento de várias pessoas puxando a lama com rodos e eletrodomésticos destruídos, encobertos por um lamaçal e com lágrimas nos olhos pedirem socorro a elas porque seque tinham para onde ir, mas, tudo fora em vão. Numa esquina, a poucos metros  daquelas residências destruídas  um outdoor dava destaque a uma publicidade colossal do governo municipal falando de urbanização, moradia e melhoria do sistema de escoamento de águas pluviais e esgotos.

Naquele dia fatídico antes de escurecer vi a lua se despontar no horizonte e clarear o breu que tomava conta daquele bairro, pois a energia elétrica também fora destruída pelo temporal, senti abrirem-se novamente as cortinas do espetáculo. A TV para não perder o pique ou ibope continuava noticiando e mostrando os horrores de uma catástrofe já anunciada por muitos especialistas que emocionou uma cidade inteira. Enfrentando as adversidades do tempo pessoas que perderam seus barracos e até entes queridos que foram levados pela enxurrada, mas ainda cheias de esperança, procuraram alternativa de como reconstruir suas vidas  partindo de fragmentos toscos, mas, rígidos e sublimado de um mosaico multicolor. Nas entrevistas, essas pessoas sofridas usando de frases incompletas, intenções escondidas, cuja sorte foi jogada aos astros distraídos que se evaporaram e tentaram fazê-las acreditar que as promessas dos administradores públicos não passaram de um sonho, de um delírio, de um momento de loucura incompreensível, cujas lágrimas delas também  foram  levadas pelos ventos e despejadas como lixos nas bocas de lobo da vida. 

Hoje, após a vitória da Seleção Brasileira e sentado diante da televisão pensei e repensei sobre inúmeras fórmulas de esquecer o famigerado lixo não recolhido pela Prefeitura. Tudo o que tinha visto naquele dia e que serviu como exemplo, mas, preso nas armadilhas do tempo e nos percalços da vida, nunca imaginei que depois das catástrofes ocorridas durante o período chuvoso, iria ver a repetição daquelas cenas, mas ainda bem que não choveu porque senão Goiânia seria transformada num verdadeiro lixão, e o lixo desse lixo: as moscas, vermes, varejeiras e outros dejetos fedorentos provocariam vários tipos de doenças e ficaríamos sem flores no nosso trajeto, seríamos dominados por um entardecer melancólico, cercado de cores escuras, e fantasmas e ruínas não resistiriam e despencariam céu abaixo. Os que ficaram sem moradia, conta em banco ou carta de alforria, partiriam rumo incerto, à busca de um mundo talvez incógnito para suas sobrevivências, mas esperançosos de que, se o dia seguinte não fosse nascer, ou se não existisse nada para acreditar,  ainda assim, como pessoas humildes, nunca deixariam de ter a certeza de continuar levando junto com os seus pensamentos as rajadas de vida, como fazem as bocas de lobo (bueiro) para sobreviver aos lixos do lixo ou como vento faz para beijar a noite escura esperando um novo amanhecer. 


Carta ao Grupo Superação: Carlos Fernando, Ildeu Dorneles, Andréa Teles, Maria de Lourdes Primo, Erenita Soares, Clotildes Maria...

sexta-feira, 6 de junho de 2014



São tantas as pessoas amigas que vivem o mal do século que tive que colocar reticências no final do título desta crônica. A doença, qual seja, ela por si só, muda muita coisa na vida da gente, mas algumas se tornam invisíveis com o passar dos tempos. Não é como ter câncer ou sofrido um acidente que às vezes nos deixam inválidos. A maioria das pessoas sequer tem qualquer entendimento sobre o que é viver com a doença, a dor e seus efeitos, e para aqueles que acham que sabem… Dependendo da situação, sabem nada. Mas hoje, com o espírito em júbilo, esperançoso e com a sensibilidade à flor da pele, resolvi manusear o teclado do computador e digitar algumas palavras que vão se amontoando no monitor no afã de formar um texto plausível, simples, mas sempre com o desiderato de informar àqueles que não entendem ou não procuram entender porque algumas pessoas usam a internet para compartilharem suas dores e exporem o que estão sentindo, assim como, demonstrarem a vontade férrea de viver e fé inconteste em Deus porque mesmo sabendo que a medicina se evoluiu, em certas situações, sabem que só Ele pode curá-las desse mal. São pessoas que nos dão exemplo de luta pela sobrevivência.

São pequenas coisas que eu gostaria que todos entendessem antes de julgá-las. E, por favor, entenda que “estar doente” não significa que vocês não são mais seres humanos. Eu passei e tenho passado anos a fio numa considerável dor, talvez, hoje, seja a invisível, pois a visível, deixei para trás num leito de hospital, e se me encontrarem, em qualquer lugar, provavelmente, irá notar que eu continuo com o mesmo sorriso assim como você. Sou um sobrevivente também e posso dizer-lhes que “ainda sou eu” – só que agora preso num “corpo” onde faltam algumas “peças”, mas a vida é assim mesmo. Bola prá frente amigos! Somos como a um veículo que com o passar dos anos também precisa de manutenção. 

Quero também que vocês entendam a diferença entre “feliz” e “saudável”. Quando ficamos gripados, com dor de cabeça, geralmente sentimos meio “pra baixo”; eu passei “bons bocados’ com a minha saúde, mas sobrevivi. E por isso mesmo não posso dar ao luxo de estar de cabeça baixa o tempo todo, porque Deus esteve comigo sempre. O fato é que eu lutei e luto diariamente para não me sentir um coitado ou tornar-me um fraco; se você se comunicar comigo e eu parecer feliz, então significa que eu estou realmente feliz! Entretanto, não significa necessariamente que eu não estou sentindo coisa alguma ou não me lembre das dores que sofri; ou que eu não esteja extremamente exaurido, exausto; ou que eu tenha melhorado definitivamente; ou qualquer dessas coisas…

Ao conversar ou compartilhar com vocês os problemas de saúde quero que digam aos amigos: “- Oh! Sinto-me bem melhor hoje!” ou ainda, com um sorriso nos lábios: “Estou bem mais saudável.” Não finja, seja normal. Nem fiquem confusos, pois cada dia que passa nunca saberá o que pode acontecer… Procurem entender que a dor não é una, é variável, é plural. É quase possível que um dia vocês se sintam totalmente dispostos a dar uma volta pelo parque, ir e voltar andando do mercado; enquanto que no dia seguinte possam ter uma dificuldade enorme de ir de um quarto a outro. Faz parte da vida. Mas se você for uma pessoa capaz, por favor, tente se lembrar o quão sortudo você é…, por ser fisicamente perfeito de fazer tudo e todas as coisas que qualquer pessoa com saúde pode fazer. Pense nisso!

Obviamente, a dor aguda ou crônica, pode atingir tanto todo o corpo como localizar-se em áreas específicas. Dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável que ocorre em diferentes graus de intensidade – do desconforto leve à agonia –, podendo resultar da estimulação do nervo em decorrência de lesão, doença ou distúrbio emocional. Algumas vezes participar de uma simples atividade física tanto por um curto ou por um longo período pode causar mais lesões e dores físicas que vocês sequer imaginam. A dor não pede licença, se vocês não se cuidarem ela vem e toma posse de seu corpo. Sem falar no tempo de recuperação que pode ser bem intenso. Nós nem sempre podemos ler isso no rosto ou na linguagem corporal de vocês. 

Se este texto estiver contrariando-os, provavelmente devo ter perdido algumas penas sapientes das asas de minha imaginação. Mas se escrevo e porque sofro junto com vocês, talvez não fosse esta forma que eu deveria escrever. De fato, mesmo depois de ler muitas mensagens suas eu tento e muito arduamente ser normal, mas algumas vezes não consigo. Espero que vocês compreendam. Eu vivenciei e tenho vivenciado o sofrimento de todos, e sei que alguns ainda caminham por um processo longo de recuperação, enfrentando dores terríveis! Dor que é algo difícil de entender e aceitar a não ser que vocês ainda não tinham ou nunca tiveram. É algo terrível que desregula nossos sentidos, o corpo e a mente. É exaustiva e exacerbada. É tão terrível que em certos casos os médicos são obrigados a aplicar até morfina. Quanto a mim, quase todo tempo, eu tenho dado o melhor para me adaptar às “peças” que me faltam e continuar com a minha vida usando a melhor das minhas habilidades – a escrita e minha criatividade! Tudo que peço é para que vocês entendam isso, e as pessoas que manifestam na internet ou não, aceitem suas dores e sofrimentos. Sabemos que vocês querem apenas o amparo deles, a amizade e suas orações...

Eu sei que alguns literalmente não entendem a situação a menos que eles caminhem por um entendimento diferente; mas peço também que tentem entender de uma forma geral, e se puderem, orem bastante. Dêem o carinho e amparo necessários, indistintamente. Por fim, queiram vocês ou não, se forem seus amigos de verdade, eles serão a conexão para o exercício de uma vida normal. Eles podem ajudar a mantê-los em contato com a parte da vida que perderam, eu não sei quais são, mas certo de que existem algumas dessas partes que hoje podem estar fazendo falta.

No Reino da Utopia.

segunda-feira, 2 de junho de 2014



A utopia pode estar a poucos metros diante de nós, mas se damos um ela dá dois passos. Se duplicarmos os passos ela se distancia para além de mais além. Então, para que serve a utopia? Será aquilo que imaginamos como sendo perfeito, ideal, mas é imaginário? Será que não sabemos ao certo se é possível alcançar ou realizar? Será que ela pode ser almejada, ou ser apenas uma fantasia, um mito, uma quimera, um sonho ou simples teoria criada pelo homem. Em algumas situações não são bem assim. Com relação à pessoa humana, todas sonham possuir um pedaço de chão, mas nem todos conseguem. Desde o descobrimento do Brasil o índio tinha mais do que possui hoje. Na verdade, quase não tem mais, pois a civilização avançou demais e foi tomando seus quinhões de terra selva adentro. Diferentemente desses habitantes de florestas, as pessoas chamadas por esses selvagens de “homens brancos” e que vivem noutra selva - a de “pedras”, construídas por eles, muitas delas estão sem teto também, encontram-se abandonadas, algumas ocupam clandestinamente os espaços públicos e privados, não possuindo um pedaço de chão para nele construir um barraco, por mais simples que for. Uns cem números de habitantes são desabrigados pelas chuvas, pelos desmoronamentos, pelos incêndios, por outros eventos provocados pela natureza e até pela própria ação do homem, os quais, certamente, desejariam para reconstrução de suas vidas, apenas um pequeno pedaço de chão, porque para eles, um pedaço de chão é muito mais que ter onde morar. É ter direito a uma vida mais digna e melhor protegida. É poder plantar sementes e colher sonhos; é semear projetos e gerar filhos num solo fértil, tornando-se claro e notório, que tudo se frutificará em coisas prósperas e lhes darão alegrias no amanhã. Ter um pedaço de chão vai além de abrigar corpos. Aconchega. Conforta. Até na hora sinistra da morte precisa-se de um pedaço de chão. E nem nessas horas todos têm o privilégio de adquirir um espaço digno para sua última morada. Todos querem. Muitos sonham, mas nem todos conseguem um pedaço de chão... 

Repito: Até na hora sinistra da morte precisa-se de um pedaço de chão e nessas horas nem todos têm o privilégio de adquirir um espaço digno para sua última morada. E ao repetir essa frase, lembrei-me de tantas pessoas que são desalojadas de suas casas, de casebres, de barracos, sem a menor sensibilidade e amor ao próximo. Com essas nuances, surgiram as primeiras tentativas de mudança nesta nossa terra que chamo de Reino da Utopia. É como se ele vibrasse sobre os pés de pessoas insensíveis que colocam obstáculos para que não se encontre um novo eixo. Mas, o tempo não pode esperar, o sol se vai e logo vem escuridão, que descerá sobre o Reino escurecendo-o sem dó. É como se ele estivesse protegido por uma grande placa de aço, escura, pesada, sem fim. As pessoas parecem acordar de um sono profundo e algumas sentem seus corpos convulsionarem-se, retorcerem-se, curvarem-se em choro, expondo o que nem elas mesmas tinham conhecimento, um lado oculto, mas, felizmente, a escuridão esvaiu-se como num passe de mágica e o sol tomou o seu lugar para iluminar o caminho daqueles que partiram e partem para se despertarem em outra dimensão ao lado do Pai Celestial. 

Tem dia que não tenho motivos para sonhar, no entanto, há sempre um desejo ardente de aventurar num mar de sonhos quando vejo a arte ser pincelada ou massageada por mãos mágicas de alguns amigos, cuja beleza lá estampada ao ser colocada num pedestal ou fixada numa parede, às vezes, como leigo, as enxergo como se elas fossem apenas uma utopia, mas mesmo assim, ao tentar decifrá-las, uso as asas de meus sonhos e me apego a uma linha de pensamento imaginário, pois sei que eles nos dão aquilo que a realidade nos nega. Mas hoje, a Utopia de quem falo, está mergulhando em uma maldição indecifrável, o sol vermelho que beija a terra, todo poderoso, magnífico, absoluto e que faz recair sobre a cidade fachos de luz únicos, agora se curva novamente diante da noite. Fecha-se a cortina do tempo e diante daquelas cenas de construções devastadas, natureza arruinada e um vazio supremo, todos se sentem perdidos, cada qual procurando respostas, fugas de um pesadelo, não entendendo esses indivíduos que o Reino da Utopia adormece sobre um pedaço de chão, que vaga no espaço celeste, mostrando coisas mirabolantes, cidades efervescentes que iluminam todos os covis, dos quais, devíamos aprender a destruí-los, um a um; procurar extrair todos os nossos medos e receios, para posteriormente, termos uma vida digna e a chance de um dia voltarmos ao convívio de nossos entes queridos. Mas, é bom ficarmos precavidos, pois se o sinistro relógio tocar por doze vezes, anunciando meia-noite pode ser algo se apoderando de Utopia; podem ser estranhas criaturas saindo de seus covis para atacar aqueles que ali se acomodam, e aí, havemos de entender que nada mais é do que um jogo de sobrevivência, talvez por tempo determinado ou, até que aquele relógio utópico silencie-se diante das intempéries do tempo e ceda um pouco, de modo que os monstros sumam e cada um possa despertar do transe, voltar a viver um dia normal e entender que aquele pedaço de chão tão sonhado nada mais é do que uma utopia.

 
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