Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

Ao meu amigo Demóstenes Torres: "conversas telefônicas e o seu valor probante

terça-feira, 29 de agosto de 2017

“Conversas telefônicas e o seu valor probante”. Publiquei este artigo no jornal Diário da Manhã no dia 08 de maio de 2012, postei em meu BLOG e em outros meios de comunicação da Internet. Hoje com o coração em júbilo pelo reconhecimento da inocência de meu amigo Demóstenes Torres pelos Tribunais, não poderia deixar de reprisá-lo porque sempre acreditei na sua pessoa e em seu caráter, pois o conheci bem antes dele se tornar Promotor de Justiça. Tempos idos eu tinha um escritório de advocacia no Edifício Palácio do Comércio, Av. Anhanguera, cuja sala ficava ao lado da dele, sempre saímos em finais de tarde para um bate papo e aprendi muito com ele. Tempos depois, tive a satisfação de vê-lo no exercício de Promotor de Justiça. Eleito Senador da República também tive o prazer de visitá-lo no Senado Federal junto com outros amigos ambientalistas, Leandro Sena, na ONG +Ação; Antônio Souto, da GEO Ambiente (falecido) e Marcos Vinícius de Abadia, agente penitenciário (assassinado), que incentivados pelo Batista Custódio, Diretor Geral do Diário da Manhã, fomos até o ilustre Senador e recebemos dele irrestrito apoio, intercedendo junto a Ministra do Meio Ambiente, a qual, juntamente com ele e outras autoridades, sobrevoaram a região do Araguaia e com isso evitamos a construção de uma Usina hidrelétrica naquele rio.

Durante o voo, aquelas autoridade públicas ficaram extasiadas diante de tanta beleza, e no vai e vem dos helicópteros, olhavam para baixo, meio abobalhadas, algumas sorrindo e outras, cabisbaixas, certamente não tinham sido atingidos pelo cerne da sensibilidade dos enternecidos, que entre os solavancos da bela máquina voadora, sequer se lembravam dos burburinhos e poluição da cidade grande. A imagem bucólica do Rio Araguaia surgia com toda a força sem interferência de ninguém, e nem poderia, evidentemente, mesmo se quisessem. Naquele domingo, o Rio Araguaia mesmo desconfiado com tanta pompa, mas ciente de que quem o sobrevoava naquela maquina voadora era a Ministra do Meio Ambiente, pessoa sensível, inteligente, que não se aquietou, olhou para o leito do rio que parecia sorrir, pois sentia que a Ministra ao vê-lo lá de cima ia protegê-lo da ação do homem.  Ladeado por matas ciliares, dos perfis da vegetação, das erosões em sua nascente, perto do Parque Nacional das Emas, a Ministra deve ter entendido que o Rio precisava ser   preservado, pois além de exuberante e belo, gera riqueza, alimentação e é de vital importância ao meio ambiente.

Não poderia além do preâmbulo acima deixar de citar estas frases: “Se o homem praticasse ouvir a voz de sua consciência, aprenderia que a voz da justiça é uma música que todos precisam tocar e cantar afinados”. “Os piores políticos são aqueles que praticam a tirania em cima do povo e fazem das leis e da justiça um álibi para suas ações”. Por fim, ao ler a notícia sobre o meu amigo Demóstenes Torres, restou-me reprisar abaixo o texto publicado em 08 de maio de 2012, porque aquilo que se escreve expressando a verdade fica registrado nos anais da história e torna-se uma prova cabal e indiscutível de que eu e tantas outras pessoas acreditávamos na sua inocência.

Pois bem, vamos ao texto. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso foi criada a Lei nº. 9.296, de 24 de julho de 1996, que regulamentou o inciso XII, parte final, do Art. 5.º da Constituição Federal, que preceitua sobre a interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, desde que seja observado o disposto da citada Lei, dependendo para sua consecução, de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

Os princípios básicos de não admissão da interceptação acontecem quando ocorrer às hipóteses da não existência de indícios razoáveis da autoria, participação em infração penal, à prova puder ser feita por outros meios disponíveis ou o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção, todavia, em qualquer destas hipóteses, tudo deve ser esclarecido com clareza, com indicação dos meios a serem empregados, além da preservação do sigilo da diligência, gravações e transcrições respectivas.

Partindo desta premissa e no afã de enaltecer e reportar o excelente artigo do renomado jurista e Juiz Federal Dr. Ali Mazloum, resolvi escrever e fazer uma análise das conversações telefônicas no que tange a atuação da Polícia Federal em relação à Operação Monte Carlo. Se tivermos como base a Lei acima mencionada há de se chegar à conclusão que essas conversações não tiveram nenhum valor como prova, mas somente um meio de obtenção de provas. Ademais elas têm que ser materializadas e até o presente momento não foram como reportou o meu amigo Dr. Adel Feres através de seu Email. Diz ainda o nobre colega advogado, a seu ver, que o vazamento de escutas telefônicas segundo a mídia tinha a intenção de atingir a imprensa, especialmente a revista Veja e o Governador de Goiás. Concordei também quando ele disse que Lula, à época Presidente da República, apadrinhou a criação da CPI sem atentar para o fato de que o Ministério Público já investigava os personagens, mas ainda não dispunha de provas para indiciar qualquer ação criminal que seja, obrigando-o, destarte, a abrir o inquérito sem as provas necessárias e convincentes, baseando apenas em indícios.

O Lula, afoito como sempre foi, mais uma vez deu um tiro no pé e o sangue que esguichou respingará em seu próprio Partido, como respingou encharcando-o assim como a todos seus comandados, hoje presos por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Nas conversações até agora produzidas e divulgadas pela imprensa provam que a quadrilha não tinha acesso à revista Veja e que a influência sobre o Governador Marconi era exercida através do Senador Demóstenes, o que não deixa de ser natural por serem aliados, mas, como é de conhecimento público, anos atrás eram até adversários políticos.

Disse o nobre jurista e Juiz Federal Dr. Ali Mazloum em seu artigo intitulado “O valor de uma conversa telefônica”: “Para o direito, a espetacularização de uma operação policial não muda conceitos. Nesse sentido, a classificação do crime material, formal e de mera conduta se revela importante mecanismo de valoração da prova. Assim, por exemplo, uma conversa telefônica envolvendo cocaína não comprova o tráfico de drogas. Falta a materialidade do delito. A partir das conversas cabe à polícia diligenciar com o fito de apreender a droga. “O diálogo não é a prova, apenas um meio para a sua obtenção”. “A interceptação como meio de prova, serve apenas para nortear o trabalho policial, na mais que isso”, reafirma o jurista. Então se conclui que em relação à Operação Monte Carlo, as conversas captadas, quando fazem referência a uma terceira pessoa, nem de longe indicam o envolvimento desse terceiro, que fica injustamente ilhado, sem amparo em lastros investigativos, continuando no âmbito da lei exposta, sendo apenas uma conversa, nem mais nem menos. Destarte, nos crimes materiais, a consumação só ocorre com a verificação do evento natural, conforme acima explicitado. Os direitos fundamentais, como a presunção de inocência, a ampla defesa, o devido processo legal, são utilizados como estandarte, atrás do qual, se a lei não for respeitada, vigerão verdadeiros métodos de incrível injustiça, com tratamentos degradantes, desiguais e julgamentos sumários.

Por fim disse o ilustre Juiz que as escutas telefônicas, utilizadas parcimoniosamente, constituem instrumentos de extrema valia no processo de produção da prova, mas não podem ser transformadas em rótulos de culpa colados na testa dos interlocutores. Neste momento em que todos querem se tornar juízes e carrascos ao mesmo tempo, é importante, como alertou ao bom e mau ouvinte: “que é preciso não só reservar um dos ouvidos para ouvir o outro lado, como também é indispensável conhecer corretamente as provas dos autos, se é que elas existem”. Dr. Demóstenes siga em frente porque junto e atrás de você tem muita gente!



O fim do infinito

quarta-feira, 23 de agosto de 2017


Semana passada conversando com um amigo sobre religião ele me disse que não acreditava na existência de Deus. Fiquei pasmo! Jamais imaginava que ele era ateu. Depois olhando bem nos olhos dele perguntei: Amigo se você não acredita na existência de Deus ou de um Ser Supremo, como se explica a beleza do universo, pássaros voando, oceanos, mares, rios, a criatividade humana, o corpo funcionando com perfeição, uma máquina cheia de detalhes que nos faz pensar que alguém criou tudo isso? Pois bem, vou lhe fazer uma pergunta que já fiz a tantas outras pessoas que tinham o mesmo pensamento seu, poucas, mas por incrível que pareça, existem. Então, pergunto: Se tiver der o poder de voar ou possuir uma nave espacial, um disco voador, com combustível suficiente para você chegar até onde quiser alcançar, um lugar que sequer imagina o que me diz? Ele me olhou de soslaio, deu o sorriso maroto e disse: Bem, acho que devo chegar até um buraco negro e ou beirada do mundo. Buraco negro! Beirada do mundo! Resposta meio chula, mas tudo bem. Perguntei novamente: O que existirá do outro lado? O amigo ficou pensativo, coçou a cabeça e não conseguiu responder e foi aí que complementei: A existência de Deus não pode ser provada ou refutada. A Bíblia diz que devemos aceitar pela fé o fato de que Deus existe: "Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam" (Hebreus 11:6). Se Deus assim desejasse ou pudesse simplesmente aparecer e provar para o mundo inteiro que Ele existe não teria graça. Se fizesse isso, não haveria necessidade de fé. Numa parábola Jesus disse: ‘Porque me viu você creu? “Felizes os que não viram e creram’” (João 20:29). Por outro lado, é importante ressaltar que a natureza criada por ELE é poderosa, sobretudo, por sua capacidade auto-regenerativa. Seus ciclos naturais ocorrem e nada é desperdiçado aqui na terra. As frutas que caem no solo se tornam adubo para as plantas que ali florescem. As águas que caem das nuvens em forma de chuva evaporam, criando outras nuvens e estas jorram mais chuvas.

Este ciclo o fim do infinito que intitulei neste texto está com os dias contados. A interferência abusiva do ser humano na natureza faz com que o final deste ciclo se aproxime cada vez mais rápido. E, como todos sabem a existência de algo que possui um fim não pode ser chamado de infinito. As pessoas que passam pelas nossas vidas deixam as suas marcas num ir e vir infinito... As que permanecem são finitas porque simplesmente doaram seus corações para entrar em sintonia com as nossas almas. As que se foram para outra dimensão deixaram seus legados e aprendizados. Nós jamais nos importamos com o tipo de atitude que tiveram, mas com elas aprendemos muito. Com as pessoas vaidosas e orgulhosas aprendemos a ser humildes. Com as carinhosas e atenciosas aprendemos a ser gratos. Com as duras de coração aprendemos a importância do perdão. Com as pessoas que passam pelas nossas vidas aprendemos também a amar, ter bom relacionamento, mantença da amizade, da dedicação, do carinho, da atenção...

Depois de uma pequena pousa na conversa finalizei dizendo ainda para amigo: Um dia você vai procurar o fim do infinito e verás apenas uma estrela dizendo que é impossível alcançá-lo. Pedirás a ela que lhe mostre o caminho, mas será inútil, pois o universo apagará as pegadas como apagará e não amenizará a sua descrença e dor. Um dia a sua descrença ferirá seu coração porque ela foi inútil na sua vida, ficando nele apenas um vazio. Certamente gritará o nome de Deus quando vir a sofrer um acidente ou estiver no leito da morte. Seus olhos impressivos chorarão lágrimas da descrença, mas talvez, um dia qualquer, busque na página da sua vida o pôr-do-sol, o despertar da lua, as estrelas reluzentes, e nelas encontrarás apenas o silêncio e perguntarás a ti mesmo: onde eu errei? Onde foi para a minha fé? Por que insisto na não existência de Deus? Amigo, respostas de imediato não terá, porque até mesmo a natureza se negará dizer.

Um dia quando os seus sonhos forem derrubados pela incompreensão, sentirá no peito a flecha do arrependimento por não ter amado quem muito te amou e ama: o nosso Pai Celestial. A verdade é que um dia sentirás falta Dele, mas espero que não seja tarde demais, pois as lágrimas de um incrédulo, se não curadas, não O trará pra perto de você, porém, Ele, o Onipotente, poderá fazer delas um rio que o fará navegar para bem longe do seu porto seguro e quiçá, encontrá-lo. Para os seus entes queridos deixará apenas a saudade para que possam te acompanhar e saber quanto sua presença lhes farão falta.

Há anos tenho aprendido que o tempo cura, que a mágoa passa, que o ódio e inveja se evaporem, que a decepção não mate e que o hoje é reflexo de ontem; que os verdadeiros amigos permanecem e que os falsos, graças a Deus, não mais existirão. Compreendi que as palavras bíblicas têm força, que o olhar não mente e que viver é aprender com os erros, e foi assim que aprendi que tudo depende da vontade e que o melhor é sermos nós mesmos.



Amizades com vígulas, sem ponto final.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Quando se tem hábito de escrever, seja uma crônica, bilhete, carta ou uma mensagem através da internet, pergunta-se se deveria ou não acrescentar ou tirar alguma vírgula. Entendo que não, pois a importância da vírgula é tal que, se a colocarmos no lugar errado, o sentido do texto pode mudar e comprometer o entendimento do texto. Segundo o Houaiss, "vírgula é um sinal gráfico de pontuação, indicando uma pausa ligeira, usada para separar frases encadeadas entre si ou elementos dentro de uma frase". Analisando dessa maneira até parece fácil, mas não é, pois na hora de inseri-la no texto, não é tão simples assim. Então, no texto de hoje, vou usar a vírgula para falar da amizade. No meu ponto de vista entendo que a amizade pode até começar com um ponto, mas quando ela é verdadeira jamais se deve usar ponto final, apenas vírgulas, porque nunca termina. Normalmente ela deve ser especial, algo que damos como especial, assim como aquele orvalho que pousa sobre a folha, e o sol, em chamas, por amor evita evaporá-lo. É importante é entender isso e que saibamos quando não podemos mais caminhar juntos, mas que possamos enxergar nesse possível fim um novo começo ou recomeço sem se preocupar com o ponto final. Afinal a amizade pode ter sido transformada para melhor e a relação pode estar passando por um tipo de mutação. 

Sempre é saudável o começo de uma amizade, mas que aos longos dos anos de convivência, irá passar por uma metamorfose quase inevitável. Mas porque ocorre isso? Somos humanos e como ser humano tudo que ocorrer é imprevisível. Um possível desgaste poderá ocorrer também enquanto não houver respeito e pelos menos resquícios de amor no coração de cada um. Saudável também é o recomeço que nos permite desfrutar de uma amizade que foi duradoura, sem saudosismo crônico ou arrependimento pelo que poderia ter sido, infelizmente ou felizmente não foi.

Esmiuçar os fracassos e distribuir as culpas de uma amizade que se evaporou há décadas é perda de tempo. Cabe a cada um discernir o que aconteceu e se possível, ficar em silêncio, porque se tratava uma pessoa amiga que nunca traiu. É claro que haverá a saudade, talvez a lembrança do que ela significou pra gente um dia, mas haverá também o comum acordo, uma espécie de contrato imaginário em que ambas as partes concordam que o que tiveram foi sublime e importante demais para que continue. E, ademais, caso tenham também que ouvir falar mal um do outro depois de uma prazerosa convivência. E por ser tão sublime e único, neste caso, entendo que a amizade realmente merece um ponto final. E sabe por que devem colocar ponto final? Porque continuar com a amizade esmiuçada à boca miúda seria constranger o sentimento que a sustentou, seria assistir submissos à transição lenta e progressiva de algo que um dia deu certo para um ciclo de culpa, de cobranças, de raiva, de falta de admiração. E é sabido que quando se perde o respeito e a admiração, perde-se a essência e o propósito de uma eterna amizade.

Eu detesto ver um texto sem sua devida pontuação, principalmente do uso da vírgula. A vírgula faz muita diferença no sentido das frases. Não sou muito bom em língua portuguesa, mas me esforço muito para cometer menos erros. Quando escrevo errado é como me perder no universo mórbido e não retornar ao início de tudo, principalmente quando me sentir combalido e insuportável aos olhos de quem lê. Todavia, fico esperançoso de que as minhas mãos se soltem sobre o ombro da pessoa amiga e mesmo cansadas, possam acariciar e acalentá-la. Se eu conseguir finalizar o texto que ele chegue silencioso, que se instale e tome forma numa troca de mensagens ternas, reafirmando a cumplicidade latente: ambos saberão que realmente se chegou ao fim. Aceitarão o conteúdo. Encenarão um adeus, e aí sim, poderão colocar ponto final.

Além dos aspectos delineados, há que se ressaltar que a vírgula por si só mantém uma estreita relação com a intencionalidade discursiva, ou seja, sua existência ou não depende muitas vezes da intencionalidade do falante ou da pessoa que escreve. Eis aí o ponto fundamental que nos permitirá chegar ao ápice de uma discussão. Poder-se-ia dizer que a a
mizade deu certo. Deu tão certo que acabou da forma certa e no momento certo. Apesar de se usar muito o chavão, “que foi eterno enquanto durou”, mas por outro lado, procurando entender que a vida não finda ali, no puxar de uma simples mala, na batida de uma porta, no latido de um cão, no silêncio de um celular ou mudez na internet. Entender que o ponto final deu lugar a uma vírgula para evidenciar que não houve ruptura, e sim, para auxiliar numa passagem branda, num antes e depois que diferem apenas na ausência física do outro, mas que não anula os aprendizados e as vivências que ambos experimentaram enquanto foram amigos. Entender por fim que todo esse ato possa permitir aos amigos seguir a vida com outros planos e sentimentos, tendo o término dela como pano de fundo para outros quadros, com outras cores e perspectivas, enquanto seguimos captando novas amizades, procurando não usar ponto final, somente vírgulas, com intuito de manter a alma leve e consciência tranqüila.






Oficina Poética - Rastros de mim.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A ESCRITORA ELIZABETH ABREU CALDEIRA DE  BRITO, CRIADORA
E EDITORA DA PÁGINA "OFICINA POÉTICA" DO DIÁRIO DA MANHÃ, PUBLICOU ALGUNS VERSOS  MEUS, EXTRAÍDOS DO LIVRO "RASTROS DE MIM", DEIXANDO-ME BASTANTE SENSIBILIZADO.  CLIQUE SOBRE ESTE LINK PARA MELHOR VISUALIZAR 
"https://impresso.dm.com.br/edicao/20170813/pagina/24





Do jornalismo ao tatame

quarta-feira, 9 de agosto de 2017


No mundo de hoje é justamente no meio familiar que mais se briga, seja no ringue da sala, seja no tatame do quarto, seja entre as cordas invisíveis, ora esticadas na cozinha, ora no banheiro, ora nos corredores, e é em família que, com aparente paradoxo, mais se ama, pois a família é feita exatamente para se amar e o fervilhar, cheio sentimentos, e por sua própria força, pode explodir quando menos se espera. Sabemos que a grande paixão do brasileiro é o futebol, mas nos últimos anos outros esportes vêm ganhando muitos adeptos. O vôlei e a natação são grandes exemplos. Todavia, um esporte que vem crescendo de forma significativa é o Jiu-jítsu. Muito disso deve-se ao fato de termos grandes representantes em torneios de MMA. As academias de Jiu-jítsu estão abarrotadas de alunos que, além de querer se defender e praticar um esporte, eles acabam seguindo a moda.

Partindo desse preâmbulo quero aqui falar de uma pessoa que batalha pela vida: a jovem MMS, jornalista e lutadora de Muay-Thaiy. As iniciais é MMS e não MMA, pois esta segunda é arte marcial que incluem golpes de luta em pé e técnicas de luta no chão. A MMS de quem falo pratica além Muay Thaiy, o futevôlei, e se chama Meyrithania Michelly de Souza e é editora da página Opinião Pública. Não sei contabilizar quanto tempo, mas certo dia ao passar pela redação do Diário da Manhã eu a vi pela primeira vez. Manuseava com destreza o computador e foi fácil observar o seu dom jornalístico. Acho que desde pequena já sonhava tornar-se uma jornalista, ser um Batista Custódio, um Alexandre Garcia, um Armando Nogueira, um Paulo Francis, uma Mirian Leitão, uma Rachel Sheherarade, uma Ana Paula Padrão, uma Silvia Poppovic... Adentrei-me sorrateiramente à sua sala e fui recebido com muita atenção. Com um sorriso meigo, prontamente me atendeu, se importando comigo sem saber que há mais de 10 anos eu já escrevia para o Diário da Manhã. A sua fisionomia se transformou e soltou um sorriso meio maroto que tomou conta de seu rosto de menina, cheio de nuances e circunstâncias indescritíveis. Muito paciente, mas com dedos ágeis digitava alguma coisa, mas mesmo assim parou para me atender. Como editora da página Opinião Publica controlava via on-line todos os textos enviados por articulistas sem omitir opinião, e atentamente, os revisava, e foi aí que percebi que os escritos noticiosos se materializavam em seus pensamentos, lia e relia, captava as emoções dos autores e observei que ela se emocionava também. Era fácil perceber em seu semblante a sua vontade férrea de se tornar uma grande jornalista, pois há anos que venho percebendo a sua capacidade criativa, de captar mensagens e expressar seus pensamentos sobre o que lia, sabendo de antemão que nenhum texto poderia ser publicado antes de ser revisado, notadamente, sem alterar o seu conteúdo ou objetivo que o autor pretendia alcançar.

Descobrira que tinha gosto pela leitura, principalmente pela poesia e histórias onde se fala do romantismo, e até pensa em escrever um livro de romance que sabiamente passará para o papel. As suas publicações noticiosas e literárias eram e ainda são repletas de frases de efeito e quem lia e lê viaja junto com ela no mundo imaginário que cria. Daí começou realmente a paixão pelo jornalismo, cujo diploma recebeu há mais de quatro anos. Mas voltando ao seu recanto de trabalho naquele dia comecei a perceber também que quanto mais triste ficava, mais escrevia, e artigos publicados foram vários, mas acredito que não havia assim tanta tristeza na sua infância, e talvez, era a única pessoa que transformava a sua tristeza em um rico texto. Pelo visto ela lia, escrevia e digitava até dormir... E acredito que sonhava com o que escrevia.

Talvez ela tenha nascido com aquele sentimento jornalístico, pessoa que sofre com o sofrimento dos outros, que não aceita injustiças, e aí, logicamente, sentia-se um vazio imenso, a falta de algo que não sabia o que era. E com esses sentimentos à flor da pele escrevia... Só restava ler e escrever como forma de colocar pra fora suas angústias e lamentos e decepções. Não posso descrever aqui o que ela que pensa, mas acredito que escreve na esperança de que seu trabalho de levar notícias e ou mesmo como editora da página Opinião Pública, alcance, oriente e mexa com o coração do mais exigente leitor. Nos tatames da vida o jornalismo falou mais alto, pois ele deve ser o que mais se aproximou do seu desiderato. E é lá detrás daquela pequena mesa que toma para si as dores do mundo. Sofre pelos os famintos, pelos desabrigados, pelos torturados... O mundo não é um lugar seguro e precisa passar isso à sociedade. É detrás daquela mesa e manuseando o computador que se regozija de participar da trajetória de pessoas importantes, tão queridas, tão especiais, sejam governantes ou governados. O jornalismo agradece por sua agilidade, pela criação do site http://www.opiniaopublica.net.br/, que veio para estreitar contatos e disponibilizar ferramentas que possa produzir efeitos concretos e eficientes para publicação de artigos ou crônicas. Por fim, hoje ao vê-lo já vagando pela internet, sem pestanejar, parabenizo-a. O Site não foi criado para gerar problemas, mas para levar soluções e pensamentos aos leitores ávidos por novos conhecimentos.

Ver a superação, a grandiosidade de algumas pessoas, fazer parte de suas histórias e poder contá-las em forma de crônica é uma honra, um privilégio pra mim. Apesar de saber que sofreu um gravíssimo acidente de carro, em 2004, no qual os médicos disseram que ela ficaria com seqüelas, por conta de uma fratura na bacia, todavia, guerreira como sempre, seis meses depois ela já estava a todo vapor nas atividades físicas e dentro do tatame.   Agradei-me escrever sobre ela assim como, para o DM, e é através dele que observo e vejo notícias sobre o universo da política. Antes enxergava tudo como se fosse uma mera reprodução das opiniões que chegavam até a gente, cheia de argumentos frágeis e de contradições mascaradas com radicalidade agressiva... Não admito ser contrariado, até mesmo dos meus absurdos! Felizmente, essa sensação incômoda que talvez ela possa sentir não seja suficiente para afastá-la de sua vocação.

Por outro lado, sua visão do mundo, os seus pensamentos, seus exemplos, foram perceptivos pela direção do jornal, seu ideal, e sua forma de lutar por um mundo melhor. Mesmo atuando também como pequena empresária do ramo de locação de vídeos e DVDs, e engatinhando no exercício do jornalismo ela vê muita miséria, criminalidade, corrupção, dor, velhinhos abandonados em asilos, crianças e adultos morrendo por falta de leito ou morrendo no próprio leito. Todavia, MMS jamais pensou ao fazer jornalismo que seria assolada pela maior de todas as misérias: a falta de amor ao próximo e respeito ao ser humano como vem ocorrendo no Brasil com a banalização da violência. Pessoas estão matando sem dó, e ás vezes, apenas para ouvir o gemido do desafeto. Mas, não é essa sua única batalha, quantas jornalistas como ela estão sendo amordaçadas, sofreram e estão sofrendo com tudo isso? Conheço tantas e tantos, e como articulista deste jornal, hei de voltar a comentar mais sobre isso, porque hoje, já sofri demais com tantas injustiças e notícias nefastas e injustas.

Na minha adolescência também dava as minhas pinceladas jornalísticas criando até um jornal na minha comunidade intitulado: Tribuna Comunitária. Entretanto, diferentemente dela, formei em advocacia. Mas, viciado em escrever, tornei-me também escritor e articulista do Diário da Manhã e aí, tento escrever e atender suas orientações. Debruçando sobre letras e brincando com elas, vou imaginando e quando menos se espera me sinto viajando pelo mundo da imaginação na ânsia de levar ao leitor o melhor, do jeito que o jornal quer e do modo que se faz. Procuro, às vezes, escrever de forma sutil, sensível, poética, romântica, sempre com o intuito de alcançar o coração das pessoas e afastar qualquer hipótese que indique qualquer inaptidão minha.



 
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