Amigo leitor (a)

Amigo leitor (a). Quando lemos um livro, ou qualquer texto, publicados ou não, que são sinônimos do prazer, por mais simples que forem, sejam reais ou surreais, nos permite exercitar a nossa memória, ampliar nossos conhecimentos e nos faz sentir as mais diversas emoções, por isso, sensibilizado, agradeço a sua visita ao meu Blog, na esperança de que tenha gostado pelos menos de um ou que alguns tenha tocado o seu coração. Noutros, espero que tenha sido um personagem principal e encontrado alguma história que se identificasse com a sua. PARA ABRIR QUALQUER CRÔNICA OU ARTIGO ABAIXO É SÓ CLICAR SOBRE O TÍTULO OU NA PALAVRA "MAIS INFORMAÇÕES. Abraço,Vanderlan

E o homem surtou...

sexta-feira, 29 de julho de 2016

A palavra surto, sem generalizar muito, é uma crise, um excesso de fúria. É a falta de lucidez de uma pessoa diante da sociedade em que vive. É um transtorno mental. A palavra surto é também usada na epidemiologia para identificar quantidades acima do normal de doenças contagiosas ou ordem sanitária. Existem as epidemias de proporções reduzidas que atinge uma pequena comunidade humana que é o caso de instituições fechadas, outros o usam como sinônimo de epidemia, mas quando atinge uma pequena população é considerado um surto - epidêmico. 

Mas hoje o que está acontecendo no mundo? Vocês estão acompanhando as últimas notícias veiculadas nos meios de comunicação? Todas, indistintamente, nos confirmam que a população mundial está surtando ou em sentido mais amplo, vivendo diante de um terrorismo e violência extrema, cujas cenas de horrores, a maioria, reivindicadas pelo Estado Islâmico. Imagens de horrores que a TV e jornais não mostram, a internet divulga, mostrando homens mascarados cortando pescoço de outros seres humanos, chacinas de pessoas em ambientes abertos ou fechados, principalmente onde existam um aglomerado de pessoas, como escolas, templos, igrejas, clubes, restaurantes, aeroportos, cujos atos são praticados por homens-bomba fortemente armados; assistimos estupefatos, assassinatos de policiais negros e brancos, assassinato de padre por esfaqueamento (degolado) dentro de um templo e até em clínicas de pessoas internadas com deficiência mental; assistimos brigas entre torcidas organizadas, sem falar dos maus exemplos dados pelos políticos ou pessoas comuns, como a corrupção generalizada, as cusparadas, as defecações em área pública por militantes partidários, xingamentos, ódios... Tudo que assistimos nas telas da TV, em páginas de jornal e internet, são atitudes que, além de incompreensíveis, destitui qualquer pessoa de suas condições de ser humano.

Voltemos ao passado para entender tudo isso que está acontecendo. Os terroristas suicidas – homens-bomba que explodiam o seu próprio corpo apareceram entre os séculos 14 e 16. "Naquela época, o Império Turco-Otomano vivia um período de expansão. Uma das armas de seu Exército eram os guerreiros suicidas conhecidos como bashi-bazouks, que se precipitavam contra fortificações ou linhas de batalha do inimigo", diz o historiador Márcio Scalércio, da Universidade Cândido Mendes (RJ). Depois vieram os anarquistas da Rússia czarista, os camicases japoneses durante a Segunda Guerra e os guerrilheiros vietnamitas a partir da década de 50. Mas é bom esclarecer que a expressão "homem-bomba" e a popularização da prática são bem mais recentes - mais precisamente, nos conflitos do Oriente Médio dos últimos 20 anos. Tudo leva a crer que a guerra entre Irã e Iraque (1980-1988) foi o marco de fundação para essa cultura de terroristas explosivos. Inspirados pelas ações de xiitas iranianos, grupos radicais palestinos como Hamas, Jihad Islâmica e a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa fizeram do homem-bomba sua arma favorita na luta contra Israel. Hoje, jovens são doutrinados em escolas muçulmanas ou mesquitas e recebem prêmios pelo "ato de fé" - o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein chegava a pagar 25 mil dólares para a família de um suicida. E a moda macabra já lança tendências: no Sri Lanka e na Chechênia já existem mulheres-bomba e, na Palestina, os terroristas não são mais mortos de fome sem perspectivas. Uma pesquisa recente mostrou que a maioria dos homens-bomba palestinos vem da classe média e têm boa educação.

Com tudo isso, pode-se ver ocorreu uma proliferação da classe terrorista e hoje, se esparrama por todo o mundo. Ao assistir a TV procuro não me surtar, pois a pessoa que surta some, perde o equilíbrio, sai do seu canto e depois aparece do nada E se o indivíduo já meio perturbado ficar diante daquelas cenas horríveis é porque quer, se sente bem vendo aquelas atrocidades cometidas por assassinos bárbaros, que encurta uma conversa besta, que gosta de um bom drama, que diz o que ninguém espera e estraga uma noite e até uma semana só pelo prazer de sentir que é mau e tirar as correntes que entrelaça até o peito. O surtado acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. Mas o homem-bomba não é meio bomba, é um surtado, maluco mesmo, obediente às convicções religiosas aplicadas à sua mente. Este nem espera ser salvo e quando não consegue seu intento sai maldizendo de tudo e de todos. Eu só queria que não existisse esse tipo de gente, queria que todos fossem bons, leves e soltos e voltados para o bem. Mas será que um dia realmente voltará a ser assim? Acho difícil, pois o mundo parece que surtou de vez.


Fora de órbita.

segunda-feira, 25 de julho de 2016


Eu queria que todos estivessem aqui neste exato momento que escrevo. Eu queria que todas as pessoas amigas observassem se o tempo me rodeia ou se estou a orbitar; se algo orbita à minha volta, se estou sendo influenciado por alguém deste mundo ou por um ser desconhecido, extraterrestre. Neste instante me sinto fora de órbita, é como se eu estivesse realizando uma trajetória curva em torno de mim mesmo, sob ação de uma força estranha vindo de um espaço que não consigo definir no universo. Estou como aquele sujeito que descansa à sombra de uma árvore florida, sem pressa de sair ou qual direção a tomar. Eu queria que todos estivessem aqui neste meu recanto nostálgico, saíssem do outro lado de seus monitores e aparecessem da forma como os vejo para me ajudassem a ficar em órbita, em minha órbita.

Eu procuro sempre me manter calmo mesmo fora de órbita, porque de outra forma como descobriria onde vocês orbitam e a fórmula secreta que uso para decifrar e buscar as pistas que coloco através das palavras que lanço na telinha do meu computador. São mistérios eternos, faço delas quebra-cabeças indecifráveis, charadas insolúveis para que eu possa entendê-los e vocês a mim. Na realidade, ao escrever, não procuro ser sabichão, nem manter-me ignorante, bobo, e com as mãos leves, mas calejadas, poder alcançar o outro lado da telinha e cumprimentá-los, agradecê-los. Eu queria que fosse assim, escrever pouco, enrolar um pouco mais, mas não consigo, pois o mundo gira à minha volta roubando-me preciosos minutos e aí seria tarde demais se eu não saísse dessa minha órbita e me comunicasse com vocês.

Para dizer a verdade eu queria todos vocês em um só movimento orbital eterno de translação desenhassem contornos reais e surreais, expandindo-os até a minha órbita e não me deixassem fora dela, vigiando a minha loucura, e alimentando-a, sei lá como. Eu queria que todos estivessem ao alcance das pontas de meus dedos, mas sei que é impossível, pois estão do outro lado que nem sei onde fica. Eu queria dar uma pausa pausar, mas ainda vejo sorrisos se transbordarem, novas mensagens, curtidas, então, o jeito é continuar na minha órbita e aí pergunto a mim mesmo: será que todos fazem como eu ou como nós, escrevemos, lemos e procuramos interpretar ou entender o sentido dado ao texto por menor que seja.

Eu queria parar de escrever, dar uma pausa por um bom tempo, mas certo dia, alguém do outro lado da telinha reclamou, e não foi primeira, nem a segunda vez..., então o jeito foi continuar, mesmo que muitos não venham gostar daquilo que escrevo, ou talvez, tenham preguiça de ler. É normal, talvez o tempo deles seja escasso. Foi no início do ano que pretendi parar, pois até nós, simples escribas, cansam daquilo que escrevem, pois algumas palavras vão ficando repetitivas, mas, enfim, a paixão pela escrita me move de tal maneira que inundem o lago dos seus olhos e seus reflexos, ora bisonhos, mas cheios de nostalgias, são derramados no coração, que ao receber essa ducha cheia de mensagens amorosas, bate compassado e me acalma. O bom seria poder conhecer pessoalmente todas as pessoas amigas virtuais, para, imbuído de uma vontade férrea, incontrolável, mesmo que seja para um simples cumprimento ou confirmação do semblante, do sorriso, ou quiçá, saber pelo menos o que dizer sem tropeçar nas palavras. Hoje, eu queria desacelerar o tempo pra fazer durar a doçura, o respeito, o carinho que é ter vocês no meu rol de amigos, mesmo sendo virtuais, mas, infelizmente, não posso, pois no momento me sinto fora de órbita.


Certo dia numa casa deserta.

terça-feira, 19 de julho de 2016


Parei diante de uma casa numa rua sem saída. Parecia deserta, mas não estava. Alguém habitava nela, pois podia ver que as paredes ainda colecionavam seus segredos. Mas é certo que de vez em quando, parecia deserta mesmo, pois alguma “coisa” tentava despistar a atenção da gente ou dos invasores de privacidade. E não demorou muito. Uma janela se abriu, mas não tinha ninguém debruçado sobre ela, parecia querer mostrar que a casa estava deserta, no entanto, uma luz intensa iluminava aquele quarto e vultos passavam, iam e voltavam. Olhei pasmo e vi que realmente não estava deserta. De repente, apareceu um vulto de mulher rente a janela, outras sombras se refletiam nas paredes, trazendo aos meus olhos devaneios mórbidos e dava para ouvir vozes embargadas e soluços que ecoavam dentro do casarão, então, como afirmar se a casa estava deserta.

Não era apenas o barulho que me endoidecia, mas principalmente a ideia de escutar sons estranhos, fantasmagóricos, uivos e latidos de cães que nem sabia de onde partiam. Mas todos diziam que a casa era deserta. Como acreditar nisso? Eu sei que é difícil ouvir isso e catar os cacos de mim mesmo para depois passar tempo todo tentando decifrar esse quebra-cabeça: uma casa onde todos diziam que é desabitada, deserta, só que ninguém foi lá pra confirmar e olha que no imenso muro tinha uma placa “aluga-se” já corroída pelas intempéries do tempo.

Eu peguei coragem a adentrei ao imenso jardim cheio de estátuas de tempo medievais. Abri o portão que soltou um zunido de coisa enferrujada. Parei por instantes, nem contabilizei os segundos. Agucei os ouvidos e abri os olhos sem pestanejar. Posso afirmar que eu adoro o silêncio quando é invadido por músicas, não me importando o gênero musical, principalmente as que fazem de conta que é um tipo, mas no fundo sabemos que não é, no entanto, isso dava no mesmo. Aprecio a jornada onde a gente descobre o nosso gosto musical. É necessário saboreá-lo, mesmo vindo daquele casarão deserto judiado pelo tempo, cuja musicalidade chegava aos meus sensitivos ouvidos já adormecidos sobre as costas da noite. Quando ninguém mais tem o que dizer e todos adormecem de cansaço ou libação, meus olhos continuavam atentos a tudo, às vezes se fechavam enquanto minha boca bocejava —, então sentia como se a vida extraterrena estivesse tatuando o meu rosto, acompanhando de uma canção que invadia minha alma com muito gosto, permitindo a quem nela viesse a morar eu entenderia que também poderia me transformar e ser um protagonista de um filme ou do fantasma da ópera.

Ao observá-la de perto, nem conseguia alcançar a inquietação que se acomodava em minha alma, até porque aquele lindo vulto de mulher se agasalhava num véu branco e parecia ter alma própria, pois vivia sombreando aquela casa deserta que, às vezes, andava de um lado para outro, girava, girava, aparecia seguidas vezes no vão da janela no afã de me assustar sei lá. Mas quando ela percebeu que nada mais me assustava apesar de ver no seu rosto a tristeza de quem deixara este mundo há tempos, assim como, o desapontamento, mesmo assim, deu um leve aceno, eu retribuí e reiniciei a minha caminhada. Cortejava-me de longe, mas ela e seus brancos véus eu sabia que jamais sairiam daquele inusitado casarão.

Tenho comigo que sempre aprendi a tirar esperança da cartola, mas naquele prenúncio de noite não. A minha cartola quedou-se diante de uma beleza descomunal e dos sons estranhos, mas suaves e gostosos de se ouvir, e de tão graciosos, me fortaleciam de leveza e me fazia olhar aquela linda figura de uma maneira diferente, respeitosa, especial, sendo ou não ela apenas uma alma perdida naquela casa deserta.

Entrei compassadamente e resolvi conversar com aquelas paredes, pois descobri que precisava ver do outro lado, enxergar mais além e até ver o inusitado. Girei os olhos e os fechei por segundos. Leitor sabe sobre os desenhos em que os personagens ficam girando por um tempo no mesmo lugar e acaba abrindo um buraco no chão e sumindo? Foi isso que aconteceu comigo e descobri realmente que aquela casa jamais será deserta, pois as paredes pareciam me dar asas e abrir portas quantas eu quisesse, e logo, apareceu um menino com vestimentas estranhas, com uma bola na mão, tocando-a como se ela fosse o sol cercado lantejoulas dependuradas no universo.

E foi aí que descobri também que a minha casa não era deserta. Sobre a cama os cobertores que me protegiam nas noites frias, as fronhas dos travesseiros que sempre abarcaram minhas lágrimas em noites de sonhos adormecidos em que eu não sabia como ou quando ia acordar. Então entendi que se não ficarmos alertas elas serão apenas moradias para momentos em que se flerta com abismos, todavia, alguns sonhos são bem agradáveis, aqueles em que a gente sonha com leveza. Mas às paredes esse segredo nem conto, apesar da insistência desvairada delas, pois muitos dizem que paredes têm ouvido então o melhor era manter-me em silêncio. Todavia é fato: as paredes enxergam muito mais do que aqueles que, possuidores de boa visão, os olhos ficam grudados na vitrine da vida e jamais enxergarão. Quem não sabe se o nosso olhar depende da cadência da alma?

O céu, o sol, a lua, as ruas, os labirintos urbanos são testemunhas dos passeios da gente. Posso apostar que, como observador, não faço questão de lógica ou de corroborar fatos que eu me encho de paz ao caminhar pelo bosque. É como se os fantasmas de minha vida ou divindades me acompanhassem nesse momento, sussurrando em meu ouvido os mistérios da própria humanidade. Desde aquele dia eu me resgatei do medo principalmente quando me deparei frente a frente com aquela alma de mulher e foi naquele momento também que entendi que ao fechar os olhos e aguçar os ouvidos, procurei entender o outro lado da vida, que podia tocar o céu, contar a estrelas e enxergar além de mais além quando estamos diante de “alguém” cuja alma ainda habita numa casa deserta.

Às vezes é bom dar tempo ao tempo...

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Com o passar do tempo vamos percebendo que para ser feliz com outra pessoa em primeiro lugar, ou em certas circunstâncias, nem precisamos dela. Percebemos também que aquele alguém que nós amamos ou pensa que amamos não quer nada com a gente, e, definitivamente não é o "alguém" da nossa vida. Aprendemos a gostar do que elas gostam, a cuidar, e, principalmente, a gostar de quem também gosta da gente. O segredo é não espantar as andorinhas, os beija-flores e as borboletas que passeiam pelo nosso jardim; o segredo é cuidar do jardim para que elas venham mais vezes até a gente.

Não existe idade para que a pessoa seja feliz. Não existe época na vida para sonhar, almejar alguma coisa, fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos. O sonho não tem limite de idade. A idade ilimitada para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo, sem culpa de sentir prazer e ou mesmo de deixar este mundo. Mas existem as fases ou anos dourados como queira em que a gente podia criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança, sorrir, cantar, brincar, dançar e até vestir roupas extravagantes, cabelos com topetes assentados com brilhantina, ou em tempo de agora, quando pessoas pintam com cores diversas, usando cortes estranhos, tatuagem por todo o corpo, onde todos se misturam experimentando a vida do jeito que ela é sem exame crítico de preconceito ou de sentimento hostil, que nada mais é do que a generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio em que vive.

O tempo de entusiasmo existe em qualquer hora e tempo, como o de coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a pessoa humana, independentemente de sua idade, deve enfrentar com toda a disposição para alcançar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso. A idade, tão fugaz na vida da gente, chama-se presente, e tem apenas a duração do instante que passa... Se não passar, às vezes, o jeito é a gente dar tempo ao tempo, pois só ele pode apagar e abrir novos caminhos.

Pode ser que um dia por questão de saúde a vida lhe impeça de sonhar seus sonhos... Mas, enquanto houver vontade de sonhar, nenhum tempo, por mais obscuro que for te impedirá de fazê-lo, basta querer. Pode ser que o tempo passe sem você sinta... Pode ser que passe voando sem você perceber, mas a vontade de vencer jamais o fará desistir do que almeja alcançar. Pode ser que um dia a gente tem que dar tempo ao tempo... Mas, se tivermos a vontade de ultrapassar os obstáculos que se encontra à nossa frente, não há tempo que nos faça parar. Pode ser que um dia não mais existamos, porque não somos eternos e nem imortais, mas, até que isso aconteça já deixamos a nossa marca aqui na terra e isto é a importância que cada pessoa deve almejar para não ficar no esquecimento. Se cair durante a caminhada, erga-se e “nascerá” de novo de for preciso. Pode ser que um dia o sonho acabe, mas, com a ajuda de amigos ou dando tempo ao tempo, será capaz de construir tudo novamente, talvez de forma diferente, pensada.



Inverno com resquícios de outono.

segunda-feira, 4 de julho de 2016


Semana finda em Goiânia, parecia que o termômetro estava aquecido pelo sol e a moça que noticiava sobre previsão do tempo na TV passava o seu dedo indicador sobre o mapa do Brasil tentando convencer-nos e parecia feliz com isso. Ela dizia que o inverno já tinha chegado, mas, na realidade, eu nem prestava atenção no mapa, pois os meus olhos estavam voltados à esbelta figura de Maju. E que bela morena! Brincadeirinha à parte é bom dizer que o quase-frio frio chegou e como ele a secura do tempo, e olha que já se passaram mais de dez dias. Pouco frio, mas capaz de rachar os lábios e deixar a pele seca, todavia, não deixa de ser um tempinho bom pra gente, principalmente à noite, quando resolvemos tirar do guarda-roupa aquela vestimenta mais quente, e de manhã, saborear café com leite bem quentinho acompanhado de um pão francês amanteigado, capazes de deixar aquele cheirinho delicioso passear pelo apartamento inteiro, misturando-se com o cheiro de pão de queijo assado no forno elétrico, que em outras épocas a gente não tinha oportunidade de degustar, assim como, também, do chá de erva cidreira com noz moscada e canela, fumegantes.

Inverno, não está tão frio por estas plagas, no entanto, seus dias são de se aconchegar com os nossos entes mais queridos, com a família, com os amigos, tanto na casa da gente como na casa dos outros. É muito bom estarmos juntos, é muito bom reunirmos, é muito a aproximação e o aconchego.

O frio antecede a sua estação, pois em alguns lugares começa já findando o outono, mas já podemos encontrar um peixe fresquinho no marcado. E a carne assada acompanhada de um bom vinho, então! E a feijoada que dá água na boca! São próprios para o tempo frio. O inverno, frio ou não, sem esses ingredientes não é inverno e o fato de ter esfriado um pouquinho em nossa cidade aumenta a presença dessas vedetes em nossas mesas.

Até uma sopa bem quentinha nesse tempo faz bem. Vinho, chocolate quente, lareiras em chamas ou viajar para o Nordeste também, são modos de fugir do frio, mas não é interessante tentar escapar dele, pois como vai usar aquela blusa ou blazer que te deixa mais elegante durante o inverno. Até pra fazer amor fica mais gostoso, pois o edredom também está no guarda roupa à espera do tempo frio. No entanto, como é bom ter dinheiro pra curtir qualquer estação no nordeste, lá é sempre quente, mas infelizmente, ainda não tenho o suficiente para me custear lá por um bom tempo. Mas falando a verdade ou agora, de solidariedade, é que muito mais gente sofre com o frio, ao invés de aproveitar dele. O inverno é implacável para os que não têm nada. É hora de solidariedade. De fazer aquela limpa no seu armário e resgatar aquelas roupas quentes e cobertores que podem ajudar muita gente. Debaixo de um cobertor tudo pode melhorar. Para os mais abastados nada falta como as mantas, cobertores, casacos, meias e, quem sabe, luvas, cachecóis, botas, todos a postos. O inverno está aí, mas não aqui. Neste momento que escrevo não está frio, muito pelo contrário. Olhando os arvoredos aqui da sacada do prédio dá pra sentir que ainda existem resquícios de outono, então, nem pensar em hibernar neste quase-inverno. Pensando bem, o jeito é tomar um sorvete e apreciar o pôr do sol que desce manso sombreando os edifícios.


 
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