Traição: Como defini-la em se tratando de um caso concreto?

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Não queria entrar no mérito desta palavra que em termos mais amplo trata-se de ação de trair alguém; perda completa da lealdade que resulta de uma ação traiçoeira, como também se pode considerá-la como um crime que se configura pela ameaça à segurança da pátria ou de suas instituições, todavia, em relação à minha pessoa há anos essa palavra vem me corroendo a alma porque, infelizmente, vivemos num mundo onde existem muitas falsidades, tapetes para serem puxados para que ninguém cresça ou se sobressaia dentro da sociedade em que vive, seja qual ela for. Vamos supor que o trabalho que você faz cause inveja a um “amigo”, pois está se sobressaindo mais que ele em face do seu dinamismo peculiar, que veio do berço, que enxerga o mundo de uma forma diferente e procura sempre ciscar pra dentro e não pra fora. Ao tentar captar mais companheiros pra fazer parte da sociedade cultural da qual participa pode gerar ciúmes em relação a sua atuação e em face disso pode vir à famigerada traição. Passado alguns meses ou anos suponhamos que a pessoa que lhe causou esse dissabor esteja acometida por um arrependimento, amargando um tremendo remorso e se afogando num mar de culpa… aquele que traiu ou continua falseando ou traindo um companheiro de trabalho ainda tão comum hoje em dia, jamais terá a dimensão exata do buraco que cava no peito daquele que foi traído.

Quando nos sentimos traídos é como se a nossa confiança fosse roubada pelas costas. Nem temos nem tempo pra dizer: Até tu cara! É como se a nossa inteligência fosse também subestimada e a nossa autoestima picada em pedacinhos. Quando isso acontece cava-se um grande buraco no peito, principalmente quando a pessoa acreditava que aquela outra era realmente amiga. Vem à dor e ela dói muito. A dor da traição e da falsidade é geralmente complexa porque destroem no interior das pessoas traídas os alicerces que construíram em prol do desenvolvimento de uma entidade, dentro da qual nasceu a relação de amizade. Podemos afirmar com certeza que a intensidade da decepção é proporcional à amizade, ao afeto, ao amor e ao carinho que temos por quem nos proporcionou tal dor, assim como, dizer também, que quem engana um amigo verdadeiro trai a si próprio.

Quando se tem um projeto de crescimento, ao sermos enganados por alguém tudo altera a capacidade de interpretação dos próprios sentimentos, pois eles ficam frágeis, confusos e chegamos até a ter dificuldades em discernir o que é real e o porquê de um projeto não ser aceito, de um sonho destruído. Não raras vezes, aquele que é traído acaba buscando em seu comportamento, em suas atitudes a razão para saber a verdade, o real motivo sobre tudo o que aconteceu; sente-se até suspeito do mal feito causado pelo alheio. A traição dói principalmente em todos aqueles que têm objetivos e projetos salutares destinados ao crescimento da entidade da qual participa. Traição dói por tantas outras razões. Dói porque é desnecessário, dói porque diminui a importância da história partilhada que estava em pleno desenvolvimento, dói porque não há nada que justifique a quebra de confiança.

A traição é a mais covarde das escolhas, principalmente quando você é tomado de surpresa pela ação pretensiosa do “amigo” que simplesmente lhe comunica que seu cargo foi oferecido à outra pessoa para uma possível negociação e espertamente, prejudicar registro de outra chapa concorrente, e de certo modo, evitar também que a outra pessoa concorra ao pleito eleitoral com outra chapa. Isto está ocorrendo em todo meio social. É o poder pelo poder. É a opção do “amigo” pelo caminho mais fácil. É a forma encontrada por ele para retirar do seu caminho um possível adversário, o qual, no caso, deveria é ser honrado e mostrado o seu valor. Perdoar esse tipo de traição foge à nossa capacidade racional. E quando acaba acontecendo, muitas vezes é porque existe nessa atitude uma esperança em fazer cessar o sofrimento. Perdoar-se numa tentativa de retroagir ao acontecimento considerado traição, dificilmente será possível apagar os danos causados. Tal situação já ocorreu em relação a mim, mas sei que está acontecendo com outras pessoas de valor. No que me diz respeito ao caso em tela, a ferida não cicatrizará em razão da consideração, admiração e respeito que tinha pelo “amigo”. Mas sei também que o tempo, queira ou não, mostrará suas fissuras no relacionamento, trincas por onde emergirá ressentimentos, mágoas e culpas.

Afinal, por mais que pareça triste, o melhor que se pode fazer é cortar os laços mesmo. Manter-se em silêncio porque de alguma forma ou de outra ele falará por nós. Deixar que as feridas cicatrizassem em paz. Sigamos em frente e deixemos que o “amigo” descubra por si mesmo que havia outras escolhas, mas que ele por si só não foi capaz de discernir e fazê-las. E depois disso, de ter sido incapaz de escrever o fim de uma história, de colocar um definitivo ponto final, de projetar para si mesmo um modelo mais saudável de relação, na qual o compromisso fosse partilhado, assumido e respeitado por todos os membros da entidade cultural, ficou inerte, usou-se apenas das reticências. Por fim, pergunto: Porque eliminar do quadro diretivo parceiros de tantos anos, então, não se pode usar o linguajar popular: que foi uma decisão humana, sensata, justa. Persistir na substituição para que a pessoa não participe do novo quadro diretivo, comunicando-a tardiamente com o fito de impedi-la de montar uma chapa concorrente é errado, é falta de respeito próprio mesmo.

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