Do jornalismo ao tatame

quarta-feira, 9 de agosto de 2017


No mundo de hoje é justamente no meio familiar que mais se briga, seja no ringue da sala, seja no tatame do quarto, seja entre as cordas invisíveis, ora esticadas na cozinha, ora no banheiro, ora nos corredores, e é em família que, com aparente paradoxo, mais se ama, pois a família é feita exatamente para se amar e o fervilhar, cheio sentimentos, e por sua própria força, pode explodir quando menos se espera. Sabemos que a grande paixão do brasileiro é o futebol, mas nos últimos anos outros esportes vêm ganhando muitos adeptos. O vôlei e a natação são grandes exemplos. Todavia, um esporte que vem crescendo de forma significativa é o Jiu-jítsu. Muito disso deve-se ao fato de termos grandes representantes em torneios de MMA. As academias de Jiu-jítsu estão abarrotadas de alunos que, além de querer se defender e praticar um esporte, eles acabam seguindo a moda.

Partindo desse preâmbulo quero aqui falar de uma pessoa que batalha pela vida: a jovem MMS, jornalista e lutadora de Muay-Thaiy. As iniciais é MMS e não MMA, pois esta segunda é arte marcial que incluem golpes de luta em pé e técnicas de luta no chão. A MMS de quem falo pratica além Muay Thaiy, o futevôlei, e se chama Meyrithania Michelly de Souza e é editora da página Opinião Pública. Não sei contabilizar quanto tempo, mas certo dia ao passar pela redação do Diário da Manhã eu a vi pela primeira vez. Manuseava com destreza o computador e foi fácil observar o seu dom jornalístico. Acho que desde pequena já sonhava tornar-se uma jornalista, ser um Batista Custódio, um Alexandre Garcia, um Armando Nogueira, um Paulo Francis, uma Mirian Leitão, uma Rachel Sheherarade, uma Ana Paula Padrão, uma Silvia Poppovic... Adentrei-me sorrateiramente à sua sala e fui recebido com muita atenção. Com um sorriso meigo, prontamente me atendeu, se importando comigo sem saber que há mais de 10 anos eu já escrevia para o Diário da Manhã. A sua fisionomia se transformou e soltou um sorriso meio maroto que tomou conta de seu rosto de menina, cheio de nuances e circunstâncias indescritíveis. Muito paciente, mas com dedos ágeis digitava alguma coisa, mas mesmo assim parou para me atender. Como editora da página Opinião Publica controlava via on-line todos os textos enviados por articulistas sem omitir opinião, e atentamente, os revisava, e foi aí que percebi que os escritos noticiosos se materializavam em seus pensamentos, lia e relia, captava as emoções dos autores e observei que ela se emocionava também. Era fácil perceber em seu semblante a sua vontade férrea de se tornar uma grande jornalista, pois há anos que venho percebendo a sua capacidade criativa, de captar mensagens e expressar seus pensamentos sobre o que lia, sabendo de antemão que nenhum texto poderia ser publicado antes de ser revisado, notadamente, sem alterar o seu conteúdo ou objetivo que o autor pretendia alcançar.

Descobrira que tinha gosto pela leitura, principalmente pela poesia e histórias onde se fala do romantismo, e até pensa em escrever um livro de romance que sabiamente passará para o papel. As suas publicações noticiosas e literárias eram e ainda são repletas de frases de efeito e quem lia e lê viaja junto com ela no mundo imaginário que cria. Daí começou realmente a paixão pelo jornalismo, cujo diploma recebeu há mais de quatro anos. Mas voltando ao seu recanto de trabalho naquele dia comecei a perceber também que quanto mais triste ficava, mais escrevia, e artigos publicados foram vários, mas acredito que não havia assim tanta tristeza na sua infância, e talvez, era a única pessoa que transformava a sua tristeza em um rico texto. Pelo visto ela lia, escrevia e digitava até dormir... E acredito que sonhava com o que escrevia.

Talvez ela tenha nascido com aquele sentimento jornalístico, pessoa que sofre com o sofrimento dos outros, que não aceita injustiças, e aí, logicamente, sentia-se um vazio imenso, a falta de algo que não sabia o que era. E com esses sentimentos à flor da pele escrevia... Só restava ler e escrever como forma de colocar pra fora suas angústias e lamentos e decepções. Não posso descrever aqui o que ela que pensa, mas acredito que escreve na esperança de que seu trabalho de levar notícias e ou mesmo como editora da página Opinião Pública, alcance, oriente e mexa com o coração do mais exigente leitor. Nos tatames da vida o jornalismo falou mais alto, pois ele deve ser o que mais se aproximou do seu desiderato. E é lá detrás daquela pequena mesa que toma para si as dores do mundo. Sofre pelos os famintos, pelos desabrigados, pelos torturados... O mundo não é um lugar seguro e precisa passar isso à sociedade. É detrás daquela mesa e manuseando o computador que se regozija de participar da trajetória de pessoas importantes, tão queridas, tão especiais, sejam governantes ou governados. O jornalismo agradece por sua agilidade, pela criação do site http://www.opiniaopublica.net.br/, que veio para estreitar contatos e disponibilizar ferramentas que possa produzir efeitos concretos e eficientes para publicação de artigos ou crônicas. Por fim, hoje ao vê-lo já vagando pela internet, sem pestanejar, parabenizo-a. O Site não foi criado para gerar problemas, mas para levar soluções e pensamentos aos leitores ávidos por novos conhecimentos.

Ver a superação, a grandiosidade de algumas pessoas, fazer parte de suas histórias e poder contá-las em forma de crônica é uma honra, um privilégio pra mim. Apesar de saber que sofreu um gravíssimo acidente de carro, em 2004, no qual os médicos disseram que ela ficaria com seqüelas, por conta de uma fratura na bacia, todavia, guerreira como sempre, seis meses depois ela já estava a todo vapor nas atividades físicas e dentro do tatame.   Agradei-me escrever sobre ela assim como, para o DM, e é através dele que observo e vejo notícias sobre o universo da política. Antes enxergava tudo como se fosse uma mera reprodução das opiniões que chegavam até a gente, cheia de argumentos frágeis e de contradições mascaradas com radicalidade agressiva... Não admito ser contrariado, até mesmo dos meus absurdos! Felizmente, essa sensação incômoda que talvez ela possa sentir não seja suficiente para afastá-la de sua vocação.

Por outro lado, sua visão do mundo, os seus pensamentos, seus exemplos, foram perceptivos pela direção do jornal, seu ideal, e sua forma de lutar por um mundo melhor. Mesmo atuando também como pequena empresária do ramo de locação de vídeos e DVDs, e engatinhando no exercício do jornalismo ela vê muita miséria, criminalidade, corrupção, dor, velhinhos abandonados em asilos, crianças e adultos morrendo por falta de leito ou morrendo no próprio leito. Todavia, MMS jamais pensou ao fazer jornalismo que seria assolada pela maior de todas as misérias: a falta de amor ao próximo e respeito ao ser humano como vem ocorrendo no Brasil com a banalização da violência. Pessoas estão matando sem dó, e ás vezes, apenas para ouvir o gemido do desafeto. Mas, não é essa sua única batalha, quantas jornalistas como ela estão sendo amordaçadas, sofreram e estão sofrendo com tudo isso? Conheço tantas e tantos, e como articulista deste jornal, hei de voltar a comentar mais sobre isso, porque hoje, já sofri demais com tantas injustiças e notícias nefastas e injustas.

Na minha adolescência também dava as minhas pinceladas jornalísticas criando até um jornal na minha comunidade intitulado: Tribuna Comunitária. Entretanto, diferentemente dela, formei em advocacia. Mas, viciado em escrever, tornei-me também escritor e articulista do Diário da Manhã e aí, tento escrever e atender suas orientações. Debruçando sobre letras e brincando com elas, vou imaginando e quando menos se espera me sinto viajando pelo mundo da imaginação na ânsia de levar ao leitor o melhor, do jeito que o jornal quer e do modo que se faz. Procuro, às vezes, escrever de forma sutil, sensível, poética, romântica, sempre com o intuito de alcançar o coração das pessoas e afastar qualquer hipótese que indique qualquer inaptidão minha.



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