Apagão no fim do túnel

terça-feira, 10 de julho de 2012

Depois de uma cansativa viagem encostei minha cabeça sobre o sofá com o olhar absorto e o pensamento alhures. Diante da TV  fiquei assistindo a um noticiário; era mais uma espécie de retrospectiva, aonde o apresentador ia mostrando vívidos detalhes dos acontecimentos ocorridos em Goiás nos últimos meses. Com o semblante revolto, inicialmente comentou sobre a morte misteriosa do jornalista e radialista esportivo Valério Luiz e depois, compassadamente, falou do marido que matou cruelmente a esposa e seus filhos, suicidando-se em seguida. Depois, resolveu abrir de vez a cortina da crueldade, narrando outros acontecimentos estarrecedores já com a voz embargada. Ainda pensativo, perguntei a mim mesmo o porquê de tanta crueldade, egoísmo, agressões, corrupções, improbidade administrativa, tráfico de drogas, crimes bárbaros e miséria moral diante de tantas conquistas intelectuais. O homem de boa índole parece que está deixando a luta que a muito vem travando ser vencida pelas diferenças que sempre conviveu; deixa de saber como lutar, deixa de se levar pela maré de insatisfação que vem assolando o Brasil e o mundo.

A resposta que todos procuram para curar esse mal parece simples, mas não é. O homem alcançou o espaço, chegou à lua, construiu máquinas capazes de pesquisar planetas e alcançar estrelas distantes que compõem o universo; máquinas capazes de reduzir as distâncias e os caminhos entre os continentes e nações. O homem descobriu a cura de tantas enfermidades, até então tidas como incuráveis, dizimando da face da terra doenças que tiravam vidas. Hoje, basta apertar uma simples tecla para conquistar o espaço celeste ou até explodir o seu próprio mundo com lançamentos de mísseis destruidores. Na busca desenfreada para alcançar melhores condições de vida, no campo material, o homem se esqueceu de voltar sua atenção para si mesmo, e no campo espiritual, profundas são as marcas que traz na alma, dilacerada pela solidão e abandono, não alcançando o principal objetivo: enxergar a si mesmo, minimizar a saudade, preencher a solidão, acalmar a ansiedade, evitar a dor, a doença que lhe corrói o corpo, a droga que mata e destrói famílias inteiras e muitas vezes, transforma o homem em lixo humano, mesmo assim, diante dessas adversidades muitos não conseguem libertar um pouco de seu tempo para estar junto com a sua família e conversar com Deus.

Quando vejo através do noticiário televisivo o sofrimento de tantas pessoas fico pensando como é possível entender a inteligência humana que é um poderoso instrumento para fomentar o progresso da humanidade, mas, muitas vezes, insensível, enxerga apenas o seu próprio umbigo, nada realiza em prol dos mais carentes. Deus quer que as pessoas sábias usem a inteligência para o bem de todos e não para esmagar os mais fracos. Ninguém tem o direito de se envaidecer pela inteligência, pois a Terra representa um pequenino grão de areia diante do universo, e nós que a habitamos, se tentarmos fazer uma comparação em face da grandiosidade da obra de Deus, nem se usássemos uma poderosa lupa conseguiríamos ser vistos neste grão de areia, por outro lado, se contabilizarmos as adversidades que nos cerca, maldades, egoísmos, ambições, destruição da natureza e tantos outros malefícios praticados pelo homem, talvez, como última tentativa para a salvação do mundo ele jamais enxergaria com essa mesma lupa, porque hoje estamos vivendo um apagão moral e ético e no fim do túnel já não se vislumbra mais retalhos de luz.

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