Simplesmente
humildes. Durante décadas batalharam arduamente pela sobrevivência. Cada um
usando o seu próprio fulgir para alcançar um nível social mais elevado e a profissão
almejada, e nessa labuta diária, todos conseguiram seus intentos e nenhum deles
fugiu ou negaram suas origens. Nasceram na cidade de Morrinhos conhecida como
cidade dos pomares, que não só produziu árvores frutíferas, como também sementes
da sapiência, da escrita, da
arte ou, tradicionalmente falando, da Literatura. Quantos escritores desta cidade se sobressaíram no
cenário goiano e nacional: muitos. Então, contaminados pela sapiência de um
passado literário, esses jovens começaram a sonhar e de um dia tornarem-se
imortais, como o super-homem. Eram como nós, crianças comuns e nem nasceram em
berço de ouro, como era também comum, verem filmes, lerem gibis, ter o gosto
por revistas em quadrinhos, gosto que outrora tínhamos e ficávamos deveras
deslumbrados com aquele homem voando na velocidade da luz, vestindo um uniforme
vermelho com uma insigne no peito e uma imensa capa a salvar o povo americano,
só que o dos Estados Unidos. Mas, esses “meninos” como nós também, neste
pequeno rincão, queriam ser imortal como aquele personagem americano, mas, dada
a situação financeira de cada um não conseguiriam aquela roupa que acreditavam
que sem ela não poderiam voar. Pensavam assim. Mas, sonhavam em voar e alto,
mesmo sendo sonhos impossíveis. E voaram. Só que no mundo imaginário, mas
voaram e foram longe, até o infinito, mesmo sabendo que ele não tinha fim. A
escrita os fez voar e criarem poesias incomuns e seus próprios personagens, alguns,
imortais, igual ao super-homem. Usando as asas da imaginação como forma de
agradar o leitor percorreram também o céu de sua vida e durante o voo puderam contar
durante a trajetória os momentos de angústias e dores que passaram e sentiram.
E foi através dessa viajem interplanetária através da imaginação,
observando os erros e acertos em várias partes do mundo e do seu próprio
habitat, não se chegou a nenhuma conclusão fática em relação ao ser humano,
mas, imbuídos do desiderato de bem informar aos seus leitores e de haver
encontrado ao longo dessa “viajem” o amor e verem realizados alguns sonhos, às
vezes pagando pesados pedágios, é que, mesmo se usassem as asas da
imaginação, sabiam que iam dificultar ao homem alcançar outros sonhos e
objetivos antes de chegar ao final.
Os corpos
desses jovens literatos tornaram-se uma imensa livraria e o cérebro um
verdadeiro dicionário que foi colocado em estantes suntuosas formando junto com
o tempo, um universo cheio do saber e aqueles que gostam de ler e hoje fazem
uso delas, às vezes acreditam serem imortais como eles e quiçá, fazerem parte
da história mesmo sabendo ser surreal.
É comum vermos nas
livrarias algumas pessoas que para satisfazerem seus egos compram livros apenas
pela beleza da capa, sem pesquisarem o índice e conteúdo dos mesmos; muitas
pessoas avaliam os outros pela aparência externa, pela capa física, sem
considerarem a parte interna. Outras procuram livros com títulos bombásticos,
sensacionalistas, histórias de terror ou romances profundos por mera indicação
lobista. São assim as pessoas: existem aquelas que buscam sensacionalismos
baratos, dramas alheios ou apenas um romance profundo ou rasteiro. Em síntese,
posso dizer: Somos homens livros lendo uns aos outros. Podemos ficar só na
beleza da capa ou aprofundarmos nossa leitura até as páginas vivas do coração.
A capa pode ser interessante, mas é no conteúdo que brilha a essência do texto.
O corpo pode ter uma bela plástica, mas é o espírito que dá brilho aos olhos.
Também podemos ler nas páginas experientes da vida muitos textos de sabedoria.
Depende do que estamos buscando na estante. Podemos ver em cada homem-livro um
texto espírito impresso nas linhas do corpo. Deus colocou sua assinatura divina
ali, nas páginas do coração, mas só quem lê e entende o interior descobre isso.
Só quem vence a ilusão da capa e mergulha nas páginas da vida íntima de alguém,
descobre seu real valor, humano e espiritual e daí, todos nós possamos ser bons
leitores e conscientes de estarmos lendo uma bela obra. É bom que nas páginas
de nossos corações, possamos ler uma história de amor profundo; é salutar que
em nossos espíritos possamos ler uma história imortal e que, ao abrir o livro e
manusear as páginas possamos ler nas entrelinhas visualizadas no brilho dos
olhos e na luz de um sorriso a graça da vida em todas as suas dimensões. E que,
sendo bons leitores, possamos nos tornar imortais, possamos ser leitura
interessante e criativa nas várias estantes da livraria de nossas vidas, pois
somos homens livros que algumas vezes escondemos na região recôndita de nosso
cérebro muitas sabedorias que não gostaríamos de serem expostas ou lidas. A
capa amassa e as folhas podem rasgar, mas, ninguém amassa ou rasga as idéias e
sentimentos de uma consciência imortal. O que não foi bem escrito em uma vida
poderá ser bem escrito mais a frente, em uma próxima existência ou mais além...
Mas, com toda certeza, a história desses jovens escritores Wander Oliveira,
Antônio Ávila, José Henrique Machado e Robison José da Silva, que se tornaram
imortais no último dia 19 de setembro e de tantos outros baluartes da
literatura Morrinhense que lutam pelo engrandecimento da Academia em respeito a
aqueles que já se foram para outra dimensão, de cujas obras, tão grandiosas,
vivem e viverão após as suas mortes e que os tornaram imortais, as quais foram e
serão publicadas pela editora da vida e colocadas na estante terrestre ou em
qualquer outra estante que porventura existir.
Amigos mais uma vez vc nós supriendendo, Parabéns maravilhoso.
ResponderExcluir