Uma espera tensa, mas prazerosa.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Quando ficamos à espera de algo extremamente importante costuma trazer certa tensão. Esse algo traz à tona sentimentos que exigem da gente muita paciência e dependendo da situação até orações e pedidos ao Pai Celestial.  Quando falo em longa espera ou orações, estou falando do nascimento de meus netos gêmeos Davi e Letícia que estão a caminho, e, enquanto a família os espera ansiosos, para aquietar o meu coração o jeito foi pôr-me a escrever. Logicamente o título ou tema acima foi inevitável e não era pra menos. Essa espera é, sem dúvida, angustiante, mas de certo forma prazerosa; uma espera que requereu de mim muita apreensão, e nessa contagem regressiva o jeito foi  contabilizar o tempo, dias, horas e minutos que restam para o nascimento deles e me preparar pra o que der e vier pela frente, mas certo de que tudo correrá bem e que cada um possa se esforçar o suficiente para dar o seu melhor e no momento certo, tudo venha a ocorrer da forma que todos esperam. Sabemos serem raros esses sonhos – o nascimento de gêmeos, cujas expectativas às vezes não serão condizentes com a realidade em que vivemos.

Ao fim da angustiante ou prazerosa espera, precisamos separar o que é mesmo uma satisfação daquilo que, na verdade, já vinha fazendo parte do nosso mundo fantástico: a vinda de gêmeos, que há meses, de uma forma ou outra, estamos nos preparando para recepcioná-los e que cheguem sadios e ponto final. Nesse ponto final ou fim de uma espera onde algo pode se tornar surpreende de forma positiva, caberá somente aos pais decidirem como criá-los, continuarem acreditando no poder da oração e voltarem a sonhar, sem precisar esperar.

Está próximo o fim da ansiedade da espera, está próxima a sensação da ausência, da expectativa de ver in loco, de tocar naqueles corpinhos recém-nascidos, enfim, aqueles meses de gestação pareciam transformar numa eternidade. Corações vão se amiudar, mas quem pode segurá-los no ninho como se fossem passarinhos empenados que também vêm para contemplar o azul do céu e o longínquo infinito como um mundo novo a ser desbravado?

Distantes da mamadeira e da submissão paterna uma dia ganharão o mundo. Não importa para onde eles irão, afinal, este mundo a eles pertencerão. A força física e a irreverência da juventude lhes serão peculiares. Da beleza sou suspeito de falar, pois ela é herança de família. Quantas foram às noites que, no silêncio de um fingido sono, lado a lado, os pais passaram boa parte rolando de um lado para o outro, pensando como estão as pessoinhas acomodadas no útero com zelo e carinho? E onde a mãe foi buscar tanta força para seguir em frente com a gravidez conseguida por inseminação artificial como se, o seu caso fosse normal como as outras, mas não foi?

Até o nascimento tudo bem. Depois podem acontecer vôos curtos, pois vão e voltam do colo ao berço e vice-versa. Logo crescerão e são dois seres humanos. Vão estudar fora, longe dos olhos e aí o bicho pega. No início, a mãe poderá até tentar controlar a vida deles como se possível fosse. Mas logo ela percebe que seus rebentos querem liberdade, quer ser dono de seu próprio nariz. Quer correr o próprio risco e provar, para ela e para o mundo, que sabe se cuidar e não precisa mais da tutela de ninguém. É nessa hora que eu procuro pensar em algumas palavras apropriadas e ensinamentos aprendidos ao longo da vida. Tais como: “criamos nossos filhos para o mundo, os entregue para Deus cuidar, porque nossa parte nós já fizemos. “Filhos são como flechas: uma vez lançadas, nunca mais voltam ao ponto de partida. “Filhos, nem tê-los, nem perdê-los”. Eis a questão.

O tempo desprendido aos pais é curto. Eles, assim como eu, foram como os meus filhos, têm pressa. Sabem que quando se tornarem adolescentes a prioridade é dos amigos. É pura realidade. Os pais, principalmente a mãe, se contentam apenas com um beijo na chegada e outro na partida, quase sempre no último minuto do segundo tempo, quando já anunciada a segunda e última chamada para o embarque para seguir a estrada de sua vida. Com o coração em pedaços ela diz: Vão com Deus, meus filhos, vivam com intensidade seus momentos porque o mais importante da vida é a largura e não o comprimento, mas fiquem sempre sabendo que estarei sempre à espera.  





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