Festa do folclore em Goiás

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Nos dias 17 e 18 de novembro, na Vila Cultural Cora Coralina, será realizado o 1.º Encontro das Comissões Municipais de Folclore com participação de várias cidades, sob a coordenação da Comissão Goiana de Folclore, presidida pela senhora Izabel Signorelli. Seja através do folclore ou não, sabemos que a arte é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, jeito de vestir, harmonia, equilíbrio. A arte pode ser representada através de várias formas, em especial, na escultura, na pintura, no cinema, e principalmente, no que tange ao folclore, que é o tema do qual ora pretendo comentar. Sabemos também que há milhares de anos a arte foi se evoluindo e ocupando um importantíssimo espaço na sociedade, haja vista que algumas representações de artes são indispensáveis para muitas pessoas nos dias atuais. Esses trabalhos artísticos assim como o folclore, são capazes de nos deixar boquiabertos, sejam diante de telas, sejam através de trajes típicos, sejam através das danças e estilos musicais regionais, todos massageiam o nosso ego, trazendo pura magia e expressões surrealistas que nos deixam atônitos, encantados. Em seu artigo “O folclore avança em Goiás” o escritor Bariani Ortêncio disse: “O folclore é a sabedoria do povo. E esta sabedoria vem passando das pessoas simples que recebem dos seus ancestrais, de geração a geração, dos analfabetos até os instruídos. “E o folclore não fica só com o povo simples, sem instrução; chega à sociedade, às camadas cultas, influi e incentiva as letras e as artes”. È a mais pura verdade!

Muitas pessoas dizem não ter interesse pelo folclore ou por movimentos ligados a ele, porém o que elas não imaginam é que esta arte nada mais é que a tradição e usos populares, constituído pelos costumes e tradições transmitidos de geração em geração. Todos os municípios sejam de qualquer parte do Brasil possuem suas tradições, crenças e superstições, que se transmitem através das tradições, lendas, contos, provérbios, canções, danças, artesanato, jogos, religiosidade, brincadeiras infantis, mitos, idiomas e dialetos característicos, adivinhações, festas e outras atividades culturais que nasceram e se desenvolveram com o povo. A arte folclórica é praticada em todo o mundo, em diferentes culturas. Quando Bariani disse em seu artigo que o folclore incentiva as letras e outras artes, concordei plenamente, pois foi através dele também que me enveredei pelo mundo das letras, escrevendo crônicas, poesias e romances, sempre tendo nas entrelinhas de cada texto um pouco dessa arte milenar. É importante observar que essas coisas não se governam, elas tomam conta da gente e fazem a gente sonhar com o possível e o impossível.

Os artigos, crônicas e poesias escritas semanalmente em jornais por grandes escritores e articulistas, também é uma arte que muitas vezes nos trazem o espanto, um sentimento corriqueiro ou um acontecimento inusitado que pode abalar a sociedade em razão de sua contundência. Os escritores que escrevem no seu habitat gostam do silêncio porque ele o faz viajar no mundo da imaginação e o barulho, por menor que seja, os espantam, tiram deles a máquina imaginária que poderia trazer, no último flash, uma resposta plausível à sociedade. A Arte seja a pintura, a música, a dança, o cinema, de uma maneira geral é uma coisa imprevisível, é descoberta, é uma invenção da vida, já o folclore, vai mais além disso, pois ele é sinônimo de cultura popular e representa a identidade social de uma comunidade através de suas criações culturais, coletivas ou individuais, e é também uma parte essencial da cultura de cada nação.

A arte está em toda parte e, por mais simplórios que possamos ser, por mais embrutecidos que venhamos a ser, cada um de nós tem a noção da beleza e a arte atua em nossa vida, nas suas mais variadas formas. Todas elas são necessárias, porque é só através da arte que o homem inventa o mundo em que vive e todos nós estamos em maior ou menor grau, dependentes dela. Observem que o homem do sertão, que por si só, já é um artista por natureza, pois quando ouve o cantar dos pássaros sabe que já é época de acasalamento ou de alçar os primeiros voos ou quando se reúne em volta da fogueira para contar seus causos de saci, onça pintada, vampiros, quadrilha, festa junina, tudo é folclore, o qual nada mais é do que a reinvenção da vida através da beleza da arte.

Todos nós artistas sabemos que a arte trabalha com outros elementos que não a razão e emoção e quanto a isso devemos lembrar que o folclore não é um conhecimento cristalizado, embora se enraíze em tradições antigas, mas ele se transforma no contato entre culturas distintas, entre migrações, e hoje graças aos meios de comunicação principalmente através internet é que vemos expandir essa arte que pode ser vista ou vivida por pessoas que dizem desconhecer. Cabe a UNESCO orientar as comunidades no sentido de bem administrar sua herança folclórica, sabendo que o progresso e as mudanças que ele provoca podem tanto enriquecer uma cultura como destruí-la para sempre. A arte folclórica não quer agradar, ela não busca o agrado, ela busca um sentimento que nos tire do chão, que nos leve para um lugar onde não frequentamos em nossos dias comuns; ele nos entorta a cabeça, nos faz pensar, e às vezes, duvidar de tudo aquilo que presenciamos a olho nu. A vida, comum, não é o suficiente, deve-se procurar algo além dela, pois se ficarmos parado, mesmo que metaforicamente, é o primeiro passo rumo à morte e isso o artista não almeja. Se o artista optar apenas pela sobrevivência e não pela expressão máxima do que é o prazer pela própria vida de nada adiantará uma bela apresentação sobre um palco, ruas ou praças. E como disse Bariani Ortêncio: “Estudar o folclore é estudar o próprio povo, com tudo o que lhe diz respeito. É o exemplo, como vimos,  de tudo o que vem do passado, transmitido através das gerações”. Mais uma verdade dita pelo mestre, pois o folclore no eleva e nos transporta a um mundo surreal, e é graças a ele que nos escritores romancistas e poetas viajamos em busca do improvável e isto nos deixa encantados e fascinados pela vida.


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