O que acontecerá com nosso mundo em 2017?

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Olhando para universo que não sei discernir, restou-me aquecer da leveza do momento que de tão imenso o silêncio notei que este não quebrou os sons vindos das terras devastadas pela ação do homem, mas, felizmente, me senti preenchido pelas batidas do meu coração e pela voz infantil de uma criança que brincava do outro lado do mundo. Queria apenas enxergar o bonito. Meu coração começou a bater no ritmo suave de um mar sem pedras ou barrancos a impedir, e me sentia feliz. De meu posto privilegiado do alto de uma serra íngreme acompanhava os pontos enfeitados do universo, talvez usando mais o espírito do que com a consciência. Navegava com os olhos e não via naves espaciais enfeitarem a paisagem estelar, apenas aviões despejando bombas e matando gente inocente em terras do oriente.  Mas o meu mundo estava ali e não do outro lado e a cada olhar, procurava o meu porto seguro ou achar uma nave qualquer, sei lá, mas sem pressa, sabendo que meu destino não se resumia apenas deixar ou pegar passageiros errantes, gente sofrida e crianças desnutridas amontoadas nas beiradas daquele mundo inóspito, sem estação espacial.

Do alto dava pra ver que a nossa vida não era totalmente linear, todavia, com o pensamento positivo almejava o ano de 2017, com mais amor, dignidade, respeito ao ser humano, e com o mesmo sol que dá vida ao nosso planeta, como também, desejava que a chuva derramasse mansa, sem destruir nada, para que eu pudesse ficar aconchegado no meu recanto nostálgico e escrever, e à noite, sob o som das gotas de chuva debater-se no vidro da janela, abraçar meus lençóis, colocar a cabeça sobre o travesseiro e dormir, sem pressa. Mas antes de o sono vir e tomar o meu corpo eu queria arquivar na região recôndita do meu cérebro ideias novas para passar para as colunas jornais e revistas, para que jamais faltem àqueles dias em que as palavras tomam chá de sumiço, desaparecem de nossa mente como a um passe de mágica, situação que me traz desespero por não saber o que escrever. São, justamente, esses dias que me fazem perceber que não estou no controle de nada, não me sinto com condições de ajudar a ninguém e os altos e baixos se instalam, vem o bloqueio criativo, travam tudo, torpedeando horas e horas dias a minha produção literária, momentos em que não escrevo uma linha sequer. Para mim é sempre um martírio!

Quando consigo escrever e posto no BLOG e FACEBOOK espero que meus amigos não tenham preguiça de ler. Que continuem lendo, mesmo sendo um texto sem nexo. Que promovam curto-circuito nos seus CPUs e WHATSAPP, mas que, sobretudo, sejam compreensivos quando eu decido ficar em silêncio.

Eu 2016 assistimos horrorizados muitas guerras, destruição e mortes, no entanto, lá do alto almejava o melhor para o ano de 2017, um mundo com mais tolerância. É certo que na teoria existe uma enorme propaganda de aceitação do outro com tudo que ele faz, mas, na prática, a humanidade é péssima em acolher quem não compactua com o que pensamos, e aí vemos uma luta de pessoas em busca ou manter o poder pelo poder, vem à discriminação, preconceitos com quem não carrega o mesmo tom de pele ou com quem não tem a mesma opção sexual que a nossa. O mundo girou, passaram décadas e décadas e ainda não aprendemos lidar com a diversidade que o planeta comporta. Não obstante tudo isso eu quero dias calmos, pitadas de ociosidade, tranqüilidade, leveza, não sempre, mas quero. Também, como perfeccionista, sou feito de urgências, de natureza criativa, produtiva e de realizações. Realizar é um verbo que conjugo fácil e me veste bem. E abusando desse verbo, em 2017 quero ler, quero me aperfeiçoar, quero me movimentar no universo cultural, quero vontades, quero sonhos alcançáveis, publicar meu livro e como ele, continuar com meus pensamentos em alta voltagem.

Quero continuar tendo discernimento para enxergar meus erros, quero ter a humildade de pedir desculpas, eu quero ser grato a aqueles que me estenderem as mãos e sempre que possível, eu estender as minhas a eles, seja ou não diante de um ato de solidariedade. Quero continuar sendo eu, esse ser passível de falhas, de erros, cheio de imperfeições, que abre lacunas, espaços, vãos, brechas, hiatos, qualquer coisa que sinalize que ainda a algo a ser preenchido, mas, sobretudo, que não me falte à persistência, a vontade de viver, a loucura pela liberdade, a disciplina e a alternância, seja mantendo os pés no chão ou bem longe dele.

Por tudo isso é necessário que entendamos também que Deus, o arquiteto do universo providenciou para que a gente tivesse o livre arbítrio, e quando em dificuldades, estivéssemos na mesma hora e no lugar certo: um, para receber ajuda; outro, para dá-la. No fundo sabemos que o mais afortunado foi aquele que aproveitou a oportunidade para ajudar. E eu o fiz oferecendo meus préstimos às pessoas carentes e contribuindo de certa forma com a sociedade em que participo. Portanto, quero que você em 2017 faça isso também, pois pode ser que, talvez, venha a precisar de algum desconhecido. Se entender isso, então quero que saia do seu conforto e insista para que a pessoa espere pela sua nave espacial, talvez até imaginária, porque sempre chegará o dia em que todos precisarão de ajuda, e não importa quanto tempo passemos sentado na beira de nosso mundinho, nem quanto peso carregaremos e quantos minutos havemos de precisar para apreciar um final de tarde, um pôr do sol, ou o nascer da lua. Podem ter a certeza de que ao final todos nós pegaremos a mesma nave e seguiremos a mesma rota e teremos o mesmo destino.


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