Cidadão “paciente”
é aquele indivíduo que anda muito e luta incansavelmente à busca da
sobrevivência e tem serenidade de esperar qualquer resultado, seja desfavorável
ou não. Persevera na busca de uma tarefa que sabe ser lenta e de difícil
solução. Este é o meu cidadão, personagem que insiro neste artigo para você
refletir, comumente chamado nos hospitais de paciente, mas o meu não é um
paciente, nem impaciente ou doente, é apenas mais Jó que tenta sobreviver aos
percalços que a vida lhe impõe e em um mundo nosso deveria ser de todos. Mesmo
sofrendo as agruras imposta pela vida não reclama. Quando vem uma doença, às vezes inesperada,
que lhe debilita, retira a capacidade de trabalho e de subsistência, temporária
ou definitivamente, vê-se sem alternativa, mas, como cidadão paciente, busca
encontrar no Poder Público, a solução imediata para seus problemas. Ele estranha o jeito da nova Administração
Pública Brasileira de resolver situações que prejudicam a sociedade, o modelo
de escolas, a saúde precária, a segurança ineficaz e a nova geração de jovens
que surgem e a forma em que buscam seus ideais. Observa todos os
acontecimentos, dias e noites, vidrado em noticiários de jornais e TV, mas, como
cidadão leigo, evita entrar no mérito e nem se mete a curioso. Registra a sua
memória uma afirmação estúpida de um seu colega de trabalho que dizia
desconhecer o projeto “Governo Junto de Você” e que não perderia nada por se
encontrar viciado apenas em vídeo game e internet. O que acontecia fora do
mundo virtual daquele indivíduo era sem importância.
Apesar de este assunto “prestar serviço junto ao
povo” ser mais velho do que a página de um caderno de infância guardado no
fundo de um baú, deixa-me curioso, pois esta ação governamental ora colocada
novamente em prática pelo Governo de Goiás nada mais é do que uma aliança entre
Estado e Município visando levar saúde, educação, segurança, cultura, lazer,
assim como, a cidadania para todos os munícipes. (Pronto! Tornei este artigo em
assunto antigo e chato, mas, releve caro leitor, que é somente para uma leve
reflexão, mas, certamente, trata-se de coisa séria). De outra parte, serei
sucinto, rápido, simples e indolor. As cidades se expandem, a população aumenta
e nos órgãos públicos superlotam as salas de recepções, como nos centros de
saúdes e hospitais. As pessoas se tornam andarilhos e vagam em basca de um
atendimento eficaz e muitas vezes não encontram.
À bem verdade se analisarmos sob a ótica do bem
servir, há locais onde impera o tratamento humano e justo, aquele que toda
pessoa gostaria de receber ao adentrar num órgão público e ser atendido por um
educado servidor. É raro, mas ainda encontramos servidores dedicados,
criativos, atentos e sensíveis aos reclamos daqueles que os procuram e isso se
torna um bálsamo para a vida. Alguns parecem ter sido talhados para o serviço
de atendimento ao público, principalmente daqueles que os procuram sedentos de
uma informação que lhes venham resolver seus problemas, proporcionar a tranqüilidade
e a garantia de que receberão do setor público, além do respeito aos seus
direitos de cidadão, respostas prontas e apropriadas de forma que se evite a
impaciência, o estresse e a emoção. No íntimo, gostaria que fosse implantado na
massa cefálica de cada servidor um chip vapt-vupt para dar fim a morosidade que
impera no serviço público.
Todavia, nem sempre o brasileiro que procura aos
postos de atendimento não só na área da saúde como de outros órgãos públicos é
tratado como merece. Os maus tratos, o desrespeito à condição de angústia e
ansiedade por uma resposta clara, a demora no atendimento, a morosidade para
dar um parecer num processo e até mesmo a recusa de protocolização de requerimento
que é um direito constitucional, são práticas que infelizmente ainda são
comuns. E talvez por conta disso, não nos cause mais tanto espanto quando olhamos
para o lado e notamos que, em meio a uma fila de pessoas aguardando
atendimento, e em pleno horário de expediente, um "servidor", de
forma displicente, desatenciosamente, manuseia o computador clicando outros
links e sequer levanta os olhos cheios de preguiça.
Chega a ser irônico, se não fosse trágico, mas,
felizmente, há muitas exceções. Em muitos casos, principalmente quanto a
aqueles que buscam atendimento hospitalar, estes precisam ter realmente muita
paciência para serem atendidos. Paciência deve ter também os atendentes quando o
paciente ao buscar informações a respeito de seus direitos, recebe a informação
talvez equivocadamente, ou por falha do sistema, de que não há médicos ou vagas
de internação. Não obstante isso se entende que cumpre aos setores competentes
da saúde pública assegurar o direito constitucional do cidadão em relação à
saúde ser tratado com dignidade. A saúde no Brasil precisar ter uma solução rápida,
eficaz e não adianta enviar médicos para o interior se lá não existem a condições
mínimas de trabalho, estrutura, medicamentos, equipamentos e materiais
cirúrgicos utilizados para salvar vidas.
Sei que há muito a se fazer para se
chegar a um patamar digno de proteção social, entretanto, em relação ao projeto
“Governo junto de você” que presenciamos em vários bairros desta Capital e
cidades do interior, restou-me, como não poderia deixar de ser e até por
questão de reconhecimento, testemunhar neste pequeno artigo dizendo que, juntos
com outras pessoas amigas, fomos bem atendidos, destacando, a priori, a atenção
dada pelo DETRAN onde o amigo Alfredo conseguiu tirar o licenciamento de seu
veículo, e também ao setor da saúde, no qual, o Sr. José Carlos conseguiu uma
cirurgia de catarata, enquanto em outro balcão, a jovem Regina corrigia o seu
registro civil, com expedição de carteira identidade, e outro desconhecido, recebia
uma segunda via. Ainda no balcão do Tribunal de Justiça, uma amiga saiu feliz
com a certidão de divórcio consensual. E o meu personagem, o Torquato, mais
afoito, conseguiu levar para sua entidade, dentre outros pedidos, uma cadeira
de roda e fraldas descartáveis.
Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 07 de agosto de 2013.
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