Governo itinerante sob a ótica de um cidadão paciente.

terça-feira, 6 de agosto de 2013


Cidadão “paciente” é aquele indivíduo que anda muito e luta incansavelmente à busca da sobrevivência e tem serenidade de esperar qualquer resultado, seja desfavorável ou não. Persevera na busca de uma tarefa que sabe ser lenta e de difícil solução. Este é o meu cidadão, personagem que insiro neste artigo para você refletir, comumente chamado nos hospitais de paciente, mas o meu não é um paciente, nem impaciente ou doente, é apenas mais Jó que tenta sobreviver aos percalços que a vida lhe impõe e em um mundo nosso deveria ser de todos. Mesmo sofrendo as agruras imposta pela vida não reclama.  Quando vem uma doença, às vezes inesperada, que lhe debilita, retira a capacidade de trabalho e de subsistência, temporária ou definitivamente, vê-se sem alternativa, mas, como cidadão paciente, busca encontrar no Poder Público, a solução imediata para seus problemas. Ele estranha o jeito da nova Administração Pública Brasileira de resolver situações que prejudicam a sociedade, o modelo de escolas, a saúde precária, a segurança ineficaz e a nova geração de jovens que surgem e a forma em que buscam seus ideais. Observa todos os acontecimentos, dias e noites, vidrado em noticiários de jornais e TV, mas, como cidadão leigo, evita entrar no mérito e nem se mete a curioso. Registra a sua memória uma afirmação estúpida de um seu colega de trabalho que dizia desconhecer o projeto “Governo Junto de Você” e que não perderia nada por se encontrar viciado apenas em vídeo game e internet. O que acontecia fora do mundo virtual daquele indivíduo era sem importância.
 
Apesar de este assunto “prestar serviço junto ao povo” ser mais velho do que a página de um caderno de infância guardado no fundo de um baú, deixa-me curioso, pois esta ação governamental ora colocada novamente em prática pelo Governo de Goiás nada mais é do que uma aliança entre Estado e Município visando levar saúde, educação, segurança, cultura, lazer, assim como, a cidadania para todos os munícipes. (Pronto! Tornei este artigo em assunto antigo e chato, mas, releve caro leitor, que é somente para uma leve reflexão, mas, certamente, trata-se de coisa séria). De outra parte, serei sucinto, rápido, simples e indolor. As cidades se expandem, a população aumenta e nos órgãos públicos superlotam as salas de recepções, como nos centros de saúdes e hospitais. As pessoas se tornam andarilhos e vagam em basca de um atendimento eficaz e muitas vezes não encontram.

À bem verdade se analisarmos sob a ótica do bem servir, há locais onde impera o tratamento humano e justo, aquele que toda pessoa gostaria de receber ao adentrar num órgão público e ser atendido por um educado servidor. É raro, mas ainda encontramos servidores dedicados, criativos, atentos e sensíveis aos reclamos daqueles que os procuram e isso se torna um bálsamo para a vida. Alguns parecem ter sido talhados para o serviço de atendimento ao público, principalmente daqueles que os procuram sedentos de uma informação que lhes venham resolver seus problemas, proporcionar a tranqüilidade e a garantia de que receberão do setor público, além do respeito aos seus direitos de cidadão, respostas prontas e apropriadas de forma que se evite a impaciência, o estresse e a emoção. No íntimo, gostaria que fosse implantado na massa cefálica de cada servidor um chip vapt-vupt para dar fim a morosidade que impera no serviço público. 

Todavia, nem sempre o brasileiro que procura aos postos de atendimento não só na área da saúde como de outros órgãos públicos é tratado como merece. Os maus tratos, o desrespeito à condição de angústia e ansiedade por uma resposta clara, a demora no atendimento, a morosidade para dar um parecer num processo e até mesmo a recusa de protocolização de requerimento que é um direito constitucional, são práticas que infelizmente ainda são comuns. E talvez por conta disso, não nos cause mais tanto espanto quando olhamos para o lado e notamos que, em meio a uma fila de pessoas aguardando atendimento, e em pleno horário de expediente, um "servidor", de forma displicente, desatenciosamente, manuseia o computador clicando outros links e sequer levanta os olhos cheios de preguiça. 

Chega a ser irônico, se não fosse trágico, mas, felizmente, há muitas exceções. Em muitos casos, principalmente quanto a aqueles que buscam atendimento hospitalar, estes precisam ter realmente muita paciência para serem atendidos. Paciência deve ter também os atendentes quando o paciente ao buscar informações a respeito de seus direitos, recebe a informação talvez equivocadamente, ou por falha do sistema, de que não há médicos ou vagas de internação. Não obstante isso se entende que cumpre aos setores competentes da saúde pública assegurar o direito constitucional do cidadão em relação à saúde ser tratado com dignidade. A saúde no Brasil precisar ter uma solução rápida, eficaz e não adianta enviar médicos para o interior se lá não existem a condições mínimas de trabalho, estrutura, medicamentos, equipamentos e materiais cirúrgicos  utilizados para salvar vidas.

Sei que há muito a se fazer para se chegar a um patamar digno de proteção social, entretanto, em relação ao projeto “Governo junto de você” que presenciamos em vários bairros desta Capital e cidades do interior, restou-me, como não poderia deixar de ser e até por questão de reconhecimento, testemunhar neste pequeno artigo dizendo que, juntos com outras pessoas amigas, fomos bem atendidos, destacando, a priori, a atenção dada pelo DETRAN onde o amigo Alfredo conseguiu tirar o licenciamento de seu veículo, e também ao setor da saúde, no qual, o Sr. José Carlos conseguiu uma cirurgia de catarata, enquanto em outro balcão, a jovem Regina corrigia o seu registro civil, com expedição de carteira identidade, e outro desconhecido, recebia uma segunda via. Ainda no balcão do Tribunal de Justiça, uma amiga saiu feliz com a certidão de divórcio consensual. E o meu personagem, o Torquato, mais afoito, conseguiu levar para sua entidade, dentre outros pedidos, uma cadeira de roda e fraldas descartáveis. 

       Conhecedor de perto deste projeto, não poderia, de outra parte, deixar de parabenizar governador Marconi Perillo e o doutor Joaquim de Castro, Secretário de Articulação Institucional ora responsável pelo governo Itinerante, cidadão competente, exigente, sério, de ilibada conduta e zeloso pela coisa pública, que, mesmo diante das adversidades, ainda consegue carregar consigo um sorriso nos lábios e faz questão de distribuí-los a aqueles que se enfileiram diante dos balcões em busca de atendimento. De outra parte, não poderia deixar de enaltecer também as pessoas que fazem parte da equipe do governo itinerante, principalmente das áreas citadas, onde eu e meus amigos fomos atendidos, e os louvo nestas páginas, augurando-lhes votos de meu profundo respeito, agradecimento e admiração. E, ainda sob a ótica imposta pelo meu personagem e de tantos outros que foram atendidos por este projeto intitulado de “Governo junto de você”, todos foram unânimes em afirmar que os servidores distribuídos naqueles variados setores de atendimento, estavam compenetrados e dotados de muita paciência, os quais, muitas vezes, talvez nem recebessem a mesma reciprocidade do cidadão que lá fora atendido, não obstante entender que deveria sempre existir essa reciprocidade, pois sabemos que não é fácil trabalhar atrás de um balcão, cadastrando nomes, direcionando ações, cuidando de vidas e solucionando problemas através de um sistema instalado emergencialmente, talvez em local inapropriado, para atender um público sedento de uma informação eficaz a ás vezes, com saúde precária e nervos à flor da pele.

Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 07 de agosto de 2013.

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