Enfim caiu a máscara: O futebol se iguala à saúde, educação e segurança.

sábado, 12 de julho de 2014



Estava decidido em não escrever nada sobre o vexame da seleção brasileira, mas ao ver o povo sofrendo nas ruas, adultos e crianças chorando nas arquibancadas, aí o coração doeu e não resisti, então, comecei a questionar, talvez, o inquestionável, mas entendia naquele momento que não era. Não quero comentar somente sobre o vexame da seleção brasileira de futebol, veja o voleibol que decaiu e ultimamente não está ganhando mais nada; quero incluir além dele, o atletismo, o basquete que depois do Oscar não obteve sucesso e a Fórmula 1 então! Ah, nessa nem adianta insistirmos, pois nunca mais teremos um Fittipaldi, um Piquet ou Sena. Estes eram realmente massa! O de hoje é Massa, mas, por mais que se esforce, será apenas um competidor. 

Caiu à máscara e hoje o futebol ou o esporte de um modo geral, se igualam a saúde, educação e segurança, onde o Brasil devia estar presente também e aplicar recursos.  Além de esse evento deixar muitas dívidas, obras inacabadas, desviadas, superfaturadas, deixará também momentos de tristezas, decepções, pobreza e também os “elefantes brancos”. Pergunto: Será que o Gama ou o time do Brasiliense encherão o Estádio Mané Garrincha em Brasília? Será que os estádios Arena Amazônia, Pantanal e Estádio das Dunas comportarão todos os torcedores daquelas Capitais, que sequer têm times competitivos no cenário nacional? O governo não tratou esse vento como elemento de alegria para o Brasil, mas usou como instrumento de corrupção, fazendo com que o sonho de hexacampeonato acabasse da pior maneira. Uma tragédia que ficará impregnada para sempre em nossa memória e uma mancha negra na história do futebol brasileiro. Via-se no gramado, a diferença astronômica de um time bem treinado, organizado, consciente, contra outro totalmente perdido em campo, infantilmente montado, sem nenhum esquema tático. Foi triste e doído ver cinco gols em apenas 28 minutos. Os jogadores tomaram a maior goleada na história moderna da Seleção e se comportaram como garotos assustados.

Aquelas crianças que choravam nas arquibancadas foram ludibriadas pela mídia e elas compareceram como se o Brasil fosse imbatível, campeão por antecipação. Não se deve iludir ninguém e jamais prometer que um time será campeão de um torneio e muito menos bater no peito e jurar que o Brasil iria ganhar a Copa. O vexame, convenhamos, foi muito maior por causa das juras de Felipão, do Parreira e do Presidente da CBF José Marin que previu: “viria o inferno se o Brasil perdesse”. E viu mesmo! Cheio de diabinhos alemães!

 O Brasil curvou-se diante da tática alemã. Naquele jogo, nem Neymar, considerado jogador capaz de mudar o rumo da partida, não mudaria nada, e naquele jogo o treinador brasileiro fez a mais insólita e pior aposta: Escolheu Bernard, o pior jogador nos treinamentos em Teresópolis, inexperiente, um anão que se viu perdido nos meio dos gigantes alemães, sem falar do zagueiro Dante que somente tinha participado dos treinos. Espera aí! Que treinos? Os desacertos que levaram o time a passar sufoco contra a Croácia, México, Chile e Colômbia. Contra o Chile, nem se fala, ganharam na sorte, pois penalidades é loteria, é de quem tem mais sorte e não preparo. A comissão técnica da seleção não levava em consideração a força, a técnica e o preparo físico do adversário. 

No jogo contra os alemães Felipão pagou caro e fez a torcida chorar. A equipe, logo nos primeiros minutos, desmoronou de maneira inédita na sua história. O time entrou em pane. Percebia-se o quanto não tinha repertório para escapar da marcação forte, firme e preencher os espaços. Era como futebol de várzea ou terceira divisão, sabe lá, totalmente perdida como se estivesse diante de uma equipe da série “A”. A estratégia imposta pelo treinador alemão surtiu efeito, foi rápida demais e nem deu tempo de respirar. Na realidade, era como se os alemães estivessem fazendo apenas um coletivo. Tocavam a bola e desciam em bloco, diante de uma equipe anestesiada, pedindo clemência. Algo que a Alemanha, para o bem do futebol, não teve. Ops! Até que teve, pois no intervalo, já no vestiário, o craque Miller pediu aos seus companheiros que maneirassem no segundo tempo para não humilhar mais ainda a Seleção Brasileira, diminuíssem o ritmo, pois do contrário, o massacre seria ainda maior. É claro que não precisavam se esforçar tanto para penetrarem na fraca defesa brasileira. Bastava tocar a bola e deixar o tempo passar.

Era o país pentacampeão do mundo, aceitando que os alemães tocassem bola como queriam dentro de sua grande área, deixando a zaga brasileira tonta, fuzilando o atônito Júlio César que antes de ser convocado era um simples reserva no país onde fora contratado. Ele, com os olhos esbugalhados, iam tomando os gols e mais gols, enquanto Felipão continuava de braços cruzados, impassível, sem realçar qualquer mudança na equipe, enquanto isso nas arquibancadas, só choro, raiva, tristeza, depois, xingamento e vaia. As lágrimas logo viraram coro contra Dilma, contra Fred, contra tudo de ruim e aí vinham à mente de todos os torcedores as mazelas praticadas pelo Governo. E naquele instante todos sentiam que o futebol também era igual à saúde, à educação e segurança. O Brasil cheio de políticos corruptos, mal administrado, desgovernado, cheio de gente mentirosa, que hoje paga o preço por sua soberba, por acreditar ter um potencial maior que jamais teve. Basta ver a saúde pública que está um verdadeiro caos administrado pelo maldito SUS! Basta ver a educação precária e os minguados salários dos professores! E a segurança pública? Bem, esta basta ver as estatísticas, elas falam por si só. Por se deixar levar por essa politicagem a CBF ofereceu aos jogadores a pior concentração entre as 32 seleções, a famigerada granja Comary onde o treinamento secreto não existe, enquanto os alemães construíram seu bunker inexpugnável na Bahia. 

Nessa granja cujo nome já diz tudo, o que se via era a invasão de Luciano Hulk, do Mumuzinho do programa Esquenta que entrava quando queria para abraçar jogadores durante o coletivo e depois ia fazer batucada com eles na concentração. Até pareciam que não tinham um jogo importantíssimo pela frente. E nós do lado de cá da telinha ainda riamos das palhaçadas do Mumuzinho. A rede Globo, emissora que tem o monopólio do futebol no Brasil tentava passar a imagem de uma seleção imbatível e dessa forma iludia as crianças e toda a população brasileira. Manipulou o quanto pôde e o quanto não pôde. Antes do jogo contra os alemães usaram até imagens de crianças deficientes, do Neymar como forma de superação para os jogadores, tudo com o respaldo do técnico Felipão, se é que imagem ganha jogo. Ganha jogo é seriedade, é preparação física, é treinamento, é tática de jogo, é esquema, que o Brasil não teve durante toda a Copa. Seleção não pode depender das jogadas de um jogador só e sim do coletivo. O Brasil esqueceu que todo o mundo aprendeu a jogar bola. Vejam os japoneses, os costa-riquenhos, os americanos, os africanos... Esse amadorismo da seleção brasileira na preparação física, técnica ou psicológica dos jogadores foi pago da maneira mais cruel possível: Sete gols a um. Depois veio a Holanda, mais um placar estarrecedor: 3x0. No que se referem aos alemães, eles não tinham nada a ver com as notícias do Jornal Nacional mostrando as belezas da granja Comary, pois continuavam treinando sério, mostrando sua preparação técnica e física para tentar ganhar a Copa.

Se o CBF queria se vingar de 1950 quando o Brasil foi derrotado pelo Uruguai, no jogo contra a Alemanha a “vaca foi de vez pró brejo”. Diante do que aconteceu Mineirão, os 2 x 1 diante do Uruguai hoje não é motivo para tristeza e a torcida deve perdoar o goleiro Barbosa que é crucificado até hoje por ter sofrido um gol. Deu até saudade, no entanto agora, perder de 7 x 1 em uma semifinal de Copa do Mundo é inaceitável.  Então, caros leitores, que um novo ciclo comece logo. Uma mudança ou reciclagem geral, tanto da comissão técnica, como da parte diretiva da CBF. O atual acabou, prejudicado em face do amadorismo da preparação. Mas nada acontece por acaso. Há males que vem prá bem. E esse mal veio brabo, doido para nós, mas que servirá para os dirigentes tirarem suas máscaras começarem logo o novo ciclo...

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