Estava decidido em não escrever nada sobre o
vexame da seleção brasileira, mas ao ver o povo sofrendo nas ruas, adultos e
crianças chorando nas arquibancadas, aí o coração doeu e não resisti, então, comecei
a questionar, talvez, o inquestionável, mas entendia naquele momento que não
era. Não quero comentar somente sobre o vexame da seleção brasileira de futebol,
veja o voleibol que decaiu e ultimamente não está ganhando mais nada; quero incluir
além dele, o atletismo, o basquete que depois do Oscar não obteve sucesso e a
Fórmula 1 então! Ah, nessa nem adianta insistirmos, pois nunca mais teremos um
Fittipaldi, um Piquet ou Sena. Estes eram realmente massa! O de hoje é Massa, mas,
por mais que se esforce, será apenas um competidor.
Caiu à máscara e hoje o futebol ou o esporte de um modo geral, se igualam
a saúde, educação e segurança, onde o Brasil devia estar presente também e
aplicar recursos. Além de esse evento
deixar muitas dívidas, obras inacabadas, desviadas, superfaturadas, deixará
também momentos de tristezas, decepções, pobreza e também os “elefantes
brancos”. Pergunto: Será que o Gama ou o time do Brasiliense encherão o Estádio
Mané Garrincha em Brasília? Será que os estádios Arena Amazônia, Pantanal e
Estádio das Dunas comportarão todos os torcedores daquelas Capitais, que sequer
têm times competitivos no cenário nacional? O governo não tratou esse vento
como elemento de alegria para o Brasil, mas usou como instrumento de corrupção,
fazendo com que o sonho de hexacampeonato acabasse da pior maneira. Uma
tragédia que ficará impregnada para sempre em nossa memória e uma mancha negra
na história do futebol brasileiro. Via-se no gramado, a diferença
astronômica de um time bem treinado, organizado, consciente, contra outro
totalmente perdido em campo, infantilmente montado, sem nenhum esquema tático. Foi
triste e doído ver cinco gols em apenas 28 minutos. Os jogadores tomaram a
maior goleada na história moderna da Seleção e se comportaram como garotos
assustados.
Aquelas crianças que choravam nas arquibancadas foram ludibriadas pela
mídia e elas compareceram como se o Brasil fosse imbatível, campeão por antecipação.
Não se deve iludir ninguém e jamais prometer que um time será campeão de um
torneio e muito menos bater no peito e jurar que o Brasil iria ganhar a Copa. O
vexame, convenhamos, foi muito maior por causa das juras de Felipão, do
Parreira e do Presidente da CBF José Marin que previu: “viria o inferno se o
Brasil perdesse”. E viu mesmo! Cheio de diabinhos alemães!
O Brasil curvou-se diante da
tática alemã. Naquele jogo, nem Neymar, considerado jogador capaz de mudar o
rumo da partida, não mudaria nada, e naquele jogo o treinador brasileiro fez a
mais insólita e pior aposta: Escolheu Bernard, o pior jogador nos treinamentos
em Teresópolis, inexperiente, um anão que se viu perdido nos meio dos gigantes
alemães, sem falar do zagueiro Dante que somente tinha participado dos treinos.
Espera aí! Que treinos? Os desacertos que levaram o time a passar sufoco contra
a Croácia, México, Chile e Colômbia. Contra o Chile, nem se fala, ganharam na
sorte, pois penalidades é loteria, é de quem tem mais sorte e não preparo. A
comissão técnica da seleção não levava em consideração a força, a técnica e o
preparo físico do adversário.
No jogo contra os alemães Felipão pagou caro e fez a torcida chorar. A
equipe, logo nos primeiros minutos, desmoronou de maneira inédita na sua
história. O time entrou em pane. Percebia-se o quanto não tinha repertório para
escapar da marcação forte, firme e preencher os espaços. Era como futebol de
várzea ou terceira divisão, sabe lá, totalmente perdida como se estivesse diante
de uma equipe da série “A”. A estratégia imposta pelo treinador alemão surtiu
efeito, foi rápida demais e nem deu tempo de respirar. Na realidade, era como
se os alemães estivessem fazendo apenas um coletivo. Tocavam a bola e desciam
em bloco, diante de uma equipe anestesiada, pedindo clemência. Algo que a
Alemanha, para o bem do futebol, não teve. Ops! Até que teve, pois no intervalo,
já no vestiário, o craque Miller pediu aos seus companheiros que maneirassem no
segundo tempo para não humilhar mais ainda a Seleção Brasileira, diminuíssem o
ritmo, pois do contrário, o massacre seria ainda maior. É claro que não
precisavam se esforçar tanto para penetrarem na fraca defesa brasileira.
Bastava tocar a bola e deixar o tempo passar.
Era o país pentacampeão do mundo, aceitando que os alemães tocassem bola
como queriam dentro de sua grande área, deixando a zaga brasileira tonta,
fuzilando o atônito Júlio César que antes de ser convocado era um simples reserva
no país onde fora contratado. Ele, com os olhos esbugalhados, iam tomando os
gols e mais gols, enquanto Felipão continuava de braços cruzados, impassível,
sem realçar qualquer mudança na equipe, enquanto isso nas arquibancadas, só
choro, raiva, tristeza, depois, xingamento e vaia. As lágrimas logo viraram coro
contra Dilma, contra Fred, contra tudo de ruim e aí vinham à mente de todos os
torcedores as mazelas praticadas pelo Governo. E naquele instante todos sentiam
que o futebol também era igual à saúde, à educação e segurança. O Brasil cheio
de políticos corruptos, mal administrado, desgovernado, cheio de gente
mentirosa, que hoje paga o preço por sua soberba, por acreditar ter um
potencial maior que jamais teve. Basta ver a saúde pública que está um
verdadeiro caos administrado pelo maldito SUS! Basta ver a educação precária e
os minguados salários dos professores! E a segurança pública? Bem, esta basta
ver as estatísticas, elas falam por si só. Por se deixar levar por essa
politicagem a CBF ofereceu aos jogadores a pior concentração entre as 32
seleções, a famigerada granja Comary onde o treinamento secreto não existe, enquanto
os alemães construíram seu bunker inexpugnável na Bahia.
Nessa granja cujo nome já diz tudo, o que se via era a invasão de Luciano
Hulk, do Mumuzinho do programa Esquenta que entrava quando queria para abraçar jogadores
durante o coletivo e depois ia fazer batucada com eles na concentração. Até
pareciam que não tinham um jogo importantíssimo pela frente. E nós do lado de
cá da telinha ainda riamos das palhaçadas do Mumuzinho. A rede Globo, emissora
que tem o monopólio do futebol no Brasil tentava passar a imagem de uma seleção
imbatível e dessa forma iludia as crianças e toda a população brasileira.
Manipulou o quanto pôde e o quanto não pôde. Antes do jogo contra os alemães
usaram até imagens de crianças deficientes, do Neymar como forma de superação
para os jogadores, tudo com o respaldo do técnico Felipão, se é que imagem
ganha jogo. Ganha jogo é seriedade, é preparação física, é treinamento, é
tática de jogo, é esquema, que o Brasil não teve durante toda a Copa. Seleção
não pode depender das jogadas de um jogador só e sim do coletivo. O Brasil
esqueceu que todo o mundo aprendeu a jogar bola. Vejam os japoneses, os
costa-riquenhos, os americanos, os africanos... Esse amadorismo da seleção
brasileira na preparação física, técnica ou psicológica dos jogadores foi pago da
maneira mais cruel possível: Sete gols a um. Depois veio a Holanda, mais um
placar estarrecedor: 3x0. No que se referem aos alemães, eles não tinham nada a
ver com as notícias do Jornal Nacional mostrando as belezas da granja Comary, pois
continuavam treinando sério, mostrando sua preparação técnica e física para
tentar ganhar a Copa.
Se o CBF queria se vingar de 1950 quando o Brasil foi derrotado pelo
Uruguai, no jogo contra a Alemanha a “vaca foi de vez pró brejo”. Diante do que
aconteceu Mineirão, os 2 x 1 diante do Uruguai hoje não é motivo para tristeza
e a torcida deve perdoar o goleiro Barbosa que é crucificado até hoje por ter
sofrido um gol. Deu até saudade, no entanto agora, perder de 7 x 1 em uma
semifinal de Copa do Mundo é inaceitável. Então, caros leitores, que um novo ciclo comece
logo. Uma mudança ou reciclagem geral, tanto da comissão técnica, como da parte
diretiva da CBF. O atual acabou, prejudicado em face do amadorismo da preparação.
Mas nada acontece por acaso. Há males que vem prá bem. E esse mal veio brabo,
doido para nós, mas que servirá para os dirigentes tirarem suas máscaras começarem
logo o novo ciclo...
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