O Paladino da fé e a Santa Missa no novo rincão.

segunda-feira, 7 de julho de 2014



Quando chego à Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus já não fico mais surpreso e nem boquiaberto, apenas sinto vir à minha memória a luta insana que travamos pela volta do Padre Luiz Augusto. Ela vem na forma de um filme velho, cujas cenas vão passando em preto e branco tendo como protagonista o mesmo ator, cujo altar fora improvisado num ginásio de esportes distanciado a poucos metros da Paróquia visto que esta, à época, mal cabia cem pessoas. Naquela primeira missa, compareceram mais de quatro mil fiéis emocionando a todos e não era pra menos, pois se tratava do retorno do padre Luiz Augusto, para nós, simplesmente, o “Paladino da Fé”. Hoje no novo rincão já foram instalados lindos bancos de madeira e tem capacidade para mais de três mil pessoas e nele são realizadas três missas diariamente. Ao ver os bancos reluzentes e o povo bem acomodado, me lembro das cenas, hoje sem disfarces, e vejo que ele não mais se confunde e nem mostra a preocupação que naquele ano trazia em seu semblante, o medo de perder novamente o grande evangelizador e o novo recanto ficar inacabado. Mas, à medida que o tempo foi passando, a cada tijolo assentado, telhas ou ferragens colocadas, aquelas cenas iam se dissipando também de minha memória embalada pelos sons inebriantes e dos cânticos entoados pelos músicos ao lado do belo altar, mas ainda cheio de humildade, cujas cenas também me fizeram recordar de um artigo escrito também naquele ano fatídico intitulado “Santa missa no altar da humildade”, que hoje me faz viajar pelo mundo da imaginação e mergulhar nas águas profundas, pois sabia que, quando eu emergisse, teria a satisfação de que fizemos o certo, tomamos decisões sensatas e excluímos as insensatas para caçoar o tempo que perdemos e poder neste instante rabiscar no papel e passar para o monitor o meu sentimento, usando as cores rubras de um coração ferido, mas com a certeza e em júbilo, poder acrescer nele a chama do amor e a vontade de tentar esquecer as desavenças desse mesmo tempo que sempre me cobrou precisão.

Muitos foram os fiéis que ajudaram na construção do novo rincão e ele servirá como base e repouso espiritual eterno, alicerçado pelos moradores do pequeno Setor Expansul em Aparecida de Goiânia que começaram a participar das celebrações, assim como, de outros bairros circunvizinhos que se ascenderam ao ouvir os clamores dos fiéis, das músicas e das orações que eram levadas pelo vento e a cada celebração, sabíamos que estavam pousando suavemente nos ouvidos sensíveis e ansiosos daqueles que ainda relutavam em receber Jesus. Com bem disse o Padre Luiz: “A música, quem a canta, reza duas vezes. A arte evangeliza. Eu gosto de garra, gosto de doação, quero que a pessoa entre na música. O teatro que nós temos, tem música também. Tudo o que é arte é vida. É beleza”. E como eu disse também num artigo publicado naquele ano: “As sementes da fé plantadas pelo Padre Luiz na Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus conta com o irrestrito apoio de outro paladino, o Padre Cássio, e sei que elas jamais serão efêmeras, porque já nasceram guarnecidas por um profundo sentimento de gratidão, esperança, fé e amor em Cristo”. Sentimentos estes que guardarei na região recôndita de meu cérebro, que hoje se espalham e me ensinam a segurar as rédeas do tempo e continuar seguindo pela estrada da vida com retidão de caráter, e saber no final, puxá-las no momento certo. 

Todos os episódios que presenciamos durante essa nossa longa batalha pela volta do Padre Luiz, uns foram duros de suportar, mas trouxeram para cada um dos fiéis extraordinárias e maravilhosas fontes de crescimento espiritual. Alguns temendo represálias se recusaram a enfrentar aqueles desafios, mas tínhamos a certeza de que seus corações não se aquietavam e se manifestavam em silêncio.  Sem temer o peso e o cansaço, a maioria fez de tudo para evitar confrontos, situações embaraçosas ou qualquer coisa que envolvesse qualquer tipo de conflito injurioso ou difamatório a aqueles que torciam em desfavor da volta do Padre Luiz às celebrações religiosas. Outros encararam pra valer a situação e foram às ruas, mostraram à imprensa local e nacional a insensatez que estavam cometendo contra o Padre; estes “carregaram pedras" ao invés de evitá-las, negá-las ou esquivar-se delas, porque sabiam que estavam levando a verdade, a grandeza espiritual e humana de um evangelizador convicto que continua transformando, com ou sem tempo, o peso das pedras que hoje se transformaram em peso de sabedoria.

Hoje o novo rincão é regado com águas puras, cristalinas, que crescerá e sobreviverá ao homem sem fé, aos invejosos, ao abrupto e terrenos inférteis, porque nele serão captado e geridos novos evangelizadores, e quando vemos a nova estrutura arquitetônica mais parece um pequeno quadro surreal. Mas é um sonho real e sei que a realidade dói quando o sonho tende a se desfazer e possa trazer outro pesadelo, pois a inveja impera no coração de algumas pessoas, não obstante sabermos que no mundo dos sonhos não termos condições de afirmar se tudo poderá voltar a acontecer, se seremos felizes por completo ou, quando um sonho reprisa um passado de luta e sofrimento, possamos encontrar, mesmo assim, o caminho certo, que outrora ousamos percorrer usando a sombra de nossos próprios sonhos. Mesmo no novo recanto às vezes demoraremos encontrar a nós mesmos; encontrar no pároco a pessoa que nos acalentou e nos fez encontrar o caminho de Cristo; demoramos retribuir a amizade a ele que nunca pediu nada em troca, apenas o crescimento espiritual de todos e da própria igreja.  Ele quer ser apenas amigo ou talvez, um benfeitor espiritual nada mais. Quantas vezes, mesmo com sua orientação, tentamos alçar vôos bíblicos e entender o evangelho, mas à frente, encontramos um lugar rodeado por muros intransponíveis, onde não se consegue ver o que acontece do outro lado.  Sonhos que nos confundem e muitas vezes nem sabemos se ele foi real ou imaginário. Tentamos destruir o muro, mas, vem o medo de encontrar do lado de lá forças estranhas e poderosas. Tentamos achar o caminho que percorremos noutros sonhos e, aí, Deus vem e nos guia por um caminho totalmente diferente, mostrando-nos a realidade, o mundo medíocre em que vivemos, mas, mesmo assim, ELE nos dá tranqüilidade, espanta o nosso medo e nos protege do mal que muitas vezes nós mesmos criamos.

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