Senhores Candidatos: Não sou bobo e nem meu ouvido é penico

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Faltam poucos dias para a eleição, e finalmente, vemos o fim do famigerado programa eleitoral gratuito. Hoje, dia 1.º de outubro, você e eu, que de certa forma parecíamos desinteressados pela campanha eleitoral, agora, na verdade, sentimo-nos aliviados, mas preocupados. Por que isso acontece? Ainda é cedo para pensarmos em desinteresse, pois domingo iremos à urna depositar o nosso voto. Temos que votar usando a razão e não a emoção. É isso mesmo! O Brasil é grande demais e cheio de problemas para entregar na mão de qualquer pessoa. Mas quando se fala em votar quão é difícil esquecer alguns dos candidatos que passaram pelo programa televisivo – ou, melhor, nem queria pensar a respeito, mas sou obrigado pensar e escrever. E logicamente para escrever esta porcaria de crônica tive que tirar um tempinho para assistir um programa eleitoral. E que sofrimento! Afinal a gente tem ou não a ver com isso, não é mesmo?... Não sou candidato e nem você, mas de certo modo fazemos o papel cabos eleitorais virtuais e temos opiniões diferentes, mas “aquilo” que a gente assiste deixa-nos estarrecidos. São tantas baboseiras ditas, maltratam o português, fazem propostas mirabolantes sem nenhuma consistência. Na minha modesta opinião os programas eleitorais não deviam ser gratuitos, porque se fossem pagos, ficaríamos livres de alguns candidatos, que além de não terem a mínima condição financeira, são totalmente despreparados e alguns, por incrível que pareça, mal dão conta de ler o que passa diante do vídeo.

Hoje eles nem se dão ao respeito de pedir licença para entrar em nossos lares. Pensam que somos bobos e nosso ouvido é penico. Gente, quanta falta de criatividade! E a impostação de voz, ou de vozes? Cruz credo! Mais parecem piadas, que nem vale a pena ver ou ouvir de novo, e nem tem como, porque, alguns só conseguem gravar poucas vezes. Ainda bem. Diante de tantos candidatos, fica mesmo difícil escolher o pior. Se fizermos anotações das esdrúxulas frases e separar as vozes “taquaras rachadas” que aparecem, a maioria está eliminada. Por curiosidade procuro observar se o candidato inova. E vejo que não inova nada! São os mesmo chavões e depois vem e diz na maior “cara de pau” que vai trabalhar em prol da saúde, educação, segurança, transporte e habitação (claro que nem sempre nesta mesma ordem). Tem candidato que fala que vai trabalhar pela saúde e na sua boca falta dentes; tem candidato que fala sobre educação e sequer tem o primário; tem candidato que fala sobre habitação, mas está desempregado e nem moradia tem; tem candidato que diz: se eleito vou melhorar minha vida, de minha família e de meus amigos; tem candidato que está há mais de quatro mandatos no poder e diz que vai fazer isso ou aquilo e até salvar a CELG. Uai! Porque não fez durante o tempo em que está no poder; tem um que quando o seu partido foi governo mandou vender a hidrelétrica cachoeira dourada e agora vem e diz se for eleito, vai salvar a CELG; tem candidato do Partido dos Trabalhadores que se diz na telinha ser honesto, ético, incorruptível, mas esquece que foi visto recebendo propina do tal Cachoeira, tudo gravado; tem candidata que diz na maior cara de pau que o seu governo combate duramente a corrupção, sendo que é o inverso de tudo isso; tem candidato que começa o seu texto assim: Eu como candidato... (?) Será que come tanto candidato assim? Por que não diz se eleito for...

Com relação ao programa eleitoral sou crítico mesmo! Abstenho-me de dizer nomes nesta crônica porque não quero fazer propaganda gratuita. Aqueles que acompanham a política há bastante tempo sabem que tem candidato que, antes de o ser, já criticava duramente todo mundo, dizendo que a maioria dos políticos comprava votos, mas ele, no seu primeiro programa, prometeu doar 100% do seu salário para custear tratamento de saúde de pessoas que têm o mesmo problema seu. No Programa seguinte, foi suspenso pela Justiça Eleitoral. Bem feito! Ele não tem proposta e parece que se candidatou apenas para denegrir a imagem de um candidato a governador. Uma rixa antiga, que ao eleitor não interessa. O eleitor quer ouvir é proposta e não agressões verbais. Este fato é pequeno em relação a outros candidatos. Durante horário eleitoral gratuito em que me propus ouvir, sei que foi um castigo que impus aos meus ouvidos e minha sensibilidade e com a caneta em punho, fui anotando e selecionado alguns “chavões” até chegar à escolha do “faz-me rir”. Então vai: Vocês se lembram dos candidatos que diziam assim: Eu sou aquele cantor que assovia e depois, assoviava mesmo! Os outros, um berranteiro e um cantor sertanejo que mais parecia o Sinhozinho Malta. Eram tantas jóias nos dedos, punho e pescoço que fiquei com inveja. E quantas promessas vazias foram feitas por todos eles.

Para não tomar o tempo do caro eleitor faço aqui em tópicos separados um resumo das palavras “sábias” desses candidatos, alguns sem a mínima estrutura para fazer quaisquer tipos de promessas: 1) Eu sou a cara do povo; 2) Vou lutar contra a fome, a pobreza, a burocracia e corrupção; 3) Vou lutar pela redução da maioridade penal; 4) Sou um político de “cara nova”: 5) Sou vendedor de picolé; sou aquele do lanche, sou o do sacolão, sou o da vassoura... E pasmem! Todos eram candidatos a Deputado Federal. Não tenho nada contra a profissão de cada um, porque eu mesmo já fui engraxate, vendedor de pirulitos, cobrador, etcétera e tal, mas o Congresso Nacional precisa de gente com capacidade mais intelectiva, que tenha certa noção de administração pública e não se envolva com falcatruas e peripécias políticas prati
cadas no Congresso Nacional. Tal situação acontece porque partidos pequenos, mas conhecidos como “partidos de aluguel” captam essas humildes pessoas para completar seus quadros de candidatos, e alguns sequer conseguem ter mais de um. Vi o sofrimento de uma jovem pedindo voto (texto lido) várias vezes e ao que parece, o seu partido só tinha ela.

Infelizmente temos alguns eleitores que se assemelham, à minha visão quando o uso óculos de grau, àqueles caras estressados que trabalham na bolsa de valores correndo de um lado para outro. Muitos deles estão trocando seus votos por uma cesta básica, por uma casa própria, por um vale alimentação. Isso é fato e pesa em favor dos investidores. Resultado disso: no dia da eleição, já não existe mais a lembrança do valor do “negócio”, mas o “santinho” do candidato que segue enroladinho, entre os calos da mão do eleitor, objeto da maior confiança dos candidatos que investiram nele.




1 comentários:

  1. Bela crônica amigo Vanderlan Domingos, Mas infelizmente todos nós ja sabemos o resultado final disso tudo, Eles são como rolhas amigo, não a fundão, isso para nao usar outra expressão né, mas a verdade é q a maioria do eleitor são desprovidos de instrução e de verbas e se tornam uma classe facil de manipular. Bem assim amigo Bjus

    ResponderExcluir

 
Vanderlan Domingos © 2012 | Designed by Bubble Shooter, in collaboration with Reseller Hosting , Forum Jual Beli and Business Solutions