Em busca de sonhos perdidos...

domingo, 5 de abril de 2015


Luto tanto em busca de um ideal, de um direito de viver, de um direito de pensar, de um direito de falar, e quando tiver vontade, até de um direito de sorrir, então por que não me alimentar do direito de sonhar e buscar os sonhos que perdi?... Afinal, sonhar sonhos que me acalentavam vai muito além do meu viver, do meu pensar, do meu falar, do meu sorrir e não há lei que mensurem esses sonhos, ou sonhos meus. Tem gente que diz que não sonha – dormindo. O meu sonho, que é sonho real, me mantém acordado, deixa-me desperto à vida que passa por mim. Pelo menos sonho muito mais acordado que dormindo, assim penso eu.

Não vou apelar aos livros de autoajuda e nem de postagens que procuram definir sobre sonhos, por que acho que não preciso deles e nem neles terão definição, mesmo os que se foram ou se esconderam na região recôndita de meu cérebro. Quem procura livros que tentam definir sonhos é por que, ao que parece, não entende a mensagem subliminar deles que é o ápice de sinceridade ou da tentativa do autor querer defini-los, mas os meus não estão lá paginados. Eles são somente meus. Acho que para compreender o conteúdo de um sonho é preciso, antes de qualquer coisa, perceber o esforço de quem elabora uma autoajuda para pessoas que nem sonham, e quando acham as que sonham, não elencam os pormenores e nem catalogam de forma decifráveis os sonhos delas. Se o leitor aprender isso, entendo que é o básico, pode conseguir, talvez uma graninha, faturando com o lançamento de um livrinho da mesma espécie – aí, sim, a autoajuda ao leitor pode ser concretizada. Não acredito em outra forma, pois ninguém sonha igual.

Também penso que não preciso de permissão para sonhar meus sonhos, sejam sonhos reais ou imaginários, seja dormindo, ou acordado. Nasci com o direito de sonhar e pronto. A escolha é minha. Claro que, às vezes, não consigo controlar meus sonhos sonhados, enquanto durmo. Por isso tenho pesadelos, talvez sejam os mesmos que tiram o sono de tanta gente por aí, por aqui, em todo ou qualquer lugar. Mas, acordado, tenho o direito de sonhar todos os sonhos que almejo alcançar e recuperar os que já se perderam durante minha existência. O direito de reprisar sonhos é porque tenho a certeza que eles sempre estarão no mesmo lugar, fato que me dá direito de sonhá-los e reprisar aqueles que me fizeram bem.

Penso mais. Penso que sonhar é exercitar o máximo a minha liberdade. Ninguém tem nada a ver com isso, direta ou diretamente, para querer me “guiar”, ou proibir-me. Sonho o que bem entendo e o que almejo sim. Fim de papo. Há quem busque concretizar os sonhos sonhados. Isso já resulta em trabalho, obviamente, mas não é impossível, seja que sonho for. Outros preferem continuar refugiando-se nos sonhos sonhados, como se houvesse jeito de mantê-los distanciados da realidade vivida. Estão apenas fugindo do real.

Se o brilho do olhar denuncia os sonhadores e não há como esconder este fato e de exercer o direito de sonhar, então os meus olhos brilham. Quem sonha, sonha adiante do que vive e quando o sonho é bom, reprisa ou tenta reprisar. Isso é realidade. Certo dia, isto há bastante tempo, estava eu diante de alguém que verbalizava uma lista infindável do que me era proibido. Escutei tudo, em silêncio, enquanto eu pensava: Você pode me proibir de tudo ou quase tudo, mas eu vou continuar sonhando os meus sonhos, dormindo ou acordado. Sonhar para mim passou a ser vital. Mas o pior é que tem gente que não se acha no direito de sonhar e isto é lamentável. Já ouvi muita gente, envergonhada, contar que teve um sonho lindo com alguém, até meio íntimo, num lugar aprazível. Que bobagem se era apenas um sonho! Os sonhos, em geral, são uma experiência individual, abrindo um caminho para o interior de cada um. Quando você tem alguma pendência que precisa ser solucionada ele se repete, não importa qual noite, mas repete. O sonho se repetirá sempre que o problema estiver em evidência na sua vida. É um mecanismo da própria mente, que processa e assimila experiências da própria vida e cada um tem a sua, por isso os sonhos não são iguais.

Mas é claro que cada pessoa sonha de um modo diferente, próprio. Não existe um modo "normal" de sonhar. Tem gente que sonha um sonho bom com pessoas que sequer conheceu. Eu mesmo tenho sonhos repetidos, ora alçando um voo, ora passando por um mesmo caminho, ora subindo um muro, parede ou montanha cheia de obstáculos que não consigo vencê-los, mas quando realizo aqueles sonhos na vida real, eles não mais se repetem. É incrível isso! Às vezes sonho um sonho tão gostoso que não gostaria de acordar, mas se acordado, jamais desistiria de concretizar esse sonho. Há os sonhos reais, com pessoas reais..., mas acho que o sonho dormido ainda é pouco para alimentar a vida acordada. Vou mais longe. Se há interpretações quanto a sonhos, às vezes até inimagináveis, enquanto dormimos somente nós mesmos sabemos, “na íntegra”, o significado deles e da forma que os escolhemos sonhar. Nem sonhando, outras pessoas conseguem imaginar o que sonhamos. Isto é salutar, pois tudo isso é vida, mas é importante frisar que a vida também se acaba, assim como o sonho não alimentado ou vivido. Os sonhos que não forem buscados, assim como, se seus sonhadores ficarem ineptos pode envelhecer, principalmente, quando os abandonarem. Bons sonhos a todos, mas, por favor, não interfiram porque estou em busca dos meus!


2 comentários:

  1. Eu vivo à acalentar um único sonho que por vezes o vejo tão distante... E quando esse cantinho venho visitar eu volto a me inspirar e a sonhar.... Parabéns amigo!!!!

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  2. Eu vivo à acalentar um único sonho que por vezes o vejo tão distante... E quando esse cantinho venho visitar eu volto a me inspirar e a sonhar.... Parabéns amigo!!!!

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