Em quem devemos acreditar?

domingo, 28 de agosto de 2016

Quando menos se espera a imprensa escrita e televisiva noticia sobre corrupção e desvio de dinheiro público. Têm certas notícias que gente se surpreende porque alguns desses políticos estiveram em nosso convívio e alguns, até pedimos votos pra eles. Que decepção! É tanta a decepção que a gente não sabe mais em quem acreditar e saber quem tem ficha limpa e vai continuar, depois de eleito, limpo. Candidatos enchem a página da internet e a maioria deles nunca vi falar em seus nomes e o que fizeram de bom pra suas cidades. Há casos de vereadores que estavam desaparecidos e preocupados ficamos, mas vêm as eleições e eles aparecem na maior cara de pau. Pergunto: que devemos fazer? Deixar de votar? Está difícil de escolher, está difícil de esquecer as mazelas, está complicado esquecer o desrespeito ao erário público e da urucubaca política que eles fazem. Não está fácil mesmo! Será que devemos desistir e deixar de lado a cobrança interna, desconhecer que existe a dívida interna e externa? Fico com a minha eterna dúvida? Viver essa política e não acreditar em ninguém hoje está realmente difícil e não há como negar. Há momentos que a gente procura desligar-se do mundo, no entanto, é preciso saber se desligar. Acho fácil? Nem tanto. Há momentos que procuramos descobrir de como agir dentro do nosso tempo que é tarefa nobre, pois exige um grande conhecimento sobre a gente mesmo. Aí, acredito, talvez, seja mais fácil, no entanto, será fácil para quem conhece a si mesmo. Já pensei até em parar o relógio ou esquecer-se de colocá-lo no pulso ou na estante. De tanto tentar descobri que meu tempo está dentro de mim e cheguei conviver com o dito cujo ao pé do ouvido e ainda temos o danado do celular na mão, que, por sinal, tem um despertador perturbador. Evito agendar números de telefones para que o mesmo não ocupe do meu tempo sem querer, querendo, pois pode ter alguém especial tentando se comunicar comigo. Será que o fazedor de tic-tac quer ficar lugar do coração? São sons diferentes! Pedi aos dois que respeitassem minha hora e meu tempo porque pretendia desacelerar tudo, entretanto, pensei: mais do que aprender a correr, é preciso saber parar.

Não adianta manusear com perfeição o mouse, viver como se eu fosse um piloto-automático e não se deixasse de sorrir, nem tirar folga ou levar uma enorme culpa dentro da mala. O mundo lá fora exige produtividade e imediatismo. Aqui dentro, no meu recanto poético, corpo e alma pedem menos, muito menos. Como fazer, então, para conciliar tempos tão diferentes? A resposta não está em livros, jornais ou revistas, mais dentro de cada um de nós. Entendeu o que eu disse? Se você não entendeu, quer tentar? Respire fundo, então. Desencane. Liberte-se do tempo que te rodeia e, sobretudo, perca seu tempo somente com você! É uma responsabilidade enorme desconectar-se, disso eu sei, mas a vida ao vivo é pra quem tem coragem. Coragem de arriscar, mas sempre com o cuidado em saber a hora certa de parar. Difícil não é mesmo? Pode ser pra alguns, mas não para muitos malucos que brincam com a vida, fazendo dela um brinquedo. É um exercício diário que exige confiança e um amor incondicional por tudo o que somos e acreditamos. É uma aceitação suave dos próprios defeitos que temos ou um rir da gente mesmo, um desaprender contínuo ou um aprender sem fim sobre o que queremos da vida.

Caro leitor, não importa se tudo parecer errado e o mundo virar a cara pra você. Esqueça e faça de conta que não tem ninguém à sua frente. Se esqueça. Hora de se perdoar, renascer. Leio muito, mas posso afirmar que ainda nada sei da vida, pois ela é um mistério, no entanto, uma frase eu sigo à risca: é preciso respeitar o próprio tempo. E eu respeito e muito! Eu acredito no que diz o silêncio na hora em que a minha massa cefálica se cala, pois ali está toda a engrenagem controladora de meus pensamentos, bons ou ruins. De outra parte, o meu silêncio que não tão é mudo assim, em compasso com a mente, vive dizendo com voz desafiante: confie em ti mesmo. Quebre a rigidez. Ouse mais. Vença mais obstáculos. Viva com mais leveza. Desligue-se, e se puder, adormeça nos braços do tempo, pois só assim você vai transformar vida em letra e letra em vida. Tenha coragem e fôlego pra ser você mesmo, pois saberá que sob qualquer ângulo em que esteja situado no universo para considerar esta questão, chegar-se-á ao mesmo resultado execrável: a surpresa de ver várias pessoas amigas enroladas com a corrupção e o governo da imensa maioria das massas populares se fazendo passar por uma minoria privilegiada. Essa minoria, porém, dizem os marxistas: compõe-se de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornam governantes ou representantes do povo, deixou de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima para baixo ou acima do Estado; não mais representando o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo usando meios fraudulentos e corrupção para se perpetuarem no poder. Quem duvida do que eu falo não conhece a natureza humana, por isso, ando desacreditando de tudo.



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