Vamos continuar "catando gravetos" em 2018?

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Quando adolescente, com os pés descalços, saia tatuando as ruas poeirentas de Goiânia, rindo de tudo que via pela frente, como se eu fosse um menino feliz, ou outro qualquer. Não sei por que, mas o carinho do vento que cortava as ruas amenizava o meu coração de menino e me deixava besta! Um ser vivente, livre como a um pássaro e eu me sentia voando em busca do imaginário e de sonhos, talvez impossíveis. Certo dia, cansado de catar gravetos para abastecer o fogão a lenha, de jogar bolinhas de gude, de jogar fincas e bolas feitas de meia que recheava de palhas de arroz e de empinar pipas em dias sem vento, fui a um parque de diversão e mordi uma maçã do amor, e aí, lambi os beiços e o seu sabor chegou ao coração. Achei que estava doente. Tão desacostumado com a alegria que chorei de felicidade. Lágrimas doces. Não é coisa de poeta, eram doces mesmo! Naquele dia até meu travesseiro chorou e molhou o lençol branco onde fiz questão de derramar junto com ele as minhas lágrimas e suores. Hoje, não lembro mais do rosto daquela menina, mas sei que tinha um rosto angelical, uma boca perfeita demais e tinha os dentes branquinhos como algodão.

Quando no preâmbulo falei que catava gravetos, eram gravetos mesmo! Hoje aquela ação pode ter um alcance maior, mais abrangente. E é possível isso. Sendo letrado, religioso ou não passamos a conhecer melhor alguns significados, principalmente, daquelas onde pessoas se esforçam para, pelo menos, achar uma brecha no endurecido coração para ficar a face a face com Deus. Existem pessoas que lutam e intercedem e que juntam lenha para que o fogo continue ardendo sobre o altar do Senhor. Ah! Como Deus anda procurando por esses “catadores de gravetos!” Certo dia, li um texto bíblico, o de Ezequiel (Ez 22.30), que procurava fazer entender esse significado: “Busquei dentre eles um homem que esteja na brecha perante mim por esta terra, para que eu não destruísse; mas a ninguém achei” Veja então que neste texto Deus procurou um só homem e não achou, e nós estamos vivendo estes mesmos dias de Ezequiel onde políticos fazem o que querem e a maioria dos administradores públicos é corrupta e a justiça confusa; a igreja tão sonhada por Jesus está dividida e muitos dos dirigentes falam mentiras e palavras que agradam ou interessam somente o ego das pessoas sob os seus comandos.

Mas, hoje, 02 de janeiro, véspera de Santos Reis, eu quero falar dos servos de Deus, homens e mulheres, pessoas diferentes que agem na dificuldade, que lutam e são verdadeiros “catadores de gravetos” se é que você me entende. Mas quais são as características, o que podemos entender da palavra “catadores de gravetos?”

Deus muitas vezes permite vir tempestades para que conheçamos quem ELE é realmente. Será que vivemos hoje numa “tempestade” de pensamentos e porque estamos aqui na Terra? E qual o propósito de tudo isso?  Você entende o mistério dessa palavra? Quando as “tempestades” se avolumam sobre a pessoa humana e nós esquivamos delas e até de uma pessoa que consideramos estranha sem lhe prestar ajuda. Não está dando abrigo na grande “arca” de Deus e nesse instante pergunto: Onde estão aqueles que têm capacidade para sair à busca dos servos “catadores de gravetos”. E quando a tempestade passar, os descrentes vão e voltam sem agradecer a Deus; porém os crentes voam e voltam, trazendo à luz o habitat daqueles que estão precisando de nossa ajuda. Voltam para agradecer como a um testemunho vivo como fez aquela folha de oliveira que foi arrancada, mas sobreviveu a muitas tempestades.

E o pior, ou quero dizer, melhor, quando vemos a fonte secar, Deus ainda diz “levanta-te e vai”, e compadecido da situação encontra alguém como você, “catando os mesmos gravetos” para agasalhar com seu calor os mais carentes. E aí não haverá “tempestades”, não haverá escassez de alimentos, amor e fraternidade, porque os dois, com o mesmo desiderato, estão catando gravetos para acender no altar do Senhor Jesus. ELE, o onipotente, os conhece, sabe de suas lutas pela sobrevivência. E quantos procuram “catadores de gravetos” para ouvir uma palavra de ânimo e de esperança? Quantos estão priorizando Deus na tua vida? São Paulo Apóstolo foi catar gravetos, pois ele queria esquentar aqueles que estavam frios, (Atos 28.3) “E havendo Paulo ajuntado uma quantidade deles e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão”. Mas escute toda arma preparada contra ti não prosperará, o mesmo fogo que você alimenta com a tua lenha, vai consumir as víboras que se levantarem na tua vida. Deus sustenta de pé os “catadores de gravetos!” ”Muitas “pessoas” estão esperando ver você cair, mas acreditem Deus os irá surpreender, muitos vão mudar de opinião ao teu respeito, porque eles são sustentados pelo Senhor. Hoje, espiritualmente falando, passei a entender o porquê da alegria quando catava gravetos para acender o fogão a lenha de minha querida e saudosa mãe. Então, passei entender o valor de meu ato e o de cada graveto que catava. Com o passar dos anos, observei que a ação que eu praticava em prol de uma pessoa carente me transformava numa pessoa melhor, feliz, e tudo era aquecido pelas mãos de Deus através de uma fogueira alimentada por “pequenos gravetos” que não eram aqueles que eu catava quando adolescente. Deus procura pessoas simples da sociedade para se tornarem “catadores de gravetos”, abrindo-lhes as portas do céu, fazendo romper o Seu silêncio,





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