Mosquito não tira férias.

segunda-feira, 30 de junho de 2014



Como no mundo da fantasia ou da ficção tudo é possível, inseri num artigo anterior, para reflexão, um pedaço da história do mosquito terrorista que apelidei de Osama Aedes Aegypty Bin Laden, comparando-o ao terrorista, saudita e membro da próspera família Bin Laden, líder e fundador da Al-Qaeda. Acompanhamos a luta desse mosquito e seus seguidores, assim como, as suas estratégias de sobrevivência pós-período chuvoso, mas, ao que parece mesmo tratando-se de um assunto sério, autoridades políticas que diziam preparados combater a dengue, nunca entenderam o sentido da mensagem que os mosquitos passavam e quiçá das artimanhas armadas pelo seu líder – O Bin Laden, que há anos vem se escondendo num pneu de trator protegido pela milícia comandada pelo seu filho Osaminha Jr. Semana passada ao ler alguns noticiários, hoje escassos, porque tudo está sendo engolido pelas notícias advindas da Copa do Mundo, observei que muitos comentavam sobre o crescimento da doença, e no sentido de alertar e minimizar a dor de cada um, dizia e continuo dizendo aos leitores que o mosquito jamais tira férias, nem após o período chuvoso, e por isso, todos deveriam se cuidar, razão tinham e me deram razão também para me fazer voltar a falar sobre este assunto, cujo artigo fora publicado em novembro de 2011 no Diário da Manhã. Naquele artigo disse sobre a mobilização de pessoas da sociedade entusiasmadas em combater o famigerado mosquito, e naquele ano, até portavam faixas, camisetas e adesivos, todos alusivos ao evento. E foi aí que me lembrei de outro artigo publicado no mesmo jornal meses antes, onde comentei sobre a possível saída de cena de um famoso terrorista, que ao longo destes últimos anos arregimentaram milhares de seguidores suicidas que se espalharam por todo o mundo, no entanto, naquele dia não acreditava que o mesmo tinha morrido como não acredito até hoje, pois não mostraram o cadáver (falo do terrorista Osama Bin Laden). Mas, com relação ao nosso terrorista – o mosquito Osama, sua morte também trouxe dúvida porque a imprensa naquele ano não fotografou o corpo dele que sabemos ter forma esquelética e que poderia estar estendido dentro de sua fortaleza: o pneu, onde se refugiou e ajudou na reprodução de incontáveis larvas e no treinamento de milhares fêmeas. O noticiário se fundamentou, talvez, em razão da emissão do fedido e venenoso “fumacê” jorrado perto do local e da artilharia pesada protagonizada pela vigilância sanitária, cuja ação misturou realidade e ficção, não obstante acreditar que tudo não passara de uma mera encenação, pois, o povo em relação a esse assunto está igual a São Tomé: só acredita, vendo. Os mais incrédulos diziam que Osama apenas ficou tonto e adormeceu nos braços da amada Dina Bin Laden.

Naquele ano quando li o noticiário sobre a morte do mosquito terrorista senti-me indefeso diante da ameaça de vingança que poderia vir daqueles pequenos e invulneráveis insetos. Não obstante o preâmbulo do texto deste artigo ecoar em minha cabeça como letras mortas e os versos canoros que escrevi num pedaço de papel ser usado apenas como subterfúgio para afastá-los para longe de mim, ainda assim, refuguei várias vezes quando passava perto de mim um mosquito magricela. Tudo acontecia nos inexatos momentos em que contemplava às horas mortas e a roda-gigante que girava em torno do universo vagando sem rumo usando lentes cristalizadas e olhares infantis, mas, sempre nos alertando sobre os cuidados necessários para evitar esse inseto que transmite uma doença de difícil cura e que nunca devemos deixar de combatê-lo.  E para finalizar, naquele ano, resolvi insistir sobre aquele pensamento deixado pelo mosquito jornalista Bicudo que de alguma forma serviu e continuará servindo para o povo e governantes refletirem: “Enquanto o governo não acreditar que nunca seremos exterminados, não criar um projeto de prevenção para eliminar os nossos criadouros e combater fêmeas transmissoras suicidas; enquanto o povo não colaborar com a limpeza dos vasos, pneus, garrafas, copos, calhas, caixas de água, de nada valerá o trabalho da vigilância sanitária, pois, procriamos e nos alojamos até em tampinhas” E como reflexão final, pergunto: Será que o mosquito terrorista Osama Aedes Aegypty Bin Laden realmente morreu? Eu, pelos menos, tenho certeza que não, pois no sábado findo, durante a caminhada no Bosque Vaca Brava, observei o interesse de algumas pessoas em sensibilizar os transeuntes que passavam pelo calçadão quanto à importância do período seco para encontrar Osama e sua fêmea, a Dina, e quebrar o ciclo de vida dos mosquitos, eliminando ovos e larvas. Por isso disse e repito: nós tiramos férias, mas os mosquitos não, então, todo cuidado é pouco.

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