Estamos
em período eleitoreiro então deveria estar escrevendo sobre política, mas às
vezes, os dias e noites são tão efêmeros que, quando menos esperamos, já
estamos sendo manipulados pela magia das palavras. E se eu lhe disser que mesmo
diante desta turbulência política ainda consigo escrever crônicas falando sobre
amizade, amor e compartilhamento. Assuntos não faltam que possam interessar a
qualquer leitor sério, ávido por uma boa leitura. Do lado de cá da tela amigos
virtuais vão surgindo dia a dia e aí, curiosamente, fico observando nas entrelinhas
de suas mensagens que são pessoas sérias, e para o lado de lá da tela, procuro
levar também coisas sérias, objetivando alcançar o coração e a sensibilidade de
cada um. Mas de vez em quando é bom xeretar um pouquinho, no bom sentido é
claro, no bate papo online que circulam pela web. Gosto de observar as pessoas
e analisar suas atitudes diante das outras, e quando escrever, tenha condições
de expressar corretamente sem magoar ninguém. De certo modo no mundo virtual
estamos vivendo a vida dos outros e compartilhando a solidão deles e às vezes, os
ajudamos a esquecerem-se dos seus problemas. Quando percorro as salas virtuais
me sinto como se estivesse num divã de uma feira de variedades, pois ouvimos e
vemos frases de efeito, algumas discretas, onde cada sílaba brinca com os olhos
daqueles que ali se libertam sem tréguas e levam para o travesseiro desejos e
sussurros abafados, porque sabem que as palavras ali expostas jamais serão
capazes de definir o que a pessoa verdadeiramente é. No mundo virtual não
adianta brincar com as letras, criando e buscando seres perfeitos. Às vezes
nossa vida é como uma teia de prazeres delicados, porém vazios, porque a
mentira é tão utópica que até mesmo o seu âmago anseia por ela. Não há coisa melhor na vida do que palavras e
sentimentos reais, portanto, não devemos usar a fantasia para transformar a
nossa dor em afeto. Então, aos apressadinhos e a aqueles que sofrem de leitura
precoce, essa crônica tem como desiderato: trazer o embate entre a emoção e a
razão, e assim, deixo por conta do leitor descobrir onde estão os pontos Gs de
suas emoções e razões. Para encontrar
esses pontos têm que ralarem para obterem o justo aprendizado ou arriscarem
para colher o rendimento que qualquer leitura lhe oferece.
Quando
estou bastante atarefado logicamente meu dia e noite se tornam efêmeros e aí
não consigo escrever usando todos os sentidos e às vezes, nem alcançar os
redutos de fantasia, áreas da vida que experimento usando apenas a imaginação.
Vivê-las intensamente, ao vivo, em cores, parece impossível ou pelo menos pouco
provável. Então crio meu próprio filminho interior, faço vídeos imaginários e
vou soltando pequenos flashes para que tudo dê certo, pois sei que milagres
acontecem. Em algumas de minhas fantasias, eu me vejo ajudando pessoas,
vencendo barreiras intransponíveis, recebendo sob aplausos, prêmios inéditos, diplomas
e troféus oferecidos numa cidade totalmente desconhecida e deparo com rostos de
pessoas que nunca vi. Devo ter em mim qualquer desejo de que minhas opiniões
sejam ouvidas, de ser consultado sobre assuntos do maior interesse e relevância
como, por exemplo, de pegar um pincel, uma tela e sair pintando somente pentelhos.
Mas porque pentelhos? É fácil! Tem uma
coisa em mim e que me dá alegria é o sorriso de uma criança, assim como,
mensagens sinceras de amigas ou amigos, seguidas ou não de uma ou de algumas
palhaçadas enviadas somente para descontrair a gente. E quando gosto,
compartilho. Outra coisa que curto é o cheiro, cheiro suave levado pelo ar não
importa em qual estação eu esteja. E o olhar que nada mais é que a janela de
nossa alma! Um olhar profundo, penetrante, que parece querer descobrir os
segredos e que só de olhar pra gente já nos interroga com a maior inocência. E
o sorriso de uma criança, uma piada contada por um adulto ou mesmo por um
adolescente, isto nem se fala, cora-nos o rosto, mas abastece de amor o coração.
Ela vem em boa hora, ou na hora inusitada pode ser, mas na certeza de ser uma
piada inteligente para nos fazer sorrir, tirar os “pés de galinhas” do rosto e
cicatrizar o coração sofrido. Gente que pode ser eu, você ou outra qualquer que
se entrega pra vida e que não tem medo de viver.
Para a “razão”
hoje sou obrigado a dar-lhe um aparte. Deixo que ela me questione sobre o que quiser;
sobre o que leio no FACEBOOK, na WEB ou em outro meio de comunicação, assim
como faço para interpretar cada palavra ou mensagem. Bisbilhoto tudo, mensagens,
postagens e até as fotos que elas tiram delas mesmas sem colocar uma palavra
sequer. Tornou-se um vício, fazem somente pose e pronto: SELFIE! Entendo que a superexposição
ou não da vida pessoal é de responsabilidade de cada internauta. Algumas
pessoas são tomadas por uma vontade danada de desabafar o que se torna fácil de
distinguir, decifrar e sentir o que se passa no coração de cada uma, que infelizmente,
alguns internautas não entendem e nem dão ao trabalho de ouvi-la.
Então, pelos menos nos dias de noites efêmeras deixem-me
quieto no divã; deixe-me enfurnado nas minhas emoções e razões; deixem-me
sonhar com o impossível, com o mundo desconhecido; deixem-me escrever sem
pressa, pois quando eu olhar pela vão da janela e vir o pôr do sol ou a lua
nascerem soberbos, há de sobrar tempo para que eu possa pintar nas telas da
vida o espetáculo oferecido pela natureza, e nelas, usar tintas rubras de um
coração ferido pelo tempo, destacando o rosto das pessoas que estão fazendo
parte de meus sonhos e de outras que sequer as conheço no meu mundo real, para
no final, poder sorrir, olhar novamente através da janela e ver o universo se
escancarando com seus olhos estelares e sorriso triunfante. Deixe-me ouvir o
som sem acordes que vem do espaço sideral e o cheiro sereno de um amanhecer; deixem-me
avisar aos amigos de verdade com quem eu cruzo todos os dias, pessoalmente ou
no mundo virtual, pois hão de entender que por algumas circunstâncias do destino
me abstenho de escrever aqui os motivos do embate entre a minha emoção e a
razão.
Nossa amigo fiquei emocionada, sem palavras agora...Parabéns
ResponderExcluir