Por um
momento dou uma pausa ao meu raciocínio. Aquieto-me diante do monitor. Do lado
de lá, monitorado por uma parafernália eletrônica quantas pessoas possivelmente
estão fazendo o mesmo: dando um tempo. No meu recanto que me conforta, ainda sinto um
aflado divinal vindo de algum ponto do universo, que me alegra e faz meu
coração pulsar mais forte e amparado por uma força cognitiva, nem o zumbido que
nada mais é que percepção auditiva fantasma, cuja intensidade é impossível de
ser mensurada, talvez em razão de um
amontoado de sons que se digladiam no espaço formando um zumbido fino,
intermitente, que azucrina os ouvidos e às vezes me desconcentra. Quando recebo
mensagens sejam evangelizadoras ou não, enviadas por pessoas que se encontram
do outro lado da tela, brasileiras ou estrangeiras, compartilho-as uma a uma,
independentemente se expressarem tristezas, insatisfações pessoais, angustias,
dores, sofrimentos, morte, e até descontroles emocionais. Há as que moram no
exterior, (Inglaterra, Alemanha, Espanha, Arábia Saudita, Senegal e outros)
cujas mensagens eu traduzo usando o Google, pois, infelizmente, não sou
poliglota. Em relação a tudo isso, relatei numa crônica anterior que gosto
de observar as pessoas e analisar suas atitudes diante das outras, e ao
escrever, tenha condições de expressar corretamente o meu pensamento sem magoar
ninguém. De certo modo, no mundo virtual, estamos vivendo a vida dos outros e
compartilhando a solidão deles e às vezes, os ajudamos a esquecerem-se dos seus
problemas. Quando percorro as salas virtuais me sinto como se estivesse num
divã de uma feira de variedades, pois além dos bafejo divinais, vemos frases
de efeito, algumas discretas, onde cada sílaba brinca com os olhos daqueles que
ali se libertam sem tréguas e levam para o travesseiro desejos e sussurros
abafados, porque sabem que as palavras ali expostas jamais serão capazes de
definir o que a pessoa verdadeiramente é. No mundo virtual não adianta brincar
com as letras, criando e buscando seres perfeitos. Uma amiga, certo dia,
reportou assim: “Sei quem sou e sei que tenho boa alma também. Sou sincera e
sei de qual sinceridade falo. Posso até ser
outra de um “eu” que faço tudo para não existir. Sinto crenças que realmente
tenho e as carrego comigo. Traições de alma a
um caráter, certeza tem de que não faço. Ouço
mentiras, mas educo meus ouvidos para não chocar minha sinceridade e aí, me
sinto um ser capaz de remoer as arrogâncias. Vivo
minha vida e compartilho vidas alheias levando o amor, amizade e fraternidade,
e dela, deixo participar todas as pessoas de bem”. Ao ler esta e outras mensagens, deixo também à
quietude do meu recanto e no afã de ajudar e até ser ajudado, procuro
entender ou tentar interpretar tudo que leio, mas sei que ainda existem coisas
em nossa mente que impregna a solidão e as lembranças que sempre corroeram a
nossa alma. Será que é um mal que aflige a todos nós? Não sei! Pode ser e pode
não ser.
Hão de se convir que existe na região
recôndita de nosso cérebro muito mistério. Sempre existirá a possibilidade de
acontecer algo, que nos fará acordar em sobressaltos, como se tudo que fizemos,
não passassem de pesadelos. Parece absurdo pensar assim, mas é a mais pura
verdade. Como não conseguimos controlar com precisão essa região obscura,
certamente se um dia se conseguirmos, a paz tão almejada será alcançada e
ficaremos diante de um mundo totalmente diferente deste que hoje vivemos. Ah,
como seria bom! Como seria bom se nossos erros fossem apagados; como seria bom
voltar atrás e corrigi-los e dizer àquela palavra que ficou entalada em nossa
garganta, um pedido de perdão ou de uma desculpa quem sabe, numa hora precisa.
Também não podemos esquecer-nos de como seria bom fazer aquilo que desejamos e
viver com amor e desinteressadamente o hoje, como se não houvesse o amanhã. Nem
todos seguem a ordem deste mundo louco, que manipula cada um de nós como se
fôssemos meras peças teatrais ou cobaias de laboratórios. Sei e você também
sabe que fazemos parte de algo maior, vivemos num mundo cheio de mistério onde
cientistas tentam explicar o inexplicável, pois é um ciclo de vida criada por
Deus que a mente humana jamais decifrará, por mais que tentem. Se pararmos para
pensar e sabemos que nem é preciso, pois tudo que tentam explicar é
inexplicável e continuará para nós, incógnito. VANDERLAN
DOMINGOS DE SOUZA. Advogado, escritor, missionário e
ambientalista. É Vice Presidente da
União Brasileira dos Escritores; Presidente da ONG Visão Ambiental; Diretor de
Divulgação do Instituto Movimento Santuário da Arte; Membro da Academia
Morrinhense de Letras; agraciado com Título Honorífico de Cidadão Goianiense.
Escreve todas as quartas-feiras. Email: vdelon@hotmail.com Blog:
vanderlandomingos. blogspot.com Site: www.ongvisaoambiental.org.br
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