Antes de me embrenhar pelo mundo das letras tive dúvidas se algum dia
chegaria a ser um escritor renomado por mais que me esforçasse, pois sabia e
sei que escrever bem é uma arte, um dom que nasce com a pessoa, tem que ter
inspiração, talento natural. Quando me sinto inquieto me dá uma vontade danada
de escrever e essa vontade toma-me o coração e aí não resisto. Ainda me
considero um simples escriba, mas a vontade de vencer os obstáculos impostos
pela escrita me faz quebrar o estado de absoluto repouso da região recôndita de
meu cérebro que armazena um amontoado de letras e essa insistência e gosto pela
leitura, faz também aumentar a minha ansiedade e chego a propor a mim mesmo o meu
aperfeiçoamento para um trabalho de melhor qualidade. Quando começo a escrever
tento de forma grácil e homogênea, liberar os feixes de pensamentos que
disciplinadamente saem do meu cérebro, auxiliado pelo velho dicionário que há
tempos debruço-o ao meu lado. Chego a ser fantasioso e faço do meu recanto um
ambiente místico porque tudo o que se escreve, ou deve ser escrito, além de
fazer bem à alma, leva mensagens que podem despertar os leitores incautos ou
não, os sentimentos aprisionados, ansiosos e os perdidos na escuridão do próprio
ser, que ficam à espera de uma palavra de conforto, de uma orientação, cujo
texto, seja no preâmbulo, no meio ou no final, poderá se transformar num guia para
essas pessoas e que as conduzirão para os caminhos da verdade e do saber, e de
certo forma, produzirão sementes que nascerão, crescerão e darão frutos, cujo
resultado ficará na memória de quem escreveu e logicamente, transformará quem o
ler. Escrevo para desembaraçar as idéias, ser mais um acionador do progresso e da
cultura humana e quiçá, me aprimorar também, evoluir-me como escritor e de
certo modo, romper a ansiedade e o isolamento que às vezes o tempo nos impõe.
Mas claro é que, escrever como aos gigantes da literatura para mim é uma ilusão,
pois comparando a eles me considero apenas um simples escriba.
Escrever não é uma tarefa fácil
eu sei e você sabe disso tanto quanto eu. A arte de bem escrever ou qualquer
outra arte, exige genialidade, aspiração, inspiração, sobretudo, raciocínio
lógico, paciência, pesquisa sobre o assunto, disciplina mental, domínio pleno
de algumas regras essenciais da língua portuguesa e dedicação quanto ao assunto
diário a que se propõe ou ao qual se relaciona. Escrever dá trabalho e muito. Mente
quem diz o contrário, ou não é propriamente um escritor! Escrever bem não é apenas
usar corretamente o português e não deixar ocorrer erros ortográficos, é bem
mais que isso, é ser um artista que manuseia as palavras e as ideias com a
mesma destreza que um pintor que manuseia pincéis, o jogo das cores e as suas
infinitas combinações. Escrever bem é não ser prolixo, é saber transmitir de
forma simples as idéias confusas em consistentes, entendíveis, uma coisa
complicada em simples. É construir sem pena de destruir tudo outra vez. Escrever
às vezes se torna uma obsessão, uma forma de arrebatamento, uma maneira que o
escritor encontra para desencadear as emoções contidas, chegando a condensar
todas numa frase só.
E o escritor
é pertinente às suas ideias, ideais e maluquices. Ilustra os textos com coisas reais
e surreais, cria sabores, faz até exalar aromas que extrai do improvável e
transmiti imagens ao associar as palavras e nesse afã, procura ser original,
contorna algumas regras impostas, como se estas fossem corredores imaginários,
mas, notadamente, sem as desrespeitar, mas nunca deixando de ir mais longe,
mesmo sem usar as asas da imaginação, alcançar o infinito. E quando as usas descreve
o mundo de uma forma sutil consegue transformar o ordinário em extraordinário e
nesse ínterim, sem necessidade de se afirmar como intelectual gera empatia e
faz com que todos vejam mundo de dentro para fora e depois de fora para dentro.
Nesse mundo imaginário das letras quantos escritores enobreceram e enobrecem o
Estado de Goiás com suas obras? Podemos citar alguns: Hugo de Carvalho Ramos,
Bernardo Elis, Gilberto Mendonça Teles, Cora Coralina, Yeda Schmaltz, Bariani
Ortêncio e tantos outros... E aos poetas goianos então! A eles faço questão de
citar uma frase de Charles Chaplin: “A beleza existe em tudo - tanto no
bem como no mal. Mas somente os artistas e poetas sabem encontrá-la”. E é assim
também no mundo da arte cujos trabalhos transmitem outra realidade
através de esculturas, quadros, telas e aquarelas, sempre com cores fortes e
traços marcantes, que retratam o cotidiano, evidenciando a natureza, temas
populares e religiosos, cujos magos são muitos e aqui destaco alguns deles:
Siron Franco, Antônio Poteiro, Elifas Modesto; na pintura de quadros, telas e
aquarelas: Marly Mendanha, Paulo
Bavani, Solange Silva , Goiandira do Couto, Nazareno Confaloni, Leonice Gomes de Amorim, Erliete Monserrat de Vellasco, José Rogério de Carvalho (Kó), Di Magalhães , João Paulo Afinovicz ,
Jose Joaquim da Veiga Valle , Octo Marques , Brenda Lee, Esther Galvão, Rosy
Cardoso, Cristiane Rezende, Lucimar de Jesus e tantos outros que fazem da
pintura pura magia.
E assim caro leitor, é nessa
lida diária de escriba que trago junto comigo esta paixão doentia pela escrita
e pela arte de modo geral que me toma o dia e até noites, momentos que, imbuído
do maior respeito, procuro divulgar e levar a quem lê e, nesse voo livre em viagem
mental livre, desembaraçada e desprendida, coloco todo o meu apreço com as
vivências e as apetências que os verdadeiros escritores de talento e gênio que,
com suas mãos mágicas e sapientes palavras, estão me ajudando no meu
aprimoramento, fazendo-me sonhar com o impossível e me ensinando a viajar pelo
mundo da imaginação.
Nossa! Parabéns amigo perfeito bjus vc e mil..
ResponderExcluirFaço minhas as suas tao bem colocadas palavras, querido primo e colega, Foi bom estar com você nesse instante de pura e verdadeira expressão da alma artística. Boa tarde.!
ResponderExcluirExcelente texto, grande aprendizado. Grande escritor! O seu lugar está entre as estrelas, viu! Obrigada pela partilha!
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