Maledicência, ódio, desamor e inveja, são cárceres da alma.

domingo, 1 de novembro de 2015

Maledicência é o ato de falar mal das pessoas. Isto é fato. Esta definição parece ser bem amena para um dos maiores flagelos que assola a humanidade. Falar mal das pessoas está se tornando uma arma perigosa e está sempre ao alcance de qualquer pessoa, em qualquer idade, e para os bons entendedores, é fácil usá-la: basta ter um pouco de maldade no coração. Para mim, que sou advogado, considero este ato como a um tribunal corrupto, pois nele o réu está, invariavelmente, ausente. Nele também não é aplicada a soberania dos veredictos, a pessoa é acusada, julgada e condenada, sem direito de defesa, sem contestação, sem misericórdia.

Atento às mensagens postadas é comum ver pessoas falando mal de outras sem as identificar, mas quem está do outro lado do monitor sabe que aquela frase maldosa se refere a ela, e às vezes, são de “baixo calão”, agressivas. Então, como não considerá-la como uma palavra devastadora, e convenhamos, não há nenhuma implicação ou compromisso para quem a emprega, porque quem escreve, não cita nome, faz de forma evasiva, ardilosa, para alcançar seu objetivo. Em outras situações a pessoa tem dificuldade de encontrar o autor de um boato maldoso ou de uma "fofoca” comprometedora. O maledicente sempre "vende" o que "comprou", mas é importante salientar que ninguém está livre dele, nem mesmo os que se destacam na vida social pela sua capacidade de realização no setor de suas atividades. Estes são os mais visados, talvez, porque geram invejas pelo sucesso e vitórias alcançadas. Nada mais gratificante para o maledicente do que mostrar que a pessoa de quem fala, (fofoca), seja verbalmente ou através da escrita, tão boa ou competente como todos pensam.

Será que a maledicência nasceu de um ódio ou inveja gratuita? E o que causa o desamor entre as pessoas? Será a inveja? O que será? Se voltarmos aos tempos de Cristo sabe-se que nem mesmo ELE, que era inspiração suprema desses ideais, esteve livre disso. Um exemplo típico de seu poder infernal foi o comportamento da multidão que O reverenciou na entrada triunfal, em Jerusalém; no entanto, poucos dias depois, instigada pela maledicência dos sacerdotes judeus, festejou sua crucificação, cercando a cruz de impropérios e zombarias.

O mal que certas pessoas carregam no coração é prejudicial a outras, é coisa ruim que passa a habitar na mente e no coração delas. Tem pessoas que não vê as qualidades de outras ou fingem, e ainda, se acham melhor que elas, gostam de aparecer e não vê que a sua “cegueira” ou ambição desmedida voltada para alcançar um status, sei lá, pode estar prejudicando um relacionamento de amizade duradoura. Entendo, porém, que dependendo do acontecido, não devemos conservar ressentimentos no coração, pois sabemos que a pessoa amiga que nos decepcionou ou decepciona, pode estar vencida pelos seus próprios conflitos. As pessoas virtuosas, de sentimentos nobres, são incapazes de enxergar maldade no próximo. No entanto, é preciso, treinar a capacidade de enxergar o que as pessoas têm de bom, para que o bem cresça em nós. O primeiro passo pode ser difícil, mas o indispensável é "minar” todo esse mal.

Antes de começar a escrever confesso que tinha como objetivo reportar, ou melhor, comentar sobre algumas maledicências, ou a troca de “gentilezas” ocorridas no mundo virtual ou não, e por isso intitulei o texto assim, propositadamente, como se elas e tantas outras palavras nefastas são os cárceres da alma, mas resumi apenas nestas. Hão de se convir que o resultado do adoecimento das relações humanas são as maledicências, o desamor que vem ocorrendo entre as pessoas e principalmente, a inveja. Esses sentimentos maldosos se instalam no solo do coração e lançam suas raízes trazendo perturbação para a alma e contaminação aos que vivem ao redor.

A maledicência, o ódio, o desamor, a inveja e a ambição desmedida são mal que se congelam no coração. Todas elas vêm armazenadas do ressentimento. Todas elas entulham mágoa no coração e o enchem de rancor. Todas elas se alimentam do absinto do ranço; todas elas afogam-se no lodo que se acumulam nas massas cefálicas; todas elas vivem prisioneiras na armadilha da vingança; todas elas são uma prisão; todas elas são, realmente, o cárcere da alma, e mais que isso, o calabouço, a masmorra escura de um palácio medieval, onde os prisioneiros eram atormentados pelos algozes da consciência.



1 comentários:

  1. Realmente seu texto está ótimo!!! É o que vivo atualmente! Parabéns!!

    ResponderExcluir

 
Vanderlan Domingos © 2012 | Designed by Bubble Shooter, in collaboration with Reseller Hosting , Forum Jual Beli and Business Solutions