As mãos mágicas do artista
do barro, da pintura, e outras, também baluartes da cultura e literatura em
Goiás, foram homenageados com Diplomas e o Troféus no dia 15 de outubro findo,
durante a XIV Coletiva de Escultores e Pintores, realizada na Assembleia
Legislativa do Estado de Goiás, promovida pelo Instituto Cultural Movimento
Santuário da Arte em Goiás, com a participação da Academia Goiana de Letras; da
Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás; da UBE – União Brasileira de
Escritores e do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais.
Sabemos que a arte
é uma forma de o ser humano expressar suas emoções, sua história e sua
cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio.
A arte pode ser representada através de várias formas, em especial, na
escultura, na pintura, no cinema, entre outras. De outra parte, após o seu
surgimento, há milhares de anos, a arte foi evoluindo e ocupando um
importantíssimo espaço na sociedade, haja vista que algumas representações da
arte são indispensáveis para muitas pessoas nos dias atuais, como, por exemplo,
a pintura e a escultura, que são capazes de nos deixar boquiabertos diante de
quadros e peças trabalhadas com mãos mágicas que massageiam o barro e argila
trazendo pura magia e expressões surrealistas, que nos deixam atônitos,
encantados. Eles, pendurados ou não em paredes ou expostos em galerias de arte,
funcionam como uma distração e nos fazem esquecer nossos problemas cotidianos. É
um jeito especial que o artista usa para expressar com as mãos o que imagina do
mundo real ou surreal.
Muitas pessoas dizem
não ter interesse pela arte ou por movimentos ligados a ela, porém o que elas
não imaginam é que a arte não se restringe a pinturas ou esculturas, também
pode ser representada por formas mais populares, como a música, o cinema e a
dança. Essas formas de arte são praticadas em todo o mundo, em diferentes
culturas. Quanto a essa Coletiva promovida pelo Instituto Cultural, depois que
muitos se enveredaram pelo mundo das crônicas, poesias e romances, é
importante observar que essas coisas não se governam, elas tomam conta da gente
e fazem a gente sonhar com o possível e o impossível. Tem gente que nunca
pintou quadros ou fez qualquer escultura, nem por brincadeira, mas, de alguma
forma, queria ter um “gostinho” de pelo menos, pintar o rosto de sua amada. Os artigos,
crônicas e poesias escritas semanalmente em jornais por grandes escritores e
articulistas, também é uma arte que muitas vezes nos trazem o espanto, um
sentimento corriqueiro ou um acontecimento inusitado que pode abalar a
sociedade em razão de sua contundência. Essas pessoas quando escrevem no seu
habitat, devem gostar do silêncio porque ele faz viajarem no mundo da
imaginação e o barulho, por menor que seja, espantam-nos, tiram deles a máquina
imaginária que poderia trazer, no último flash, uma resposta plausível à
sociedade. A Arte é uma coisa imprevisível, é descoberta, é uma invenção da vida.
E quem disser que fazer poesia, escrever uma crônica ou um romance é um
sofrimento, está mentindo: é bom, mesmo quando se escreve sobre uma coisa
sofrida.
Quanto aos “mecenas” da escultura
e da pintura, hoje tão brilhantemente representados em Goiás pelo mestre Elifas
Modesto, me desculpem queridos artistas, mas a arte está em toda parte e, por
mais simplórios que possamos ser, por mais embrutecidos que venhamos a ser,
cada um de nós tem a noção da beleza e a arte atua em nossa vida, nas suas mais
variadas formas. Todas elas são necessárias, porque é só através da arte que o
homem inventa o mundo em que vive e todos nós estamos em maior ou menor grau,
dependentes dela. Observem que o homem do sertão, que por si só, já é um
artista por natureza, pois quando ouve o cantar dos pássaros sabe que já é
época de acasalamento ou de alçar os primeiros voos ou quando se reúne em volta
da fogueira para contar seus causos de saci, onça pintada, vampiros, quadrilha,
festa junina, folclore, que nada mais é do que a reinvenção da vida através da
beleza da arte.
Todos nós artistas sabemos que a arte trabalha
com outros elementos que não a razão. Ela não quer agradar, ela não busca o
agrado, ela busca um sentimento que nos tire do chão, que nos leve para um
lugar onde não frequentamos nos nossos dias comuns; ela nos entorta a cabeça,
nos faz pensar, e às vezes, duvidar de tudo aquilo que presenciamos a olho nu.
A vida, comum, não é o suficiente, deve-se procurar algo além dela, pois se
ficar parado, mesmo que metaforicamente, é o primeiro passo rumo à morte e isso
o artista não almeja. Se o artista optar
apenas pela sobrevivência e não pela expressão máxima do que é o prazer pela
própria vida de nada adianta uma bela escultura sobre o jardim ou lindo quadro
na parede. A arte, abstrata ou não, nos move, nos eleva e nos transporta a um
mundo surreal, e é graças a ela que viajamos em busca do improvável e isto nos
deixa encantados e fascinados pela vida.
Publicado no Diário da Manhã, edição do dia 23 de outubro de 2013
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