Antes que badalem os sinos

sábado, 17 de dezembro de 2011

A insatisfação e decepção sofrida com a proibição imposta ao padre Luiz Augusto em celebrar missas ainda me oprimem. Sei que o meu sentimento hoje habita no coração de milhares de pessoas, pois recebi emails de vários rincões de nossa pátria e do exterior, que incrédulos, leram o meu artigo  publicado no Diário da Manhã na edição do dia 02 de novembro findo, intitulado: “Padre Luiz, entre o amor, a inveja e a caneta”. Nestes dias, após a leitura de tantos emails, comecei a perceber porque tantas pessoas estão se distanciando da igreja católica;  porque muitos amigos e pessoas de    minha família viraram  evangélicos; porque muita gente está se distanciando de Deus e  outras sequer vão a igreja. O que está acontecendo afinal?  Reflito. Pausadamente vou digitando no computador, cujas letras vão se amontoando sobre a telinha ofuscada pela luminosidade solar que passa pelo vão da janela. A cada email lido procuro responder com a maior ênfase e as belas frases, afixo numa flecha imaginária impregnada de amor e as lanço na velocidade do vento para soltar flashes de cenas passadas e dos sonhos vividos pela comunidade Atos, sabendo que, ao final, ela se cravaria coração do tempo.
As palavras de carinho recebidas me fizeram fixar os olhos na telinha e a cada segundo iam surgindo outras sempre com o objetivo de mostrar o amor inconteste e respeito ao Padre Luiz; frases extraídas do coração, e muitas delas, comparando com a dificuldade de Jesus em pregar na terra da Palestina. Lia e refletia sobre cada frase. No final, todas me fizeram lembrar que Jesus também fora perseguido pela própria igreja; fez-me lembrar de cidades e templos construídos e depois destruídos pelas intempéries do tempo e até pela própria ação do homem. Ao ler as frases que iam surgindo tudo me fazia recordar    dessas cenas bíblicas e entender verdadeiramente o porquê do sonho de Jesus em construir a sua igreja. Lendo Êxodo 20;22-24, entendi que Deus, através parábola descrita nesse versículo quis dizer que  qualquer culto deve ser mantido em nível popular, sem luxo dos grandes templos.
O título deste artigo pode parecer simples, mas não é, porque ao escrever sei que toda a Comunidade Atos encontra-se alerta mesmo que seus fundadores não se posicionarão em defesa do Padre Luiz e de outros sacerdotes de forma concreta e com atitude antes que os sinos voltem a badalar anunciando outras injustiças. A nossa comunidade é formada por cristãos verdadeiros, fiéis, ligados pela mesma fé, e nunca abandonarão esse grande benfeitor espiritual que tirou muita gente da lama e que viviam no mundo profano.  Ele motivou pessoas já dominados pela descrença, socorreu jovens e adultos dominados pelo vício, ajudou pessoas  carentes, visitou enfermos, deu moradia aos sem teto,  protegeu e alimentou os moradores dos “lixões”; fez de gente como a gente se aproximar de Deus; fez de gente como a gente ...  São tantas as benesses recebidas que não cabem neste papel. O leitor, leigo ou não, pode ficar meio atônito quando ler este artigo e achar que se trata de uma definição pessoal, mas não é, pois desde os tempos idos a maneira de expressão e modo de agir do verdadeiro cristão era essa. Basta lerem sobre São Paulo Apóstolo. E quando somos evangelizados por um lídimo sacerdote em suas palavras cremos, pois ele como bom cristão, homem de fé e ungido por Deus nos inspira amor e  confiança e faz da Comunidade Atos ou de qualquer outra,  a verdadeira igreja tão sonhada por Jesus, e se essa comunidade  se reúne em nome de Jesus, aquele local logicamente,  se transformará num templo cristão e diante da situação em que se encontra o Padre Luiz Augusto, qualquer mandatário, menor ou maior, deve ouvir-nos antes de qualquer decisão que possa prejudicar num todo a igreja católica.
Aquele que lê a bíblia sabe muito bem distinguir o que está acontecendo hoje com o Padre Luiz, senão vejamos sob duas óticas: primeiro tiremos como análise a cidade de Jerusalém. Ela tinha seus problemas enquanto a outra igreja estava “sem problemas”, contudo aquele que lê a Bíblia sabe que Jerusalém era a igreja aprovada, enquanto a outra, rica e abastada era contrária aos preceitos do Senhor. Daí, conclui-se então que, Jerusalém tinha problemas porque era uma igreja ativa, dedicada que crescia aos olhos do Senhor. E, é bem possível que a ausência de problemas dela fosse uma conseqüência direta de sua falta de fervor e vitalidade. Então, presume-se que uma igreja que vive na inércia, que nada faz, pode ficar livre de dificuldades, mas uma igreja ativa com uma comunidade participativa, pode esperar certos   problemas mas consegue converter alcoólatras, viciados em drogas, pessoas doentes e abandonadas, pessoas perdidas na escuridão, sem rumo a seguir; pode também esperar muitos problemas, no entanto, não é a existência de problemas que determina a força de uma igreja, mas sim, a lida com as dificuldades, com  o desamor amor de uma pessoa pela outra, com o cuidado mútuo, com a humildade,  com o amor à verdade, com  a humildade de saber pregar e converter crianças e adultos e por fim,  a paciência  em cuidar dos alcoólatras, dos idosos,  dos viciados, dos descrentes assim como a determinação em fazer a vontade de Deus na mais profunda devoção.

Destarte, a maneira evangelizadora do padre Luiz pode até não impedir que problemas apareçam, mas sua tenacidade e carisma pode aumentar o  rebanho católico e colocar  homens e mulheres no caminho da luz e da retidão. Assim, com um sacerdote de valor a igreja fica capacitada de levar seus problemas à solução e resolvê-los. Analisando sob segunda ótica, entendo ser necessário que igreja tenha em suas fileiras sacerdotes abnegados, sem preguiça e que trabalhem para as comunidades carentes, levando conforto e orações; precisa de sacerdotes que acompanham a evolução dos tempos e possam ensinar dentro dos princípios Cristãos, unindo o povo em prol do bem comum, como o Padre Luiz faz. É necessário também que as autoridades eclesiásticas ouçam o povo, não tire dele o direito de ter o seu sacerdote pai, irmão e amigo; que não amordacem as bocas das comunidades proibindo-as de clamar por Jesus e orar com fervor; que não  tirem o direito de nossas crianças de serem felizes a aceitar Jesus em sua plenitude como acontece na Comunidade Atos. Esta é a igreja que tenho certeza todos católicos sonham, então, antes que badale os sinos anunciando outras injustiças, encerro externando a todos muita paz e amor em Cristo.

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