Os atos
de violência que vem acontecendo são mais perniciosos que as catástrofes
naturais, como os furacões e terremotos, porque ao contrário das vítimas de um desastre
natural as de uma violência se sentem intencionalmente escolhidas como alvos de
uma maldade. Este fato despedaça as crenças sobre a confiabilidade das pessoas
e a segurança do mundo entre elas, crenças que as catástrofes naturais deixam
intactas. O mundo social torna-se um lugar perigoso, onde os seres humanos são
ameaças potenciais à sua própria segurança. Todos os dias a gente vê estampados
nos jornais crueldades indescritíveis praticadas pelo homem e na memória do
tempo, ficarão gravadas as sua vítimas e quando fatais, as próprias famílias,
como se fossem cenas de um filme de terror que nos faz encarar o medo como
qualquer coisa semelhante ao próprio ataque traiçoeiro do mal que vem afligindo
o mundo.
A
sociedade organizada e a polícia instalam câmeras de segurança com capacidade
de desenvolver capturas faciais adequadas para o reconhecimento automatizado do
indivíduo para que os delitos sejam esclarecidos num curto espaço de tempo, que
são caras e onerosas. Não obstante essa assertiva de policiamento via câmeras,
entende-se que outros instrumentos de apoio à investigação precisam ser
empregados para permitir a captura ou descrição dos dados biométricos dos
envolvidos em delitos criminais, auxiliando de forma efetiva e rápida a
identificação positiva dos indivíduos em arquivos criminais de porte. O retrato
falado situa-se como um destes instrumentos, importante na elucidação de crimes
porque além da televisão, temos a internet para divulgar essas fotos.
Entretanto, além da confecção, que depende de razoável precisão biométrica,
tem-se que abrir uma divulgação intensiva para interação com fontes de
informações públicas e pesquisas que transforme o produto gráfico em
identificação positiva do suspeito em arquivos fotos criminais.
Não me
lembro de nos últimos tempos ter tido um ano com tantos crimes violentos e
macabros. Pais e mães que matam filhos, filhos que matam pais, amigos que matam
amigos, maridos violentam suas mulheres, mulheres que esquartejam maridos, pais
que estupram as próprias filhas, menores que roubam e matam porque sabem que
não cumprirão penas e ainda sorriem diante das câmeras de TV. Contabilizo estas
perdas aos amigos que foram assinados covardemente e que durante décadas eu
cultivei suas amizades em meu coração. Restou-me orar por essas vítimas e
momentaneamente, até sonhar que um dia uma borboleta ia pousar na minha mão, e
o que poderia ter se tornado apenas um desejo, se materializou, se tornou real,
pois quando li o jornal na coluna policial, tive que curvar-me inerte sobre a
poltrona e dias depois, felizmente, sentir um alívio quando noticiava que a
polícia tinha localizado o criminoso.
O
interessante
é quando vemos lençóis e vestimentas desses criminosos penduradas nas grades
das celas não enxergamos nenhuma peça que pertençam aos criminosos de
“colarinho branco”; nenhuma peça daqueles que praticam o peculato de toda a
espécie; que praticam a corrupção ativa e passiva, o desvio de verbas ou a
errada aplicação de recursos, fraudes em concorrências, as prevaricações, os
desmandos administrativos, as nomeações ilegais, a concussão, o cerceamento à
liberdade, os homicídios e tantas outras mazelas. Na realidade, a maior parte
destes crimes não vem à tona e os que surgem são abafados pelos próprios
mecanismos estatais ou por influência política. De outra parte, o banditismo,
armado de armas de grosso calibre, metralhadoras e granadas, explodem caixas de
bancos e outros, às vezes, matam somente para ouvir o gemido do desafeto; saem
às ruas e deixa a população em polvorosa, intimidada e ela se tranca dentro de
sua própria casa, não podendo sequer sair às ruas, enquanto a polícia persegue
pessoas incautas que são jogadas nas prisões ao lado dos piores marginais. Tudo
o que se vê é fruto de uma política criminal errada, injusta, implantada
através de uma legislação esdrúxula, defasada, irresponsável e que precisa ser
modificada urgentemente pelo Congresso Nacional. O juízo jurídico colocado em
prática pelo legislador funciona como um juízo de valor, não se limita a
comprovar a existência das causas, mas, valora-as, para fins de repressão, o
que pode ocorrer, em muitos casos, em vez de extinguir ou reduzir o crime,
venha estimular ou eliminar um e criar outro. Daí urge, para amenizar um pouco
esta situação, além da prática da religiosidade entre os presos, também o
trabalho prisional intramuros, com incentivo especial à formação de mão de obra
especializada, por maiores de cursos profissionalizantes, em parcerias com
escolas técnicas públicas e privadas e ainda, a construção de presídios mais
humanizados com o objetivo de desafogar a lotação excedente, cujo ambiente
atual deteriora mais ainda a mente humana. Em fazendo isso, acredito que trará
mais socialização aos presos e segurança aos cárceres.
Nestas minhas andanças pelas periferias da
região metropolitana de Goiânia sempre me preocupei com o ser humano, apesar de
que, algumas vezes, sentia-me incapaz de solucionar algumas situações
encontradas e, quando isso acontecia, recorria e recorro a amigos, porque é meu
jeito de ser, de uma pessoa temente a Deus e que sempre carrego e carregarei
comigo o princípio básico de fazer o bem sem olhar a quem, frase que sempre
norteou a minha caminhada
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