A segurança além das grades

terça-feira, 23 de julho de 2013



Os atos de violência que vem acontecendo são mais perniciosos que as catástrofes naturais, como os furacões e terremotos, porque ao contrário das vítimas de um desastre natural as de uma violência se sentem intencionalmente escolhidas como alvos de uma maldade. Este fato despedaça as crenças sobre a confiabilidade das pessoas e a segurança do mundo entre elas, crenças que as catástrofes naturais deixam intactas. O mundo social torna-se um lugar perigoso, onde os seres humanos são ameaças potenciais à sua própria segurança. Todos os dias a gente vê estampados nos jornais crueldades indescritíveis praticadas pelo homem e na memória do tempo, ficarão gravadas as sua vítimas e quando fatais, as próprias famílias, como se fossem cenas de um filme de terror que nos faz encarar o medo como qualquer coisa semelhante ao próprio ataque traiçoeiro do mal que vem afligindo o mundo.
 
A sociedade organizada e a polícia instalam câmeras de segurança com capacidade de desenvolver capturas faciais adequadas para o reconhecimento automatizado do indivíduo para que os delitos sejam esclarecidos num curto espaço de tempo, que são caras e onerosas. Não obstante essa assertiva de policiamento via câmeras, entende-se que outros instrumentos de apoio à investigação precisam ser empregados para permitir a captura ou descrição dos dados biométricos dos envolvidos em delitos criminais, auxiliando de forma efetiva e rápida a identificação positiva dos indivíduos em arquivos criminais de porte. O retrato falado situa-se como um destes instrumentos, importante na elucidação de crimes porque além da televisão, temos a internet para divulgar essas fotos. Entretanto, além da confecção, que depende de razoável precisão biométrica, tem-se que abrir uma divulgação intensiva para interação com fontes de informações públicas e pesquisas que transforme o produto gráfico em identificação positiva do suspeito em arquivos fotos criminais.

Não me lembro de nos últimos tempos ter tido um ano com tantos crimes violentos e macabros. Pais e mães que matam filhos, filhos que matam pais, amigos que matam amigos, maridos violentam suas mulheres, mulheres que esquartejam maridos, pais que estupram as próprias filhas, menores que roubam e matam porque sabem que não cumprirão penas e ainda sorriem diante das câmeras de TV. Contabilizo estas perdas aos amigos que foram assinados covardemente e que durante décadas eu cultivei suas amizades em meu coração. Restou-me orar por essas vítimas e momentaneamente, até sonhar que um dia uma borboleta ia pousar na minha mão, e o que poderia ter se tornado apenas um desejo, se materializou, se tornou real, pois quando li o jornal na coluna policial, tive que curvar-me inerte sobre a poltrona e dias depois, felizmente, sentir um alívio quando noticiava que a polícia tinha localizado o criminoso.

 O interessante é quando vemos lençóis e vestimentas desses criminosos penduradas nas grades das celas não enxergamos nenhuma peça que pertençam aos criminosos de “colarinho branco”; nenhuma peça daqueles que praticam o peculato de toda a espécie; que praticam a corrupção ativa e passiva, o desvio de verbas ou a errada aplicação de recursos, fraudes em concorrências, as prevaricações, os desmandos administrativos, as nomeações ilegais, a concussão, o cerceamento à liberdade, os homicídios e tantas outras mazelas. Na realidade, a maior parte destes crimes não vem à tona e os que surgem são abafados pelos próprios mecanismos estatais ou por influência política. De outra parte, o banditismo, armado de armas de grosso calibre, metralhadoras e granadas, explodem caixas de bancos e outros, às vezes, matam somente para ouvir o gemido do desafeto; saem às ruas e deixa a população em polvorosa, intimidada e ela se tranca dentro de sua própria casa, não podendo sequer sair às ruas, enquanto a polícia persegue pessoas incautas que são jogadas nas prisões ao lado dos piores marginais. Tudo o que se vê é fruto de uma política criminal errada, injusta, implantada através de uma legislação esdrúxula, defasada, irresponsável e que precisa ser modificada urgentemente pelo Congresso Nacional. O juízo jurídico colocado em prática pelo legislador funciona como um juízo de valor, não se limita a comprovar a existência das causas, mas, valora-as, para fins de repressão, o que pode ocorrer, em muitos casos, em vez de extinguir ou reduzir o crime, venha estimular ou eliminar um e criar outro. Daí urge, para amenizar um pouco esta situação, além da prática da religiosidade entre os presos, também o trabalho prisional intramuros, com incentivo especial à formação de mão de obra especializada, por maiores de cursos profissionalizantes, em parcerias com escolas técnicas públicas e privadas e ainda, a construção de presídios mais humanizados com o objetivo de desafogar a lotação excedente, cujo ambiente atual deteriora mais ainda a mente humana. Em fazendo isso, acredito que trará mais socialização aos presos e segurança aos cárceres.   

Nestas minhas andanças pelas periferias da região metropolitana de Goiânia sempre me preocupei com o ser humano, apesar de que, algumas vezes, sentia-me incapaz de solucionar algumas situações encontradas e, quando isso acontecia, recorria e recorro a amigos, porque é meu jeito de ser, de uma pessoa temente a Deus e que sempre carrego e carregarei comigo o princípio básico de fazer o bem sem olhar a quem, frase que sempre norteou a minha caminhada

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